Darcy Ribeiro


Antropólogo, político e escritor

Por Redação

Darcy Ribeiro

26/10/1922, Montes Claros (MG) - 17/2/1997, Brasília (DF)

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É impossível imaginar o quanto o pensamento antropológico, social e político brasileiro teria perdido se Darcy Ribeiro tivesse cursado medicina, como planejava fazer quando deixou sua cidade natal e foi para o Rio de Janeiro em 1939. Filho de Reginaldo Ribeiro dos Santos, um farmacêutico, e Josefina Augusta da Silveira, professora, até chegou a cursar a faculdade, mas desistiu no terceiro ano. Foi para São Paulo, onde decidiu fazer Ciências Sociais na Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP) se formando em 1946.

No curso se interessou pela antropologia e começou a trabalhar com os índios. Em 1949, entrou para o Serviço de Proteção aos Índios (antiga Funai). Nesse período conheceu a realidade das tribos do Mato Grosso (na época ainda unido com Mato Grosso do Sul) e da Amazônia. As anotações feitas no período resultaram no livro “Religião e Mitologia Kadiwéu”, publicado em 1950.

Seu trabalho com os indígenas também originou outras conquistas. Foi Darcy Ribeiro o responsável por redigir o projeto do Parque Indígena do Xingu, que viria a ser inaugurado em 1961 pelo presidente Jânio Quadros. Seu trabalho também contribuiu para estudos da Unesco.

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Não foram as únicas contribuições de Darcy junto ao governo federal. Foi convidado em 1955 por Juscelino Kubitscheck para ajudar na elaboração das diretrizes para a educação em seu governo. Ainda neste ano, organizou o primeiro curso em pós-graduação em antropologia, na Universidade do Brasil.

Também no campo da educação no governo JK, Darcy, junto com outros intelectuais da Sociedade Brasileira de Progresso para a Ciência, fundaram a Universidade de Brasília. Em 1961 ele foi eleito o primeiro reitor da instituição.

No governo João Goulart sua importância foi ainda maior. Em 1962 deixou a UnB para assumir o Ministério da Educação e Cultura durante o período parlamentarista. Em 1963, com a volta do presidencialismo, é nomeado chefe da Casa Civil.

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Com o advento do governo militar, em 1964, Darcy é perseguido e tem que exilar-se no Uruguai. No período, diversas denúncias de corrupção surgiram a respeito de seu período no Planalto.  Em 1968 volta ao Brasil e é preso, indiciado por infração à Lei de Segurança. É julgado em 1969 e é inocentado. Em 1970 deixou novamente o Brasil, desta vez para o Chile, convidado pelo então presidente do país, Salvador Allende, para assessorar o governo. Assessorou também Velasco Alvarado, presidente do Peru, sempre dando importância para a educação.

Em 1974 é diagnosticado com câncer de pulmão. Voltou ao Brasil para ser operado e teve um pulmão removido. Retornou definitivamente ao País em 1978. Dois anos depois, ao lado do amigo Leonel Brizola, fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Juntos são eleitos para o governo do estado do Rio de Janeiro em 1982, sendo Darcy o vice da chapa.

Em 1983 assumiu a Secretaria Extraordinária de Ciência e Cultura do Rio de Janeiro que, sob sua gestão, inauguraria o sambódromo da cidade. Durante esse período também lançou o livro de memórias políticas “Aos Trancos e Barrancos: Como o Brasil Deu no que Deu”.

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Após a gestão junto de Brizola, candidatou-se ao cargo de governador do estado em 1986. Perdeu para Wellington Moreira e Franco do PMDB.  Voltou ao seu estado natal em 1987 para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social de Minas Gerais no governo Newton Cardoso.

Seu grande momento político acontece em 1990, quando foi eleito senador pelo PDT do Rio. Não permaneceu muito tempo em Brasília, pois decidiu voltar a trabalhar com Brizola no governo do Rio de Janeiro, desta vez na Secretaria de Programas Especiais do Estado.

Em 1992 sua carreira literária foi reconhecida pela Academia Brasileira de Letras e ganhou uma cadeira na entidade.  Entre suas obras de ficção estão "Maíra", "O Mulo" e "Migo".

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Em 1994 candidatou-se a vice-presidente junto com Leonel Brizola e foram derrotados por Fernando Henrique Cardoso do PSDB.

Dedicou os últimos anos da sua vida ao senado e a Fundação Darcy Ribeiro, com sede no Rio de Janeiro. Morreu vítima de câncer generalizado e foi enterrado, conforme desejo, no mausoléu dos imortais, na ABL.

