Vaquinha bancou atletas brasileiros na Olimpíada de 1924 em Paris


Com corte de verba do governo federal, campanha para financiar viagem de atletas à capital francesa teve apoio de pessoas, entidades e empresas, entre elas o Estadão

Por Acervo Estadão
Atualização:

“O Brasil na Olympiada de Pariz. Uma iniciativa digna de apoio”. Assim, por alguns dias seguidos no fim de maio de 1924, o Estadão divulgou nas páginas do jornal uma campanha de arrecadação de recursos promovida pela Federação Paulista de Athletismo junto à sociedade para financiar a ida de uma equipe de atletas brasileiros para as Olimpíadas de Paris naquele ano.

A campanha foi criada pela entidade esportiva estadual depois que o governo federal do presidente Artur Bernardes cortou o auxílio de 350 contos de réis aprovado pelo Congresso Nacional para que o Brasil fosse representado nos Jogos de Paris em diversas modalidades esportivas.

Estadão - 23 de maio de 1924

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Notícia publicada em 23 de maio de 1924 com lista de doadores de recursos, entre eles o jornal Estadão, para atletas brasileiros viajarem para a Olimpíada de Paris. Foto: Acervo Estadão

Na época chamada de “subscripção particular”, a vaquinha contou com a doação de pessoas, entidades esportivas e sociais, bancos, os jornais O Estado de S. Paulo e Folha da Noite, empresas como as indústrias Matarazzo, e a Prefeitura de São Paulo, a maior doadora junto com o político e empresário e político Antonio Prado Júnior.

“Tem despertado grande interesse a iniciativa da Federação Paulista de Athletismo no sentido de enviar a Pariz, afim de representar o Brasil na VIII Olympiada, uma turma de athletas brasileiros, para o que está angariando, por meio de subscripção particular, os necessarios recursos que se destinam ao custeio das despesas de viagem e de estada da nossa delegação na França”, dizia o informe de 22 de maio. “Na Casa Carvalho Filho, á rua São Bento n. 33-A serão acceitas quaesquer contribuições para esta lista. Telephone: Central. 2124.

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A cada dia, a lista de contribuições atualizada com novos aportes e nome dos doadores era publicada no jornal, que no final convidava os leitores a também contribuir:

O povo de São Paulo, tão generoso em favor das iniciativas realmente úteis para a colectividade, está compreendendo bem a importância e o alcance dos esforços da Federação Paulista de Atletismo para que o Brasil não deixe de ser representado na Olimpíada de Paris e assim lhe vem prestando significativo apoio”, dizia a edição de 23 de maio de 1924 do Estadão.

“Está sendo bem comprehendido e apoiado o esforço da Federação Paulista de Atrhletismo no sentido de evitar ao nosso paíz os dessabores que lhe traria uma completa abstenção”, escreveu o jornal no dia seguinte.

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Uniformes e máquina de escrever

As doações para a modesto time olímpico brasileiro não se limitaram a dinheiro para a viagem. Equipamentos, uniformes e até uma máquina de escrever foram doadas para a equipe de sete atletas, um técnico e dois dirigentes.

“Ao Esporte Nacional” forneceu as camisas para os “athletas que vão representar o Brasil na olympiada de Pariz.” “Em cada uma dessas camisas, de côr branca, como é de praxe para os esportes athleticos, há, na parte central do peito, o globo azul estrellado da bandeira brasileira, cortado pela faixa branca com o lemma “Ordem e Progresso”. Por cima do globo, em letras das côres nacionaes, lê-se a palavra “Brasil”.

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Os calções foram doados pela Casa Fuchs, que também contribuiu nas doações da campanha. Uma máquina de escrever “Remington " portátil foi presenteada à federação pela Casa Pratt, para auxiliar no “trabalho de redacção de cartas, notícias, informações , etc, que incumbe sempre a uma delegação esportiva no estrangeiro.”

As passagens de navio da delegação, que viajou num vapor da Lloyd Real Hollandesa, agenciada pela Sociedade Anonima Martinelli, foram adquiridas com “excepcionais vantagens e facilidades, a título de contribuição para o êxito da representação do Brasil no grande certame”, informou o jornal na edição de 25 de maio.

