Titãs: relembre formação com 9 integrantes e veja como foi a recepção ao ‘Cabeça Dinossauro’ em 1986


Veja galeria de fotos com todas as formações da banda e leia a reportagem e a crítica sobre o disco que consagrou o grupo

Por Cristal da Rocha
Atualização:

O Titãs faz em 2023 uma série de shows no Allianz Parque na turnê de comemoração aos seus 40 anos. A carreira da banda foi acompanhada desde o seu início pelo Estadão e alguns momentos são aqui relembrados em fotos, textos e páginas originais arquivados no Acervo Estadão ao longo dessas quatro décadas. A primeira formação do Titãs, como “Titãs do Iê Iê” no início dos anos 80, era composta por nove membros. Antes do octeto que se consagraria no panteão do rock brasileiro, o grupo contava com o cantor e compositor Ciro Pessoa, um dos autores do hit ‘Sonífera Ilha’, e André Jung na bateria.

Os músicos Ciro Pessoa e Branco Mello, doTitãs, na redação do Jornal da Tarde em 29 de março de 1983. Um dos fundadores do grupo, Ciro Pessoa [1957-2020] deixou o Titãs antes do lançamento do primeiro disco. Veja a galeria 'Éramos 9'. Foto: Antonio Lucio/Estadão

Com a saída de Ciro e a substituição de Jung, que assumiria as baquetas do Ira!, os Titãs se estabilizaram por anos com a formação clássica: Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto. Veja todas as formações na galeria.

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Titãs: todas as formações e integrantes

1 | 10

Titãs em sua primeira formação

Foto: Divulgação
2 | 10

Segunda formação

Foto: Divulgação
3 | 10

Formação clássica

Foto: Divulgação
4 | 10

Sai Arnaldo

Foto: Vidal Cavalcante/AE
5 | 10

Morte

Foto: Khatia Tamahana/AE
6 | 10

Quinteto

7 | 10

Quarteto.

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
8 | 10

3 + 2

Foto: Silmara Ciuffa/Divulgação Titãs
9 | 10

Oito Titãs e cem mil cabeças

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
10 | 10

Galerias do Acervo

Foto: Acervo

Cabeça Dinossauro

Para quem era fã dos Titãs em 1986 foi necessário abrir a porta e descer a escada do porão escuro para encontrar os oito músicos fazendo um som nervoso: era o disco ‘Cabeça Dinossauro’ chegando nas ondas sonoras do rock brasileiro. Embora tenha provocado um primeiro susto pela da guinada musical do grupo, o disco foi recebido como uma boa surpresa:

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“Cabeça Dinossauro é um soco na cara daqueles que criticam o rock água-com-açúcar. Cabeça Dinossauro é um disco de rock-veneno, um grito” escreveu o crítico Alberto Villas, que ainda completou: “um disco chocante, punk, nervoso e muito curioso. ...É, antes de mais nada, a grande surpresa do ano. A gente ouve a primeira música, a segunda, a terceira, e não consegue achar os Titãs.”

 
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Esse disco de rock-veneno tornaria-se o mais famoso do grupo e de repente, depois de uma porção de músicas simpáticas nos primeiros anos de new-brega-wave, os Titãs entram na vida das pessoas chutando as portas com 13 violentas faixas em Cabeça Dinossauro. A agressividade sonora não vista nos discos anteriores causou certo estranhamento de início, mas não chegou a ser antipatia. Rapidinho estava na boca do povo.

 

Em junho de 1986 a repórter Rosângela Petta conversou com os músicos para entender o que estava passando pela cabeça deles. A conversa rendeu a capa do Caderno 2, onde os oito integrantes comentaram vários aspectos do disco recém-lançado.

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O ano anterior havia sido um ano bastante conturbado para a banda em razão da prisão de Arnaldo Antunes e Tony Bellotto por porte de drogas. A raiva contra o sistema transformou-se em letra de música. Mas não foi só isso que deu uma guinada musical ao grupo. Arnaldo Antunes resumiu o novo trabalho dizendo “É mais invocado esse disco. A gente sempre foi mais agressivo em show, mas os dois primeiros LPs não registram isso.”

