Na reta final do primeiro turno da eleição em São Paulo, o candidato do PT, Fernando Haddad, vai tentar colar o governo Michel Temer e o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), em Marta Suplicy, do PMDB.
A senadora licenciada, por sua vez, manterá sua artilharia voltada para Celso Russomanno, do PRB, na disputa pela segunda vaga e tentar chegar ao segundo turno.
A avaliação geral das campanhas é de que o candidato do PSDB, João Doria, já tem uma vaga garantida. O tucano, porém, não conseguiu se consolidar na periferia, que é disputada pelos demais adversários.
O comitê de Marta comemorou o resultado da pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta quarta-feira, 28, enquanto os petistas ficaram frustrados.
Havia o temor entre aliados da peemedebista de que o desgaste causado pela ofensiva do prefeito fosse maior. Haddad usou pelo menos um terço de seus programas de rádio e TV nas últimas semanas para dizer que Marta é favorável às reformas trabalhista e da Previdência do governo Temer, além de “aliada” de Kassab.
A estratégia será reforçada nos últimos dias e no debate da TV Globo nesta quinta-feira, 29. “A estratégia (de nacionalização) deu certo, pois vinculou questões do dia a dia, como jornada de trabalho e Previdência”, disse Paulo Fiorilo, coordenador da campanha de Haddad.
Apesar da ofensiva, a campanha da senadora peemedebista entende que seria inócuo responder a Haddad na mesma moeda, pois o voto dele é consolidado. “Temos uma esperança enorme de estar no segundo turno. Nossos adversários são Haddad e Russomanno”, disse José Yunes, da campanha de Marta.
No ataque. Já o eleitor de Doria rejeita fortemente Marta, por isso não adiantaria tentar desconstruí-lo. No último dia de propaganda na TV, a campanha de Marta usará apenas as inserções na TV e no rádio para fragilizar Russomanno, que chegará ao dia eleição na defensiva. A candidata evitará a nacionalização até onde for possível, mas se provocada no debate vai se posicionar de maneira contundente contra as reformas “que tiram direito do trabalhador”.
Consolidado na liderança, Doria assistirá de camarote ao duelo pela segunda vaga. Seu último programa na TV vai abusar do jingle, mostrar pesquisas e vender um clima de “otimismo”. Os tucanos não estarão presentes na TV.