Moedas brasileiras


Do escambo ao real

Por Redação
Atualização:

Do escambo entre índios ao real (1500-1994)

VIGÊNCIA DAS MOEDAS BRASILEIRAS 

  rs - Réis -                           até  30/10/1942    Cr$ - Cruzeiro (1) - 01/11/1942 a 12/2/1967 NCr$ - Cruzeiro Novo - 13/2/1967 a 14/5/1970    Cr$ - Cruzeiro (2) - 15/5/1970 a 27/2/1986    Cz$ - Cruzado - 28/2/1986 a 15/1/1989 NCz$ - Cruzado Novo - 16/1/1989 a 15/3/1990    Cr$ - Cruzeiro (3) - 16/3/1990 a 31/7/1993   CR$ - Cruzeiro Real - 1/8/1993 a 30/6/1994     R$ - Real - Desde 1/7/1994

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O dinheiro foi um conceito introduzido no Brasil pelos portugueses, já que os índios, primeiros habitantes do país, viviam uma economia de consumo. Inicialmente o que vigorou nas negociações foi o escambo, troca de um produto pelo outro. Esse costume permaneceu por muitos anos, uma vez que os réis portugueses, moeda em vigor na capital do império, eram escassas. Apesar do escambo ser a prática mais comum, outras  moedas passaram a ser usadas, como o tostão. Cunhada de ouro, ou cobre, teve outros nomes como vintém e cruzado, dependendo da origem. Outro tipo de dinheiro que apareceu em transações foram moedas hispânicas. Durante o domínio espanhol sobre Portugal, entre 1580 e 1640, o Brasil utilizou os “reales” feitos em Potosí na Bolívia, e que eram equivalentes aos réis.

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Com o desenvolvimento do Brasil-colônia, foi ficando cada vez mais frequente o real português nas transações. Porém, o dinheiro usado por aqui provinha das colônias espanholas vizinhas. Outros tipos de moeda apareceram. O Jimbo, concha usada por algumas regiões africanas, chegou junto com os escravos. Um fato curioso aconteceu em 1614, quando o governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, instituiu o açúcar como moeda. Uma arroba (15 kg) de açúcar branco valeria 1.000 réis, uma arroba de mascavo, 640 réis, e outros tipos de produtos valeriam o equivalente a 320 réis. A primeira moeda cunhada no Brasil não foi feita pelos portugueses, mas pelos holandeses que dominaram Pernambuco no século 17. Eles faziam dinheiro para pagar os soldados que serviam a invasão. A Casa da Moeda Brasileira surgiu apenas em 1695, atendendo a demanda do crescimento do comércio interno, e criou os primeiros réis em ouro do Brasil. Estes tinham valores de 1,2 e 4 mil réis, tendo surgido posteriormente uma versão em prata com valores menores. Até a chegada da Família Real, o comércio se restringia às grandes cidades, situadas próximas ao litoral. O interior do país, especialmente Minas Gerais, usava o ouro em pó ou em barra como dinheiro. Nas fazendas o que não era produzido pelos escravos geralmente era trocado sob a forma de escambo. Com a corte no Rio de Janeiro, foi criado o Banco do Brasil e surgiu o papel-moeda nas transações. Seu valor era garantido pelas reservas de ouro do governo. A primeira crise surgiu quando D.João VI retornou para Portugal levando o tesouro e fazendo o papel-moeda brasileiro se desvalorizar. Com a independência em 1822, esse processo se acentuou. A primeira alta no mercado internacional viria apenas em 1911, já com a República. Durante o governo Getúlio Vargas ocorreu a mudança de moeda. A intenção do decreto-lei 4.791, de 5 de outubro de 1942, era controlar a inflação do período, acentuada pela Segunda Guerra Mundial. Com a chegada do Cruzeiro, 1.000 réis passaram a valer 1 cruzeiro. A partir daí a mudança de moeda passou a ser uma ferramenta de controle da inflação, caso esta estivesse disparada. Em 1964, a lei nº 4.511 extinguiu os centavos. Em 1967, durante o governo militar de Artur Costa e Silva, o Cruzeiro, desvalorizado, se transformou em Cruzeiro Novo, valorizado em 1.000%.

