Ataque a creche em Blumenau: filho adotado por duas mães, Enzo, 4, gostava de dançar


Tio lembra que o garoto fazia questão de cumprimentar um por um, esticando a mãozinha, quando chegava nos lugares

Por Vanessa Eskelsen
Atualização:

Enzo Marchesin Barbosa, de 4 anos, jantou com as mães e a avó na noite de terça-feira, 4. Estava alegre e brincalhão, o que não era bem uma novidade para a criança, lembrada pelos parentes como muito comunicativo para a idade. “Onde ele chegava, já dizia: ‘Oi, eu sou o Enzo!’, conta o tio, Éder Nunes, de 42 anos, técnico em Mecânica. Fazia questão de cumprimentar um por um, esticando a mãozinha.

Na manhã seguinte, no dia 5, ele foi uma das vítimas do massacre* em uma creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, em Santa Catarina, que terminou com quatro crianças mortas. O agressor, que pulou o muro e atacou os alunos com uma machadinha, está preso.

Adotado em dezembro de 2021, Enzo realizou o sonho da maternidade do casal Samira Barbosa e Carina Marchesini, que estão juntas há cerca de cinco anos, segundo os familiares. Nas redes sociais, são muitas as fotos da família, com destaque para o rosto sorridente do garoto. “Esse sou eu e minhas mães em nossa primeira virada de ano juntos”, diz uma das publicações.

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Crianças brincavam em pátio da creche quando foram atingidas. Foto: Anderson Coelho/AFP

Entre os passatempos preferidos de Enzo, a dança era uma das principais – arriscava passinhos até em aulas. Um dos companheiros inseparáveis era um brinquedo do Sonic, que ele queria mostrar para todos que chegassem.

Ambas são enfermeiras, mas Carina passou a trabalhar em uma escola pública, para atuar com crianças com necessidades especiais, justamente para facilitar a rotina de cuidados com Enzo. Ele trocou uma creche pública pela Cantinho do Bom Pastor, que é particular, para que as mães conciliassem o trabalho e a criação do garoto. Horas antes do atentado, ele chegou à creche falante, como sempre, e na expectativa por comer chocolate.

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Outra diversão era brincar com os primos que têm idades próximas – um deles estava no colo do pai durante o velório, que avançou pela madrugada de quarta até a manhã desta quinta-feira, 6. O menino, aparentemente sem entender o tamanho da tragédia, assistia a tudo sem chorar, mas estava agitado. Já o pai tentava explicar o inexplicável. “O Enzo está dormindo agora.”

NOTA DA REDAÇÃO: O Estadão decidiu não publicar foto, vídeo, nome ou outras informações sobre o autor do ataque, embora ele seja maior de idade. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um “troféu” dentro dessas redes. Pelo mesmo motivo, também não foram divulgados vídeos do ataque em uma escola estadual na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, no último dia 27 de março.

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Enzo Marchesin Barbosa, de 4 anos, jantou com as mães e a avó na noite de terça-feira, 4. Estava alegre e brincalhão, o que não era bem uma novidade para a criança, lembrada pelos parentes como muito comunicativo para a idade. “Onde ele chegava, já dizia: ‘Oi, eu sou o Enzo!’, conta o tio, Éder Nunes, de 42 anos, técnico em Mecânica. Fazia questão de cumprimentar um por um, esticando a mãozinha.

Na manhã seguinte, no dia 5, ele foi uma das vítimas do massacre* em uma creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, em Santa Catarina, que terminou com quatro crianças mortas. O agressor, que pulou o muro e atacou os alunos com uma machadinha, está preso.

Adotado em dezembro de 2021, Enzo realizou o sonho da maternidade do casal Samira Barbosa e Carina Marchesini, que estão juntas há cerca de cinco anos, segundo os familiares. Nas redes sociais, são muitas as fotos da família, com destaque para o rosto sorridente do garoto. “Esse sou eu e minhas mães em nossa primeira virada de ano juntos”, diz uma das publicações.

