Viagra, 25 anos: pílula azul chegou às farmácias e mudou história da luta contra impotência sexual


Retorno do vigor sexual e busca da virilidade perdida é almejado há mais de um século; veja em anúncios como era antes do remédio azul

Por Liz Batista, Rose Saconi e Carlos Eduardo Entini
Atualização:

O primeiro dia de venda oficial do Viagra, remédio indicado para combater a impotência, em 1 de junho de 1998, provocou uma corrida de idosos às farmácias do Rio e São Paulo.

“Alguns clientes me chamam a um canto da drogaria para dizer em voz baixa que querem Viagra”, contou na época à reportagem do Estadão o gerente de uma farmácia do Rio de Janeiro, Francisco Matos. “Outros são mais desinibidos, parecem orgulhosos e pedem o remédio em voz alta”, revelou aos repórteres Silvio Barsetti e Juliana Junqueira.

Francisco Carlos Souza Matos, gerente da Drogaria Colombo em Copacabana. Estadão, 2/6/1998 Foto: Acervo/Estadão
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Antes do Viagra

Muito antes da chegada do remédio ao mercado, porém, a busca do homem pela ereção perdida já era repleta de promessas, como mostram os anúncios publicados no Estadão desde o começo do século 20. O tratamento para a impotência era limitado a injeções no pênis, bombas de vácuo, implantes, ou psicoterapia para tratamento de questões emocionais.

A pílula azul - descoberta no início dos anos 1990 quando a Pfizer pesquisava um medicamento para tratar uma doença cardíaca, a angina - aumenta a irrigação sanguínea no pênis e mostrou-se eficaz no tratamento das disfunções sexuais.

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Viagra, a droga da virilidade Foto: Pfizer

Promessas nos anúncios

O Vinho Caramurú, foi um dos primeiros produtos veiculados no jornal que prometia devolver a virilidade masculina. Ele foi publicado em 8 de março de 1900. A disfunção erétil, ou impotência sexual, teve vários nomes durante mais de um século de anúncios. Foi, por exemplo, fraqueza genital, fraqueza do sistema ‘nervo-sexual’, debilidade genital e amortecimento genital.

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Levanta-te e anda. Vinho Caramuru do Dr. Assis Foto: Acervo/Estadão

Mercado da virilidade

Como as causas não eram claras, na maioria das vezes a disfunção erétil era associada à perda de vigor, à idade ou, genericamente, aos problemas glandulares. Era o que anunciava o Glantona, em 1939. O produto “restabelece as funções glandulares, imprimindo-lhes nova energia propulsora. Transforma em perene mocidade, vidas sombrias, torturadas pela perda da virilidade.”

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Outros produtos diversos aproveitavam a falta de clareza do problema e entravam na briga pelo mercado da virilidade, como era o caso da aveia Quaker Oats, que em 1939 “prometia um alimento com ingredientes que produzem energia, força e virilidade”. Ou do ‘Fosfosol’ que era indicado para tudo, desânimo, perda de memória, falta de vitalidade sexual etc.

Quaker Oats, um alimento com ingredientes que produzem energia, força e virilidade Foto: Acervo/Estadão
O 'poderoso tônico sexual' Forsex prometia o fim da impotência masculina Foto: Acervo/Estadão
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“Você ainda não é um fracassado! Reconquiste sua virilidade livrando-se dêsse terrível complexo de inferioridade que o deprime moral e fisicamente”, anunciava a Catuase Composta em 1955. Na sua fórmula, além de diversas substâncias “da nossa flora” e de um “hormônio cerebral e testicular”, havia um alcaloide extraído do “Loimbehôa” (sic).

Catuase Composta prometia virilidade e o fim do complexo de inferioridade Foto: Acervo/Estadão

Efeito Colateral

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Antes do Viagra e congêneres, se percebia a ereção como efeito colateral durante o uso de vasodilatadores. É o que acontece com pacientes que sofrem de angina ao colocar um vasodilatador de efeito imediato sob a língua. Era o que acontecia durante a década de 1970 entre aqueles que usavam os ‘poppers’, outro remédio para angina que quando aspirado tinham ereção e relaxamento muscular. O ‘popper’ recebeu esse nome por causa do barulho da abertura da ampola. Hoje é uma substância ilícita.

