Primeira turnê do Kiss no Brasil fascinou geração 80 com lendas absurdas


Boatos sobre a banda mascarada em 1983 iam de pintinhos pisoteados no palco a satanismo

Por Edmundo Leite

Kiss no Brasil em 1983

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Kiss (1983)

Foto: Acervo/Estadão
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Kiss (1983)

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Se hoje os shows do Kiss contam com a presença de pais, crianças e avós como num parque de diversões, a primeira turnê da banda no Brasil em 1983 era destinada a um público específico de jovens roqueiros, principalmente aqueles que começavam a descobrir o heavy metal. Apesar de a banda já ter vários sucessos e comemorar dez anos de carreira naquele 1983, aqui no Brasil muita gente acabava de ser apresentada ao grupo liderado por Gene Simmons e Paul Stanley no ano anterior, com o lançamento do LP 'Criatures of the Night'.

Quando passou no Fantástico numa noite de domingo, única oportunidade de ver coisas do tipo na época, o vídeo de 'I Love it Loud' foi o assunto da manhã seguinte e da semana nas conversas da molecada nas escolas e nas ruas. O refrão 'hey hey hey hey yeah' aportuguesado como 'ôôôôÔ' caiu na boca do povo e por muito anos, aqui no Brasil, seria um sucesso até maior até que 'Rock Roll all Night', de 1975. 

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Porém, mais que as músicas, o que causou frisson naqueles dias foram as lendas que antecederam a chegada do grupo. Quando foi anunciado que o Kiss ia tocar no Brasil e gigantescos outdoors começaram a aparecer nas cidades, começaram a circular as  histórias macabras. "Eles matam pintinhos no palco com suas botas de dragão", dizia um. "O sangue na boca do Gene Simmons é de um pintinho mastigado vivo", completava outro. "Kiss significa Konjunto Internacional de Serviço ao Satanás", explicava mais um, aportuguesando o anacrônimo em inglês 'Kids In Satan Service'.

Tudo isso dito de forma séria e grave nas rodinhas. E com professoras repetindo alguma das bobagens como advertência nas salas de aula e alertando contra a dominação da língua inglesa e da barulheira, "quando nossa música brasileira tem tanta coisa bonita..."

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As lendas urbanas que corriam na boca da garotada foram tema recorrente na entrevista coletiva do grupo antes dos shows: "Filhos de Satã, nós? Muitas vezes as pessoas ficam com medo do desconhecido. Não somos violentos, cruéis ou agressivos, nós somos energéticos. Não temos nada a ver com essas coisas negativas, somos apenas uma banda de rock que gosta de subir no palco e suar. As mães não gostam muito de nós. Mas o dia em que o rock for aceito por mães e autoridades, este será um dia de problemas para o rock."

Mesmo com desmentidos sendo feitos por um ou outro amigo mais bem informado, as histórias absurdas em torno do Kiss foram um grande feito promocional para a turnê. As apresentações que lotaram os estádios do Maracanã, Mineirão e Morumbi em 1983 se tornaram um marco dos shows internacionais no Brasil.

Saiba como foi a cobertura jornalística da turnê e veja fotos de entrevistas e shows. 

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>> Estadão - 8/5/1983

Anúncio para o show do Kiss no Morumbi em 1983. Foto: Estadão Acervo

>> Estadão - 26/6/1983

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Reportagem sobre o show do Kiss no Morumbi noEstadão de 26/6/1983. Foto: Acervo Estadão

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Reportagem do Jornal da Tarde sobre o Kiss no Brasil em 1983. Foto: Acervo Estadão
Reportagem do Jornal da Tarde sobre o show do Kiss no Brasil em 1983. Foto: Acervo Estadão

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Se hoje os shows do Kiss contam com a presença de pais, crianças e avós como num parque de diversões, a primeira turnê da banda no Brasil em 1983 era destinada a um público específico de jovens roqueiros, principalmente aqueles que começavam a descobrir o heavy metal. Apesar de a banda já ter vários sucessos e comemorar dez anos de carreira naquele 1983, aqui no Brasil muita gente acabava de ser apresentada ao grupo liderado por Gene Simmons e Paul Stanley no ano anterior, com o lançamento do LP 'Criatures of the Night'.