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Darcy Ribeiro

26/10/1922, Montes Claros (MG) - 17/2/1997, Brasília (DF)

É impossível imaginar o quanto o pensamento antropológico, social e político brasileiro teria perdido se Darcy Ribeiro tivesse cursado medicina, como planejava fazer quando deixou sua cidade natal e foi para o Rio de Janeiro em 1939. Filho de Reginaldo Ribeiro dos Santos, um farmacêutico, e Josefina Augusta da Silveira, professora, até chegou a cursar a faculdade, mas desistiu no terceiro ano. Foi para São Paulo, onde decidiu fazer Ciências Sociais na Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP) se formando em 1946.

No curso se interessou pela antropologia e começou a trabalhar com os índios. Em 1949, entrou para o Serviço de Proteção aos Índios (antiga Funai). Nesse período conheceu a realidade das tribos do Mato Grosso (na época ainda unido com Mato Grosso do Sul) e da Amazônia. As anotações feitas no período resultaram no livro “Religião e Mitologia Kadiwéu”, publicado em 1950.

Seu trabalho com os indígenas também originou outras conquistas. Foi Darcy Ribeiro o responsável por redigir o projeto do Parque Indígena do Xingu, que viria a ser inaugurado em 1961 pelo presidente Jânio Quadros. Seu trabalho também contribuiu para estudos da Unesco.

Não foram as únicas contribuições de Darcy junto ao governo federal. Foi convidado em 1955 por Juscelino Kubitscheck para ajudar na elaboração das diretrizes para a educação em seu governo. Ainda neste ano, organizou o primeiro curso em pós-graduação em antropologia, na Universidade do Brasil.

Também no campo da educação no governo JK, Darcy, junto com outros intelectuais da Sociedade Brasileira de Progresso para a Ciência, fundaram a Universidade de Brasília. Em 1961 ele foi eleito o primeiro reitor da instituição.

No governo João Goulart sua importância foi ainda maior. Em 1962 deixou a UnB para assumir o Ministério da Educação e Cultura durante o período parlamentarista. Em 1963, com a volta do presidencialismo, é nomeado chefe da Casa Civil.

Com o advento do governo militar, em 1964, Darcy é perseguido e tem que exilar-se no Uruguai. No período, diversas denúncias de corrupção surgiram a respeito de seu período no Planalto.  Em 1968 volta ao Brasil e é preso, indiciado por infração à Lei de Segurança. É julgado em 1969 e é inocentado. Em 1970 deixou novamente o Brasil, desta vez para o Chile, convidado pelo então presidente do país, Salvador Allende, para assessorar o governo. Assessorou também Velasco Alvarado, presidente do Peru, sempre dando importância para a educação.

Em 1974 é diagnosticado com câncer de pulmão. Voltou ao Brasil para ser operado e teve um pulmão removido. Retornou definitivamente ao País em 1978. Dois anos depois, ao lado do amigo Leonel Brizola, fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Juntos são eleitos para o governo do estado do Rio de Janeiro em 1982, sendo Darcy o vice da chapa.

Em 1983 assumiu a Secretaria Extraordinária de Ciência e Cultura do Rio de Janeiro que, sob sua gestão, inauguraria o sambódromo da cidade. Durante esse período também lançou o livro de memórias políticas “Aos Trancos e Barrancos: Como o Brasil Deu no que Deu”.

Após a gestão junto de Brizola, candidatou-se ao cargo de governador do estado em 1986. Perdeu para Wellington Moreira e Franco do PMDB.  Voltou ao seu estado natal em 1987 para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social de Minas Gerais no governo Newton Cardoso.

Seu grande momento político acontece em 1990, quando foi eleito senador pelo PDT do Rio. Não permaneceu muito tempo em Brasília, pois decidiu voltar a trabalhar com Brizola no governo do Rio de Janeiro, desta vez na Secretaria de Programas Especiais do Estado.

Em 1992 sua carreira literária foi reconhecida pela Academia Brasileira de Letras e ganhou uma cadeira na entidade.  Entre suas obras de ficção estão "Maíra", "O Mulo" e "Migo".

Em 1994 candidatou-se a vice-presidente junto com Leonel Brizola e foram derrotados por Fernando Henrique Cardoso do PSDB.

Dedicou os últimos anos da sua vida ao senado e a Fundação Darcy Ribeiro, com sede no Rio de Janeiro. Morreu vítima de câncer generalizado e foi enterrado, conforme desejo, no mausoléu dos imortais, na ABL.