O baterista Charles Gavin definiu bem o cenário do rock naquele período e que ajuda a compreender o estranhamento ao disco pesado:

“Logo que o rock se estabeleceu no mercado, as letras eram bem simples, tinha muita gente falando bobagem e a imprensa caiu de pau dizendo que o rock brasileiro era banal, que todo mundo era garotinho de praia. Antes, só Caetano falava a verdade, só os caras da MPB eram conscientes politicamente. E existem grupos que vêm vindo com algo a dizer: Titãs, Inocentes, Legião Urbana, Capital Inicial. Mas, se você faz um trabalho mais pesado , os caras de rádio dizem que é “estranho”. Contradição”.

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Abrindo com as primais ‘Cabeça Dinossauro’ e ‘AA-UU’, o disco trazia uma sequência de músicas contra tudo e contra todos: igreja, polícia, estado, sistema financeiro, família, rotina e seres-humanos em geral. E se alguém não estava contemplado num desses grupos, podia estar entre os que “não fazem nada” agraciados com a faixa ‘Porrada’.

A punk ‘Bichos Escrotos’ funcionou como uma catarse nacional, com um sonoro “vão se fuder” que estava entalado na garganta por anos de censura gritado a plenos pulmões pelo grupo e pelo público.

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Os Titãs em 1986, época do lançamento do disco 'Cabeça Dinossauro'. Foto: Acervo Estadão
 

Em fevereiro, meses antes da capa do Caderno 2, com o disco ainda em gestação, o jornal noticiou o show grupo no Projeto SP e Branco Mello antecipava a guinada no estilo da banda, falando em um “rock mais seco, mais cru” e num som “mais primitivo, mais visceral”. Em dezembro, os Titãs voltariam ao local para comemorar o disco de Ouro recebido pelas 100 mil cópias vendidas.

Era 1986 terminando. O ano-maravilha do rock brasileiro, que ainda teria Lulu Santos, RPM, Paralamas do Sucesso e Legião Urbana lançando discos fundamentais que virariam símbolos de uma década inteira.

 

Titãs

1 | 9

Titãs e o Cabeça Dinossauro

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
2 | 9

Olhos de ressaca

Foto: Mônica Zarattini / Estadão Acervo
3 | 9

Oito Titãs e cem mil cabeças

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
4 | 9

Reflexo

Foto: Mônica Zarattini / Estadão Acervo
5 | 9

Titãs do Iê iê iê

Foto: Fernando Pimentel / Estadão Acervo
6 | 9

Formação clássica

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
7 | 9

Titãs contra os maus espíritos

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
8 | 9

Cabeça, Cabeça Dinossauro

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
9 | 9

Na capa

Foto: Acervo Estadão

Rock brasileiro dos anos 80

1 | 24

Banda Blitz

Foto: EMI
2 | 24

Ultraje a rigor

Foto: João Pires/Estadão
3 | 24

Ritchie

Foto: Fernando Pimentel/Estadão
4 | 24

Léo Jaime e os Miquinhos Amestrados

Foto: Jonas Cunha/Estadão
5 | 24

Banda Metro

Foto: Sidney Corrallo/Estadão
6 | 24

Titãs

Foto: Acervo/Estadão
7 | 24

Paulo Ricardo

Foto: Ana Carolina Fernandes/Estadão
8 | 24

Lobão

Foto: Mônica Zarattini/Estadão
9 | 24

Ratos do Porão

Foto: Luludi/Estadão
10 | 24

Lulu Santos

Foto: Divulgação
11 | 24

Legião Urbana

Foto: Divulgação
12 | 24

Titãs

13 | 24

Ira!

Foto: Paulo Vitale/Estadão
14 | 24

Legião Urbana

Foto: Juvenal Pereira/Estadão
15 | 24

Kid Abelha

Foto: Alexandre Campbell/Estadão
16 | 24

Paralamas do Sucesso

Foto: Maurício Valadares/Estadão
17 | 24

Barão Vermelho

Foto: Mario Leite/Estadão
18 | 24

Revoluções Por Minuto

Foto: José Bassit / Estadão
19 | 24

Camisa de Vênus

Foto: César Diniz/Estadão
20 | 24

Plebe Rude

Foto: Dario de Freitas/Estadão
21 | 24

Supla

Foto: Ana Carolina Fernandes/Estadão
22 | 24

Engenheiros do Hawaii

Foto: Luludi/Estadão
23 | 24

Zero

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
24 | 24

Cazuza lança sua 'Ideologia'

