As forças de segurança e resgate do governo estadual concluíram no fim da tarde deste sábado, 10 a remoção das 62 vítimas do acidente com o avião da Voepass, que caiu em Vinhedos, interior de São Paulo, no dia anterior. Os “62 corpos, sendo 34 masculinos e 28 femininos, foram resgatados e encaminhados para a unidade central do Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo para a identificação e liberação às famílias”, informou a Secretaria de Comunicação do Estado.
A unidade do IML segue com atendimento exclusivo às vítimas do acidente e entre as vítimas já identificadas estão o piloto Danilo Santos Romano, de 35 anos, e Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61 anos, copiloto que acumulava mais de 5 mil horas de voo.
“Até o momento, 50 corpos foram enviados ao IML Central e o restante está a caminho do local. Duas vítimas já foram identificadas. Até agora, 30 corpos foram necropsiados e radiografados”, informa a nota, e acrescenta que as demais ocorrências que seriam atendidas no local estão sendo direcionadas às unidades do IML nas zonas leste e oeste, que funcionarão 24 horas.
Segundo o tenente-coronel Araújo Monteiro, chefe de gabinete da Defesa Civil do Estado de São Paulo, ainda não há informações sobre a data que os corpos identificados serão liberados.
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Segundo nota da prefeitura de Cascavel, município paranaense de onde partiu o voo 2283 e que era a cidade da maioria das vítimas, a previsão é de que os corpos sejam liberados à medida que a identificação for concluída. “A nossa intenção, a princípio, era fazer um velório coletivo, mas talvez não seja possível”, afirmou o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos (PL), que esteve em contato com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na tarde deste sábado.
Durante o dia, familiares das vítimas foram recebidos no Instituto Oscar Freire, onde especialistas do IML colheram informações que possam ajudar na identificação das vítimas, como histórico de fraturas, tatuagens ou próteses, além de coletarem amostras de DNA.
Os familiares da tripulação ficarão hospedados em um hotel no Tatuapé, enquanto os familiares dos passageiros serão acomodados em um hotel no centro da cidade. Nesses espaços, terão acesso a alimentação, psicólogos e assistentes sociais. Os profissionais também estarão presentes no local de atendimento para prestar informações práticas sobre o traslado dos corpos e outras questões relevantes.
Em relação à coleta de material, as famílias poderão optar por fazê-la em Cascavel, São Paulo ou Ribeirão Preto, sendo facultativo o local escolhido. É possível emitir uma autorização para que terceiros façam a liberação dos corpos no IML, caso necessário.
A causa do acidente ainda será investigada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB). As duas caixas-pretas do avião foram encontradas e o piloto não havia comunicado emergência aos órgãos de controle, conforme a FAB.
A Voepass diz que a aeronave, do tipo ATR, estava em boa condição e havia passado por manutenção. O modelo, considerado seguro, é bastante usado na aviação comercial em viagens curtas.
Especialistas acreditam que as condições climáticas podem ter contribuído para o desastre. Imagens da mostram a aeronave cair em giro vertical, posição chamada de “parafuso chato” no meio da aviação. Esse é o principal indicativo de que o acidente ocorreu devido a uma perda de sustentação, o “estol”. A perda de sustentação pode estar associada à formação de gelo nas asas da aeronave.