Três dos cinco acusados da morte dos namorados Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé em outubro de 2003 serão julgados nesta terça-feira, 18, na Câmara Municipal de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. O julgamento deve começar às 10 horas e a previsão é de que dure 3 dias. Os três, os caseiros Agnaldo Pires, Antonio Matias de Barros e Antonio Caetano da Silva, chegaram ao local do julgamento às 8h25. Os primeiros curiosos começam a chegar e a rua da Câmara está interditada desde as 7 horas. O pai de Liana, Ari Friedenbach, e a mãe de Felipe, Lenice Caffé, são aguardados no julgamento. Pires será julgado sob a acusação de um estupro, Silva, o Tonho Véio, por três estupros e dois cárceres privados, e Barros, o Antonio Nojento, por cárcere privado, porte ilegal de arma e favorecimento pessoal - ele teria escondido a arma usada na morte de Felipe a pedido de Champinha, o outro acusado. Além do Ministério Público, a acusação dos réus é feita também pelo advogado Alberto Zacarias Toron, contratado pelos pais de Liana. Para a promotora Helena Bonilha de Toledo Leite, de Embu-Guaçu, a expectativa é de que os jurados reconheçam a culpa de todos e os condene à pena máxima. O julgamento do quarto acusado preso, Paulo César Silva Marques, o Pernambuco, não tem data para acontecer porque os advogados dele recorreram da sentença. Champinha R.A.A.C., o Champinha, hoje com 19 anos, acusado de ser o mentor do crime, ainda cumpre pena na Febem e há expectativa de que ele compareça ao julgamento para ser ouvido como testemunha. Champinha não será julgado hoje porque na época do crime ele não tinha atingido a maioridade penal e deve deixar a Febem entre os dias 10 e 17 de novembro e seguir em liberdade. No dia 17, Champinha completa 3 anos de internação - período máximo, por lei, para regime fechado na instituição. A única possibilidade de o interno ser privado de retornar ao convívio com a sociedade é uma ação de interdição com internação em hospital psiquiátrico. Isso dificilmente vai ocorrer, por falta de novos elementos que comprovem a periculosidade do jovem. O crime Os estudantes desapareceram no dia 31 de outubro de 2003. Eles acampavam em uma região isolada de Embu-Guaçu quando foram seqüestrados e mantidos em um sítio. Felipe Caffé, com 19 anos na época, foi morto por Pernambuco dois dias depois, com um tiro na nuca. Liana, com 16, foi violentada por todos os réus e pelo adolescente e morta a facadas cinco dias após o seqüestro. Os corpos do casal só seriam encontrados no dia 10 de novembro de 2003.
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