Rainha Elizabeth: visita ao Brasil teve recepção calorosa e encontro com Pelé
Monarca vistou Recife, Salvador, Brasília, São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro em 1968
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Por Liz Batista
Atualização:
No final do turbulento ano de 1968, a visita da rainha Elizabeth II ao Brasil foi um respiro em meio às grandes tensões políticas que envolviam o Brasil. Foi a primeira e única vez que um monarca britânico, reinante, visitou o País. Fato histórico e determinante para as boas relações entre as duas Nações, a vinda da rainha era esperada com enorme ansiedade e expectativa, não apenas pela administração do presidente Arthur da Costa e Silva e pelos militares do governo. Uma vez que, com a visita do casal real, a ditadura militar melhorava sua imagem internacional e no âmbito da política interna, pode, por alguns dias, ver pautas positivas tomarem o noticiário nacional. No mês seguinte à visita real, o Brasil começaria a viver o pesadelo do AI-5.
A empolgação com a chegada dos ilustres visitantes era também palpável entre a população, que os aguardavam numa mistura de reverência, euforia e fascínio, revelando o apelo popular que as figuras da rainha e de seu marido, príncipe Philip, duque de Edimburgo, tinham entre a população brasileira. É isso o que mostra a cobertura jornalística do período.
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Acompanhada do marido e de sua comitiva – uma equipe composta por 45 pessoas: 35 homens e 10 mulheres, entre civis, militares nobres e plebeus, altos funcionários e servidores domésticos - a rainha passou 11 dias no Brasil, de 1 a 11 de novembro daquele ano.
A chegada foi pela cidade de Recife, onde passaram pouco mais de três horas, de lá partiram para Salvador, a bordo do iate real da Marinha Inglesa, o Britannia. Depois, seguiram para Brasília, São Paulo, Campinas, terminando a viagem no Rio de Janeiro, de onde partiram para o Chile.
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Dois momentos destacaram-se na extensa agenda de compromissos oficiais, cheia de recepções, banquetes, cerimônias de condecorações e inaugurações- algumas de vulto como a da pedra fundamental da Ponte Rio- Niterói, no Rio de Janeiro, e do MASP em São Paulo – e de encontros com chefes de Estado, diplomatas, membros de destaque da colônia inglesa no Brasil e personalidades– como Gilberto Freyre, Dom Hélder Câmara, Pietro Maria Bardi e outros. Em ambas as situações, o protocolo pareceu ser ofuscado pela informalidade, acabando por aproximar Elizabeth II do povo e oferecendo à realeza uma amostra da calorosa e festiva hospitalidade típica dos brasileiros.
O primeiro foi em Salvador. Recepcionada pelo então prefeito da capital baiana, Antônio Carlos Magalhães, a rainha visitou o Museu de Arte Sacra, a Igreja de São Francisco, desfilou em carro aberto pela cidade e foi saudada por uma multidão nas ruas. Na rápida visita ao Mercado Modelo, o que pode ser considerada uma brecha no seu esquema de segurança, permitiu que várias pessoas que acompanhava a visitação chegassem bem perto do casal real.
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O segundo momento, sem dúvida, um dos mais marcantes de toda a visita, foi quando, em 10 de novembro, os monarcas assistiram uma partida em sua homenagem no Estádio do Maracanã, e puderam ver o rei do futebol em campo.
O jogo, disputado entre paulistas e cariocas e vencido por 3 a 2 pela seleção paulista, foi acompanhado por 105 mil torcedores; 85 mil pagantes e 20 mil crianças. Como contou o Estadão de 12 de novembro de 1968: “Ao final da partida, o casal cumprimentou os “capitães” Pelé e Gérson, entregando ao primeiro, um troféu, e ao segundo, uma medalha comemorativa de sua visita ao Brasil”.
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O Jornal da Tardedescreveu em detalhes a ocasião: “Quando o jogo acabou, ninguém ficou olhando para o campo para ver os jogadores se cumprimentando. A torcida virou-se para a tribuna de honra, dando as costas para o campo. É que pouco depois apareceriam Pelé e Gérson, para serem cumprimentados pela rainha Elizabeth, que entregaria a Pelé, capitão da Seleção Paulista uma Taça de prata, toda trabalhada e a Gerson uma medalha de recordação. Os dois jogadores apareceram juntos. As palmas foram muitas quando a rainha desceu as escadas cobertas por um tapete de veludo vermelho, pegou a Taça que estava num pedestal e, sorrindo, encaminhou-se para Pelé...”
