Acordo entre Vale e Defensoria causa racha na força-tarefa de Brumadinho


Ministério Público é contra termos definidos em tratativas sigilosas e tentará convencer atingidos a não fechar o acordo. Defensoria e mineradora defendem negociações

Por Leonardo Augusto

BELO HORIZONTE - Um acordo fechado entre a Vale e a Defensoria Pública do Estado de Minas para vítimas da barragem da mineradora em Brumadinho rachou a força-tarefa que investiga a tragédia. As tratativas são avaliadas pela promotoria e pela Defensoria Pública da União como prejudiciais aos atingidos. Já a Defensoria Pública do Estado afirma que "não existe" uma força-tarefa atuando em relação ao rompimento da barragem.

Moradores de Brumadinho observam a lama que atingiu a cidade. Foto: Washington Alves/Reuters

O acordo, segundo o Ministério Público, foi assinado à revelia de outros integrantes da força-tarefa que atuam nas negociações para pagamento de indenização e ressarcimento por danos provocados pela lama que desceu da barragem após seu rompimento, que completa três meses nesta quinta-feira, 25. "Temos todo respeito ao Ministério Público, mas não temos de ter sua autorização para trabalhar", rebateu o defensor público estadual Felipe Soledade. "Nosso compromisso é com os atingidos", disse.

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O termo, segundo o promotor André Sperling, foi estabelecido com critérios da própria Vale, que já haviam sido recusados nas negociações com toda a força-tarefa. A prova disso, ainda segundo o promotor, é que valores previstos no acordo fechado entre a mineradora e a Defensoria Pública do Estado já haviam sido apresentados, e recusados, na mesa de negociação envolvendo todo o grupo investigador.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

1 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
2 | 37

Moradores

Foto: Mauro Pimentel/AFP
3 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
4 | 37

Animais

Foto: Wilton Junior/Estadão
5 | 37

Dificuldade no resgate

Foto: Douglas Magno/AFP
6 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
7 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
9 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
10 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
11 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
12 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
13 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
14 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
15 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
16 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
17 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
18 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
19 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
20 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
21 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
22 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
23 | 37

Presidente Bolsonaro

Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
24 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Paulo Fonseca/EFE
25 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
26 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
27 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
28 | 37

Batalha pela Vida

29 | 37

Estrada

Foto: Wilton Junior/Estadão
30 | 37

Carro atolado

Foto: Wilton Junior/Estadão
31 | 37

Helicoptero

Foto: Wilton Junior/Estadão
32 | 37

Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

Foto: Washington Alves/Reuters
33 | 37

Corpo encontrado

Foto: Wilton Júnior/Estadão
34 | 37

Ponte

Foto: Antonio Lacerta/EFE
35 | 37

Área devastada

Foto: Wilton Júnior/Estadão
36 | 37

Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
37 | 37

Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

Havia, por exemplo, proposta para pagamento de R$ 500 mil em caso de filho falecido no rompimento da barragem e de R$ 150 mil por irmão morto na tragédia. "O que a Vale fez no acordo foi construir uma tabela, uma matriz de danos, para encaixar cada vítima. E fez tudo isso sem ouvir os atingidos. É uma tabela construída pelo próprio causador do dano", explicou o promotor.

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Sperling, que chamou de "traição" o comportamento da Defensoria Pública do Estado, afirma ainda que o acordo, fechado no início do mês, foi mantido sob segredo. "Só conseguimos acesso na semana passada, depois de pedirmos à justiça em Brumadinho que o termo fosse anexado a um processo relativo à tragédia que corre na comarca local".

O defensor público estadual Soledade afirma que valores que constavam no acordo não foram tornados públicos por segurança. "Ou colocaríamos os atingidos sob risco da atuação de ladrões." Conforme Soledade, os valores foram fechados de comum acordo entre a Defensoria e a Vale.

Nesta quinta-feira, 25, Sperling pretende convencer os atingidos pela barragem, em reunião pública na cidade, que não é uma boa saída assinar o acordo. "Estamos lidando com muita gente humilde, que muitas vezes não tem todo o conhecimento sobre os direitos que têm. Caso assinem esse termo, por exemplo, não haverá a possibilidade de reclamações futuras sobre questões individuais", afirmou o promotor.