Veja outros anúncios de promessas de virilidade antes do Viagra:

Tônico Bayer prometia alegria, força, disposição e juventude Foto: Acervo/Estadão
Glandophile, drágeas feitas de glândulas de touros para restituição do vigor Foto: Acervo/Estadão
Emulsão de Scott, um remédio que produz robustez e energia também na velhice Foto: Acervo/Estadão
Mecano-teria para a cura da impotência Foto: Acervo/Estadão
Globéol, um medicamento para ideal para revivificar e refazer o organismo Foto: Acervo/Estadão

Remédios contra a impotência sexual nos anúncios do Estadão

1 | 19

Um vinho para a fraqueza

Foto: Acervo/Estadão
2 | 19

Comprimidos para a impotência

Foto: Acervo/Estadão
3 | 19

Uma nova imagem

Foto: Acervo/Estadão
4 | 19

Suplemento para virilidade

Foto: Acervo/Estadão
5 | 19

Combustível para o motor humano

Foto: Acervo/Estadão
6 | 19

Drágeas para a debilidade sexual

Foto: Acervo/Estadão
7 | 19

Mecano-terapia

Foto: Acervo/Estadão
8 | 19

Fórmula contra a 'frieza das mortas vivas'

Foto: Acervo/Estadão
9 | 19

Glândulas de touro para o vigor

Foto: Acervo/Estadão
10 | 19

Eletricidade, o melhor dos remédios

Foto: Acervo/Estadão
11 | 19

Indiferentismo e frieza sexual

Foto: Acervo/Estadão
12 | 19

Emulsão para robustez e energia

Foto: Acervo/Estadão
13 | 19

Tônico Nervet para a frieza sexual

Foto: Acervo/Estadão
14 | 19

Forsex, um poderoso tônico

Foto: Acervo/Estadão
15 | 19

Consultas para frieza e doenças de senhoras

Foto: Acervo/Estadão
16 | 19

Brochura contra a impotência e frieza

Foto: Acervo/Estadão
17 | 19

Magros e fracos

Foto: Acervo/Estad
18 | 19

Reconstituinte genital

Foto: Acervo/Estad
19 | 19

Contra o amortecimento sexual

Foto: Acervo/Estadão

+ ACERVO

> Veja o jornal do dia que você nasceu

> Capas históricas

> Todas as edições desde 1875

O primeiro dia de venda oficial do Viagra, remédio indicado para combater a impotência, em 1 de junho de 1998, provocou uma corrida de idosos às farmácias do Rio e São Paulo.

“Alguns clientes me chamam a um canto da drogaria para dizer em voz baixa que querem Viagra”, contou na época à reportagem do Estadão o gerente de uma farmácia do Rio de Janeiro, Francisco Matos. “Outros são mais desinibidos, parecem orgulhosos e pedem o remédio em voz alta”, revelou aos repórteres Silvio Barsetti e Juliana Junqueira.

Francisco Carlos Souza Matos, gerente da Drogaria Colombo em Copacabana. Estadão, 2/6/1998 Foto: Acervo/Estadão

Antes do Viagra

Muito antes da chegada do remédio ao mercado, porém, a busca do homem pela ereção perdida já era repleta de promessas, como mostram os anúncios publicados no Estadão desde o começo do século 20. O tratamento para a impotência era limitado a injeções no pênis, bombas de vácuo, implantes, ou psicoterapia para tratamento de questões emocionais.

A pílula azul - descoberta no início dos anos 1990 quando a Pfizer pesquisava um medicamento para tratar uma doença cardíaca, a angina - aumenta a irrigação sanguínea no pênis e mostrou-se eficaz no tratamento das disfunções sexuais.

Viagra, a droga da virilidade Foto: Pfizer

Promessas nos anúncios

O Vinho Caramurú, foi um dos primeiros produtos veiculados no jornal que prometia devolver a virilidade masculina. Ele foi publicado em 8 de março de 1900. A disfunção erétil, ou impotência sexual, teve vários nomes durante mais de um século de anúncios. Foi, por exemplo, fraqueza genital, fraqueza do sistema ‘nervo-sexual’, debilidade genital e amortecimento genital.