Longa viagem marítima

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Naquele dia, o jornal também noticiou os nomes dos integrantes da equipe e como seria a longa viagem de navio rumo a Paris dali dois dias, a data das competição e a volta por mais 15 dias de travessia atlântica:

“Depois de amanhan, terça-feira, sahirá desta capital para Santos, pelo trem das 8 horas, a delegação de athletismo que vae representar o Brasil na VIII olympiada, a se realizar em Pariz.

Essa delegação está asssim constituída:

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Chefe - Dr. Americo R. Netto; secretario - A. J. Byington Junior; athletas - Guiilherme Seewald, Eurico Teixeira de Freitas, Alvaro de OLiveira Ribeiro, José Galimberti, Octavio Zani, Narciso Costa e Alfredo Gomes; treinador - A. J. Hogarty.

A delegação embarcará pelo vapor “Orania”... ...O “Orania chegará a Chemrburgo nos útimos dias da primeira quinzena de Junho, o que dá aos nossos athetas um repouso de cerca de três semanas antes de entrarem na primeira prova, a ser disputada no dia 5 de Julho.

No dia 13 de julho será disputada a última prova, regressando a delegação pelo “Gelria”, que deixará Cherburgo a 17 de Julho, aqui chegando nos primeiros dias de Agosto.

ACERVO

“O Brasil na Olympiada de Pariz. Uma iniciativa digna de apoio”. Assim, por alguns dias seguidos no fim de maio de 1924, o Estadão divulgou nas páginas do jornal uma campanha de arrecadação de recursos promovida pela Federação Paulista de Athletismo junto à sociedade para financiar a ida de uma equipe de atletas brasileiros para as Olimpíadas de Paris naquele ano.

A campanha foi criada pela entidade esportiva estadual depois que o governo federal do presidente Artur Bernardes cortou o auxílio de 350 contos de réis aprovado pelo Congresso Nacional para que o Brasil fosse representado nos Jogos de Paris em diversas modalidades esportivas.

Estadão - 23 de maio de 1924

Notícia publicada em 23 de maio de 1924 com lista de doadores de recursos, entre eles o jornal Estadão, para atletas brasileiros viajarem para a Olimpíada de Paris. Foto: Acervo Estadão

Na época chamada de “subscripção particular”, a vaquinha contou com a doação de pessoas, entidades esportivas e sociais, bancos, os jornais O Estado de S. Paulo e Folha da Noite, empresas como as indústrias Matarazzo, e a Prefeitura de São Paulo, a maior doadora junto com o político e empresário e político Antonio Prado Júnior.

“Tem despertado grande interesse a iniciativa da Federação Paulista de Athletismo no sentido de enviar a Pariz, afim de representar o Brasil na VIII Olympiada, uma turma de athletas brasileiros, para o que está angariando, por meio de subscripção particular, os necessarios recursos que se destinam ao custeio das despesas de viagem e de estada da nossa delegação na França”, dizia o informe de 22 de maio. “Na Casa Carvalho Filho, á rua São Bento n. 33-A serão acceitas quaesquer contribuições para esta lista. Telephone: Central. 2124.

A cada dia, a lista de contribuições atualizada com novos aportes e nome dos doadores era publicada no jornal, que no final convidava os leitores a também contribuir:

O povo de São Paulo, tão generoso em favor das iniciativas realmente úteis para a colectividade, está compreendendo bem a importância e o alcance dos esforços da Federação Paulista de Atletismo para que o Brasil não deixe de ser representado na Olimpíada de Paris e assim lhe vem prestando significativo apoio”, dizia a edição de 23 de maio de 1924 do Estadão.

“Está sendo bem comprehendido e apoiado o esforço da Federação Paulista de Atrhletismo no sentido de evitar ao nosso paíz os dessabores que lhe traria uma completa abstenção”, escreveu o jornal no dia seguinte.

Uniformes e máquina de escrever

As doações para a modesto time olímpico brasileiro não se limitaram a dinheiro para a viagem. Equipamentos, uniformes e até uma máquina de escrever foram doadas para a equipe de sete atletas, um técnico e dois dirigentes.

“Ao Esporte Nacional” forneceu as camisas para os “athletas que vão representar o Brasil na olympiada de Pariz.” “Em cada uma dessas camisas, de côr branca, como é de praxe para os esportes athleticos, há, na parte central do peito, o globo azul estrellado da bandeira brasileira, cortado pela faixa branca com o lemma “Ordem e Progresso”. Por cima do globo, em letras das côres nacionaes, lê-se a palavra “Brasil”.

