A imagem de uma das obras mais emblemáticas do artista português, Jorge Colaço, estampava a página central da edição de 25 de setembro de 1911.
O jornal mostrava aos seus leitores algumas das obras do artista que crescia em popularidade na Europa.
"Jorge Colaço, o admirável caricaturista que o publico hontem applaudiu no Sant'Anna, e cuja figura de mosqueteiro tanta curiosidade desperta actualmente na nossa cidade, offerece uma modalidade muito interessante do seu grande talento artístico nos dois trabalhos que acima reproduzimos. São dois esplendidos painéis em azulejos compostos e pintados por Colaço com a mestria que o tornou inexcedível em Portugal e que lhe garante um lugar de destaque entre os artistas da Europa. A industria artística dos azulejos em Portugal, de que os nossos conventos do rio e da Bahia conservam alguns preciosos exemplares, encontrou em Jorge Colaço um renovador que lhe tem insuflado um espírito novo de accôrdo com os progressos da arte e da cultura em geral." (O Estado de S.Paulo, 23/09/1911)
O Estado de S.Paulo, 23/09/1911
Nascido no Marrocos, Colaço foi aluno de Ferdinand Cormon e estudou arte em Paris e em Madri.
Conhecido pelo seu domínio do desenho realizou alguns trabalhos de caricatura, uma arte ainda incipiente.
Foi seu trabalho em azulejos trouxe-lhe reconhecimento internacional.
Com temáticas medievais, manuelinas e bucólicas, seus conhecidos azulejos azuis e brancos estão espalhados em lindos painéis que adornam prédios públicos de Portugal. Entre eles estão os painéis do Pavilhão Carlos Lopes (1922), da Academia Militar, da Casa do Alentejo (1918) e da loja A Merendinha, em Lisboa; os da Estação de São Bento (1915), das paredes externas das Igrejas de Santo Ildefonso (1932) e dos Congregados (1929), no Porto; e os da decoração do Palace-Hotel deBuçaco (1907), no Luso.
Fora do país, seus painéis compõem a decoração do Palácio de Windsor, na Inglaterra, e também podem ser encontrados na Suíça, na Argentina, no Brasil e em Cuba.
Pesquisa e texto: Lizbeth Batista
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