10 boas notícias: confira a seleção da semana para ler em tempos de coronavírus (até 2/5)


CONTEÚDO ABERTO PARA NÃO-ASSINANTES: Doações, projetos artísticos, investimento em saúde, superação – uma seleção do que vai bem, mesmo quando tudo parece mal

Por Marina Vaz

Hospitais unem forças. Artistas usam seus trabalhos para refletir e confortar. E diferentes grupos se mobilizam para ajudar quem pouco pode fazer por si mesmo. Sim, ainda é possível acreditar na humanidade.

Projeções em prédio da Vila Madalena, feitas pela artista Ana Teixeira. Foto: Ana Teixeira

1. Arte na rua. Com uma carreira de mais de 20 anos ligada a intervenções no espaço público, a artista Ana Teixeira decidiu continuar se relacionando com a cidade e seus habitantes, mesmo durante a quarentena. Surgiu, assim, Convivência, Ação para Tempos de Isolamento. A partir da janela de sua casa, na Vila Madalena, ela tem feito projeções em um prédio vizinho, de três a quatro vezes por semana. “Durante a pandemia, as janelas têm sido um dos nossos meios de contato com o exterior, com o outro – o desconhecido que também está em sua janela buscando contato. É uma ação silenciosa e pontual. Vou ao encontro de alguém que não vejo e que não me vê”, observa Ana ao Estado. Entre o conteúdo projetado, há desde frases ditas por seu neto, de 4 anos (“O dia de amanhã nem existiu ainda. Ele desistiu.”), até reflexões do antropólogo francês Bruno Latour (“Não há normalidade a que retornar.”).

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2. Equipes unidas. O Hospital do Coração (HCor) e a Beneficência Portuguesa vão dar apoio ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo na ampliação do número de vagas de UTI disponíveis para pacientes com coronavírus atendidos pela rede pública. As duas instituições vão adotar dez leitos dentro do HC, colocando à disposição do hospital uma equipe de enfermagem composta por 39 especialistas.

3. Educativo. As mais de 200 famílias que vivem na Ocupação Mauá, na região central de São Paulo, ganharam um apoio, nesta semana, para se manter durante o isolamento. Elas receberam 150 cestas básicas, além de galões de álcool em gel 70% e 80 máscaras protetoras. A ação foi organizada pela Educ360°, que também doou aulas de reforço virtuais e material escolar para crianças e jovens da comunidade. 

4. Natureza e vida. Gestos simples, como receber flores, podem tornar mais leves os momentos mais difíceis. Pensando nisso, uma empresa de paisagismo, a Vertical Garden, resolveu doar dez mil arranjos de plantas naturais para o hospital de campanha montado no Pacaembu em meio à pandemia. Além de decorar as áreas comuns (e tentar contribuir para o bem-estar de quem está lá), eles serão entregues a profissionais de saúde e – o mais adorável – a todos os pacientes curados ali.

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Os músicos Zé Ed e Paulo Neto, que organizaram a campanha Adote o Artista. Foto: Paulo Neto

5. Na intimidade. Serenata virtual. Live pessoal. Canção de presente. Há muitas formas de definir o projeto Adote o Artista. Com shows cancelados, músicos decidiram incentivar o “mecenato” e levar mensagens de acolhimento a desconhecidos. Por um perfil no Instagram (@adoteoartista), o interessado entra em contato diretamente com um dos cantores, acerta o pagamento (a partir de R$ 20) e informa quem gostaria de presentear com uma canção – sempre inédita e escolhida na hora pelo próprio artista. No dia combinado, o músico liga para o destinatário, que assiste à apresentação particular, em voz e violão, via chamada de vídeo. “É amor embrulhado em forma de canção”, define Paulo Neto, um dos integrantes, pouco antes de mostrar um exemplo do repertório ao Estado, com letras que falam de esperança. “As pessoas estão fragilizadas; esse projeto coloca a arte num lugar muito fundamental”, observa Zé Ed, vocalista do bloco carnavalesco Tarado ni Você, dedicado à obra de Caetano Veloso, e ator do Teatro Oficina. Em 15 dias, o grupo – que ainda inclui Thamires Tannous – chegou a cantar virtualmente para 500 pessoas. Sempre olho no olho.