Levanta-te e anda. Vinho Caramuru do Dr. Assis Foto: Acervo/Estadão

Mercado da virilidade

Como as causas não eram claras, na maioria das vezes a disfunção erétil era associada à perda de vigor, à idade ou, genericamente, aos problemas glandulares. Era o que anunciava o Glantona, em 1939. O produto “restabelece as funções glandulares, imprimindo-lhes nova energia propulsora. Transforma em perene mocidade, vidas sombrias, torturadas pela perda da virilidade.”

Outros produtos diversos aproveitavam a falta de clareza do problema e entravam na briga pelo mercado da virilidade, como era o caso da aveia Quaker Oats, que em 1939 “prometia um alimento com ingredientes que produzem energia, força e virilidade”. Ou do ‘Fosfosol’ que era indicado para tudo, desânimo, perda de memória, falta de vitalidade sexual etc.

Quaker Oats, um alimento com ingredientes que produzem energia, força e virilidade Foto: Acervo/Estadão
O 'poderoso tônico sexual' Forsex prometia o fim da impotência masculina Foto: Acervo/Estadão

“Você ainda não é um fracassado! Reconquiste sua virilidade livrando-se dêsse terrível complexo de inferioridade que o deprime moral e fisicamente”, anunciava a Catuase Composta em 1955. Na sua fórmula, além de diversas substâncias “da nossa flora” e de um “hormônio cerebral e testicular”, havia um alcaloide extraído do “Loimbehôa” (sic).

Catuase Composta prometia virilidade e o fim do complexo de inferioridade Foto: Acervo/Estadão

Efeito Colateral

Antes do Viagra e congêneres, se percebia a ereção como efeito colateral durante o uso de vasodilatadores. É o que acontece com pacientes que sofrem de angina ao colocar um vasodilatador de efeito imediato sob a língua. Era o que acontecia durante a década de 1970 entre aqueles que usavam os ‘poppers’, outro remédio para angina que quando aspirado tinham ereção e relaxamento muscular. O ‘popper’ recebeu esse nome por causa do barulho da abertura da ampola. Hoje é uma substância ilícita.

Veja outros anúncios de promessas de virilidade antes do Viagra:

Tônico Bayer prometia alegria, força, disposição e juventude Foto: Acervo/Estadão
Glandophile, drágeas feitas de glândulas de touros para restituição do vigor Foto: Acervo/Estadão
Emulsão de Scott, um remédio que produz robustez e energia também na velhice Foto: Acervo/Estadão
Mecano-teria para a cura da impotência Foto: Acervo/Estadão
Globéol, um medicamento para ideal para revivificar e refazer o organismo Foto: Acervo/Estadão

Remédios contra a impotência sexual nos anúncios do Estadão

1 | 19

Um vinho para a fraqueza

Foto: Acervo/Estadão
2 | 19

Comprimidos para a impotência

Foto: Acervo/Estadão
3 | 19

Uma nova imagem

Foto: Acervo/Estadão
4 | 19

Suplemento para virilidade

Foto: Acervo/Estadão
5 | 19

Combustível para o motor humano

Foto: Acervo/Estadão
6 | 19

Drágeas para a debilidade sexual

Foto: Acervo/Estadão
7 | 19

Mecano-terapia

Foto: Acervo/Estadão
8 | 19

Fórmula contra a 'frieza das mortas vivas'

Foto: Acervo/Estadão
9 | 19

Glândulas de touro para o vigor

Foto: Acervo/Estadão
10 | 19

Eletricidade, o melhor dos remédios

Foto: Acervo/Estadão
11 | 19

Indiferentismo e frieza sexual

Foto: Acervo/Estadão
12 | 19

Emulsão para robustez e energia

Foto: Acervo/Estadão
13 | 19

Tônico Nervet para a frieza sexual

Foto: Acervo/Estadão
14 | 19

Forsex, um poderoso tônico

Foto: Acervo/Estadão
15 | 19

Consultas para frieza e doenças de senhoras

Foto: Acervo/Estadão
16 | 19

Brochura contra a impotência e frieza

Foto: Acervo/Estadão
17 | 19

Magros e fracos

Foto: Acervo/Estad
18 | 19

Reconstituinte genital

Foto: Acervo/Estad
19 | 19

Contra o amortecimento sexual

Foto: Acervo/Estadão

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O primeiro dia de venda oficial do Viagra, remédio indicado para combater a impotência, em 1 de junho de 1998, provocou uma corrida de idosos às farmácias do Rio e São Paulo.