“...A taça passava às mãos do rei do futebol, a rainha falou: - Estou muito honrada em lhe conhecer. Gostei muito do jogo e quero cumprimentá-lo pela vitória de seu time. Pelé sorriu e respondeu, mesmo quebrando o protocolo, porque fora combina do que só João Havelange responderia: - A honra é toda nossa Majestade. Sinto-me feliz por sua Majestade ter distinguido o meu País com uma visita. Espero que tenha gostado de nossa terra...”
“... Depois o diálogo foi cortado pela gritaria dos fotógrafos, todos pedindo para que Pelé e a rainha olhassem para eles.O príncipe Philip permaneceu sorridente ao lado de Pelé e da rainha, enquanto Gérson quase ficava esquecido esperando para receber sua lembrança. Pelé sorria várias vezes e a rainha repetia a entrega da Taça para os fotógrafos. O príncipe, nesse momento, deu um tapinha nas costas de Pelé e fez um gesto como se colocasse uma champanhe na Taça. Pelé sorriu e cumprimentou o príncipe, com um aperto de mão.”
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Sobre o memorável encontro, Pelé declarou: “Sinceramente, foi emocionante ser cumprimentado pela rainha e foi sensacional poder rever o príncipe Philip. Ele é um homem muito simpático e educado. É gente, já tenho mais alguma coisa para contar aos meus netinhos.”
Rainha Elizabeth: veja fotos da visita ao Brasil em 1968
Fotos inéditas da rainha Elizabeth II no Brasil em 1968
A rainha visita São Paulo. Em 7 de novembro de 1968 o Museu de Arte de São Paulo, o Masp ganhou um novo endereço. Saiu da sede dos Diários e Emissoras Associadas, na Rua Sete de Abril, região central de São Paulo, onde foi fundado em 1947, e passou a funcionar no famoso prédio futurista, projetado por Lina Bo Bardi, na Avenida Paulista. A inauguração na sede definitiva contou com a ilustre presença da rainha Elizabeth. Convidada de honra, coube à monarca, oficializar a inauguração. Acompanhada pelo presidente da instituição, presidente da instituição, e pelo prefeito da cidade, José Maria Faria Lima, a rainha ficou surpresa ao ver entre a coleção do museu, a obra O Quadro Azul , pintado por seu ex-primeiro-ministro, Winston Churchill. Bardi explicou à rainha que o Brasil foi o primeiro país estrangeiro a expor uma obra de Churchill, em 1942.
Sobre a visita à cidade , o Estadão escreveu: “São Paulo viu ontem a Rainha como se fosse uma velha conhecida. As palmas não eram respeitosas, mas se misturava, aos vivas, gritados bem alto. Os acenos, os aplausos, ganharam espontaneidade (…) É que o povo já sabe agora que o protocolo tão temido só é muito importante nas notícias da imprensa, a rainha, na realidade, é uma mulher simples, sorridente e que gostou daqui...”
Na cidade, o casal real também foi recepcionado no Palácio dos Bandeirantes, visitaram o Museu do Ipiranga, a Escola Britânica e impressionaram-se com a vista do terraço do Edifício Itália.
No final do turbulento ano de 1968, a visita da rainha Elizabeth II ao Brasil foi um respiro em meio às grandes tensões políticas que envolviam o Brasil. Foi a primeira e única vez que um monarca britânico, reinante, visitou o País. Fato histórico e determinante para as boas relações entre as duas Nações, a vinda da rainha era esperada com enorme ansiedade e expectativa, não apenas pela administração do presidente Arthur da Costa e Silva e pelos militares do governo. Uma vez que, com a visita do casal real, a ditadura militar melhorava sua imagem internacional e no âmbito da política interna, pode, por alguns dias, ver pautas positivas tomarem o noticiário nacional. No mês seguinte à visita real, o Brasil começaria a viver o pesadelo do AI-5.
A empolgação com a chegada dos ilustres visitantes era também palpável entre a população, que os aguardavam numa mistura de reverência, euforia e fascínio, revelando o apelo popular que as figuras da rainha e de seu marido, príncipe Philip, duque de Edimburgo, tinham entre a população brasileira. É isso o que mostra a cobertura jornalística do período.
Acompanhada do marido e de sua comitiva – uma equipe composta por 45 pessoas: 35 homens e 10 mulheres, entre civis, militares nobres e plebeus, altos funcionários e servidores domésticos - a rainha passou 11 dias no Brasil, de 1 a 11 de novembro daquele ano.
A chegada foi pela cidade de Recife, onde passaram pouco mais de três horas, de lá partiram para Salvador, a bordo do iate real da Marinha Inglesa, o Britannia. Depois, seguiram para Brasília, São Paulo, Campinas, terminando a viagem no Rio de Janeiro, de onde partiram para o Chile.