O país crescia 9,3% com a política de controle de juros dos ministros Hélio Beltrão e Delfim Netto (Planejamento e Fazenda respectivamente). No mesmo ano foi criado o Banco Central. Era parte do plano de contenção da inflação e do déficit orçamentário. Três anos depois, sofrendo com o crescimento acelerado, o Cruzeiro Novo, estabilizado, volta a ser apenas Cruzeiro, pela resolução 144 de 31 de março de 1970. Em 1986, a desvalorização da moeda faz com que o Cruzado surgisse valendo 1.000 Cruzeiros. Era parte do Plano Cruzado de Sarney que englobou também a abolição da indexação e o congelamento do preço dos aluguéis e do câmbio. Com a inflação atingindo índices altíssimos, a moeda vira Cruzado Novo em 1989. O Cruzeiro voltaria em 90 mas sem alteração, correspondendo a 1 Cruzeiro a 1 Cruzado Novo. A Medida Provisória nº 336, de 1993, estabeleceu o Cruzeiro Real. No fim do ano, foi criado um indexador único, a unidade real de valor (URV). No ano seguinte aconteceria a última mudança com a criação do Real, marco do controle da inflação. Era parte do Plano Real do Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, do governo de Itamar Franco.

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O dinheiro foi um conceito introduzido no Brasil pelos portugueses, já que os índios, primeiros habitantes do país, viviam uma economia de consumo. Inicialmente o que vigorou nas negociações foi o escambo, troca de um produto pelo outro. Esse costume permaneceu por muitos anos, uma vez que os réis portugueses, moeda em vigor na capital do império, eram escassas. Apesar do escambo ser a prática mais comum, outras  moedas passaram a ser usadas, como o tostão. Cunhada de ouro, ou cobre, teve outros nomes como vintém e cruzado, dependendo da origem. Outro tipo de dinheiro que apareceu em transações foram moedas hispânicas. Durante o domínio espanhol sobre Portugal, entre 1580 e 1640, o Brasil utilizou os “reales” feitos em Potosí na Bolívia, e que eram equivalentes aos réis.

Com o desenvolvimento do Brasil-colônia, foi ficando cada vez mais frequente o real português nas transações. Porém, o dinheiro usado por aqui provinha das colônias espanholas vizinhas. Outros tipos de moeda apareceram. O Jimbo, concha usada por algumas regiões africanas, chegou junto com os escravos. Um fato curioso aconteceu em 1614, quando o governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, instituiu o açúcar como moeda. Uma arroba (15 kg) de açúcar branco valeria 1.000 réis, uma arroba de mascavo, 640 réis, e outros tipos de produtos valeriam o equivalente a 320 réis. A primeira moeda cunhada no Brasil não foi feita pelos portugueses, mas pelos holandeses que dominaram Pernambuco no século 17. Eles faziam dinheiro para pagar os soldados que serviam a invasão. A Casa da Moeda Brasileira surgiu apenas em 1695, atendendo a demanda do crescimento do comércio interno, e criou os primeiros réis em ouro do Brasil. Estes tinham valores de 1,2 e 4 mil réis, tendo surgido posteriormente uma versão em prata com valores menores. Até a chegada da Família Real, o comércio se restringia às grandes cidades, situadas próximas ao litoral. O interior do país, especialmente Minas Gerais, usava o ouro em pó ou em barra como dinheiro. Nas fazendas o que não era produzido pelos escravos geralmente era trocado sob a forma de escambo. Com a corte no Rio de Janeiro, foi criado o Banco do Brasil e surgiu o papel-moeda nas transações. Seu valor era garantido pelas reservas de ouro do governo. A primeira crise surgiu quando D.João VI retornou para Portugal levando o tesouro e fazendo o papel-moeda brasileiro se desvalorizar. Com a independência em 1822, esse processo se acentuou. A primeira alta no mercado internacional viria apenas em 1911, já com a República. Durante o governo Getúlio Vargas ocorreu a mudança de moeda. A intenção do decreto-lei 4.791, de 5 de outubro de 1942, era controlar a inflação do período, acentuada pela Segunda Guerra Mundial. Com a chegada do Cruzeiro, 1.000 réis passaram a valer 1 cruzeiro. A partir daí a mudança de moeda passou a ser uma ferramenta de controle da inflação, caso esta estivesse disparada. Em 1964, a lei nº 4.511 extinguiu os centavos. Em 1967, durante o governo militar de Artur Costa e Silva, o Cruzeiro, desvalorizado, se transformou em Cruzeiro Novo, valorizado em 1.000%.

O país crescia 9,3% com a política de controle de juros dos ministros Hélio Beltrão e Delfim Netto (Planejamento e Fazenda respectivamente). No mesmo ano foi criado o Banco Central. Era parte do plano de contenção da inflação e do déficit orçamentário. Três anos depois, sofrendo com o crescimento acelerado, o Cruzeiro Novo, estabilizado, volta a ser apenas Cruzeiro, pela resolução 144 de 31 de março de 1970. Em 1986, a desvalorização da moeda faz com que o Cruzado surgisse valendo 1.000 Cruzeiros. Era parte do Plano Cruzado de Sarney que englobou também a abolição da indexação e o congelamento do preço dos aluguéis e do câmbio. Com a inflação atingindo índices altíssimos, a moeda vira Cruzado Novo em 1989. O Cruzeiro voltaria em 90 mas sem alteração, correspondendo a 1 Cruzeiro a 1 Cruzado Novo. A Medida Provisória nº 336, de 1993, estabeleceu o Cruzeiro Real. No fim do ano, foi criado um indexador único, a unidade real de valor (URV). No ano seguinte aconteceria a última mudança com a criação do Real, marco do controle da inflação. Era parte do Plano Real do Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, do governo de Itamar Franco.