“Alguns clientes me chamam a um canto da drogaria para dizer em voz baixa que querem Viagra”, contou na época à reportagem do Estadão o gerente de uma farmácia do Rio de Janeiro, Francisco Matos. “Outros são mais desinibidos, parecem orgulhosos e pedem o remédio em voz alta”, revelou aos repórteres Silvio Barsetti e Juliana Junqueira.

Francisco Carlos Souza Matos, gerente da Drogaria Colombo em Copacabana. Estadão, 2/6/1998 Foto: Acervo/Estadão

Antes do Viagra

Muito antes da chegada do remédio ao mercado, porém, a busca do homem pela ereção perdida já era repleta de promessas, como mostram os anúncios publicados no Estadão desde o começo do século 20. O tratamento para a impotência era limitado a injeções no pênis, bombas de vácuo, implantes, ou psicoterapia para tratamento de questões emocionais.

A pílula azul - descoberta no início dos anos 1990 quando a Pfizer pesquisava um medicamento para tratar uma doença cardíaca, a angina - aumenta a irrigação sanguínea no pênis e mostrou-se eficaz no tratamento das disfunções sexuais.

Viagra, a droga da virilidade Foto: Pfizer

Promessas nos anúncios

O Vinho Caramurú, foi um dos primeiros produtos veiculados no jornal que prometia devolver a virilidade masculina. Ele foi publicado em 8 de março de 1900. A disfunção erétil, ou impotência sexual, teve vários nomes durante mais de um século de anúncios. Foi, por exemplo, fraqueza genital, fraqueza do sistema ‘nervo-sexual’, debilidade genital e amortecimento genital.

Levanta-te e anda. Vinho Caramuru do Dr. Assis Foto: Acervo/Estadão

Mercado da virilidade

Como as causas não eram claras, na maioria das vezes a disfunção erétil era associada à perda de vigor, à idade ou, genericamente, aos problemas glandulares. Era o que anunciava o Glantona, em 1939. O produto “restabelece as funções glandulares, imprimindo-lhes nova energia propulsora. Transforma em perene mocidade, vidas sombrias, torturadas pela perda da virilidade.”

Outros produtos diversos aproveitavam a falta de clareza do problema e entravam na briga pelo mercado da virilidade, como era o caso da aveia Quaker Oats, que em 1939 “prometia um alimento com ingredientes que produzem energia, força e virilidade”. Ou do ‘Fosfosol’ que era indicado para tudo, desânimo, perda de memória, falta de vitalidade sexual etc.

Quaker Oats, um alimento com ingredientes que produzem energia, força e virilidade Foto: Acervo/Estadão
O 'poderoso tônico sexual' Forsex prometia o fim da impotência masculina Foto: Acervo/Estadão

“Você ainda não é um fracassado! Reconquiste sua virilidade livrando-se dêsse terrível complexo de inferioridade que o deprime moral e fisicamente”, anunciava a Catuase Composta em 1955. Na sua fórmula, além de diversas substâncias “da nossa flora” e de um “hormônio cerebral e testicular”, havia um alcaloide extraído do “Loimbehôa” (sic).

Catuase Composta prometia virilidade e o fim do complexo de inferioridade Foto: Acervo/Estadão

Efeito Colateral

Antes do Viagra e congêneres, se percebia a ereção como efeito colateral durante o uso de vasodilatadores. É o que acontece com pacientes que sofrem de angina ao colocar um vasodilatador de efeito imediato sob a língua. Era o que acontecia durante a década de 1970 entre aqueles que usavam os ‘poppers’, outro remédio para angina que quando aspirado tinham ereção e relaxamento muscular. O ‘popper’ recebeu esse nome por causa do barulho da abertura da ampola. Hoje é uma substância ilícita.