Dois momentos destacaram-se na extensa agenda de compromissos oficiais, cheia de recepções, banquetes, cerimônias de condecorações e inaugurações- algumas de vulto como a da pedra fundamental da Ponte Rio- Niterói, no Rio de Janeiro, e do MASP em São Paulo – e de encontros com chefes de Estado, diplomatas, membros de destaque da colônia inglesa no Brasil e personalidades– como Gilberto Freyre, Dom Hélder Câmara, Pietro Maria Bardi e outros. Em ambas as situações, o protocolo pareceu ser ofuscado pela informalidade, acabando por aproximar Elizabeth II do povo e oferecendo à realeza uma amostra da calorosa e festiva hospitalidade típica dos brasileiros.
O primeiro foi em Salvador. Recepcionada pelo então prefeito da capital baiana, Antônio Carlos Magalhães, a rainha visitou o Museu de Arte Sacra, a Igreja de São Francisco, desfilou em carro aberto pela cidade e foi saudada por uma multidão nas ruas. Na rápida visita ao Mercado Modelo, o que pode ser considerada uma brecha no seu esquema de segurança, permitiu que várias pessoas que acompanhava a visitação chegassem bem perto do casal real.
O segundo momento, sem dúvida, um dos mais marcantes de toda a visita, foi quando, em 10 de novembro, os monarcas assistiram uma partida em sua homenagem no Estádio do Maracanã, e puderam ver o rei do futebol em campo.
O jogo, disputado entre paulistas e cariocas e vencido por 3 a 2 pela seleção paulista, foi acompanhado por 105 mil torcedores; 85 mil pagantes e 20 mil crianças. Como contou o Estadão de 12 de novembro de 1968: “Ao final da partida, o casal cumprimentou os “capitães” Pelé e Gérson, entregando ao primeiro, um troféu, e ao segundo, uma medalha comemorativa de sua visita ao Brasil”.
O Jornal da Tardedescreveu em detalhes a ocasião: “Quando o jogo acabou, ninguém ficou olhando para o campo para ver os jogadores se cumprimentando. A torcida virou-se para a tribuna de honra, dando as costas para o campo. É que pouco depois apareceriam Pelé e Gérson, para serem cumprimentados pela rainha Elizabeth, que entregaria a Pelé, capitão da Seleção Paulista uma Taça de prata, toda trabalhada e a Gerson uma medalha de recordação. Os dois jogadores apareceram juntos. As palmas foram muitas quando a rainha desceu as escadas cobertas por um tapete de veludo vermelho, pegou a Taça que estava num pedestal e, sorrindo, encaminhou-se para Pelé...”
“...A taça passava às mãos do rei do futebol, a rainha falou: - Estou muito honrada em lhe conhecer. Gostei muito do jogo e quero cumprimentá-lo pela vitória de seu time. Pelé sorriu e respondeu, mesmo quebrando o protocolo, porque fora combina do que só João Havelange responderia: - A honra é toda nossa Majestade. Sinto-me feliz por sua Majestade ter distinguido o meu País com uma visita. Espero que tenha gostado de nossa terra...”
“... Depois o diálogo foi cortado pela gritaria dos fotógrafos, todos pedindo para que Pelé e a rainha olhassem para eles.O príncipe Philip permaneceu sorridente ao lado de Pelé e da rainha, enquanto Gérson quase ficava esquecido esperando para receber sua lembrança. Pelé sorria várias vezes e a rainha repetia a entrega da Taça para os fotógrafos. O príncipe, nesse momento, deu um tapinha nas costas de Pelé e fez um gesto como se colocasse uma champanhe na Taça. Pelé sorriu e cumprimentou o príncipe, com um aperto de mão.”
Sobre o memorável encontro, Pelé declarou: “Sinceramente, foi emocionante ser cumprimentado pela rainha e foi sensacional poder rever o príncipe Philip. Ele é um homem muito simpático e educado. É gente, já tenho mais alguma coisa para contar aos meus netinhos.”
Rainha Elizabeth: veja fotos da visita ao Brasil em 1968
Fotos inéditas da rainha Elizabeth II no Brasil em 1968
A rainha visita São Paulo. Em 7 de novembro de 1968 o Museu de Arte de São Paulo, o Masp ganhou um novo endereço. Saiu da sede dos Diários e Emissoras Associadas, na Rua Sete de Abril, região central de São Paulo, onde foi fundado em 1947, e passou a funcionar no famoso prédio futurista, projetado por Lina Bo Bardi, na Avenida Paulista. A inauguração na sede definitiva contou com a ilustre presença da rainha Elizabeth. Convidada de honra, coube à monarca, oficializar a inauguração. Acompanhada pelo presidente da instituição, presidente da instituição, e pelo prefeito da cidade, José Maria Faria Lima, a rainha ficou surpresa ao ver entre a coleção do museu, a obra O Quadro Azul , pintado por seu ex-primeiro-ministro, Winston Churchill. Bardi explicou à rainha que o Brasil foi o primeiro país estrangeiro a expor uma obra de Churchill, em 1942.