Quando passou no Fantástico numa noite de domingo, única oportunidade de ver coisas do tipo na época, o vídeo de 'I Love it Loud' foi o assunto da manhã seguinte e da semana nas conversas da molecada nas escolas e nas ruas. O refrão 'hey hey hey hey yeah' aportuguesado como 'ôôôôÔ' caiu na boca do povo e por muito anos, aqui no Brasil, seria um sucesso até maior até que 'Rock Roll all Night', de 1975. 

Porém, mais que as músicas, o que causou frisson naqueles dias foram as lendas que antecederam a chegada do grupo. Quando foi anunciado que o Kiss ia tocar no Brasil e gigantescos outdoors começaram a aparecer nas cidades, começaram a circular as  histórias macabras. "Eles matam pintinhos no palco com suas botas de dragão", dizia um. "O sangue na boca do Gene Simmons é de um pintinho mastigado vivo", completava outro. "Kiss significa Konjunto Internacional de Serviço ao Satanás", explicava mais um, aportuguesando o anacrônimo em inglês 'Kids In Satan Service'.

Tudo isso dito de forma séria e grave nas rodinhas. E com professoras repetindo alguma das bobagens como advertência nas salas de aula e alertando contra a dominação da língua inglesa e da barulheira, "quando nossa música brasileira tem tanta coisa bonita..."

As lendas urbanas que corriam na boca da garotada foram tema recorrente na entrevista coletiva do grupo antes dos shows: "Filhos de Satã, nós? Muitas vezes as pessoas ficam com medo do desconhecido. Não somos violentos, cruéis ou agressivos, nós somos energéticos. Não temos nada a ver com essas coisas negativas, somos apenas uma banda de rock que gosta de subir no palco e suar. As mães não gostam muito de nós. Mas o dia em que o rock for aceito por mães e autoridades, este será um dia de problemas para o rock."

Mesmo com desmentidos sendo feitos por um ou outro amigo mais bem informado, as histórias absurdas em torno do Kiss foram um grande feito promocional para a turnê. As apresentações que lotaram os estádios do Maracanã, Mineirão e Morumbi em 1983 se tornaram um marco dos shows internacionais no Brasil.

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Reportagem do Jornal da Tarde sobre o Kiss no Brasil em 1983. Foto: Acervo Estadão
Reportagem do Jornal da Tarde sobre o show do Kiss no Brasil em 1983. Foto: Acervo Estadão

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Quando passou no Fantástico numa noite de domingo, única oportunidade de ver coisas do tipo na época, o vídeo de 'I Love it Loud' foi o assunto da manhã seguinte e da semana nas conversas da molecada nas escolas e nas ruas. O refrão 'hey hey hey hey yeah' aportuguesado como 'ôôôôÔ' caiu na boca do povo e por muito anos, aqui no Brasil, seria um sucesso até maior até que 'Rock Roll all Night', de 1975. 

Porém, mais que as músicas, o que causou frisson naqueles dias foram as lendas que antecederam a chegada do grupo. Quando foi anunciado que o Kiss ia tocar no Brasil e gigantescos outdoors começaram a aparecer nas cidades, começaram a circular as  histórias macabras. "Eles matam pintinhos no palco com suas botas de dragão", dizia um. "O sangue na boca do Gene Simmons é de um pintinho mastigado vivo", completava outro. "Kiss significa Konjunto Internacional de Serviço ao Satanás", explicava mais um, aportuguesando o anacrônimo em inglês 'Kids In Satan Service'.

Tudo isso dito de forma séria e grave nas rodinhas. E com professoras repetindo alguma das bobagens como advertência nas salas de aula e alertando contra a dominação da língua inglesa e da barulheira, "quando nossa música brasileira tem tanta coisa bonita..."

As lendas urbanas que corriam na boca da garotada foram tema recorrente na entrevista coletiva do grupo antes dos shows: "Filhos de Satã, nós? Muitas vezes as pessoas ficam com medo do desconhecido. Não somos violentos, cruéis ou agressivos, nós somos energéticos. Não temos nada a ver com essas coisas negativas, somos apenas uma banda de rock que gosta de subir no palco e suar. As mães não gostam muito de nós. Mas o dia em que o rock for aceito por mães e autoridades, este será um dia de problemas para o rock."