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O dinheiro foi um conceito introduzido no Brasil pelos portugueses, já que os índios, primeiros habitantes do país, viviam uma economia de consumo. Inicialmente o que vigorou nas negociações foi o escambo, troca de um produto pelo outro. Esse costume permaneceu por muitos anos, uma vez que os réis portugueses, moeda em vigor na capital do império, eram escassas. Apesar do escambo ser a prática mais comum, outras  moedas passaram a ser usadas, como o tostão. Cunhada de ouro, ou cobre, teve outros nomes como vintém e cruzado, dependendo da origem. Outro tipo de dinheiro que apareceu em transações foram moedas hispânicas. Durante o domínio espanhol sobre Portugal, entre 1580 e 1640, o Brasil utilizou os “reales” feitos em Potosí na Bolívia, e que eram equivalentes aos réis.

Com o desenvolvimento do Brasil-colônia, foi ficando cada vez mais frequente o real português nas transações. Porém, o dinheiro usado por aqui provinha das colônias espanholas vizinhas. Outros tipos de moeda apareceram. O Jimbo, concha usada por algumas regiões africanas, chegou junto com os escravos. Um fato curioso aconteceu em 1614, quando o governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, instituiu o açúcar como moeda. Uma arroba (15 kg) de açúcar branco valeria 1.000 réis, uma arroba de mascavo, 640 réis, e outros tipos de produtos valeriam o equivalente a 320 réis. A primeira moeda cunhada no Brasil não foi feita pelos portugueses, mas pelos holandeses que dominaram Pernambuco no século 17. Eles faziam dinheiro para pagar os soldados que serviam a invasão. A Casa da Moeda Brasileira surgiu apenas em 1695, atendendo a demanda do crescimento do comércio interno, e criou os primeiros réis em ouro do Brasil. Estes tinham valores de 1,2 e 4 mil réis, tendo surgido posteriormente uma versão em prata com valores menores. Até a chegada da Família Real, o comércio se restringia às grandes cidades, situadas próximas ao litoral. O interior do país, especialmente Minas Gerais, usava o ouro em pó ou em barra como dinheiro. Nas fazendas o que não era produzido pelos escravos geralmente era trocado sob a forma de escambo. Com a corte no Rio de Janeiro, foi criado o Banco do Brasil e surgiu o papel-moeda nas transações. Seu valor era garantido pelas reservas de ouro do governo. A primeira crise surgiu quando D.João VI retornou para Portugal levando o tesouro e fazendo o papel-moeda brasileiro se desvalorizar. Com a independência em 1822, esse processo se acentuou. A primeira alta no mercado internacional viria apenas em 1911, já com a República. Durante o governo Getúlio Vargas ocorreu a mudança de moeda. A intenção do decreto-lei 4.791, de 5 de outubro de 1942, era controlar a inflação do período, acentuada pela Segunda Guerra Mundial. Com a chegada do Cruzeiro, 1.000 réis passaram a valer 1 cruzeiro. A partir daí a mudança de moeda passou a ser uma ferramenta de controle da inflação, caso esta estivesse disparada. Em 1964, a lei nº 4.511 extinguiu os centavos. Em 1967, durante o governo militar de Artur Costa e Silva, o Cruzeiro, desvalorizado, se transformou em Cruzeiro Novo, valorizado em 1.000%.

O país crescia 9,3% com a política de controle de juros dos ministros Hélio Beltrão e Delfim Netto (Planejamento e Fazenda respectivamente). No mesmo ano foi criado o Banco Central. Era parte do plano de contenção da inflação e do déficit orçamentário. Três anos depois, sofrendo com o crescimento acelerado, o Cruzeiro Novo, estabilizado, volta a ser apenas Cruzeiro, pela resolução 144 de 31 de março de 1970. Em 1986, a desvalorização da moeda faz com que o Cruzado surgisse valendo 1.000 Cruzeiros. Era parte do Plano Cruzado de Sarney que englobou também a abolição da indexação e o congelamento do preço dos aluguéis e do câmbio. Com a inflação atingindo índices altíssimos, a moeda vira Cruzado Novo em 1989. O Cruzeiro voltaria em 90 mas sem alteração, correspondendo a 1 Cruzeiro a 1 Cruzado Novo. A Medida Provisória nº 336, de 1993, estabeleceu o Cruzeiro Real. No fim do ano, foi criado um indexador único, a unidade real de valor (URV). No ano seguinte aconteceria a última mudança com a criação do Real, marco do controle da inflação. Era parte do Plano Real do Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, do governo de Itamar Franco.