Sobre a visita à cidade , o Estadão escreveu: “São Paulo viu ontem a Rainha como se fosse uma velha conhecida. As palmas não eram respeitosas, mas se misturava, aos vivas, gritados bem alto. Os acenos, os aplausos, ganharam espontaneidade (…) É que o povo já sabe agora que o protocolo tão temido só é muito importante nas notícias da imprensa, a rainha, na realidade, é uma mulher simples, sorridente e que gostou daqui...”
Na cidade, o casal real também foi recepcionado no Palácio dos Bandeirantes, visitaram o Museu do Ipiranga, a Escola Britânica e impressionaram-se com a vista do terraço do Edifício Itália.
No final do turbulento ano de 1968, a visita da rainha Elizabeth II ao Brasil foi um respiro em meio às grandes tensões políticas que envolviam o Brasil. Foi a primeira e única vez que um monarca britânico, reinante, visitou o País. Fato histórico e determinante para as boas relações entre as duas Nações, a vinda da rainha era esperada com enorme ansiedade e expectativa, não apenas pela administração do presidente Arthur da Costa e Silva e pelos militares do governo. Uma vez que, com a visita do casal real, a ditadura militar melhorava sua imagem internacional e no âmbito da política interna, pode, por alguns dias, ver pautas positivas tomarem o noticiário nacional. No mês seguinte à visita real, o Brasil começaria a viver o pesadelo do AI-5.
A empolgação com a chegada dos ilustres visitantes era também palpável entre a população, que os aguardavam numa mistura de reverência, euforia e fascínio, revelando o apelo popular que as figuras da rainha e de seu marido, príncipe Philip, duque de Edimburgo, tinham entre a população brasileira. É isso o que mostra a cobertura jornalística do período.
Acompanhada do marido e de sua comitiva – uma equipe composta por 45 pessoas: 35 homens e 10 mulheres, entre civis, militares nobres e plebeus, altos funcionários e servidores domésticos - a rainha passou 11 dias no Brasil, de 1 a 11 de novembro daquele ano.
A chegada foi pela cidade de Recife, onde passaram pouco mais de três horas, de lá partiram para Salvador, a bordo do iate real da Marinha Inglesa, o Britannia. Depois, seguiram para Brasília, São Paulo, Campinas, terminando a viagem no Rio de Janeiro, de onde partiram para o Chile.
Dois momentos destacaram-se na extensa agenda de compromissos oficiais, cheia de recepções, banquetes, cerimônias de condecorações e inaugurações- algumas de vulto como a da pedra fundamental da Ponte Rio- Niterói, no Rio de Janeiro, e do MASP em São Paulo – e de encontros com chefes de Estado, diplomatas, membros de destaque da colônia inglesa no Brasil e personalidades– como Gilberto Freyre, Dom Hélder Câmara, Pietro Maria Bardi e outros. Em ambas as situações, o protocolo pareceu ser ofuscado pela informalidade, acabando por aproximar Elizabeth II do povo e oferecendo à realeza uma amostra da calorosa e festiva hospitalidade típica dos brasileiros.
O primeiro foi em Salvador. Recepcionada pelo então prefeito da capital baiana, Antônio Carlos Magalhães, a rainha visitou o Museu de Arte Sacra, a Igreja de São Francisco, desfilou em carro aberto pela cidade e foi saudada por uma multidão nas ruas. Na rápida visita ao Mercado Modelo, o que pode ser considerada uma brecha no seu esquema de segurança, permitiu que várias pessoas que acompanhava a visitação chegassem bem perto do casal real.
O segundo momento, sem dúvida, um dos mais marcantes de toda a visita, foi quando, em 10 de novembro, os monarcas assistiram uma partida em sua homenagem no Estádio do Maracanã, e puderam ver o rei do futebol em campo.
O jogo, disputado entre paulistas e cariocas e vencido por 3 a 2 pela seleção paulista, foi acompanhado por 105 mil torcedores; 85 mil pagantes e 20 mil crianças. Como contou o Estadão de 12 de novembro de 1968: “Ao final da partida, o casal cumprimentou os “capitães” Pelé e Gérson, entregando ao primeiro, um troféu, e ao segundo, uma medalha comemorativa de sua visita ao Brasil”.