6. Que dupla. No grupo de alto risco diante da covid-19, um casal de Alagoas conseguiu superar a doença – juntos há mais de seis décadas, Jovino Feitosa tem 92 anos e Zélia Feitosa, 85. Ela chegou a ficar 13 dias internada, mas os dois tiveram um final feliz. Em entrevista à BBC, o senhor resumiu a batalha com bom humor: “O corona veio, eu peguei ele pelas orelhas e botei pra fora”.

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7. Reação em cadeia. Um grupo de professores do Colégio Santa Maria se mobilizou para arrecadar fundos e garantir a produção de 1.100 máscaras de tecido que foram entregues a moradores de rua acolhidos pela pastoral do padre Júlio Lancellotti. A encomenda foi feita a imigrantes bolivianas que trabalham como costureiras, contribuindo para a manutenção da renda delas em meio à crise.

8. Um labirinto místico. A icônica música Não Existe Amor em SP, de Criolo, ganhou uma impactante versão (e um videoclipe) com participação de Milton Nascimento e do pianista Amaro Freitas. O projeto Existe Amor  busca reunir doações, que serão repassadas a organizações como SP Invisível e Arsenal da Esperança, para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia. No texto de apresentação da campanha, Criolo declara: “Mais uma vez, a arte se apresenta como instrumento de humanização e sensibilidade em um momento de crise”.

9. Povos originários. Cinco projetos que buscam minimizar os impactos da atual crise ligada à covid-19 entre populações indígenas receberão R$ 250 mil repassados pelo Instituto EDP. Com isso, cerca de 600 famílias que vivem em aldeias no Espírito Santo, Mato Grosso, Pará e Rio Grande do Sul receberão cestas básicas e itens de higiene e limpeza.

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O chef Henrique Fogaça prepara refeição a ser doada durante a campanha Marmita do Bem. Foto: Anuar Tacach

10. Alimento do bem. O restaurante Jamile, comandado pelo chef Henrique Fogaça, tem distribuído refeições a pessoas que vivem nas ruas da região central de São Paulo. A meta é produzir e doar 10 mil marmitas (para contribuir, acesse aqui). 

Hospitais unem forças. Artistas usam seus trabalhos para refletir e confortar. E diferentes grupos se mobilizam para ajudar quem pouco pode fazer por si mesmo. Sim, ainda é possível acreditar na humanidade.

Projeções em prédio da Vila Madalena, feitas pela artista Ana Teixeira. Foto: Ana Teixeira

1. Arte na rua. Com uma carreira de mais de 20 anos ligada a intervenções no espaço público, a artista Ana Teixeira decidiu continuar se relacionando com a cidade e seus habitantes, mesmo durante a quarentena. Surgiu, assim, Convivência, Ação para Tempos de Isolamento. A partir da janela de sua casa, na Vila Madalena, ela tem feito projeções em um prédio vizinho, de três a quatro vezes por semana. “Durante a pandemia, as janelas têm sido um dos nossos meios de contato com o exterior, com o outro – o desconhecido que também está em sua janela buscando contato. É uma ação silenciosa e pontual. Vou ao encontro de alguém que não vejo e que não me vê”, observa Ana ao Estado. Entre o conteúdo projetado, há desde frases ditas por seu neto, de 4 anos (“O dia de amanhã nem existiu ainda. Ele desistiu.”), até reflexões do antropólogo francês Bruno Latour (“Não há normalidade a que retornar.”).

2. Equipes unidas. O Hospital do Coração (HCor) e a Beneficência Portuguesa vão dar apoio ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo na ampliação do número de vagas de UTI disponíveis para pacientes com coronavírus atendidos pela rede pública. As duas instituições vão adotar dez leitos dentro do HC, colocando à disposição do hospital uma equipe de enfermagem composta por 39 especialistas.

3. Educativo. As mais de 200 famílias que vivem na Ocupação Mauá, na região central de São Paulo, ganharam um apoio, nesta semana, para se manter durante o isolamento. Elas receberam 150 cestas básicas, além de galões de álcool em gel 70% e 80 máscaras protetoras. A ação foi organizada pela Educ360°, que também doou aulas de reforço virtuais e material escolar para crianças e jovens da comunidade. 

4. Natureza e vida. Gestos simples, como receber flores, podem tornar mais leves os momentos mais difíceis. Pensando nisso, uma empresa de paisagismo, a Vertical Garden, resolveu doar dez mil arranjos de plantas naturais para o hospital de campanha montado no Pacaembu em meio à pandemia. Além de decorar as áreas comuns (e tentar contribuir para o bem-estar de quem está lá), eles serão entregues a profissionais de saúde e – o mais adorável – a todos os pacientes curados ali.