Veja outros anúncios de promessas de virilidade antes do Viagra:

Tônico Bayer prometia alegria, força, disposição e juventude Foto: Acervo/Estadão
Glandophile, drágeas feitas de glândulas de touros para restituição do vigor Foto: Acervo/Estadão
Emulsão de Scott, um remédio que produz robustez e energia também na velhice Foto: Acervo/Estadão
Mecano-teria para a cura da impotência Foto: Acervo/Estadão
Globéol, um medicamento para ideal para revivificar e refazer o organismo Foto: Acervo/Estadão

Remédios contra a impotência sexual nos anúncios do Estadão

1 | 19

Um vinho para a fraqueza

Foto: Acervo/Estadão
2 | 19

Comprimidos para a impotência

Foto: Acervo/Estadão
3 | 19

Uma nova imagem

Foto: Acervo/Estadão
4 | 19

Suplemento para virilidade

Foto: Acervo/Estadão
5 | 19

Combustível para o motor humano

Foto: Acervo/Estadão
6 | 19

Drágeas para a debilidade sexual

Foto: Acervo/Estadão
7 | 19

Mecano-terapia

Foto: Acervo/Estadão
8 | 19

Fórmula contra a 'frieza das mortas vivas'

Foto: Acervo/Estadão
9 | 19

Glândulas de touro para o vigor

Foto: Acervo/Estadão
10 | 19

Eletricidade, o melhor dos remédios

Foto: Acervo/Estadão
11 | 19

Indiferentismo e frieza sexual

Foto: Acervo/Estadão
12 | 19

Emulsão para robustez e energia

Foto: Acervo/Estadão
13 | 19

Tônico Nervet para a frieza sexual

Foto: Acervo/Estadão
14 | 19

Forsex, um poderoso tônico

Foto: Acervo/Estadão
15 | 19

Consultas para frieza e doenças de senhoras

Foto: Acervo/Estadão
16 | 19

Brochura contra a impotência e frieza

Foto: Acervo/Estadão
17 | 19

Magros e fracos

Foto: Acervo/Estad
18 | 19

Reconstituinte genital

Foto: Acervo/Estad
19 | 19

Contra o amortecimento sexual

Foto: Acervo/Estadão

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O primeiro dia de venda oficial do Viagra, remédio indicado para combater a impotência, em 1 de junho de 1998, provocou uma corrida de idosos às farmácias do Rio e São Paulo.

“Alguns clientes me chamam a um canto da drogaria para dizer em voz baixa que querem Viagra”, contou na época à reportagem do Estadão o gerente de uma farmácia do Rio de Janeiro, Francisco Matos. “Outros são mais desinibidos, parecem orgulhosos e pedem o remédio em voz alta”, revelou aos repórteres Silvio Barsetti e Juliana Junqueira.

Francisco Carlos Souza Matos, gerente da Drogaria Colombo em Copacabana. Estadão, 2/6/1998 Foto: Acervo/Estadão

Antes do Viagra

Muito antes da chegada do remédio ao mercado, porém, a busca do homem pela ereção perdida já era repleta de promessas, como mostram os anúncios publicados no Estadão desde o começo do século 20. O tratamento para a impotência era limitado a injeções no pênis, bombas de vácuo, implantes, ou psicoterapia para tratamento de questões emocionais.

A pílula azul - descoberta no início dos anos 1990 quando a Pfizer pesquisava um medicamento para tratar uma doença cardíaca, a angina - aumenta a irrigação sanguínea no pênis e mostrou-se eficaz no tratamento das disfunções sexuais.

Viagra, a droga da virilidade Foto: Pfizer

Promessas nos anúncios

O Vinho Caramurú, foi um dos primeiros produtos veiculados no jornal que prometia devolver a virilidade masculina. Ele foi publicado em 8 de março de 1900. A disfunção erétil, ou impotência sexual, teve vários nomes durante mais de um século de anúncios. Foi, por exemplo, fraqueza genital, fraqueza do sistema ‘nervo-sexual’, debilidade genital e amortecimento genital.

Levanta-te e anda. Vinho Caramuru do Dr. Assis Foto: Acervo/Estadão

Mercado da virilidade

Como as causas não eram claras, na maioria das vezes a disfunção erétil era associada à perda de vigor, à idade ou, genericamente, aos problemas glandulares. Era o que anunciava o Glantona, em 1939. O produto “restabelece as funções glandulares, imprimindo-lhes nova energia propulsora. Transforma em perene mocidade, vidas sombrias, torturadas pela perda da virilidade.”

Outros produtos diversos aproveitavam a falta de clareza do problema e entravam na briga pelo mercado da virilidade, como era o caso da aveia Quaker Oats, que em 1939 “prometia um alimento com ingredientes que produzem energia, força e virilidade”. Ou do ‘Fosfosol’ que era indicado para tudo, desânimo, perda de memória, falta de vitalidade sexual etc.