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Darcy Ribeiro

26/10/1922, Montes Claros (MG) - 17/2/1997, Brasília (DF)

É impossível imaginar o quanto o pensamento antropológico, social e político brasileiro teria perdido se Darcy Ribeiro tivesse cursado medicina, como planejava fazer quando deixou sua cidade natal e foi para o Rio de Janeiro em 1939. Filho de Reginaldo Ribeiro dos Santos, um farmacêutico, e Josefina Augusta da Silveira, professora, até chegou a cursar a faculdade, mas desistiu no terceiro ano. Foi para São Paulo, onde decidiu fazer Ciências Sociais na Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP) se formando em 1946.

No curso se interessou pela antropologia e começou a trabalhar com os índios. Em 1949, entrou para o Serviço de Proteção aos Índios (antiga Funai). Nesse período conheceu a realidade das tribos do Mato Grosso (na época ainda unido com Mato Grosso do Sul) e da Amazônia. As anotações feitas no período resultaram no livro “Religião e Mitologia Kadiwéu”, publicado em 1950.

Seu trabalho com os indígenas também originou outras conquistas. Foi Darcy Ribeiro o responsável por redigir o projeto do Parque Indígena do Xingu, que viria a ser inaugurado em 1961 pelo presidente Jânio Quadros. Seu trabalho também contribuiu para estudos da Unesco.

Não foram as únicas contribuições de Darcy junto ao governo federal. Foi convidado em 1955 por Juscelino Kubitscheck para ajudar na elaboração das diretrizes para a educação em seu governo. Ainda neste ano, organizou o primeiro curso em pós-graduação em antropologia, na Universidade do Brasil.

Também no campo da educação no governo JK, Darcy, junto com outros intelectuais da Sociedade Brasileira de Progresso para a Ciência, fundaram a Universidade de Brasília. Em 1961 ele foi eleito o primeiro reitor da instituição.

No governo João Goulart sua importância foi ainda maior. Em 1962 deixou a UnB para assumir o Ministério da Educação e Cultura durante o período parlamentarista. Em 1963, com a volta do presidencialismo, é nomeado chefe da Casa Civil.

Com o advento do governo militar, em 1964, Darcy é perseguido e tem que exilar-se no Uruguai. No período, diversas denúncias de corrupção surgiram a respeito de seu período no Planalto.  Em 1968 volta ao Brasil e é preso, indiciado por infração à Lei de Segurança. É julgado em 1969 e é inocentado. Em 1970 deixou novamente o Brasil, desta vez para o Chile, convidado pelo então presidente do país, Salvador Allende, para assessorar o governo. Assessorou também Velasco Alvarado, presidente do Peru, sempre dando importância para a educação.

Em 1974 é diagnosticado com câncer de pulmão. Voltou ao Brasil para ser operado e teve um pulmão removido. Retornou definitivamente ao País em 1978. Dois anos depois, ao lado do amigo Leonel Brizola, fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Juntos são eleitos para o governo do estado do Rio de Janeiro em 1982, sendo Darcy o vice da chapa.

Em 1983 assumiu a Secretaria Extraordinária de Ciência e Cultura do Rio de Janeiro que, sob sua gestão, inauguraria o sambódromo da cidade. Durante esse período também lançou o livro de memórias políticas “Aos Trancos e Barrancos: Como o Brasil Deu no que Deu”.

Após a gestão junto de Brizola, candidatou-se ao cargo de governador do estado em 1986. Perdeu para Wellington Moreira e Franco do PMDB.  Voltou ao seu estado natal em 1987 para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social de Minas Gerais no governo Newton Cardoso.

Seu grande momento político acontece em 1990, quando foi eleito senador pelo PDT do Rio. Não permaneceu muito tempo em Brasília, pois decidiu voltar a trabalhar com Brizola no governo do Rio de Janeiro, desta vez na Secretaria de Programas Especiais do Estado.

Em 1992 sua carreira literária foi reconhecida pela Academia Brasileira de Letras e ganhou uma cadeira na entidade.  Entre suas obras de ficção estão "Maíra", "O Mulo" e "Migo".

Em 1994 candidatou-se a vice-presidente junto com Leonel Brizola e foram derrotados por Fernando Henrique Cardoso do PSDB.

Dedicou os últimos anos da sua vida ao senado e a Fundação Darcy Ribeiro, com sede no Rio de Janeiro. Morreu vítima de câncer generalizado e foi enterrado, conforme desejo, no mausoléu dos imortais, na ABL.

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