O governo Nixon, vitorioso nas eleições presidenciais de 1972, esperava que após a disputa eleitoral o caso fosse esquecido pela mídia e se esvanecesse da memória do público. Mas a insistente busca dos jornais por esclarecimentos parecia a reedição de um embate que marcou a administração Nixon, a disputa entre imprensa e Poder Executivo. No primeiro mandato do republicano o vazamento e publicação de documentos secretos que envolviam assuntos de Segurança Nacional,conhecidos como Documentos do Pentágono, abalou o prestígio e a credibilidade da Presidência junto à opinião pública e teve danosas implicações diplomáticas.
Na mesma medida em que a Casa Branca negava o envolvimento de seu pessoal, empregava esforços subsequentes para encobrir o caso , silenciar a imprensa e impedir que a Justiça seguisse seu curso normal. O presidente perdia credibilidade junto ao público e apoio político no Congresso. Em 1973, a investigação conduzida no Senado revelou que o presidente Nixon mantinha um sistema secreto e legalmente questionável de gravação de conversas. Foram elas as provas de sua interferência direta no rumo das investigações.
Nixon foi formalmente acusado de abuso de poder, desacato às ordens judiciais e obstrução da Justiça. Sob a ameaça de impeachment, renunciou em 9 de agosto de 1974.
No Brasil, o Estadão sob a censura do governo militar (com censores instalados nas Redações), a cobertura do escândalo Watergate e as medidas tomadas para abafá-lo possibilitaram a discussão em torno de temas vetados pelos censores. Liberdade de imprensa, tema proibido às editorias nacionais, se tornou uma pauta constante na editoria internacional.