Os músicos Zé Ed e Paulo Neto, que organizaram a campanha Adote o Artista. Foto: Paulo Neto

5. Na intimidade. Serenata virtual. Live pessoal. Canção de presente. Há muitas formas de definir o projeto Adote o Artista. Com shows cancelados, músicos decidiram incentivar o “mecenato” e levar mensagens de acolhimento a desconhecidos. Por um perfil no Instagram (@adoteoartista), o interessado entra em contato diretamente com um dos cantores, acerta o pagamento (a partir de R$ 20) e informa quem gostaria de presentear com uma canção – sempre inédita e escolhida na hora pelo próprio artista. No dia combinado, o músico liga para o destinatário, que assiste à apresentação particular, em voz e violão, via chamada de vídeo. “É amor embrulhado em forma de canção”, define Paulo Neto, um dos integrantes, pouco antes de mostrar um exemplo do repertório ao Estado, com letras que falam de esperança. “As pessoas estão fragilizadas; esse projeto coloca a arte num lugar muito fundamental”, observa Zé Ed, vocalista do bloco carnavalesco Tarado ni Você, dedicado à obra de Caetano Veloso, e ator do Teatro Oficina. Em 15 dias, o grupo – que ainda inclui Thamires Tannous – chegou a cantar virtualmente para 500 pessoas. Sempre olho no olho.

6. Que dupla. No grupo de alto risco diante da covid-19, um casal de Alagoas conseguiu superar a doença – juntos há mais de seis décadas, Jovino Feitosa tem 92 anos e Zélia Feitosa, 85. Ela chegou a ficar 13 dias internada, mas os dois tiveram um final feliz. Em entrevista à BBC, o senhor resumiu a batalha com bom humor: “O corona veio, eu peguei ele pelas orelhas e botei pra fora”.

7. Reação em cadeia. Um grupo de professores do Colégio Santa Maria se mobilizou para arrecadar fundos e garantir a produção de 1.100 máscaras de tecido que foram entregues a moradores de rua acolhidos pela pastoral do padre Júlio Lancellotti. A encomenda foi feita a imigrantes bolivianas que trabalham como costureiras, contribuindo para a manutenção da renda delas em meio à crise.

8. Um labirinto místico. A icônica música Não Existe Amor em SP, de Criolo, ganhou uma impactante versão (e um videoclipe) com participação de Milton Nascimento e do pianista Amaro Freitas. O projeto Existe Amor  busca reunir doações, que serão repassadas a organizações como SP Invisível e Arsenal da Esperança, para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia. No texto de apresentação da campanha, Criolo declara: “Mais uma vez, a arte se apresenta como instrumento de humanização e sensibilidade em um momento de crise”.

9. Povos originários. Cinco projetos que buscam minimizar os impactos da atual crise ligada à covid-19 entre populações indígenas receberão R$ 250 mil repassados pelo Instituto EDP. Com isso, cerca de 600 famílias que vivem em aldeias no Espírito Santo, Mato Grosso, Pará e Rio Grande do Sul receberão cestas básicas e itens de higiene e limpeza.

O chef Henrique Fogaça prepara refeição a ser doada durante a campanha Marmita do Bem. Foto: Anuar Tacach

10. Alimento do bem. O restaurante Jamile, comandado pelo chef Henrique Fogaça, tem distribuído refeições a pessoas que vivem nas ruas da região central de São Paulo. A meta é produzir e doar 10 mil marmitas (para contribuir, acesse aqui). 

Hospitais unem forças. Artistas usam seus trabalhos para refletir e confortar. E diferentes grupos se mobilizam para ajudar quem pouco pode fazer por si mesmo. Sim, ainda é possível acreditar na humanidade.