Quaker Oats, um alimento com ingredientes que produzem energia, força e virilidade Foto: Acervo/Estadão
O 'poderoso tônico sexual' Forsex prometia o fim da impotência masculina Foto: Acervo/Estadão

“Você ainda não é um fracassado! Reconquiste sua virilidade livrando-se dêsse terrível complexo de inferioridade que o deprime moral e fisicamente”, anunciava a Catuase Composta em 1955. Na sua fórmula, além de diversas substâncias “da nossa flora” e de um “hormônio cerebral e testicular”, havia um alcaloide extraído do “Loimbehôa” (sic).

Catuase Composta prometia virilidade e o fim do complexo de inferioridade Foto: Acervo/Estadão

Efeito Colateral

Antes do Viagra e congêneres, se percebia a ereção como efeito colateral durante o uso de vasodilatadores. É o que acontece com pacientes que sofrem de angina ao colocar um vasodilatador de efeito imediato sob a língua. Era o que acontecia durante a década de 1970 entre aqueles que usavam os ‘poppers’, outro remédio para angina que quando aspirado tinham ereção e relaxamento muscular. O ‘popper’ recebeu esse nome por causa do barulho da abertura da ampola. Hoje é uma substância ilícita.

Veja outros anúncios de promessas de virilidade antes do Viagra:

Tônico Bayer prometia alegria, força, disposição e juventude Foto: Acervo/Estadão
Glandophile, drágeas feitas de glândulas de touros para restituição do vigor Foto: Acervo/Estadão
Emulsão de Scott, um remédio que produz robustez e energia também na velhice Foto: Acervo/Estadão
Mecano-teria para a cura da impotência Foto: Acervo/Estadão
Globéol, um medicamento para ideal para revivificar e refazer o organismo Foto: Acervo/Estadão

Remédios contra a impotência sexual nos anúncios do Estadão

1 | 19

Um vinho para a fraqueza

Foto: Acervo/Estadão
2 | 19

Comprimidos para a impotência

Foto: Acervo/Estadão
3 | 19

Uma nova imagem

Foto: Acervo/Estadão
4 | 19

Suplemento para virilidade

Foto: Acervo/Estadão
5 | 19

Combustível para o motor humano

Foto: Acervo/Estadão
6 | 19

Drágeas para a debilidade sexual

Foto: Acervo/Estadão
7 | 19

Mecano-terapia

Foto: Acervo/Estadão
8 | 19

Fórmula contra a 'frieza das mortas vivas'

Foto: Acervo/Estadão
9 | 19

Glândulas de touro para o vigor

Foto: Acervo/Estadão
10 | 19

Eletricidade, o melhor dos remédios

Foto: Acervo/Estadão
11 | 19

Indiferentismo e frieza sexual

Foto: Acervo/Estadão
12 | 19

Emulsão para robustez e energia

Foto: Acervo/Estadão
13 | 19

Tônico Nervet para a frieza sexual

Foto: Acervo/Estadão
14 | 19

Forsex, um poderoso tônico

Foto: Acervo/Estadão
15 | 19

Consultas para frieza e doenças de senhoras

Foto: Acervo/Estadão
16 | 19

Brochura contra a impotência e frieza

Foto: Acervo/Estadão
17 | 19

Magros e fracos

Foto: Acervo/Estad
18 | 19

Reconstituinte genital

Foto: Acervo/Estad
19 | 19

Contra o amortecimento sexual

Foto: Acervo/Estadão

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O primeiro dia de venda oficial do Viagra, remédio indicado para combater a impotência, em 1 de junho de 1998, provocou uma corrida de idosos às farmácias do Rio e São Paulo.

“Alguns clientes me chamam a um canto da drogaria para dizer em voz baixa que querem Viagra”, contou na época à reportagem do Estadão o gerente de uma farmácia do Rio de Janeiro, Francisco Matos. “Outros são mais desinibidos, parecem orgulhosos e pedem o remédio em voz alta”, revelou aos repórteres Silvio Barsetti e Juliana Junqueira.