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A defensora pública federal Lígia Prado da Rocha, que acompanha a situação em Brumadinho desde o dia da tragédia, ressaltou que, ao longo de toda a negociação, o objetivo da força-tarefa foi o de operar coletivamente. "Sempre buscamos ações coordenadas com participação coletiva, porque a experiência com Mariana é que as pessoas saíram prejudicadas por acordos aprazíveis no curto prazo, mas no longo prazo, não". 

Soledade, no entanto, afirma não compreender a "insatisfação" da colega no plano federal. "A força-tarefa não existe. As pessoas precisam receber, tocar a vida. Se criticam o que fazemos, querem o quê? Que aconteça como em Mariana, que ninguém recebe nada? Trabalhamos em conjunto quando é pertinente, quando a missão é só nossa, temos que tomar iniciativas."

'Solução justa e célere', diz Vale

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A Vale informou por nota que "visando a uma solução célere e justa para danos individuais, a Vale celebrou com a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) um Termo de Compromisso para indenização de danos materiais e morais, referente ao rompimento da Barragem I, da mina Córrego do Feijão. A Vale ressalta que, embora tenha criado esta via direta de negociação consensual, caberá ao atingido optar qual é o meio mais adequado para buscar seus direitos. O Termo de Compromisso é um documento sigiloso por conter valores sobre danos morais. De forma a resguardar a privacidade e a segurança dos atingidos, os valores são sigilosos.”

BELO HORIZONTE - Um acordo fechado entre a Vale e a Defensoria Pública do Estado de Minas para vítimas da barragem da mineradora em Brumadinho rachou a força-tarefa que investiga a tragédia. As tratativas são avaliadas pela promotoria e pela Defensoria Pública da União como prejudiciais aos atingidos. Já a Defensoria Pública do Estado afirma que "não existe" uma força-tarefa atuando em relação ao rompimento da barragem.

Moradores de Brumadinho observam a lama que atingiu a cidade. Foto: Washington Alves/Reuters

O acordo, segundo o Ministério Público, foi assinado à revelia de outros integrantes da força-tarefa que atuam nas negociações para pagamento de indenização e ressarcimento por danos provocados pela lama que desceu da barragem após seu rompimento, que completa três meses nesta quinta-feira, 25. "Temos todo respeito ao Ministério Público, mas não temos de ter sua autorização para trabalhar", rebateu o defensor público estadual Felipe Soledade. "Nosso compromisso é com os atingidos", disse.

O termo, segundo o promotor André Sperling, foi estabelecido com critérios da própria Vale, que já haviam sido recusados nas negociações com toda a força-tarefa. A prova disso, ainda segundo o promotor, é que valores previstos no acordo fechado entre a mineradora e a Defensoria Pública do Estado já haviam sido apresentados, e recusados, na mesa de negociação envolvendo todo o grupo investigador.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

1 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
2 | 37

Moradores

Foto: Mauro Pimentel/AFP
3 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
4 | 37

Animais

Foto: Wilton Junior/Estadão
5 | 37

Dificuldade no resgate

Foto: Douglas Magno/AFP
6 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
7 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
9 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
10 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
11 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
12 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
13 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
14 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
15 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
16 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
17 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
18 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
19 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
20 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
21 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
22 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
23 | 37

Presidente Bolsonaro

Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
24 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Paulo Fonseca/EFE
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
26 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
28 | 37

Batalha pela Vida

29 | 37

Estrada

Foto: Wilton Junior/Estadão
30 | 37

Carro atolado

Foto: Wilton Junior/Estadão
31 | 37

Helicoptero

Foto: Wilton Junior/Estadão
32 | 37

Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

Foto: Washington Alves/Reuters
33 | 37

Corpo encontrado

Foto: Wilton Júnior/Estadão
34 | 37

Ponte

Foto: Antonio Lacerta/EFE
35 | 37

Área devastada

Foto: Wilton Júnior/Estadão
36 | 37

Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
37 | 37

Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

Havia, por exemplo, proposta para pagamento de R$ 500 mil em caso de filho falecido no rompimento da barragem e de R$ 150 mil por irmão morto na tragédia. "O que a Vale fez no acordo foi construir uma tabela, uma matriz de danos, para encaixar cada vítima. E fez tudo isso sem ouvir os atingidos. É uma tabela construída pelo próprio causador do dano", explicou o promotor.

