Gilberto Freire


Historiador e sociólogo

Por Redação

Gilberto de Mello Freire

15/3/1900, Recife (PE) - 18/7/1987, Recife (PE)

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Filho do professor Alfredo Freire e de Francisca de Mello Freire, teve suas primeiras aulas em casa, onde aprendeu desde cedo português, francês, latim e inglês. Em 1916, concluiu o curso de Ciências e Letras no Colégio Americano e partiu para os Estados Unidos, onde bacharelou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade de Baylor, no Texas. Na Universidade de Columbia, em Nova York, completou o mestrado em sociologia e o doutorado em antropologia. Em 1921, Freire deixou os Estados Unidos e partiu para a Europa, visitando Inglaterra, França, Alemanha e Portugal. Estudou, nessa época, a filosofia de Agostinho, Nietzsche, Pascal e Bergson. Também se familiarizou com a antropologia de Franz Boas (seu professor em Nova York) e a sociologia de Giddings.

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Em 1923, regressou ao Brasil e instalou-se em sua cidade natal. Em Recife, escreveu artigos para jornais como “Diário de Pernambuco” e “A Província”.  Em 1926, tornou-se secretário de Estácio Coimbra, patrocinador do jornal “A Província”, governador e defensor da República Velha. Em 1930, com a chamada “revolução de 30”, Freire foi perseguido e sofreu com o exílio em Portugal. Fora do Brasil realizou palestras, tendo inclusive sido convidado para falar da formação da sociedade brasileira na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

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De volta ao Brasil, publicou em 1933 “Casa-Grande & Senzala”, obra prima da historiografia brasileira, caracterizada por uma interpretação fascinante da formação sociológica nacional. No livro, o historiador defende que a sociedade brasileira formou-se na confluência de alguns elementos essenciais, como o patriarcado e a “interpenetração” cultural, manifesta na adoção de signos culturais de negros e índios pelo patriarca branco. Em sua pesquisa, Gilberto Freyre empregou métodos revolucionários de pesquisa, tendo se detido na apresentação de fatos cotidianos e tendo recorrido a uma espécie de documentação até então relegada a segundo plano, como cartas, folhetins, diários, cadernos de receitas, depoimentos pessoais e fontes orais. Ao contrário do pensamento racialista da época, o autor brasileiro interpretou a miscigenação como um fator positivo na formação nacional e um dos elementos que possibilitaram o surgimento de uma verdadeira “democracia racial”.

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Em 1936, Freire publicou “Sobrados e Mucambos”, obra em que analisa a decadência  do patriarcado rural e o desenvolvimento das cidades. Com “Ordem e Progresso” (publicado em 1957), o sociólogo concluiria uma trilogia de obras históricas voltadas para o estudo da sociedade e da família brasileira em três de suas fases: a colonial, a imperial e a republicana.

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Durante a Era Vargas, foi perseguido e preso, considerado subversivo pelas autoridades e imoral pelos conservadores. Participou da luta pela redemocratização e sofreu um atentado em março de 1945. No ano seguinte, foi eleito deputado constituinte pela UDN, tendo sido vice-presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal. Em 1949, ajudou a fundar o Instituto Joaquim Nabuco, em Recife, e foi delegado brasileiro na Assembleia das Nações Unidas. Em 1954, recebeu o título de doutor “honoris causa” da Universidade de Columbia.

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Em 1964, Freire defendeu o golpe militar e aceitou o convite do presidente Castelo Branco para integrar o Conselho Federal de Educação. Ajudou a elaborar o programa do partido pró-ditadura, a ARENA. Mais tarde, defendeu a redemocratização e a candidatura de Tancredo Neves. Sua obra só veio a ser plenamente estudada no país a partir da década de 1970. Morreria no final da década de 80, declarando não ter conseguido se “realizar de todo”.

Publicou, entre outras obras, “O mundo que o português criou” (1940), “ O Luso e o trópico” (1961), “O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século 19” (1963), “Sociologia da medicina” (1967), “Cana e Reforma Agrária de Pesquisas Sociais” (1970), “A Presença do açúcar na formação brasileira” (1975), “Alhos e Bugalhos” (1978) e “Heróis e Vilões no romance brasileiro” (1979).