Projeções em prédio da Vila Madalena, feitas pela artista Ana Teixeira. Foto: Ana Teixeira

1. Arte na rua. Com uma carreira de mais de 20 anos ligada a intervenções no espaço público, a artista Ana Teixeira decidiu continuar se relacionando com a cidade e seus habitantes, mesmo durante a quarentena. Surgiu, assim, Convivência, Ação para Tempos de Isolamento. A partir da janela de sua casa, na Vila Madalena, ela tem feito projeções em um prédio vizinho, de três a quatro vezes por semana. “Durante a pandemia, as janelas têm sido um dos nossos meios de contato com o exterior, com o outro – o desconhecido que também está em sua janela buscando contato. É uma ação silenciosa e pontual. Vou ao encontro de alguém que não vejo e que não me vê”, observa Ana ao Estado. Entre o conteúdo projetado, há desde frases ditas por seu neto, de 4 anos (“O dia de amanhã nem existiu ainda. Ele desistiu.”), até reflexões do antropólogo francês Bruno Latour (“Não há normalidade a que retornar.”).

2. Equipes unidas. O Hospital do Coração (HCor) e a Beneficência Portuguesa vão dar apoio ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo na ampliação do número de vagas de UTI disponíveis para pacientes com coronavírus atendidos pela rede pública. As duas instituições vão adotar dez leitos dentro do HC, colocando à disposição do hospital uma equipe de enfermagem composta por 39 especialistas.

3. Educativo. As mais de 200 famílias que vivem na Ocupação Mauá, na região central de São Paulo, ganharam um apoio, nesta semana, para se manter durante o isolamento. Elas receberam 150 cestas básicas, além de galões de álcool em gel 70% e 80 máscaras protetoras. A ação foi organizada pela Educ360°, que também doou aulas de reforço virtuais e material escolar para crianças e jovens da comunidade. 

4. Natureza e vida. Gestos simples, como receber flores, podem tornar mais leves os momentos mais difíceis. Pensando nisso, uma empresa de paisagismo, a Vertical Garden, resolveu doar dez mil arranjos de plantas naturais para o hospital de campanha montado no Pacaembu em meio à pandemia. Além de decorar as áreas comuns (e tentar contribuir para o bem-estar de quem está lá), eles serão entregues a profissionais de saúde e – o mais adorável – a todos os pacientes curados ali.

Os músicos Zé Ed e Paulo Neto, que organizaram a campanha Adote o Artista. Foto: Paulo Neto

5. Na intimidade. Serenata virtual. Live pessoal. Canção de presente. Há muitas formas de definir o projeto Adote o Artista. Com shows cancelados, músicos decidiram incentivar o “mecenato” e levar mensagens de acolhimento a desconhecidos. Por um perfil no Instagram (@adoteoartista), o interessado entra em contato diretamente com um dos cantores, acerta o pagamento (a partir de R$ 20) e informa quem gostaria de presentear com uma canção – sempre inédita e escolhida na hora pelo próprio artista. No dia combinado, o músico liga para o destinatário, que assiste à apresentação particular, em voz e violão, via chamada de vídeo. “É amor embrulhado em forma de canção”, define Paulo Neto, um dos integrantes, pouco antes de mostrar um exemplo do repertório ao Estado, com letras que falam de esperança. “As pessoas estão fragilizadas; esse projeto coloca a arte num lugar muito fundamental”, observa Zé Ed, vocalista do bloco carnavalesco Tarado ni Você, dedicado à obra de Caetano Veloso, e ator do Teatro Oficina. Em 15 dias, o grupo – que ainda inclui Thamires Tannous – chegou a cantar virtualmente para 500 pessoas. Sempre olho no olho.

6. Que dupla. No grupo de alto risco diante da covid-19, um casal de Alagoas conseguiu superar a doença – juntos há mais de seis décadas, Jovino Feitosa tem 92 anos e Zélia Feitosa, 85. Ela chegou a ficar 13 dias internada, mas os dois tiveram um final feliz. Em entrevista à BBC, o senhor resumiu a batalha com bom humor: “O corona veio, eu peguei ele pelas orelhas e botei pra fora”.

7. Reação em cadeia. Um grupo de professores do Colégio Santa Maria se mobilizou para arrecadar fundos e garantir a produção de 1.100 máscaras de tecido que foram entregues a moradores de rua acolhidos pela pastoral do padre Júlio Lancellotti. A encomenda foi feita a imigrantes bolivianas que trabalham como costureiras, contribuindo para a manutenção da renda delas em meio à crise.

8. Um labirinto místico. A icônica música Não Existe Amor em SP, de Criolo, ganhou uma impactante versão (e um videoclipe) com participação de Milton Nascimento e do pianista Amaro Freitas. O projeto Existe Amor  busca reunir doações, que serão repassadas a organizações como SP Invisível e Arsenal da Esperança, para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia. No texto de apresentação da campanha, Criolo declara: “Mais uma vez, a arte se apresenta como instrumento de humanização e sensibilidade em um momento de crise”.