Sperling, que chamou de "traição" o comportamento da Defensoria Pública do Estado, afirma ainda que o acordo, fechado no início do mês, foi mantido sob segredo. "Só conseguimos acesso na semana passada, depois de pedirmos à justiça em Brumadinho que o termo fosse anexado a um processo relativo à tragédia que corre na comarca local".

O defensor público estadual Soledade afirma que valores que constavam no acordo não foram tornados públicos por segurança. "Ou colocaríamos os atingidos sob risco da atuação de ladrões." Conforme Soledade, os valores foram fechados de comum acordo entre a Defensoria e a Vale.

Nesta quinta-feira, 25, Sperling pretende convencer os atingidos pela barragem, em reunião pública na cidade, que não é uma boa saída assinar o acordo. "Estamos lidando com muita gente humilde, que muitas vezes não tem todo o conhecimento sobre os direitos que têm. Caso assinem esse termo, por exemplo, não haverá a possibilidade de reclamações futuras sobre questões individuais", afirmou o promotor.

A defensora pública federal Lígia Prado da Rocha, que acompanha a situação em Brumadinho desde o dia da tragédia, ressaltou que, ao longo de toda a negociação, o objetivo da força-tarefa foi o de operar coletivamente. "Sempre buscamos ações coordenadas com participação coletiva, porque a experiência com Mariana é que as pessoas saíram prejudicadas por acordos aprazíveis no curto prazo, mas no longo prazo, não". 

Soledade, no entanto, afirma não compreender a "insatisfação" da colega no plano federal. "A força-tarefa não existe. As pessoas precisam receber, tocar a vida. Se criticam o que fazemos, querem o quê? Que aconteça como em Mariana, que ninguém recebe nada? Trabalhamos em conjunto quando é pertinente, quando a missão é só nossa, temos que tomar iniciativas."

'Solução justa e célere', diz Vale

A Vale informou por nota que "visando a uma solução célere e justa para danos individuais, a Vale celebrou com a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) um Termo de Compromisso para indenização de danos materiais e morais, referente ao rompimento da Barragem I, da mina Córrego do Feijão. A Vale ressalta que, embora tenha criado esta via direta de negociação consensual, caberá ao atingido optar qual é o meio mais adequado para buscar seus direitos. O Termo de Compromisso é um documento sigiloso por conter valores sobre danos morais. De forma a resguardar a privacidade e a segurança dos atingidos, os valores são sigilosos.”

BELO HORIZONTE - Um acordo fechado entre a Vale e a Defensoria Pública do Estado de Minas para vítimas da barragem da mineradora em Brumadinho rachou a força-tarefa que investiga a tragédia. As tratativas são avaliadas pela promotoria e pela Defensoria Pública da União como prejudiciais aos atingidos. Já a Defensoria Pública do Estado afirma que "não existe" uma força-tarefa atuando em relação ao rompimento da barragem.

Moradores de Brumadinho observam a lama que atingiu a cidade. Foto: Washington Alves/Reuters

O acordo, segundo o Ministério Público, foi assinado à revelia de outros integrantes da força-tarefa que atuam nas negociações para pagamento de indenização e ressarcimento por danos provocados pela lama que desceu da barragem após seu rompimento, que completa três meses nesta quinta-feira, 25. "Temos todo respeito ao Ministério Público, mas não temos de ter sua autorização para trabalhar", rebateu o defensor público estadual Felipe Soledade. "Nosso compromisso é com os atingidos", disse.

O termo, segundo o promotor André Sperling, foi estabelecido com critérios da própria Vale, que já haviam sido recusados nas negociações com toda a força-tarefa. A prova disso, ainda segundo o promotor, é que valores previstos no acordo fechado entre a mineradora e a Defensoria Pública do Estado já haviam sido apresentados, e recusados, na mesa de negociação envolvendo todo o grupo investigador.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

1 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
2 | 37

Moradores

Foto: Mauro Pimentel/AFP
3 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
4 | 37

Animais

Foto: Wilton Junior/Estadão
5 | 37

Dificuldade no resgate

Foto: Douglas Magno/AFP
6 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
7 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
9 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
10 | 37

Catástrofe ambiental e humana

Foto: Adriano Machado/Reuters
11 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
12 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Douglas Magno/AFP
13 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
14 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
15 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
16 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
17 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
18 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
19 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
20 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
21 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
22 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
23 | 37

