Garibaldo, o pássaro amigo de Sônia Braga era azul. Nos Estados Unidos, era amarelo. Para a maioria das crianças brasileiras, o bicho metade galinha metade avestruz era cinza escuro. Sucesso de público e crítica na década de 70, o programa Vila Sésamo era exibido em preto-e-branco e chegou ao Brasil há 40 anos, em uma coprodução da TV Cultura e Rede Globo.
O Estado de S. Paulo, 12 de outubro de 1972
O programa marcou uma geração de brasileiros. O sucesso era tanto que qualquer pessoa alta e desajeitada, homem ou mulher, acabava ganhando o apelido de “Garibaldo” ou ‘Garibalda”.
Dias atrás, o presidente americano
também usou o nome do personagem para atacar seu rival na atual campanha eleitoral. “Grande. Amarelo. Uma ameaça para nossa economia”, dizia a propaganda. Os criadores de
Vila Sésamo
não gostaram e pediram ao comitê de campanha de Obama a retirada de Garibaldo dos anúncios.
Auxílio na alfabetização.Criado nos Estados Unidos pela Sesame Worshop para ajudar na alfabetização de crianças e na convivência, o “Sesame Street” ganhou na primeira versão um tempero brasileiro e foi um dos primeiros programas com os quais a TV brasileira passou a ser admirada em outros países pela qualidade. Com histórias bem-humoradas, temas educativos e músicas, os bonecos como Garibaldo, Elmo, Songa-Monga, Ênio e Gugu contracenavam com atores como Araci Balabanian, Sônia Braga, Milton Gonçalves, Armando Bogus, entre outros. O programa estreou no Brasil no dia 12 de outubro de 1972, Dia das Crianças.Foi sucesso absoluto de público e crítica até 1977, quando saiu do ar. "Cenas dentro do mundo infantil, numa mistura de fantasia e realidade".
Investimento de três milhões de cruzeiros com o objetivo de “recuperar as crianças carentes culturalmente”. “É uma experiência humana que está me enriquecendo muito, pois aqui podemos fazer algo objetivo por alguém”, declarou a atriz Araci Balabadian no início das gravações, dois meses antes da estreia.
Formato do programa recebeu críticas da então União Soviética, “Vila Sésamo é o último exemplo do imperialismo cultural dos Estados Unidos”, escreveu m jornal do Partido Comunista local.
Programa volta a ser produzido pela TV Cultura. Garibaldo retorna ao programa repaginado. Em vez de azul, reaparece como é originalmente: amarelo