Os calções foram doados pela Casa Fuchs, que também contribuiu nas doações da campanha. Uma máquina de escrever “Remington " portátil foi presenteada à federação pela Casa Pratt, para auxiliar no “trabalho de redacção de cartas, notícias, informações , etc, que incumbe sempre a uma delegação esportiva no estrangeiro.”

As passagens de navio da delegação, que viajou num vapor da Lloyd Real Hollandesa, agenciada pela Sociedade Anonima Martinelli, foram adquiridas com “excepcionais vantagens e facilidades, a título de contribuição para o êxito da representação do Brasil no grande certame”, informou o jornal na edição de 25 de maio.

Longa viagem marítima

Naquele dia, o jornal também noticiou os nomes dos integrantes da equipe e como seria a longa viagem de navio rumo a Paris dali dois dias, a data das competição e a volta por mais 15 dias de travessia atlântica:

“Depois de amanhan, terça-feira, sahirá desta capital para Santos, pelo trem das 8 horas, a delegação de athletismo que vae representar o Brasil na VIII olympiada, a se realizar em Pariz.

Essa delegação está asssim constituída:

Chefe - Dr. Americo R. Netto; secretario - A. J. Byington Junior; athletas - Guiilherme Seewald, Eurico Teixeira de Freitas, Alvaro de OLiveira Ribeiro, José Galimberti, Octavio Zani, Narciso Costa e Alfredo Gomes; treinador - A. J. Hogarty.

A delegação embarcará pelo vapor “Orania”... ...O “Orania chegará a Chemrburgo nos útimos dias da primeira quinzena de Junho, o que dá aos nossos athetas um repouso de cerca de três semanas antes de entrarem na primeira prova, a ser disputada no dia 5 de Julho.

No dia 13 de julho será disputada a última prova, regressando a delegação pelo “Gelria”, que deixará Cherburgo a 17 de Julho, aqui chegando nos primeiros dias de Agosto.

ACERVO

“O Brasil na Olympiada de Pariz. Uma iniciativa digna de apoio”. Assim, por alguns dias seguidos no fim de maio de 1924, o Estadão divulgou nas páginas do jornal uma campanha de arrecadação de recursos promovida pela Federação Paulista de Athletismo junto à sociedade para financiar a ida de uma equipe de atletas brasileiros para as Olimpíadas de Paris naquele ano.

A campanha foi criada pela entidade esportiva estadual depois que o governo federal do presidente Artur Bernardes cortou o auxílio de 350 contos de réis aprovado pelo Congresso Nacional para que o Brasil fosse representado nos Jogos de Paris em diversas modalidades esportivas.

Estadão - 23 de maio de 1924

Notícia publicada em 23 de maio de 1924 com lista de doadores de recursos, entre eles o jornal Estadão, para atletas brasileiros viajarem para a Olimpíada de Paris. Foto: Acervo Estadão

Na época chamada de “subscripção particular”, a vaquinha contou com a doação de pessoas, entidades esportivas e sociais, bancos, os jornais O Estado de S. Paulo e Folha da Noite, empresas como as indústrias Matarazzo, e a Prefeitura de São Paulo, a maior doadora junto com o político e empresário e político Antonio Prado Júnior.

“Tem despertado grande interesse a iniciativa da Federação Paulista de Athletismo no sentido de enviar a Pariz, afim de representar o Brasil na VIII Olympiada, uma turma de athletas brasileiros, para o que está angariando, por meio de subscripção particular, os necessarios recursos que se destinam ao custeio das despesas de viagem e de estada da nossa delegação na França”, dizia o informe de 22 de maio. “Na Casa Carvalho Filho, á rua São Bento n. 33-A serão acceitas quaesquer contribuições para esta lista. Telephone: Central. 2124.

A cada dia, a lista de contribuições atualizada com novos aportes e nome dos doadores era publicada no jornal, que no final convidava os leitores a também contribuir:

O povo de São Paulo, tão generoso em favor das iniciativas realmente úteis para a colectividade, está compreendendo bem a importância e o alcance dos esforços da Federação Paulista de Atletismo para que o Brasil não deixe de ser representado na Olimpíada de Paris e assim lhe vem prestando significativo apoio”, dizia a edição de 23 de maio de 1924 do Estadão.

“Está sendo bem comprehendido e apoiado o esforço da Federação Paulista de Atrhletismo no sentido de evitar ao nosso paíz os dessabores que lhe traria uma completa abstenção”, escreveu o jornal no dia seguinte.