O Jornal da Tardedescreveu em detalhes a ocasião: “Quando o jogo acabou, ninguém ficou olhando para o campo para ver os jogadores se cumprimentando. A torcida virou-se para a tribuna de honra, dando as costas para o campo. É que pouco depois apareceriam Pelé e Gérson, para serem cumprimentados pela rainha Elizabeth, que entregaria a Pelé, capitão da Seleção Paulista uma Taça de prata, toda trabalhada e a Gerson uma medalha de recordação. Os dois jogadores apareceram juntos. As palmas foram muitas quando a rainha desceu as escadas cobertas por um tapete de veludo vermelho, pegou a Taça que estava num pedestal e, sorrindo, encaminhou-se para Pelé...”
“...A taça passava às mãos do rei do futebol, a rainha falou: - Estou muito honrada em lhe conhecer. Gostei muito do jogo e quero cumprimentá-lo pela vitória de seu time. Pelé sorriu e respondeu, mesmo quebrando o protocolo, porque fora combina do que só João Havelange responderia: - A honra é toda nossa Majestade. Sinto-me feliz por sua Majestade ter distinguido o meu País com uma visita. Espero que tenha gostado de nossa terra...”
“... Depois o diálogo foi cortado pela gritaria dos fotógrafos, todos pedindo para que Pelé e a rainha olhassem para eles.O príncipe Philip permaneceu sorridente ao lado de Pelé e da rainha, enquanto Gérson quase ficava esquecido esperando para receber sua lembrança. Pelé sorria várias vezes e a rainha repetia a entrega da Taça para os fotógrafos. O príncipe, nesse momento, deu um tapinha nas costas de Pelé e fez um gesto como se colocasse uma champanhe na Taça. Pelé sorriu e cumprimentou o príncipe, com um aperto de mão.”
Sobre o memorável encontro, Pelé declarou: “Sinceramente, foi emocionante ser cumprimentado pela rainha e foi sensacional poder rever o príncipe Philip. Ele é um homem muito simpático e educado. É gente, já tenho mais alguma coisa para contar aos meus netinhos.”
Rainha Elizabeth: veja fotos da visita ao Brasil em 1968
Fotos inéditas da rainha Elizabeth II no Brasil em 1968
A rainha visita São Paulo. Em 7 de novembro de 1968 o Museu de Arte de São Paulo, o Masp ganhou um novo endereço. Saiu da sede dos Diários e Emissoras Associadas, na Rua Sete de Abril, região central de São Paulo, onde foi fundado em 1947, e passou a funcionar no famoso prédio futurista, projetado por Lina Bo Bardi, na Avenida Paulista. A inauguração na sede definitiva contou com a ilustre presença da rainha Elizabeth. Convidada de honra, coube à monarca, oficializar a inauguração. Acompanhada pelo presidente da instituição, presidente da instituição, e pelo prefeito da cidade, José Maria Faria Lima, a rainha ficou surpresa ao ver entre a coleção do museu, a obra O Quadro Azul , pintado por seu ex-primeiro-ministro, Winston Churchill. Bardi explicou à rainha que o Brasil foi o primeiro país estrangeiro a expor uma obra de Churchill, em 1942.
Sobre a visita à cidade , o Estadão escreveu: “São Paulo viu ontem a Rainha como se fosse uma velha conhecida. As palmas não eram respeitosas, mas se misturava, aos vivas, gritados bem alto. Os acenos, os aplausos, ganharam espontaneidade (…) É que o povo já sabe agora que o protocolo tão temido só é muito importante nas notícias da imprensa, a rainha, na realidade, é uma mulher simples, sorridente e que gostou daqui...”
Na cidade, o casal real também foi recepcionado no Palácio dos Bandeirantes, visitaram o Museu do Ipiranga, a Escola Britânica e impressionaram-se com a vista do terraço do Edifício Itália.
No final do turbulento ano de 1968, a visita da rainha Elizabeth II ao Brasil foi um respiro em meio às grandes tensões políticas que envolviam o Brasil. Foi a primeira e única vez que um monarca britânico, reinante, visitou o País. Fato histórico e determinante para as boas relações entre as duas Nações, a vinda da rainha era esperada com enorme ansiedade e expectativa, não apenas pela administração do presidente Arthur da Costa e Silva e pelos militares do governo. Uma vez que, com a visita do casal real, a ditadura militar melhorava sua imagem internacional e no âmbito da política interna, pode, por alguns dias, ver pautas positivas tomarem o noticiário nacional. No mês seguinte à visita real, o Brasil começaria a viver o pesadelo do AI-5.