Foto: Ana Carolina Fernandes / Estadão

ACERVO

> Veja o jornal do dia que você nasceu

> Capas históricas

> Todas as edições desde 1875

O Titãs faz em 2023 uma série de shows no Allianz Parque na turnê de comemoração aos seus 40 anos. A carreira da banda foi acompanhada desde o seu início pelo Estadão e alguns momentos são aqui relembrados em fotos, textos e páginas originais arquivados no Acervo Estadão ao longo dessas quatro décadas. A primeira formação do Titãs, como “Titãs do Iê Iê” no início dos anos 80, era composta por nove membros. Antes do octeto que se consagraria no panteão do rock brasileiro, o grupo contava com o cantor e compositor Ciro Pessoa, um dos autores do hit ‘Sonífera Ilha’, e André Jung na bateria.

Os músicos Ciro Pessoa e Branco Mello, doTitãs, na redação do Jornal da Tarde em 29 de março de 1983. Um dos fundadores do grupo, Ciro Pessoa [1957-2020] deixou o Titãs antes do lançamento do primeiro disco. Veja a galeria 'Éramos 9'. Foto: Antonio Lucio/Estadão

Com a saída de Ciro e a substituição de Jung, que assumiria as baquetas do Ira!, os Titãs se estabilizaram por anos com a formação clássica: Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto. Veja todas as formações na galeria.

Titãs: todas as formações e integrantes

1 | 10

Titãs em sua primeira formação

Foto: Divulgação
2 | 10

Segunda formação

Foto: Divulgação
3 | 10

Formação clássica

Foto: Divulgação
4 | 10

Sai Arnaldo

Foto: Vidal Cavalcante/AE
5 | 10

Morte

Foto: Khatia Tamahana/AE
6 | 10

Quinteto

7 | 10

Quarteto.

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
8 | 10

3 + 2

Foto: Silmara Ciuffa/Divulgação Titãs
9 | 10

Oito Titãs e cem mil cabeças

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
10 | 10

Galerias do Acervo

Foto: Acervo

Cabeça Dinossauro

Para quem era fã dos Titãs em 1986 foi necessário abrir a porta e descer a escada do porão escuro para encontrar os oito músicos fazendo um som nervoso: era o disco ‘Cabeça Dinossauro’ chegando nas ondas sonoras do rock brasileiro. Embora tenha provocado um primeiro susto pela da guinada musical do grupo, o disco foi recebido como uma boa surpresa:

“Cabeça Dinossauro é um soco na cara daqueles que criticam o rock água-com-açúcar. Cabeça Dinossauro é um disco de rock-veneno, um grito” escreveu o crítico Alberto Villas, que ainda completou: “um disco chocante, punk, nervoso e muito curioso. ...É, antes de mais nada, a grande surpresa do ano. A gente ouve a primeira música, a segunda, a terceira, e não consegue achar os Titãs.”

 

Esse disco de rock-veneno tornaria-se o mais famoso do grupo e de repente, depois de uma porção de músicas simpáticas nos primeiros anos de new-brega-wave, os Titãs entram na vida das pessoas chutando as portas com 13 violentas faixas em Cabeça Dinossauro. A agressividade sonora não vista nos discos anteriores causou certo estranhamento de início, mas não chegou a ser antipatia. Rapidinho estava na boca do povo.

 

Em junho de 1986 a repórter Rosângela Petta conversou com os músicos para entender o que estava passando pela cabeça deles. A conversa rendeu a capa do Caderno 2, onde os oito integrantes comentaram vários aspectos do disco recém-lançado.

O ano anterior havia sido um ano bastante conturbado para a banda em razão da prisão de Arnaldo Antunes e Tony Bellotto por porte de drogas. A raiva contra o sistema transformou-se em letra de música. Mas não foi só isso que deu uma guinada musical ao grupo. Arnaldo Antunes resumiu o novo trabalho dizendo “É mais invocado esse disco. A gente sempre foi mais agressivo em show, mas os dois primeiros LPs não registram isso.”