Uniformes e máquina de escrever

As doações para a modesto time olímpico brasileiro não se limitaram a dinheiro para a viagem. Equipamentos, uniformes e até uma máquina de escrever foram doadas para a equipe de sete atletas, um técnico e dois dirigentes.

“Ao Esporte Nacional” forneceu as camisas para os “athletas que vão representar o Brasil na olympiada de Pariz.” “Em cada uma dessas camisas, de côr branca, como é de praxe para os esportes athleticos, há, na parte central do peito, o globo azul estrellado da bandeira brasileira, cortado pela faixa branca com o lemma “Ordem e Progresso”. Por cima do globo, em letras das côres nacionaes, lê-se a palavra “Brasil”.

Os calções foram doados pela Casa Fuchs, que também contribuiu nas doações da campanha. Uma máquina de escrever “Remington " portátil foi presenteada à federação pela Casa Pratt, para auxiliar no “trabalho de redacção de cartas, notícias, informações , etc, que incumbe sempre a uma delegação esportiva no estrangeiro.”

As passagens de navio da delegação, que viajou num vapor da Lloyd Real Hollandesa, agenciada pela Sociedade Anonima Martinelli, foram adquiridas com “excepcionais vantagens e facilidades, a título de contribuição para o êxito da representação do Brasil no grande certame”, informou o jornal na edição de 25 de maio.

Longa viagem marítima

Naquele dia, o jornal também noticiou os nomes dos integrantes da equipe e como seria a longa viagem de navio rumo a Paris dali dois dias, a data das competição e a volta por mais 15 dias de travessia atlântica:

“Depois de amanhan, terça-feira, sahirá desta capital para Santos, pelo trem das 8 horas, a delegação de athletismo que vae representar o Brasil na VIII olympiada, a se realizar em Pariz.

Essa delegação está asssim constituída:

Chefe - Dr. Americo R. Netto; secretario - A. J. Byington Junior; athletas - Guiilherme Seewald, Eurico Teixeira de Freitas, Alvaro de OLiveira Ribeiro, José Galimberti, Octavio Zani, Narciso Costa e Alfredo Gomes; treinador - A. J. Hogarty.

A delegação embarcará pelo vapor “Orania”... ...O “Orania chegará a Chemrburgo nos útimos dias da primeira quinzena de Junho, o que dá aos nossos athetas um repouso de cerca de três semanas antes de entrarem na primeira prova, a ser disputada no dia 5 de Julho.

No dia 13 de julho será disputada a última prova, regressando a delegação pelo “Gelria”, que deixará Cherburgo a 17 de Julho, aqui chegando nos primeiros dias de Agosto.

ACERVO

“O Brasil na Olympiada de Pariz. Uma iniciativa digna de apoio”. Assim, por alguns dias seguidos no fim de maio de 1924, o Estadão divulgou nas páginas do jornal uma campanha de arrecadação de recursos promovida pela Federação Paulista de Athletismo junto à sociedade para financiar a ida de uma equipe de atletas brasileiros para as Olimpíadas de Paris naquele ano.

A campanha foi criada pela entidade esportiva estadual depois que o governo federal do presidente Artur Bernardes cortou o auxílio de 350 contos de réis aprovado pelo Congresso Nacional para que o Brasil fosse representado nos Jogos de Paris em diversas modalidades esportivas.

Estadão - 23 de maio de 1924

Notícia publicada em 23 de maio de 1924 com lista de doadores de recursos, entre eles o jornal Estadão, para atletas brasileiros viajarem para a Olimpíada de Paris. Foto: Acervo Estadão

Na época chamada de “subscripção particular”, a vaquinha contou com a doação de pessoas, entidades esportivas e sociais, bancos, os jornais O Estado de S. Paulo e Folha da Noite, empresas como as indústrias Matarazzo, e a Prefeitura de São Paulo, a maior doadora junto com o político e empresário e político Antonio Prado Júnior.

“Tem despertado grande interesse a iniciativa da Federação Paulista de Athletismo no sentido de enviar a Pariz, afim de representar o Brasil na VIII Olympiada, uma turma de athletas brasileiros, para o que está angariando, por meio de subscripção particular, os necessarios recursos que se destinam ao custeio das despesas de viagem e de estada da nossa delegação na França”, dizia o informe de 22 de maio. “Na Casa Carvalho Filho, á rua São Bento n. 33-A serão acceitas quaesquer contribuições para esta lista. Telephone: Central. 2124.