A empolgação com a chegada dos ilustres visitantes era também palpável entre a população, que os aguardavam numa mistura de reverência, euforia e fascínio, revelando o apelo popular que as figuras da rainha e de seu marido, príncipe Philip, duque de Edimburgo, tinham entre a população brasileira. É isso o que mostra a cobertura jornalística do período.
Acompanhada do marido e de sua comitiva – uma equipe composta por 45 pessoas: 35 homens e 10 mulheres, entre civis, militares nobres e plebeus, altos funcionários e servidores domésticos - a rainha passou 11 dias no Brasil, de 1 a 11 de novembro daquele ano.
A chegada foi pela cidade de Recife, onde passaram pouco mais de três horas, de lá partiram para Salvador, a bordo do iate real da Marinha Inglesa, o Britannia. Depois, seguiram para Brasília, São Paulo, Campinas, terminando a viagem no Rio de Janeiro, de onde partiram para o Chile.
Dois momentos destacaram-se na extensa agenda de compromissos oficiais, cheia de recepções, banquetes, cerimônias de condecorações e inaugurações- algumas de vulto como a da pedra fundamental da Ponte Rio- Niterói, no Rio de Janeiro, e do MASP em São Paulo – e de encontros com chefes de Estado, diplomatas, membros de destaque da colônia inglesa no Brasil e personalidades– como Gilberto Freyre, Dom Hélder Câmara, Pietro Maria Bardi e outros. Em ambas as situações, o protocolo pareceu ser ofuscado pela informalidade, acabando por aproximar Elizabeth II do povo e oferecendo à realeza uma amostra da calorosa e festiva hospitalidade típica dos brasileiros.
O primeiro foi em Salvador. Recepcionada pelo então prefeito da capital baiana, Antônio Carlos Magalhães, a rainha visitou o Museu de Arte Sacra, a Igreja de São Francisco, desfilou em carro aberto pela cidade e foi saudada por uma multidão nas ruas. Na rápida visita ao Mercado Modelo, o que pode ser considerada uma brecha no seu esquema de segurança, permitiu que várias pessoas que acompanhava a visitação chegassem bem perto do casal real.
O segundo momento, sem dúvida, um dos mais marcantes de toda a visita, foi quando, em 10 de novembro, os monarcas assistiram uma partida em sua homenagem no Estádio do Maracanã, e puderam ver o rei do futebol em campo.
O jogo, disputado entre paulistas e cariocas e vencido por 3 a 2 pela seleção paulista, foi acompanhado por 105 mil torcedores; 85 mil pagantes e 20 mil crianças. Como contou o Estadão de 12 de novembro de 1968: “Ao final da partida, o casal cumprimentou os “capitães” Pelé e Gérson, entregando ao primeiro, um troféu, e ao segundo, uma medalha comemorativa de sua visita ao Brasil”.
O Jornal da Tardedescreveu em detalhes a ocasião: “Quando o jogo acabou, ninguém ficou olhando para o campo para ver os jogadores se cumprimentando. A torcida virou-se para a tribuna de honra, dando as costas para o campo. É que pouco depois apareceriam Pelé e Gérson, para serem cumprimentados pela rainha Elizabeth, que entregaria a Pelé, capitão da Seleção Paulista uma Taça de prata, toda trabalhada e a Gerson uma medalha de recordação. Os dois jogadores apareceram juntos. As palmas foram muitas quando a rainha desceu as escadas cobertas por um tapete de veludo vermelho, pegou a Taça que estava num pedestal e, sorrindo, encaminhou-se para Pelé...”
“...A taça passava às mãos do rei do futebol, a rainha falou: - Estou muito honrada em lhe conhecer. Gostei muito do jogo e quero cumprimentá-lo pela vitória de seu time. Pelé sorriu e respondeu, mesmo quebrando o protocolo, porque fora combina do que só João Havelange responderia: - A honra é toda nossa Majestade. Sinto-me feliz por sua Majestade ter distinguido o meu País com uma visita. Espero que tenha gostado de nossa terra...”
“... Depois o diálogo foi cortado pela gritaria dos fotógrafos, todos pedindo para que Pelé e a rainha olhassem para eles.O príncipe Philip permaneceu sorridente ao lado de Pelé e da rainha, enquanto Gérson quase ficava esquecido esperando para receber sua lembrança. Pelé sorria várias vezes e a rainha repetia a entrega da Taça para os fotógrafos. O príncipe, nesse momento, deu um tapinha nas costas de Pelé e fez um gesto como se colocasse uma champanhe na Taça. Pelé sorriu e cumprimentou o príncipe, com um aperto de mão.”
