A Polícia Federal apreendeu na última sexta-feira, 7, um adolescente suspeito de estimular a violência e praticar “diversos atos infracionais” no Discord e no TikTok. Ele foi encontrado em Vitória, capital do Espírito Santo, e é investigado por “ter levado a sofrimento” várias crianças e adolescentes.
Segundo a PF, o adolescente apreendido era “um dos agressores mais atuantes” em ambas as plataformas, incitando “a automutilação e o abuso infantil” nas redes sociais. Essa não é a primeira operação contra o jovem, que já foi alvo de outro mandado de busca e apreensão em sua residência, mas “continuou praticando os mais diversos atos infracionais, em total descaso com a lei”.
Como o Estadão mostrou aqui, investigações das polícias Federal e Civil têm apontado que a plataforma Discord - que permite conversas e transmissões de vídeos online, e que é popular para jogos e podcasts - se tornou uma das principais redes para a prática de crimes contra adolescentes. Criminosos têm utilizado o aplicativo para chantagear garotas, cometer abusos sexuais, agressões e mutilações.
Além do adolescente apreendido esta semana, um outro suspeito foi preso em abril deste ano pela Polícia Federal. Ele é investigado por ter agredido ou prejudicado de alguma forma pelo menos dez vítimas, algumas das quais tiveram o seu apelido gravado no corpo com uma lâmina, segundo reportagem do Fantástico, da TV Globo.
Investigações da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo também descobriram em computadores de acusados diversas pastas com fotos e vídeos de garotas que foram violadas e chantageadas. Uma das pastas estava nomeada como “backup das vagabundas estupráveis”.
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Em nota enviada ao Estadão há duas semanas e assinada pelo chefe de política e segurança do Discord, Clint Smith, a empresa declarou que, “no Brasil, 99,9% das comunidades do Discord nunca violaram nossas políticas” e que há “uma política de tolerância zero para atividades em nossa plataforma que sejam potencialmente prejudiciais à sociedade”.
A plataforma alegou ainda que removeu “98% das comunidades que identificamos nos últimos seis meses por mostrar material com abuso de crianças no Brasil”. “Atualmente, mais de 15% de nossa equipe está focada no tema de segurança - isso significa que temos mais funcionários trabalhando em segurança do que em marketing”. Smith considerou ainda que a plataforma tem buscado parcerias com entidades ligadas à segurança infantil no País para coibir abusos.