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Gilberto de Mello Freire

15/3/1900, Recife (PE) - 18/7/1987, Recife (PE)

Filho do professor Alfredo Freire e de Francisca de Mello Freire, teve suas primeiras aulas em casa, onde aprendeu desde cedo português, francês, latim e inglês. Em 1916, concluiu o curso de Ciências e Letras no Colégio Americano e partiu para os Estados Unidos, onde bacharelou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade de Baylor, no Texas. Na Universidade de Columbia, em Nova York, completou o mestrado em sociologia e o doutorado em antropologia. Em 1921, Freire deixou os Estados Unidos e partiu para a Europa, visitando Inglaterra, França, Alemanha e Portugal. Estudou, nessa época, a filosofia de Agostinho, Nietzsche, Pascal e Bergson. Também se familiarizou com a antropologia de Franz Boas (seu professor em Nova York) e a sociologia de Giddings.

Em 1923, regressou ao Brasil e instalou-se em sua cidade natal. Em Recife, escreveu artigos para jornais como “Diário de Pernambuco” e “A Província”.  Em 1926, tornou-se secretário de Estácio Coimbra, patrocinador do jornal “A Província”, governador e defensor da República Velha. Em 1930, com a chamada “revolução de 30”, Freire foi perseguido e sofreu com o exílio em Portugal. Fora do Brasil realizou palestras, tendo inclusive sido convidado para falar da formação da sociedade brasileira na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

De volta ao Brasil, publicou em 1933 “Casa-Grande & Senzala”, obra prima da historiografia brasileira, caracterizada por uma interpretação fascinante da formação sociológica nacional. No livro, o historiador defende que a sociedade brasileira formou-se na confluência de alguns elementos essenciais, como o patriarcado e a “interpenetração” cultural, manifesta na adoção de signos culturais de negros e índios pelo patriarca branco. Em sua pesquisa, Gilberto Freyre empregou métodos revolucionários de pesquisa, tendo se detido na apresentação de fatos cotidianos e tendo recorrido a uma espécie de documentação até então relegada a segundo plano, como cartas, folhetins, diários, cadernos de receitas, depoimentos pessoais e fontes orais. Ao contrário do pensamento racialista da época, o autor brasileiro interpretou a miscigenação como um fator positivo na formação nacional e um dos elementos que possibilitaram o surgimento de uma verdadeira “democracia racial”.

Em 1936, Freire publicou “Sobrados e Mucambos”, obra em que analisa a decadência  do patriarcado rural e o desenvolvimento das cidades. Com “Ordem e Progresso” (publicado em 1957), o sociólogo concluiria uma trilogia de obras históricas voltadas para o estudo da sociedade e da família brasileira em três de suas fases: a colonial, a imperial e a republicana.

Durante a Era Vargas, foi perseguido e preso, considerado subversivo pelas autoridades e imoral pelos conservadores. Participou da luta pela redemocratização e sofreu um atentado em março de 1945. No ano seguinte, foi eleito deputado constituinte pela UDN, tendo sido vice-presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal. Em 1949, ajudou a fundar o Instituto Joaquim Nabuco, em Recife, e foi delegado brasileiro na Assembleia das Nações Unidas. Em 1954, recebeu o título de doutor “honoris causa” da Universidade de Columbia.

Em 1964, Freire defendeu o golpe militar e aceitou o convite do presidente Castelo Branco para integrar o Conselho Federal de Educação. Ajudou a elaborar o programa do partido pró-ditadura, a ARENA. Mais tarde, defendeu a redemocratização e a candidatura de Tancredo Neves. Sua obra só veio a ser plenamente estudada no país a partir da década de 1970. Morreria no final da década de 80, declarando não ter conseguido se “realizar de todo”.

Publicou, entre outras obras, “O mundo que o português criou” (1940), “ O Luso e o trópico” (1961), “O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século 19” (1963), “Sociologia da medicina” (1967), “Cana e Reforma Agrária de Pesquisas Sociais” (1970), “A Presença do açúcar na formação brasileira” (1975), “Alhos e Bugalhos” (1978) e “Heróis e Vilões no romance brasileiro” (1979).