9. Povos originários. Cinco projetos que buscam minimizar os impactos da atual crise ligada à covid-19 entre populações indígenas receberão R$ 250 mil repassados pelo Instituto EDP. Com isso, cerca de 600 famílias que vivem em aldeias no Espírito Santo, Mato Grosso, Pará e Rio Grande do Sul receberão cestas básicas e itens de higiene e limpeza.

O chef Henrique Fogaça prepara refeição a ser doada durante a campanha Marmita do Bem. Foto: Anuar Tacach

10. Alimento do bem. O restaurante Jamile, comandado pelo chef Henrique Fogaça, tem distribuído refeições a pessoas que vivem nas ruas da região central de São Paulo. A meta é produzir e doar 10 mil marmitas (para contribuir, acesse aqui). 

Hospitais unem forças. Artistas usam seus trabalhos para refletir e confortar. E diferentes grupos se mobilizam para ajudar quem pouco pode fazer por si mesmo. Sim, ainda é possível acreditar na humanidade.

Projeções em prédio da Vila Madalena, feitas pela artista Ana Teixeira. Foto: Ana Teixeira

1. Arte na rua. Com uma carreira de mais de 20 anos ligada a intervenções no espaço público, a artista Ana Teixeira decidiu continuar se relacionando com a cidade e seus habitantes, mesmo durante a quarentena. Surgiu, assim, Convivência, Ação para Tempos de Isolamento. A partir da janela de sua casa, na Vila Madalena, ela tem feito projeções em um prédio vizinho, de três a quatro vezes por semana. “Durante a pandemia, as janelas têm sido um dos nossos meios de contato com o exterior, com o outro – o desconhecido que também está em sua janela buscando contato. É uma ação silenciosa e pontual. Vou ao encontro de alguém que não vejo e que não me vê”, observa Ana ao Estado. Entre o conteúdo projetado, há desde frases ditas por seu neto, de 4 anos (“O dia de amanhã nem existiu ainda. Ele desistiu.”), até reflexões do antropólogo francês Bruno Latour (“Não há normalidade a que retornar.”).

2. Equipes unidas. O Hospital do Coração (HCor) e a Beneficência Portuguesa vão dar apoio ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo na ampliação do número de vagas de UTI disponíveis para pacientes com coronavírus atendidos pela rede pública. As duas instituições vão adotar dez leitos dentro do HC, colocando à disposição do hospital uma equipe de enfermagem composta por 39 especialistas.

3. Educativo. As mais de 200 famílias que vivem na Ocupação Mauá, na região central de São Paulo, ganharam um apoio, nesta semana, para se manter durante o isolamento. Elas receberam 150 cestas básicas, além de galões de álcool em gel 70% e 80 máscaras protetoras. A ação foi organizada pela Educ360°, que também doou aulas de reforço virtuais e material escolar para crianças e jovens da comunidade. 

4. Natureza e vida. Gestos simples, como receber flores, podem tornar mais leves os momentos mais difíceis. Pensando nisso, uma empresa de paisagismo, a Vertical Garden, resolveu doar dez mil arranjos de plantas naturais para o hospital de campanha montado no Pacaembu em meio à pandemia. Além de decorar as áreas comuns (e tentar contribuir para o bem-estar de quem está lá), eles serão entregues a profissionais de saúde e – o mais adorável – a todos os pacientes curados ali.

Os músicos Zé Ed e Paulo Neto, que organizaram a campanha Adote o Artista. Foto: Paulo Neto

5. Na intimidade. Serenata virtual. Live pessoal. Canção de presente. Há muitas formas de definir o projeto Adote o Artista. Com shows cancelados, músicos decidiram incentivar o “mecenato” e levar mensagens de acolhimento a desconhecidos. Por um perfil no Instagram (@adoteoartista), o interessado entra em contato diretamente com um dos cantores, acerta o pagamento (a partir de R$ 20) e informa quem gostaria de presentear com uma canção – sempre inédita e escolhida na hora pelo próprio artista. No dia combinado, o músico liga para o destinatário, que assiste à apresentação particular, em voz e violão, via chamada de vídeo. “É amor embrulhado em forma de canção”, define Paulo Neto, um dos integrantes, pouco antes de mostrar um exemplo do repertório ao Estado, com letras que falam de esperança. “As pessoas estão fragilizadas; esse projeto coloca a arte num lugar muito fundamental”, observa Zé Ed, vocalista do bloco carnavalesco Tarado ni Você, dedicado à obra de Caetano Veloso, e ator do Teatro Oficina. Em 15 dias, o grupo – que ainda inclui Thamires Tannous – chegou a cantar virtualmente para 500 pessoas. Sempre olho no olho.