O baterista Charles Gavin definiu bem o cenário do rock naquele período e que ajuda a compreender o estranhamento ao disco pesado:

“Logo que o rock se estabeleceu no mercado, as letras eram bem simples, tinha muita gente falando bobagem e a imprensa caiu de pau dizendo que o rock brasileiro era banal, que todo mundo era garotinho de praia. Antes, só Caetano falava a verdade, só os caras da MPB eram conscientes politicamente. E existem grupos que vêm vindo com algo a dizer: Titãs, Inocentes, Legião Urbana, Capital Inicial. Mas, se você faz um trabalho mais pesado , os caras de rádio dizem que é “estranho”. Contradição”.

Abrindo com as primais ‘Cabeça Dinossauro’ e ‘AA-UU’, o disco trazia uma sequência de músicas contra tudo e contra todos: igreja, polícia, estado, sistema financeiro, família, rotina e seres-humanos em geral. E se alguém não estava contemplado num desses grupos, podia estar entre os que “não fazem nada” agraciados com a faixa ‘Porrada’.

A punk ‘Bichos Escrotos’ funcionou como uma catarse nacional, com um sonoro “vão se fuder” que estava entalado na garganta por anos de censura gritado a plenos pulmões pelo grupo e pelo público.

Os Titãs em 1986, época do lançamento do disco 'Cabeça Dinossauro'. Foto: Acervo Estadão
 

Em fevereiro, meses antes da capa do Caderno 2, com o disco ainda em gestação, o jornal noticiou o show grupo no Projeto SP e Branco Mello antecipava a guinada no estilo da banda, falando em um “rock mais seco, mais cru” e num som “mais primitivo, mais visceral”. Em dezembro, os Titãs voltariam ao local para comemorar o disco de Ouro recebido pelas 100 mil cópias vendidas.

Era 1986 terminando. O ano-maravilha do rock brasileiro, que ainda teria Lulu Santos, RPM, Paralamas do Sucesso e Legião Urbana lançando discos fundamentais que virariam símbolos de uma década inteira.

 

Titãs

1 | 9

Titãs e o Cabeça Dinossauro

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
2 | 9

Olhos de ressaca

Foto: Mônica Zarattini / Estadão Acervo
3 | 9

Oito Titãs e cem mil cabeças

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
4 | 9

Reflexo

Foto: Mônica Zarattini / Estadão Acervo
5 | 9

Titãs do Iê iê iê

Foto: Fernando Pimentel / Estadão Acervo
6 | 9

Formação clássica

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
7 | 9

Titãs contra os maus espíritos

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
8 | 9

Cabeça, Cabeça Dinossauro

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
9 | 9

Na capa

Foto: Acervo Estadão

Rock brasileiro dos anos 80

1 | 24

Banda Blitz

Foto: EMI
2 | 24

Ultraje a rigor

Foto: João Pires/Estadão
3 | 24

Ritchie

Foto: Fernando Pimentel/Estadão
4 | 24

Léo Jaime e os Miquinhos Amestrados

Foto: Jonas Cunha/Estadão
5 | 24

Banda Metro

Foto: Sidney Corrallo/Estadão
6 | 24

Titãs

Foto: Acervo/Estadão
7 | 24

Paulo Ricardo

Foto: Ana Carolina Fernandes/Estadão
8 | 24

Lobão

Foto: Mônica Zarattini/Estadão
9 | 24

Ratos do Porão

Foto: Luludi/Estadão
10 | 24

Lulu Santos

Foto: Divulgação
11 | 24

Legião Urbana

Foto: Divulgação
12 | 24

Titãs

13 | 24

Ira!

Foto: Paulo Vitale/Estadão
14 | 24

Legião Urbana

Foto: Juvenal Pereira/Estadão
15 | 24

Kid Abelha

Foto: Alexandre Campbell/Estadão
16 | 24

Paralamas do Sucesso

Foto: Maurício Valadares/Estadão
17 | 24

Barão Vermelho

Foto: Mario Leite/Estadão
18 | 24

Revoluções Por Minuto

Foto: José Bassit / Estadão
19 | 24

Camisa de Vênus

Foto: César Diniz/Estadão
20 | 24

Plebe Rude

Foto: Dario de Freitas/Estadão
21 | 24

Supla

Foto: Ana Carolina Fernandes/Estadão
22 | 24

Engenheiros do Hawaii

Foto: Luludi/Estadão
23 | 24

Zero

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
24 | 24

Cazuza lança sua 'Ideologia'

