Amiga da família de Larissa Maia Toldo, de 7 anos, a técnica de enfermagem Beatriz de Feitoza, de 39, disse que a menina passou por percalços na infância, mas conseguiu superá-los. “Desde quando ela nasceu, nasceu lutando pela vida dela. Passou por diversos problemas de saúde, e ela superou. Tão pequena e superou todos”, disse. “Era uma vencedora.” Larissa e mais três colegas foram mortos na quarta-feira, 5, em um ataque* na creche Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau, Santa Catarina.
Presente ao velório e enterro da menina, Beatriz conta que ela teve complicações nos rins e passou por cirurgia ainda quando bebê. “Ela lutou sempre pela vida dela e conseguiu vencer todas as barreiras que a vida colocou, para ontem acontecer isso”, disse. “Tinha a vida toda pela frente, era muito alegre.”
Inconsolável, Beatriz disse que tem uma filha apenas um mês mais velha que Larissa, e que as duas são amigas de infância. “Eram bem próximas”, afirmou. “Não tem explicação.”
Larissa foi sepultada pouco após as 12h. Ela foi a última das três vítimas a ser enterrada em um mesmo cemitério no centro da cidade.
Mais cedo, foram sepultados Bernardo Cunha Machado, de 5 anos, Bernardo Pabst da Cunha, de 4, e Enzo Marchesin Barbosa, de 4 anos.
As crianças brincavam no pátio da creche quando um homem de 25 anos pulou o muro e atingiu as vítimas com golpes de machadinha. Outras cinco crianças ficaram feridas e já tiveram alta do hospital.
Após o ataque, o agressor, que já tem passagens pela polícia, se apresentou no 10º Batalhão da Polícia Militar e está preso.
NOTA DA REDAÇÃO: O Estadão decidiu não publicar foto, vídeo, nome ou outras informações sobre o autor do ataque, embora ele seja maior de idade. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um “troféu” dentro dessas redes. Pelo mesmo motivo, também não foram divulgados vídeos do ataque em uma escola estadual na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, no último dia 27 de março.
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