A cada dia, a lista de contribuições atualizada com novos aportes e nome dos doadores era publicada no jornal, que no final convidava os leitores a também contribuir:

O povo de São Paulo, tão generoso em favor das iniciativas realmente úteis para a colectividade, está compreendendo bem a importância e o alcance dos esforços da Federação Paulista de Atletismo para que o Brasil não deixe de ser representado na Olimpíada de Paris e assim lhe vem prestando significativo apoio”, dizia a edição de 23 de maio de 1924 do Estadão.

“Está sendo bem comprehendido e apoiado o esforço da Federação Paulista de Atrhletismo no sentido de evitar ao nosso paíz os dessabores que lhe traria uma completa abstenção”, escreveu o jornal no dia seguinte.

Uniformes e máquina de escrever

As doações para a modesto time olímpico brasileiro não se limitaram a dinheiro para a viagem. Equipamentos, uniformes e até uma máquina de escrever foram doadas para a equipe de sete atletas, um técnico e dois dirigentes.

“Ao Esporte Nacional” forneceu as camisas para os “athletas que vão representar o Brasil na olympiada de Pariz.” “Em cada uma dessas camisas, de côr branca, como é de praxe para os esportes athleticos, há, na parte central do peito, o globo azul estrellado da bandeira brasileira, cortado pela faixa branca com o lemma “Ordem e Progresso”. Por cima do globo, em letras das côres nacionaes, lê-se a palavra “Brasil”.

Os calções foram doados pela Casa Fuchs, que também contribuiu nas doações da campanha. Uma máquina de escrever “Remington " portátil foi presenteada à federação pela Casa Pratt, para auxiliar no “trabalho de redacção de cartas, notícias, informações , etc, que incumbe sempre a uma delegação esportiva no estrangeiro.”

As passagens de navio da delegação, que viajou num vapor da Lloyd Real Hollandesa, agenciada pela Sociedade Anonima Martinelli, foram adquiridas com “excepcionais vantagens e facilidades, a título de contribuição para o êxito da representação do Brasil no grande certame”, informou o jornal na edição de 25 de maio.

Longa viagem marítima

Naquele dia, o jornal também noticiou os nomes dos integrantes da equipe e como seria a longa viagem de navio rumo a Paris dali dois dias, a data das competição e a volta por mais 15 dias de travessia atlântica:

“Depois de amanhan, terça-feira, sahirá desta capital para Santos, pelo trem das 8 horas, a delegação de athletismo que vae representar o Brasil na VIII olympiada, a se realizar em Pariz.

Essa delegação está asssim constituída:

Chefe - Dr. Americo R. Netto; secretario - A. J. Byington Junior; athletas - Guiilherme Seewald, Eurico Teixeira de Freitas, Alvaro de OLiveira Ribeiro, José Galimberti, Octavio Zani, Narciso Costa e Alfredo Gomes; treinador - A. J. Hogarty.

A delegação embarcará pelo vapor “Orania”... ...O “Orania chegará a Chemrburgo nos útimos dias da primeira quinzena de Junho, o que dá aos nossos athetas um repouso de cerca de três semanas antes de entrarem na primeira prova, a ser disputada no dia 5 de Julho.

No dia 13 de julho será disputada a última prova, regressando a delegação pelo “Gelria”, que deixará Cherburgo a 17 de Julho, aqui chegando nos primeiros dias de Agosto.

ACERVO

“O Brasil na Olympiada de Pariz. Uma iniciativa digna de apoio”. Assim, por alguns dias seguidos no fim de maio de 1924, o Estadão divulgou nas páginas do jornal uma campanha de arrecadação de recursos promovida pela Federação Paulista de Athletismo junto à sociedade para financiar a ida de uma equipe de atletas brasileiros para as Olimpíadas de Paris naquele ano.

A campanha foi criada pela entidade esportiva estadual depois que o governo federal do presidente Artur Bernardes cortou o auxílio de 350 contos de réis aprovado pelo Congresso Nacional para que o Brasil fosse representado nos Jogos de Paris em diversas modalidades esportivas.