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O dinheiro foi um conceito introduzido no Brasil pelos portugueses, já que os índios, primeiros habitantes do país, viviam uma economia de consumo. Inicialmente o que vigorou nas negociações foi o escambo, troca de um produto pelo outro. Esse costume permaneceu por muitos anos, uma vez que os réis portugueses, moeda em vigor na capital do império, eram escassas. Apesar do escambo ser a prática mais comum, outras  moedas passaram a ser usadas, como o tostão. Cunhada de ouro, ou cobre, teve outros nomes como vintém e cruzado, dependendo da origem. Outro tipo de dinheiro que apareceu em transações foram moedas hispânicas. Durante o domínio espanhol sobre Portugal, entre 1580 e 1640, o Brasil utilizou os “reales” feitos em Potosí na Bolívia, e que eram equivalentes aos réis.

Com o desenvolvimento do Brasil-colônia, foi ficando cada vez mais frequente o real português nas transações. Porém, o dinheiro usado por aqui provinha das colônias espanholas vizinhas. Outros tipos de moeda apareceram. O Jimbo, concha usada por algumas regiões africanas, chegou junto com os escravos. Um fato curioso aconteceu em 1614, quando o governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, instituiu o açúcar como moeda. Uma arroba (15 kg) de açúcar branco valeria 1.000 réis, uma arroba de mascavo, 640 réis, e outros tipos de produtos valeriam o equivalente a 320 réis. A primeira moeda cunhada no Brasil não foi feita pelos portugueses, mas pelos holandeses que dominaram Pernambuco no século 17. Eles faziam dinheiro para pagar os soldados que serviam a invasão. A Casa da Moeda Brasileira surgiu apenas em 1695, atendendo a demanda do crescimento do comércio interno, e criou os primeiros réis em ouro do Brasil. Estes tinham valores de 1,2 e 4 mil réis, tendo surgido posteriormente uma versão em prata com valores menores. Até a chegada da Família Real, o comércio se restringia às grandes cidades, situadas próximas ao litoral. O interior do país, especialmente Minas Gerais, usava o ouro em pó ou em barra como dinheiro. Nas fazendas o que não era produzido pelos escravos geralmente era trocado sob a forma de escambo. Com a corte no Rio de Janeiro, foi criado o Banco do Brasil e surgiu o papel-moeda nas transações. Seu valor era garantido pelas reservas de ouro do governo. A primeira crise surgiu quando D.João VI retornou para Portugal levando o tesouro e fazendo o papel-moeda brasileiro se desvalorizar. Com a independência em 1822, esse processo se acentuou. A primeira alta no mercado internacional viria apenas em 1911, já com a República. Durante o governo Getúlio Vargas ocorreu a mudança de moeda. A intenção do decreto-lei 4.791, de 5 de outubro de 1942, era controlar a inflação do período, acentuada pela Segunda Guerra Mundial. Com a chegada do Cruzeiro, 1.000 réis passaram a valer 1 cruzeiro. A partir daí a mudança de moeda passou a ser uma ferramenta de controle da inflação, caso esta estivesse disparada. Em 1964, a lei nº 4.511 extinguiu os centavos. Em 1967, durante o governo militar de Artur Costa e Silva, o Cruzeiro, desvalorizado, se transformou em Cruzeiro Novo, valorizado em 1.000%.

O país crescia 9,3% com a política de controle de juros dos ministros Hélio Beltrão e Delfim Netto (Planejamento e Fazenda respectivamente). No mesmo ano foi criado o Banco Central. Era parte do plano de contenção da inflação e do déficit orçamentário. Três anos depois, sofrendo com o crescimento acelerado, o Cruzeiro Novo, estabilizado, volta a ser apenas Cruzeiro, pela resolução 144 de 31 de março de 1970. Em 1986, a desvalorização da moeda faz com que o Cruzado surgisse valendo 1.000 Cruzeiros. Era parte do Plano Cruzado de Sarney que englobou também a abolição da indexação e o congelamento do preço dos aluguéis e do câmbio. Com a inflação atingindo índices altíssimos, a moeda vira Cruzado Novo em 1989. O Cruzeiro voltaria em 90 mas sem alteração, correspondendo a 1 Cruzeiro a 1 Cruzado Novo. A Medida Provisória nº 336, de 1993, estabeleceu o Cruzeiro Real. No fim do ano, foi criado um indexador único, a unidade real de valor (URV). No ano seguinte aconteceria a última mudança com a criação do Real, marco do controle da inflação. Era parte do Plano Real do Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, do governo de Itamar Franco.

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