6. Que dupla. No grupo de alto risco diante da covid-19, um casal de Alagoas conseguiu superar a doença – juntos há mais de seis décadas, Jovino Feitosa tem 92 anos e Zélia Feitosa, 85. Ela chegou a ficar 13 dias internada, mas os dois tiveram um final feliz. Em entrevista à BBC, o senhor resumiu a batalha com bom humor: “O corona veio, eu peguei ele pelas orelhas e botei pra fora”.

7. Reação em cadeia. Um grupo de professores do Colégio Santa Maria se mobilizou para arrecadar fundos e garantir a produção de 1.100 máscaras de tecido que foram entregues a moradores de rua acolhidos pela pastoral do padre Júlio Lancellotti. A encomenda foi feita a imigrantes bolivianas que trabalham como costureiras, contribuindo para a manutenção da renda delas em meio à crise.

8. Um labirinto místico. A icônica música Não Existe Amor em SP, de Criolo, ganhou uma impactante versão (e um videoclipe) com participação de Milton Nascimento e do pianista Amaro Freitas. O projeto Existe Amor  busca reunir doações, que serão repassadas a organizações como SP Invisível e Arsenal da Esperança, para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia. No texto de apresentação da campanha, Criolo declara: “Mais uma vez, a arte se apresenta como instrumento de humanização e sensibilidade em um momento de crise”.

9. Povos originários. Cinco projetos que buscam minimizar os impactos da atual crise ligada à covid-19 entre populações indígenas receberão R$ 250 mil repassados pelo Instituto EDP. Com isso, cerca de 600 famílias que vivem em aldeias no Espírito Santo, Mato Grosso, Pará e Rio Grande do Sul receberão cestas básicas e itens de higiene e limpeza.

O chef Henrique Fogaça prepara refeição a ser doada durante a campanha Marmita do Bem. Foto: Anuar Tacach

10. Alimento do bem. O restaurante Jamile, comandado pelo chef Henrique Fogaça, tem distribuído refeições a pessoas que vivem nas ruas da região central de São Paulo. A meta é produzir e doar 10 mil marmitas (para contribuir, acesse aqui). 

Hospitais unem forças. Artistas usam seus trabalhos para refletir e confortar. E diferentes grupos se mobilizam para ajudar quem pouco pode fazer por si mesmo. Sim, ainda é possível acreditar na humanidade.

Projeções em prédio da Vila Madalena, feitas pela artista Ana Teixeira. Foto: Ana Teixeira

1. Arte na rua. Com uma carreira de mais de 20 anos ligada a intervenções no espaço público, a artista Ana Teixeira decidiu continuar se relacionando com a cidade e seus habitantes, mesmo durante a quarentena. Surgiu, assim, Convivência, Ação para Tempos de Isolamento. A partir da janela de sua casa, na Vila Madalena, ela tem feito projeções em um prédio vizinho, de três a quatro vezes por semana. “Durante a pandemia, as janelas têm sido um dos nossos meios de contato com o exterior, com o outro – o desconhecido que também está em sua janela buscando contato. É uma ação silenciosa e pontual. Vou ao encontro de alguém que não vejo e que não me vê”, observa Ana ao Estado. Entre o conteúdo projetado, há desde frases ditas por seu neto, de 4 anos (“O dia de amanhã nem existiu ainda. Ele desistiu.”), até reflexões do antropólogo francês Bruno Latour (“Não há normalidade a que retornar.”).

2. Equipes unidas. O Hospital do Coração (HCor) e a Beneficência Portuguesa vão dar apoio ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo na ampliação do número de vagas de UTI disponíveis para pacientes com coronavírus atendidos pela rede pública. As duas instituições vão adotar dez leitos dentro do HC, colocando à disposição do hospital uma equipe de enfermagem composta por 39 especialistas.