Estadão - 23 de maio de 1924

Notícia publicada em 23 de maio de 1924 com lista de doadores de recursos, entre eles o jornal Estadão, para atletas brasileiros viajarem para a Olimpíada de Paris. Foto: Acervo Estadão

Na época chamada de “subscripção particular”, a vaquinha contou com a doação de pessoas, entidades esportivas e sociais, bancos, os jornais O Estado de S. Paulo e Folha da Noite, empresas como as indústrias Matarazzo, e a Prefeitura de São Paulo, a maior doadora junto com o político e empresário e político Antonio Prado Júnior.

“Tem despertado grande interesse a iniciativa da Federação Paulista de Athletismo no sentido de enviar a Pariz, afim de representar o Brasil na VIII Olympiada, uma turma de athletas brasileiros, para o que está angariando, por meio de subscripção particular, os necessarios recursos que se destinam ao custeio das despesas de viagem e de estada da nossa delegação na França”, dizia o informe de 22 de maio. “Na Casa Carvalho Filho, á rua São Bento n. 33-A serão acceitas quaesquer contribuições para esta lista. Telephone: Central. 2124.

A cada dia, a lista de contribuições atualizada com novos aportes e nome dos doadores era publicada no jornal, que no final convidava os leitores a também contribuir:

O povo de São Paulo, tão generoso em favor das iniciativas realmente úteis para a colectividade, está compreendendo bem a importância e o alcance dos esforços da Federação Paulista de Atletismo para que o Brasil não deixe de ser representado na Olimpíada de Paris e assim lhe vem prestando significativo apoio”, dizia a edição de 23 de maio de 1924 do Estadão.

“Está sendo bem comprehendido e apoiado o esforço da Federação Paulista de Atrhletismo no sentido de evitar ao nosso paíz os dessabores que lhe traria uma completa abstenção”, escreveu o jornal no dia seguinte.

Uniformes e máquina de escrever

As doações para a modesto time olímpico brasileiro não se limitaram a dinheiro para a viagem. Equipamentos, uniformes e até uma máquina de escrever foram doadas para a equipe de sete atletas, um técnico e dois dirigentes.

“Ao Esporte Nacional” forneceu as camisas para os “athletas que vão representar o Brasil na olympiada de Pariz.” “Em cada uma dessas camisas, de côr branca, como é de praxe para os esportes athleticos, há, na parte central do peito, o globo azul estrellado da bandeira brasileira, cortado pela faixa branca com o lemma “Ordem e Progresso”. Por cima do globo, em letras das côres nacionaes, lê-se a palavra “Brasil”.

Os calções foram doados pela Casa Fuchs, que também contribuiu nas doações da campanha. Uma máquina de escrever “Remington " portátil foi presenteada à federação pela Casa Pratt, para auxiliar no “trabalho de redacção de cartas, notícias, informações , etc, que incumbe sempre a uma delegação esportiva no estrangeiro.”

As passagens de navio da delegação, que viajou num vapor da Lloyd Real Hollandesa, agenciada pela Sociedade Anonima Martinelli, foram adquiridas com “excepcionais vantagens e facilidades, a título de contribuição para o êxito da representação do Brasil no grande certame”, informou o jornal na edição de 25 de maio.

Longa viagem marítima

Naquele dia, o jornal também noticiou os nomes dos integrantes da equipe e como seria a longa viagem de navio rumo a Paris dali dois dias, a data das competição e a volta por mais 15 dias de travessia atlântica:

“Depois de amanhan, terça-feira, sahirá desta capital para Santos, pelo trem das 8 horas, a delegação de athletismo que vae representar o Brasil na VIII olympiada, a se realizar em Pariz.

Essa delegação está asssim constituída:

Chefe - Dr. Americo R. Netto; secretario - A. J. Byington Junior; athletas - Guiilherme Seewald, Eurico Teixeira de Freitas, Alvaro de OLiveira Ribeiro, José Galimberti, Octavio Zani, Narciso Costa e Alfredo Gomes; treinador - A. J. Hogarty.

A delegação embarcará pelo vapor “Orania”... ...O “Orania chegará a Chemrburgo nos útimos dias da primeira quinzena de Junho, o que dá aos nossos athetas um repouso de cerca de três semanas antes de entrarem na primeira prova, a ser disputada no dia 5 de Julho.

No dia 13 de julho será disputada a última prova, regressando a delegação pelo “Gelria”, que deixará Cherburgo a 17 de Julho, aqui chegando nos primeiros dias de Agosto.

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