Foto: Ana Carolina Fernandes / Estadão

ACERVO

> Veja o jornal do dia que você nasceu

> Capas históricas

> Todas as edições desde 1875

O Titãs faz em 2023 uma série de shows no Allianz Parque na turnê de comemoração aos seus 40 anos. A carreira da banda foi acompanhada desde o seu início pelo Estadão e alguns momentos são aqui relembrados em fotos, textos e páginas originais arquivados no Acervo Estadão ao longo dessas quatro décadas. A primeira formação do Titãs, como “Titãs do Iê Iê” no início dos anos 80, era composta por nove membros. Antes do octeto que se consagraria no panteão do rock brasileiro, o grupo contava com o cantor e compositor Ciro Pessoa, um dos autores do hit ‘Sonífera Ilha’, e André Jung na bateria.

Os músicos Ciro Pessoa e Branco Mello, doTitãs, na redação do Jornal da Tarde em 29 de março de 1983. Um dos fundadores do grupo, Ciro Pessoa [1957-2020] deixou o Titãs antes do lançamento do primeiro disco. Veja a galeria 'Éramos 9'. Foto: Antonio Lucio/Estadão

Com a saída de Ciro e a substituição de Jung, que assumiria as baquetas do Ira!, os Titãs se estabilizaram por anos com a formação clássica: Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto. Veja todas as formações na galeria.

Titãs: todas as formações e integrantes

1 | 10

Titãs em sua primeira formação

Foto: Divulgação
2 | 10

Segunda formação

Foto: Divulgação
3 | 10

Formação clássica

Foto: Divulgação
4 | 10

Sai Arnaldo

Foto: Vidal Cavalcante/AE
5 | 10

Morte

Foto: Khatia Tamahana/AE
6 | 10

Quinteto

7 | 10

Quarteto.

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
8 | 10

3 + 2

Foto: Silmara Ciuffa/Divulgação Titãs
9 | 10

Oito Titãs e cem mil cabeças

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
10 | 10

Galerias do Acervo

Foto: Acervo

Cabeça Dinossauro

Para quem era fã dos Titãs em 1986 foi necessário abrir a porta e descer a escada do porão escuro para encontrar os oito músicos fazendo um som nervoso: era o disco ‘Cabeça Dinossauro’ chegando nas ondas sonoras do rock brasileiro. Embora tenha provocado um primeiro susto pela da guinada musical do grupo, o disco foi recebido como uma boa surpresa:

“Cabeça Dinossauro é um soco na cara daqueles que criticam o rock água-com-açúcar. Cabeça Dinossauro é um disco de rock-veneno, um grito” escreveu o crítico Alberto Villas, que ainda completou: “um disco chocante, punk, nervoso e muito curioso. ...É, antes de mais nada, a grande surpresa do ano. A gente ouve a primeira música, a segunda, a terceira, e não consegue achar os Titãs.”

 

Esse disco de rock-veneno tornaria-se o mais famoso do grupo e de repente, depois de uma porção de músicas simpáticas nos primeiros anos de new-brega-wave, os Titãs entram na vida das pessoas chutando as portas com 13 violentas faixas em Cabeça Dinossauro. A agressividade sonora não vista nos discos anteriores causou certo estranhamento de início, mas não chegou a ser antipatia. Rapidinho estava na boca do povo.

 

Em junho de 1986 a repórter Rosângela Petta conversou com os músicos para entender o que estava passando pela cabeça deles. A conversa rendeu a capa do Caderno 2, onde os oito integrantes comentaram vários aspectos do disco recém-lançado.

O ano anterior havia sido um ano bastante conturbado para a banda em razão da prisão de Arnaldo Antunes e Tony Bellotto por porte de drogas. A raiva contra o sistema transformou-se em letra de música. Mas não foi só isso que deu uma guinada musical ao grupo. Arnaldo Antunes resumiu o novo trabalho dizendo “É mais invocado esse disco. A gente sempre foi mais agressivo em show, mas os dois primeiros LPs não registram isso.”