3. Educativo. As mais de 200 famílias que vivem na Ocupação Mauá, na região central de São Paulo, ganharam um apoio, nesta semana, para se manter durante o isolamento. Elas receberam 150 cestas básicas, além de galões de álcool em gel 70% e 80 máscaras protetoras. A ação foi organizada pela Educ360°, que também doou aulas de reforço virtuais e material escolar para crianças e jovens da comunidade. 

4. Natureza e vida. Gestos simples, como receber flores, podem tornar mais leves os momentos mais difíceis. Pensando nisso, uma empresa de paisagismo, a Vertical Garden, resolveu doar dez mil arranjos de plantas naturais para o hospital de campanha montado no Pacaembu em meio à pandemia. Além de decorar as áreas comuns (e tentar contribuir para o bem-estar de quem está lá), eles serão entregues a profissionais de saúde e – o mais adorável – a todos os pacientes curados ali.

Os músicos Zé Ed e Paulo Neto, que organizaram a campanha Adote o Artista. Foto: Paulo Neto

5. Na intimidade. Serenata virtual. Live pessoal. Canção de presente. Há muitas formas de definir o projeto Adote o Artista. Com shows cancelados, músicos decidiram incentivar o “mecenato” e levar mensagens de acolhimento a desconhecidos. Por um perfil no Instagram (@adoteoartista), o interessado entra em contato diretamente com um dos cantores, acerta o pagamento (a partir de R$ 20) e informa quem gostaria de presentear com uma canção – sempre inédita e escolhida na hora pelo próprio artista. No dia combinado, o músico liga para o destinatário, que assiste à apresentação particular, em voz e violão, via chamada de vídeo. “É amor embrulhado em forma de canção”, define Paulo Neto, um dos integrantes, pouco antes de mostrar um exemplo do repertório ao Estado, com letras que falam de esperança. “As pessoas estão fragilizadas; esse projeto coloca a arte num lugar muito fundamental”, observa Zé Ed, vocalista do bloco carnavalesco Tarado ni Você, dedicado à obra de Caetano Veloso, e ator do Teatro Oficina. Em 15 dias, o grupo – que ainda inclui Thamires Tannous – chegou a cantar virtualmente para 500 pessoas. Sempre olho no olho.

6. Que dupla. No grupo de alto risco diante da covid-19, um casal de Alagoas conseguiu superar a doença – juntos há mais de seis décadas, Jovino Feitosa tem 92 anos e Zélia Feitosa, 85. Ela chegou a ficar 13 dias internada, mas os dois tiveram um final feliz. Em entrevista à BBC, o senhor resumiu a batalha com bom humor: “O corona veio, eu peguei ele pelas orelhas e botei pra fora”.

7. Reação em cadeia. Um grupo de professores do Colégio Santa Maria se mobilizou para arrecadar fundos e garantir a produção de 1.100 máscaras de tecido que foram entregues a moradores de rua acolhidos pela pastoral do padre Júlio Lancellotti. A encomenda foi feita a imigrantes bolivianas que trabalham como costureiras, contribuindo para a manutenção da renda delas em meio à crise.

8. Um labirinto místico. A icônica música Não Existe Amor em SP, de Criolo, ganhou uma impactante versão (e um videoclipe) com participação de Milton Nascimento e do pianista Amaro Freitas. O projeto Existe Amor  busca reunir doações, que serão repassadas a organizações como SP Invisível e Arsenal da Esperança, para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia. No texto de apresentação da campanha, Criolo declara: “Mais uma vez, a arte se apresenta como instrumento de humanização e sensibilidade em um momento de crise”.

9. Povos originários. Cinco projetos que buscam minimizar os impactos da atual crise ligada à covid-19 entre populações indígenas receberão R$ 250 mil repassados pelo Instituto EDP. Com isso, cerca de 600 famílias que vivem em aldeias no Espírito Santo, Mato Grosso, Pará e Rio Grande do Sul receberão cestas básicas e itens de higiene e limpeza.

O chef Henrique Fogaça prepara refeição a ser doada durante a campanha Marmita do Bem. Foto: Anuar Tacach

10. Alimento do bem. O restaurante Jamile, comandado pelo chef Henrique Fogaça, tem distribuído refeições a pessoas que vivem nas ruas da região central de São Paulo. A meta é produzir e doar 10 mil marmitas (para contribuir, acesse aqui). 

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