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Gilberto de Mello Freire

15/3/1900, Recife (PE) - 18/7/1987, Recife (PE)

Filho do professor Alfredo Freire e de Francisca de Mello Freire, teve suas primeiras aulas em casa, onde aprendeu desde cedo português, francês, latim e inglês. Em 1916, concluiu o curso de Ciências e Letras no Colégio Americano e partiu para os Estados Unidos, onde bacharelou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade de Baylor, no Texas. Na Universidade de Columbia, em Nova York, completou o mestrado em sociologia e o doutorado em antropologia. Em 1921, Freire deixou os Estados Unidos e partiu para a Europa, visitando Inglaterra, França, Alemanha e Portugal. Estudou, nessa época, a filosofia de Agostinho, Nietzsche, Pascal e Bergson. Também se familiarizou com a antropologia de Franz Boas (seu professor em Nova York) e a sociologia de Giddings.

Em 1923, regressou ao Brasil e instalou-se em sua cidade natal. Em Recife, escreveu artigos para jornais como “Diário de Pernambuco” e “A Província”.  Em 1926, tornou-se secretário de Estácio Coimbra, patrocinador do jornal “A Província”, governador e defensor da República Velha. Em 1930, com a chamada “revolução de 30”, Freire foi perseguido e sofreu com o exílio em Portugal. Fora do Brasil realizou palestras, tendo inclusive sido convidado para falar da formação da sociedade brasileira na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

De volta ao Brasil, publicou em 1933 “Casa-Grande & Senzala”, obra prima da historiografia brasileira, caracterizada por uma interpretação fascinante da formação sociológica nacional. No livro, o historiador defende que a sociedade brasileira formou-se na confluência de alguns elementos essenciais, como o patriarcado e a “interpenetração” cultural, manifesta na adoção de signos culturais de negros e índios pelo patriarca branco. Em sua pesquisa, Gilberto Freyre empregou métodos revolucionários de pesquisa, tendo se detido na apresentação de fatos cotidianos e tendo recorrido a uma espécie de documentação até então relegada a segundo plano, como cartas, folhetins, diários, cadernos de receitas, depoimentos pessoais e fontes orais. Ao contrário do pensamento racialista da época, o autor brasileiro interpretou a miscigenação como um fator positivo na formação nacional e um dos elementos que possibilitaram o surgimento de uma verdadeira “democracia racial”.

Em 1936, Freire publicou “Sobrados e Mucambos”, obra em que analisa a decadência  do patriarcado rural e o desenvolvimento das cidades. Com “Ordem e Progresso” (publicado em 1957), o sociólogo concluiria uma trilogia de obras históricas voltadas para o estudo da sociedade e da família brasileira em três de suas fases: a colonial, a imperial e a republicana.

Durante a Era Vargas, foi perseguido e preso, considerado subversivo pelas autoridades e imoral pelos conservadores. Participou da luta pela redemocratização e sofreu um atentado em março de 1945. No ano seguinte, foi eleito deputado constituinte pela UDN, tendo sido vice-presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal. Em 1949, ajudou a fundar o Instituto Joaquim Nabuco, em Recife, e foi delegado brasileiro na Assembleia das Nações Unidas. Em 1954, recebeu o título de doutor “honoris causa” da Universidade de Columbia.

Em 1964, Freire defendeu o golpe militar e aceitou o convite do presidente Castelo Branco para integrar o Conselho Federal de Educação. Ajudou a elaborar o programa do partido pró-ditadura, a ARENA. Mais tarde, defendeu a redemocratização e a candidatura de Tancredo Neves. Sua obra só veio a ser plenamente estudada no país a partir da década de 1970. Morreria no final da década de 80, declarando não ter conseguido se “realizar de todo”.

Publicou, entre outras obras, “O mundo que o português criou” (1940), “ O Luso e o trópico” (1961), “O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século 19” (1963), “Sociologia da medicina” (1967), “Cana e Reforma Agrária de Pesquisas Sociais” (1970), “A Presença do açúcar na formação brasileira” (1975), “Alhos e Bugalhos” (1978) e “Heróis e Vilões no romance brasileiro” (1979).

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