O baterista Charles Gavin definiu bem o cenário do rock naquele período e que ajuda a compreender o estranhamento ao disco pesado:

“Logo que o rock se estabeleceu no mercado, as letras eram bem simples, tinha muita gente falando bobagem e a imprensa caiu de pau dizendo que o rock brasileiro era banal, que todo mundo era garotinho de praia. Antes, só Caetano falava a verdade, só os caras da MPB eram conscientes politicamente. E existem grupos que vêm vindo com algo a dizer: Titãs, Inocentes, Legião Urbana, Capital Inicial. Mas, se você faz um trabalho mais pesado , os caras de rádio dizem que é “estranho”. Contradição”.

Abrindo com as primais ‘Cabeça Dinossauro’ e ‘AA-UU’, o disco trazia uma sequência de músicas contra tudo e contra todos: igreja, polícia, estado, sistema financeiro, família, rotina e seres-humanos em geral. E se alguém não estava contemplado num desses grupos, podia estar entre os que “não fazem nada” agraciados com a faixa ‘Porrada’.

A punk ‘Bichos Escrotos’ funcionou como uma catarse nacional, com um sonoro “vão se fuder” que estava entalado na garganta por anos de censura gritado a plenos pulmões pelo grupo e pelo público.

Os Titãs em 1986, época do lançamento do disco 'Cabeça Dinossauro'. Foto: Acervo Estadão
 

Em fevereiro, meses antes da capa do Caderno 2, com o disco ainda em gestação, o jornal noticiou o show grupo no Projeto SP e Branco Mello antecipava a guinada no estilo da banda, falando em um “rock mais seco, mais cru” e num som “mais primitivo, mais visceral”. Em dezembro, os Titãs voltariam ao local para comemorar o disco de Ouro recebido pelas 100 mil cópias vendidas.

Era 1986 terminando. O ano-maravilha do rock brasileiro, que ainda teria Lulu Santos, RPM, Paralamas do Sucesso e Legião Urbana lançando discos fundamentais que virariam símbolos de uma década inteira.

 

Titãs

1 | 9

Titãs e o Cabeça Dinossauro

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
2 | 9

Olhos de ressaca

Foto: Mônica Zarattini / Estadão Acervo
3 | 9

Oito Titãs e cem mil cabeças

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
4 | 9

Reflexo

Foto: Mônica Zarattini / Estadão Acervo
5 | 9

Titãs do Iê iê iê

Foto: Fernando Pimentel / Estadão Acervo
6 | 9

Formação clássica

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
7 | 9

Titãs contra os maus espíritos

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
8 | 9

Cabeça, Cabeça Dinossauro

Foto: Juvenal Pereira / Estadão Acervo
9 | 9

Na capa

Foto: Acervo Estadão

Rock brasileiro dos anos 80

1 | 24

Banda Blitz

Foto: EMI
2 | 24

Ultraje a rigor

Foto: João Pires/Estadão
3 | 24

Ritchie

Foto: Fernando Pimentel/Estadão
4 | 24

Léo Jaime e os Miquinhos Amestrados

Foto: Jonas Cunha/Estadão
5 | 24

Banda Metro

Foto: Sidney Corrallo/Estadão
6 | 24

Titãs

Foto: Acervo/Estadão
7 | 24

Paulo Ricardo

Foto: Ana Carolina Fernandes/Estadão
8 | 24

Lobão

Foto: Mônica Zarattini/Estadão
9 | 24

Ratos do Porão

Foto: Luludi/Estadão
10 | 24

Lulu Santos

Foto: Divulgação
11 | 24

Legião Urbana

Foto: Divulgação
12 | 24

Titãs

13 | 24

Ira!

Foto: Paulo Vitale/Estadão
14 | 24

Legião Urbana

Foto: Juvenal Pereira/Estadão
15 | 24

Kid Abelha

Foto: Alexandre Campbell/Estadão
16 | 24

Paralamas do Sucesso

Foto: Maurício Valadares/Estadão
17 | 24

Barão Vermelho

Foto: Mario Leite/Estadão
18 | 24

Revoluções Por Minuto

Foto: José Bassit / Estadão
19 | 24

Camisa de Vênus

Foto: César Diniz/Estadão
20 | 24

Plebe Rude

Foto: Dario de Freitas/Estadão
21 | 24

Supla

Foto: Ana Carolina Fernandes/Estadão
22 | 24

Engenheiros do Hawaii

Foto: Luludi/Estadão
23 | 24

Zero

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
24 | 24

Cazuza lança sua 'Ideologia'

Foto: Ana Carolina Fernandes / Estadão

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