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16 e 19 de janeiro de 1985
Quando os primeiros rumores de nomes confirmados começaram a aparecer, em meados de 1984, muita gente não acreditou. Era bom demais para ser verdade. Principalmente para a rapaziada e molecada que curtia um jeans estropiado com inúmeros patches com emblemas de bandas costurados nas calças e jaquetas, junto a um número não menos imoderado de bottons. Além de Whitesnake, Iron Maiden, Queen, Scorpions e AC/DC, estaria ao vivo em terras brasileiras um dos maiores nomes do Heavy Metal: Ozzy Osbourne, o lendário ex-vocalista do pioneiro Black Sabbath que está nova turnê de shows pelo país.
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Desde a vinda do Kiss, em 1983, não se via nada igual. Se dois anos antes os mascarados americanos excitavam a imaginação da molecada com histórias de pintinhos sendo mortos por saltos de botas gigantes em pleno palco e associações com o nome da banda a práticas demoníacas, desta vez era o próprio diabo em pessoa que aportaria por aqui.
A história do morcego comido no palco tinha milhares de versões, uma mais absurda que a outra. A imagem da "besta-fera" era reforçada com fotos de Ozzy ora incorporando um vampiro, ora um lobisomem, ou apenas exibindo tatuagens sinistras com monstros, caveiras e outros símbolos macabros.
Foi com essa aura demoníaca que Ozzy chegou ao Rio de Janeiro para duas apresentações no histórico festival realizado em Jacarepaguá. Mas logo no desembarque,a surpresa: em vez de um ser soturno, um simpático cara que mais parecia aqueles turistas ingleses branquelos que aportam nas praias brasileiras. Até um chapéu típico para se proteger do sol usava o roqueiro nas entrevistas. O teatro macabro era isso: teatro. Reservado apenas ao palco. E, ali, Ozzy não decepcionou.
Acompanhando por uma banda afiadíssima, mostrou que - mesmo "desengonçado para andar e dançar, duro de cintura e com alguns quilos a mais" - entendia do riscado e porque era, e ainda é, um dos principais nomes do rock pesado. A diferença entre a persona dos palcos e da vida real deu o tom da cobertura sobre Ozzy nasquele começo de 1985, como mostram as páginas do Estadão e do Jornal da Tarde.
As duas imagens de Ozzy e os shows memoráveis.
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