Sobre o memorável encontro, Pelé declarou: “Sinceramente, foi emocionante ser cumprimentado pela rainha e foi sensacional poder rever o príncipe Philip. Ele é um homem muito simpático e educado. É gente, já tenho mais alguma coisa para contar aos meus netinhos.”
Rainha Elizabeth: veja fotos da visita ao Brasil em 1968
Fotos inéditas da rainha Elizabeth II no Brasil em 1968
A rainha visita São Paulo. Em 7 de novembro de 1968 o Museu de Arte de São Paulo, o Masp ganhou um novo endereço. Saiu da sede dos Diários e Emissoras Associadas, na Rua Sete de Abril, região central de São Paulo, onde foi fundado em 1947, e passou a funcionar no famoso prédio futurista, projetado por Lina Bo Bardi, na Avenida Paulista. A inauguração na sede definitiva contou com a ilustre presença da rainha Elizabeth. Convidada de honra, coube à monarca, oficializar a inauguração. Acompanhada pelo presidente da instituição, presidente da instituição, e pelo prefeito da cidade, José Maria Faria Lima, a rainha ficou surpresa ao ver entre a coleção do museu, a obra O Quadro Azul , pintado por seu ex-primeiro-ministro, Winston Churchill. Bardi explicou à rainha que o Brasil foi o primeiro país estrangeiro a expor uma obra de Churchill, em 1942.
Sobre a visita à cidade , o Estadão escreveu: “São Paulo viu ontem a Rainha como se fosse uma velha conhecida. As palmas não eram respeitosas, mas se misturava, aos vivas, gritados bem alto. Os acenos, os aplausos, ganharam espontaneidade (…) É que o povo já sabe agora que o protocolo tão temido só é muito importante nas notícias da imprensa, a rainha, na realidade, é uma mulher simples, sorridente e que gostou daqui...”
Na cidade, o casal real também foi recepcionado no Palácio dos Bandeirantes, visitaram o Museu do Ipiranga, a Escola Britânica e impressionaram-se com a vista do terraço do Edifício Itália.
No final do turbulento ano de 1968, a visita da rainha Elizabeth II ao Brasil foi um respiro em meio às grandes tensões políticas que envolviam o Brasil. Foi a primeira e única vez que um monarca britânico, reinante, visitou o País. Fato histórico e determinante para as boas relações entre as duas Nações, a vinda da rainha era esperada com enorme ansiedade e expectativa, não apenas pela administração do presidente Arthur da Costa e Silva e pelos militares do governo. Uma vez que, com a visita do casal real, a ditadura militar melhorava sua imagem internacional e no âmbito da política interna, pode, por alguns dias, ver pautas positivas tomarem o noticiário nacional. No mês seguinte à visita real, o Brasil começaria a viver o pesadelo do AI-5.
A empolgação com a chegada dos ilustres visitantes era também palpável entre a população, que os aguardavam numa mistura de reverência, euforia e fascínio, revelando o apelo popular que as figuras da rainha e de seu marido, príncipe Philip, duque de Edimburgo, tinham entre a população brasileira. É isso o que mostra a cobertura jornalística do período.
Acompanhada do marido e de sua comitiva – uma equipe composta por 45 pessoas: 35 homens e 10 mulheres, entre civis, militares nobres e plebeus, altos funcionários e servidores domésticos - a rainha passou 11 dias no Brasil, de 1 a 11 de novembro daquele ano.
A chegada foi pela cidade de Recife, onde passaram pouco mais de três horas, de lá partiram para Salvador, a bordo do iate real da Marinha Inglesa, o Britannia. Depois, seguiram para Brasília, São Paulo, Campinas, terminando a viagem no Rio de Janeiro, de onde partiram para o Chile.
Dois momentos destacaram-se na extensa agenda de compromissos oficiais, cheia de recepções, banquetes, cerimônias de condecorações e inaugurações- algumas de vulto como a da pedra fundamental da Ponte Rio- Niterói, no Rio de Janeiro, e do MASP em São Paulo – e de encontros com chefes de Estado, diplomatas, membros de destaque da colônia inglesa no Brasil e personalidades– como Gilberto Freyre, Dom Hélder Câmara, Pietro Maria Bardi e outros. Em ambas as situações, o protocolo pareceu ser ofuscado pela informalidade, acabando por aproximar Elizabeth II do povo e oferecendo à realeza uma amostra da calorosa e festiva hospitalidade típica dos brasileiros.
O primeiro foi em Salvador. Recepcionada pelo então prefeito da capital baiana, Antônio Carlos Magalhães, a rainha visitou o Museu de Arte Sacra, a Igreja de São Francisco, desfilou em carro aberto pela cidade e foi saudada por uma multidão nas ruas. Na rápida visita ao Mercado Modelo, o que pode ser considerada uma brecha no seu esquema de segurança, permitiu que várias pessoas que acompanhava a visitação chegassem bem perto do casal real.