Presidente Bolsonaro

Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
24 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Paulo Fonseca/EFE
25 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
26 | 37

Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Batalha pela Vida

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Estrada

Foto: Wilton Junior/Estadão
30 | 37

Carro atolado

Foto: Wilton Junior/Estadão
31 | 37

Helicoptero

Foto: Wilton Junior/Estadão
32 | 37

Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

Foto: Washington Alves/Reuters
33 | 37

Corpo encontrado

Foto: Wilton Júnior/Estadão
34 | 37

Ponte

Foto: Antonio Lacerta/EFE
35 | 37

Área devastada

Foto: Wilton Júnior/Estadão
36 | 37

Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
37 | 37

Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

Havia, por exemplo, proposta para pagamento de R$ 500 mil em caso de filho falecido no rompimento da barragem e de R$ 150 mil por irmão morto na tragédia. "O que a Vale fez no acordo foi construir uma tabela, uma matriz de danos, para encaixar cada vítima. E fez tudo isso sem ouvir os atingidos. É uma tabela construída pelo próprio causador do dano", explicou o promotor.

Sperling, que chamou de "traição" o comportamento da Defensoria Pública do Estado, afirma ainda que o acordo, fechado no início do mês, foi mantido sob segredo. "Só conseguimos acesso na semana passada, depois de pedirmos à justiça em Brumadinho que o termo fosse anexado a um processo relativo à tragédia que corre na comarca local".

O defensor público estadual Soledade afirma que valores que constavam no acordo não foram tornados públicos por segurança. "Ou colocaríamos os atingidos sob risco da atuação de ladrões." Conforme Soledade, os valores foram fechados de comum acordo entre a Defensoria e a Vale.

Nesta quinta-feira, 25, Sperling pretende convencer os atingidos pela barragem, em reunião pública na cidade, que não é uma boa saída assinar o acordo. "Estamos lidando com muita gente humilde, que muitas vezes não tem todo o conhecimento sobre os direitos que têm. Caso assinem esse termo, por exemplo, não haverá a possibilidade de reclamações futuras sobre questões individuais", afirmou o promotor.

A defensora pública federal Lígia Prado da Rocha, que acompanha a situação em Brumadinho desde o dia da tragédia, ressaltou que, ao longo de toda a negociação, o objetivo da força-tarefa foi o de operar coletivamente. "Sempre buscamos ações coordenadas com participação coletiva, porque a experiência com Mariana é que as pessoas saíram prejudicadas por acordos aprazíveis no curto prazo, mas no longo prazo, não". 

Soledade, no entanto, afirma não compreender a "insatisfação" da colega no plano federal. "A força-tarefa não existe. As pessoas precisam receber, tocar a vida. Se criticam o que fazemos, querem o quê? Que aconteça como em Mariana, que ninguém recebe nada? Trabalhamos em conjunto quando é pertinente, quando a missão é só nossa, temos que tomar iniciativas."

'Solução justa e célere', diz Vale

A Vale informou por nota que "visando a uma solução célere e justa para danos individuais, a Vale celebrou com a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) um Termo de Compromisso para indenização de danos materiais e morais, referente ao rompimento da Barragem I, da mina Córrego do Feijão. A Vale ressalta que, embora tenha criado esta via direta de negociação consensual, caberá ao atingido optar qual é o meio mais adequado para buscar seus direitos. O Termo de Compromisso é um documento sigiloso por conter valores sobre danos morais. De forma a resguardar a privacidade e a segurança dos atingidos, os valores são sigilosos.”

BELO HORIZONTE - Um acordo fechado entre a Vale e a Defensoria Pública do Estado de Minas para vítimas da barragem da mineradora em Brumadinho rachou a força-tarefa que investiga a tragédia. As tratativas são avaliadas pela promotoria e pela Defensoria Pública da União como prejudiciais aos atingidos. Já a Defensoria Pública do Estado afirma que "não existe" uma força-tarefa atuando em relação ao rompimento da barragem.

Moradores de Brumadinho observam a lama que atingiu a cidade. Foto: Washington Alves/Reuters

O acordo, segundo o Ministério Público, foi assinado à revelia de outros integrantes da força-tarefa que atuam nas negociações para pagamento de indenização e ressarcimento por danos provocados pela lama que desceu da barragem após seu rompimento, que completa três meses nesta quinta-feira, 25. "Temos todo respeito ao Ministério Público, mas não temos de ter sua autorização para trabalhar", rebateu o defensor público estadual Felipe Soledade. "Nosso compromisso é com os atingidos", disse.