Crianças brincavam em pátio da creche quando foram atingidas. Foto: Anderson Coelho/AFP

Entre os passatempos preferidos de Enzo, a dança era uma das principais – arriscava passinhos até em aulas. Um dos companheiros inseparáveis era um brinquedo do Sonic, que ele queria mostrar para todos que chegassem.

Ambas são enfermeiras, mas Carina passou a trabalhar em uma escola pública, para atuar com crianças com necessidades especiais, justamente para facilitar a rotina de cuidados com Enzo. Ele trocou uma creche pública pela Cantinho do Bom Pastor, que é particular, para que as mães conciliassem o trabalho e a criação do garoto. Horas antes do atentado, ele chegou à creche falante, como sempre, e na expectativa por comer chocolate.

Outra diversão era brincar com os primos que têm idades próximas – um deles estava no colo do pai durante o velório, que avançou pela madrugada de quarta até a manhã desta quinta-feira, 6. O menino, aparentemente sem entender o tamanho da tragédia, assistia a tudo sem chorar, mas estava agitado. Já o pai tentava explicar o inexplicável. “O Enzo está dormindo agora.”

NOTA DA REDAÇÃO: O Estadão decidiu não publicar foto, vídeo, nome ou outras informações sobre o autor do ataque, embora ele seja maior de idade. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um “troféu” dentro dessas redes. Pelo mesmo motivo, também não foram divulgados vídeos do ataque em uma escola estadual na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, no último dia 27 de março.

Enzo Marchesin Barbosa, de 4 anos, jantou com as mães e a avó na noite de terça-feira, 4. Estava alegre e brincalhão, o que não era bem uma novidade para a criança, lembrada pelos parentes como muito comunicativo para a idade. “Onde ele chegava, já dizia: ‘Oi, eu sou o Enzo!’, conta o tio, Éder Nunes, de 42 anos, técnico em Mecânica. Fazia questão de cumprimentar um por um, esticando a mãozinha.

Na manhã seguinte, no dia 5, ele foi uma das vítimas do massacre* em uma creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, em Santa Catarina, que terminou com quatro crianças mortas. O agressor, que pulou o muro e atacou os alunos com uma machadinha, está preso.

Adotado em dezembro de 2021, Enzo realizou o sonho da maternidade do casal Samira Barbosa e Carina Marchesini, que estão juntas há cerca de cinco anos, segundo os familiares. Nas redes sociais, são muitas as fotos da família, com destaque para o rosto sorridente do garoto. “Esse sou eu e minhas mães em nossa primeira virada de ano juntos”, diz uma das publicações.

Crianças brincavam em pátio da creche quando foram atingidas. Foto: Anderson Coelho/AFP

Entre os passatempos preferidos de Enzo, a dança era uma das principais – arriscava passinhos até em aulas. Um dos companheiros inseparáveis era um brinquedo do Sonic, que ele queria mostrar para todos que chegassem.

Ambas são enfermeiras, mas Carina passou a trabalhar em uma escola pública, para atuar com crianças com necessidades especiais, justamente para facilitar a rotina de cuidados com Enzo. Ele trocou uma creche pública pela Cantinho do Bom Pastor, que é particular, para que as mães conciliassem o trabalho e a criação do garoto. Horas antes do atentado, ele chegou à creche falante, como sempre, e na expectativa por comer chocolate.

Outra diversão era brincar com os primos que têm idades próximas – um deles estava no colo do pai durante o velório, que avançou pela madrugada de quarta até a manhã desta quinta-feira, 6. O menino, aparentemente sem entender o tamanho da tragédia, assistia a tudo sem chorar, mas estava agitado. Já o pai tentava explicar o inexplicável. “O Enzo está dormindo agora.”

NOTA DA REDAÇÃO: O Estadão decidiu não publicar foto, vídeo, nome ou outras informações sobre o autor do ataque, embora ele seja maior de idade. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um “troféu” dentro dessas redes. Pelo mesmo motivo, também não foram divulgados vídeos do ataque em uma escola estadual na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, no último dia 27 de março.

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