O segundo momento, sem dúvida, um dos mais marcantes de toda a visita, foi quando, em 10 de novembro, os monarcas assistiram uma partida em sua homenagem no Estádio do Maracanã, e puderam ver o rei do futebol em campo.
O jogo, disputado entre paulistas e cariocas e vencido por 3 a 2 pela seleção paulista, foi acompanhado por 105 mil torcedores; 85 mil pagantes e 20 mil crianças. Como contou o Estadão de 12 de novembro de 1968: “Ao final da partida, o casal cumprimentou os “capitães” Pelé e Gérson, entregando ao primeiro, um troféu, e ao segundo, uma medalha comemorativa de sua visita ao Brasil”.
O Jornal da Tardedescreveu em detalhes a ocasião: “Quando o jogo acabou, ninguém ficou olhando para o campo para ver os jogadores se cumprimentando. A torcida virou-se para a tribuna de honra, dando as costas para o campo. É que pouco depois apareceriam Pelé e Gérson, para serem cumprimentados pela rainha Elizabeth, que entregaria a Pelé, capitão da Seleção Paulista uma Taça de prata, toda trabalhada e a Gerson uma medalha de recordação. Os dois jogadores apareceram juntos. As palmas foram muitas quando a rainha desceu as escadas cobertas por um tapete de veludo vermelho, pegou a Taça que estava num pedestal e, sorrindo, encaminhou-se para Pelé...”
“...A taça passava às mãos do rei do futebol, a rainha falou: - Estou muito honrada em lhe conhecer. Gostei muito do jogo e quero cumprimentá-lo pela vitória de seu time. Pelé sorriu e respondeu, mesmo quebrando o protocolo, porque fora combina do que só João Havelange responderia: - A honra é toda nossa Majestade. Sinto-me feliz por sua Majestade ter distinguido o meu País com uma visita. Espero que tenha gostado de nossa terra...”
“... Depois o diálogo foi cortado pela gritaria dos fotógrafos, todos pedindo para que Pelé e a rainha olhassem para eles.O príncipe Philip permaneceu sorridente ao lado de Pelé e da rainha, enquanto Gérson quase ficava esquecido esperando para receber sua lembrança. Pelé sorria várias vezes e a rainha repetia a entrega da Taça para os fotógrafos. O príncipe, nesse momento, deu um tapinha nas costas de Pelé e fez um gesto como se colocasse uma champanhe na Taça. Pelé sorriu e cumprimentou o príncipe, com um aperto de mão.”
Sobre o memorável encontro, Pelé declarou: “Sinceramente, foi emocionante ser cumprimentado pela rainha e foi sensacional poder rever o príncipe Philip. Ele é um homem muito simpático e educado. É gente, já tenho mais alguma coisa para contar aos meus netinhos.”
Rainha Elizabeth: veja fotos da visita ao Brasil em 1968
Fotos inéditas da rainha Elizabeth II no Brasil em 1968
A rainha visita São Paulo. Em 7 de novembro de 1968 o Museu de Arte de São Paulo, o Masp ganhou um novo endereço. Saiu da sede dos Diários e Emissoras Associadas, na Rua Sete de Abril, região central de São Paulo, onde foi fundado em 1947, e passou a funcionar no famoso prédio futurista, projetado por Lina Bo Bardi, na Avenida Paulista. A inauguração na sede definitiva contou com a ilustre presença da rainha Elizabeth. Convidada de honra, coube à monarca, oficializar a inauguração. Acompanhada pelo presidente da instituição, presidente da instituição, e pelo prefeito da cidade, José Maria Faria Lima, a rainha ficou surpresa ao ver entre a coleção do museu, a obra O Quadro Azul , pintado por seu ex-primeiro-ministro, Winston Churchill. Bardi explicou à rainha que o Brasil foi o primeiro país estrangeiro a expor uma obra de Churchill, em 1942.
Sobre a visita à cidade , o Estadão escreveu: “São Paulo viu ontem a Rainha como se fosse uma velha conhecida. As palmas não eram respeitosas, mas se misturava, aos vivas, gritados bem alto. Os acenos, os aplausos, ganharam espontaneidade (…) É que o povo já sabe agora que o protocolo tão temido só é muito importante nas notícias da imprensa, a rainha, na realidade, é uma mulher simples, sorridente e que gostou daqui...”
Na cidade, o casal real também foi recepcionado no Palácio dos Bandeirantes, visitaram o Museu do Ipiranga, a Escola Britânica e impressionaram-se com a vista do terraço do Edifício Itália.