O termo, segundo o promotor André Sperling, foi estabelecido com critérios da própria Vale, que já haviam sido recusados nas negociações com toda a força-tarefa. A prova disso, ainda segundo o promotor, é que valores previstos no acordo fechado entre a mineradora e a Defensoria Pública do Estado já haviam sido apresentados, e recusados, na mesa de negociação envolvendo todo o grupo investigador.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
2 | 37

Moradores

Foto: Mauro Pimentel/AFP
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Catástrofe ambiental e humana

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Animais

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Dificuldade no resgate

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Washington Alves/Reuters
8 | 37

Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Catástrofe ambiental e humana

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
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Presidente Bolsonaro

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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Paulo Fonseca/EFE
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Tragédia em Minas Gerais

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Batalha pela Vida

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Estrada

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Carro atolado

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Helicoptero

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Bombeiros tentam encontrar sobreviventes em Brumadinho

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Corpo encontrado

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Ponte

Foto: Antonio Lacerta/EFE
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Área devastada

Foto: Wilton Júnior/Estadão
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Equipe de resgate

Foto: Antonio Lacerda/EFE
37 | 37

Resgate aéreo

Foto: Giazi Cavalcante/Código 19

Havia, por exemplo, proposta para pagamento de R$ 500 mil em caso de filho falecido no rompimento da barragem e de R$ 150 mil por irmão morto na tragédia. "O que a Vale fez no acordo foi construir uma tabela, uma matriz de danos, para encaixar cada vítima. E fez tudo isso sem ouvir os atingidos. É uma tabela construída pelo próprio causador do dano", explicou o promotor.

Sperling, que chamou de "traição" o comportamento da Defensoria Pública do Estado, afirma ainda que o acordo, fechado no início do mês, foi mantido sob segredo. "Só conseguimos acesso na semana passada, depois de pedirmos à justiça em Brumadinho que o termo fosse anexado a um processo relativo à tragédia que corre na comarca local".

O defensor público estadual Soledade afirma que valores que constavam no acordo não foram tornados públicos por segurança. "Ou colocaríamos os atingidos sob risco da atuação de ladrões." Conforme Soledade, os valores foram fechados de comum acordo entre a Defensoria e a Vale.

Nesta quinta-feira, 25, Sperling pretende convencer os atingidos pela barragem, em reunião pública na cidade, que não é uma boa saída assinar o acordo. "Estamos lidando com muita gente humilde, que muitas vezes não tem todo o conhecimento sobre os direitos que têm. Caso assinem esse termo, por exemplo, não haverá a possibilidade de reclamações futuras sobre questões individuais", afirmou o promotor.

A defensora pública federal Lígia Prado da Rocha, que acompanha a situação em Brumadinho desde o dia da tragédia, ressaltou que, ao longo de toda a negociação, o objetivo da força-tarefa foi o de operar coletivamente. "Sempre buscamos ações coordenadas com participação coletiva, porque a experiência com Mariana é que as pessoas saíram prejudicadas por acordos aprazíveis no curto prazo, mas no longo prazo, não". 

Soledade, no entanto, afirma não compreender a "insatisfação" da colega no plano federal. "A força-tarefa não existe. As pessoas precisam receber, tocar a vida. Se criticam o que fazemos, querem o quê? Que aconteça como em Mariana, que ninguém recebe nada? Trabalhamos em conjunto quando é pertinente, quando a missão é só nossa, temos que tomar iniciativas."

'Solução justa e célere', diz Vale

A Vale informou por nota que "visando a uma solução célere e justa para danos individuais, a Vale celebrou com a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) um Termo de Compromisso para indenização de danos materiais e morais, referente ao rompimento da Barragem I, da mina Córrego do Feijão. A Vale ressalta que, embora tenha criado esta via direta de negociação consensual, caberá ao atingido optar qual é o meio mais adequado para buscar seus direitos. O Termo de Compromisso é um documento sigiloso por conter valores sobre danos morais. De forma a resguardar a privacidade e a segurança dos atingidos, os valores são sigilosos.”

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