Mesmo com desmentidos sendo feitos por um ou outro amigo mais bem informado, as histórias absurdas em torno do Kiss foram um grande feito promocional para a turnê. As apresentações que lotaram os estádios do Maracanã, Mineirão e Morumbi em 1983 se tornaram um marco dos shows internacionais no Brasil.

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Reportagem do Jornal da Tarde sobre o Kiss no Brasil em 1983. Foto: Acervo Estadão
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Quando passou no Fantástico numa noite de domingo, única oportunidade de ver coisas do tipo na época, o vídeo de 'I Love it Loud' foi o assunto da manhã seguinte e da semana nas conversas da molecada nas escolas e nas ruas. O refrão 'hey hey hey hey yeah' aportuguesado como 'ôôôôÔ' caiu na boca do povo e por muito anos, aqui no Brasil, seria um sucesso até maior até que 'Rock Roll all Night', de 1975. 

Porém, mais que as músicas, o que causou frisson naqueles dias foram as lendas que antecederam a chegada do grupo. Quando foi anunciado que o Kiss ia tocar no Brasil e gigantescos outdoors começaram a aparecer nas cidades, começaram a circular as  histórias macabras. "Eles matam pintinhos no palco com suas botas de dragão", dizia um. "O sangue na boca do Gene Simmons é de um pintinho mastigado vivo", completava outro. "Kiss significa Konjunto Internacional de Serviço ao Satanás", explicava mais um, aportuguesando o anacrônimo em inglês 'Kids In Satan Service'.

Tudo isso dito de forma séria e grave nas rodinhas. E com professoras repetindo alguma das bobagens como advertência nas salas de aula e alertando contra a dominação da língua inglesa e da barulheira, "quando nossa música brasileira tem tanta coisa bonita..."

As lendas urbanas que corriam na boca da garotada foram tema recorrente na entrevista coletiva do grupo antes dos shows: "Filhos de Satã, nós? Muitas vezes as pessoas ficam com medo do desconhecido. Não somos violentos, cruéis ou agressivos, nós somos energéticos. Não temos nada a ver com essas coisas negativas, somos apenas uma banda de rock que gosta de subir no palco e suar. As mães não gostam muito de nós. Mas o dia em que o rock for aceito por mães e autoridades, este será um dia de problemas para o rock."

Mesmo com desmentidos sendo feitos por um ou outro amigo mais bem informado, as histórias absurdas em torno do Kiss foram um grande feito promocional para a turnê. As apresentações que lotaram os estádios do Maracanã, Mineirão e Morumbi em 1983 se tornaram um marco dos shows internacionais no Brasil.

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Reportagem do Jornal da Tarde sobre o Kiss no Brasil em 1983. Foto: Acervo Estadão
Reportagem do Jornal da Tarde sobre o show do Kiss no Brasil em 1983. Foto: Acervo Estadão

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Quando passou no Fantástico numa noite de domingo, única oportunidade de ver coisas do tipo na época, o vídeo de 'I Love it Loud' foi o assunto da manhã seguinte e da semana nas conversas da molecada nas escolas e nas ruas. O refrão 'hey hey hey hey yeah' aportuguesado como 'ôôôôÔ' caiu na boca do povo e por muito anos, aqui no Brasil, seria um sucesso até maior até que 'Rock Roll all Night', de 1975. 

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As lendas urbanas que corriam na boca da garotada foram tema recorrente na entrevista coletiva do grupo antes dos shows: "Filhos de Satã, nós? Muitas vezes as pessoas ficam com medo do desconhecido. Não somos violentos, cruéis ou agressivos, nós somos energéticos. Não temos nada a ver com essas coisas negativas, somos apenas uma banda de rock que gosta de subir no palco e suar. As mães não gostam muito de nós. Mas o dia em que o rock for aceito por mães e autoridades, este será um dia de problemas para o rock."

Mesmo com desmentidos sendo feitos por um ou outro amigo mais bem informado, as histórias absurdas em torno do Kiss foram um grande feito promocional para a turnê. As apresentações que lotaram os estádios do Maracanã, Mineirão e Morumbi em 1983 se tornaram um marco dos shows internacionais no Brasil.

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Reportagem do Jornal da Tarde sobre o Kiss no Brasil em 1983. Foto: Acervo Estadão
Reportagem do Jornal da Tarde sobre o show do Kiss no Brasil em 1983. Foto: Acervo Estadão

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