Francisco Carlos Souza Matos, gerente da Drogaria Colombo em Copacabana. Estadão, 2/6/1998 Foto: Acervo/Estadão

Antes do Viagra

Muito antes da chegada do remédio ao mercado, porém, a busca do homem pela ereção perdida já era repleta de promessas, como mostram os anúncios publicados no Estadão desde o começo do século 20. O tratamento para a impotência era limitado a injeções no pênis, bombas de vácuo, implantes, ou psicoterapia para tratamento de questões emocionais.

A pílula azul - descoberta no início dos anos 1990 quando a Pfizer pesquisava um medicamento para tratar uma doença cardíaca, a angina - aumenta a irrigação sanguínea no pênis e mostrou-se eficaz no tratamento das disfunções sexuais.

Viagra, a droga da virilidade Foto: Pfizer

Promessas nos anúncios

O Vinho Caramurú, foi um dos primeiros produtos veiculados no jornal que prometia devolver a virilidade masculina. Ele foi publicado em 8 de março de 1900. A disfunção erétil, ou impotência sexual, teve vários nomes durante mais de um século de anúncios. Foi, por exemplo, fraqueza genital, fraqueza do sistema ‘nervo-sexual’, debilidade genital e amortecimento genital.

Levanta-te e anda. Vinho Caramuru do Dr. Assis Foto: Acervo/Estadão

Mercado da virilidade

Como as causas não eram claras, na maioria das vezes a disfunção erétil era associada à perda de vigor, à idade ou, genericamente, aos problemas glandulares. Era o que anunciava o Glantona, em 1939. O produto “restabelece as funções glandulares, imprimindo-lhes nova energia propulsora. Transforma em perene mocidade, vidas sombrias, torturadas pela perda da virilidade.”

Outros produtos diversos aproveitavam a falta de clareza do problema e entravam na briga pelo mercado da virilidade, como era o caso da aveia Quaker Oats, que em 1939 “prometia um alimento com ingredientes que produzem energia, força e virilidade”. Ou do ‘Fosfosol’ que era indicado para tudo, desânimo, perda de memória, falta de vitalidade sexual etc.

Quaker Oats, um alimento com ingredientes que produzem energia, força e virilidade Foto: Acervo/Estadão
O 'poderoso tônico sexual' Forsex prometia o fim da impotência masculina Foto: Acervo/Estadão

“Você ainda não é um fracassado! Reconquiste sua virilidade livrando-se dêsse terrível complexo de inferioridade que o deprime moral e fisicamente”, anunciava a Catuase Composta em 1955. Na sua fórmula, além de diversas substâncias “da nossa flora” e de um “hormônio cerebral e testicular”, havia um alcaloide extraído do “Loimbehôa” (sic).

Catuase Composta prometia virilidade e o fim do complexo de inferioridade Foto: Acervo/Estadão

Efeito Colateral

Antes do Viagra e congêneres, se percebia a ereção como efeito colateral durante o uso de vasodilatadores. É o que acontece com pacientes que sofrem de angina ao colocar um vasodilatador de efeito imediato sob a língua. Era o que acontecia durante a década de 1970 entre aqueles que usavam os ‘poppers’, outro remédio para angina que quando aspirado tinham ereção e relaxamento muscular. O ‘popper’ recebeu esse nome por causa do barulho da abertura da ampola. Hoje é uma substância ilícita.

Veja outros anúncios de promessas de virilidade antes do Viagra:

Tônico Bayer prometia alegria, força, disposição e juventude Foto: Acervo/Estadão
Glandophile, drágeas feitas de glândulas de touros para restituição do vigor Foto: Acervo/Estadão
Emulsão de Scott, um remédio que produz robustez e energia também na velhice Foto: Acervo/Estadão
Mecano-teria para a cura da impotência Foto: Acervo/Estadão
Globéol, um medicamento para ideal para revivificar e refazer o organismo Foto: Acervo/Estadão

Remédios contra a impotência sexual nos anúncios do Estadão

1 | 19

Um vinho para a fraqueza

Foto: Acervo/Estadão
2 | 19

Comprimidos para a impotência

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Uma nova imagem

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4 | 19

Suplemento para virilidade

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5 | 19

Combustível para o motor humano

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6 | 19

Drágeas para a debilidade sexual

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7 | 19

Mecano-terapia

Foto: Acervo/Estadão
8 | 19

Fórmula contra a 'frieza das mortas vivas'

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