Uma escola estadual e outra particular, na região norte do Espírito Santo, foram alvo de ataques a tiros na manhã desta sexta-feira, 25. Três professoras e uma aluna morreram. Além disso, 13 pessoas ficaram feridas. O suspeito pelos atentados, um ex-aluno de 16 anos do colégio público, foi apreendido pela polícia à tarde.
A aluna Sofia Castro, de 17 anos, conta que estava no pátio do colégio particular quando o atentado começou. “Eu não tinha noção do que estava acontecendo. Primeiro escutei um ‘pá’, e depois escutei a ‘tia’ da limpeza falando ‘meu neto’ ou ‘meu sobrinho’, não entendi muito bem. Então, o professor de geometria falou pra gente sair correndo, porque era tiro. Saiam para o fundo da escola e arrumem um jeito de sair daqui, mas saiam correndo’”, relata.
Junto a outros alunos, Sofia se direcionou aos fundos da escola, onde ficaram abaixados, em uma tentativa de se proteger dos disparos. “No início, eu achava que era brincadeira, mas aí vi todo mundo correndo e só corri junto, nem olhei para trás”, conta a estudante. “Na hora não pensei direito, porque comecei a ver aquelas crianças todas chorando e comecei a tentar acalmá-las. Não adiantava nada eu ficar com medo e passar mais medo para eles”, continua a adolescente.
Após alguns minutos escondidos no fundo da escola, Sofia e seus colegas foram chamados pela mãe de outra aluna, que indicou uma saída. “Tinha um portão aberto pelos fundos. A gente conseguiu sair e depois as outras crianças conseguiram também”, relata. “Foi assustador. Não sei se vou conseguir voltar para a escola, porque dá muito medo. Podia ter sido eu”, conclui a jovem.
Mauro Balbino Fernandes, vizinho da primeira escola a ser atacada, conta que viu a correria na rua e se assustou. “Vi o pessoal correndo e perguntei o que estava acontecendo. Fiquei assustado, sem conseguir sair do lugar e com medo de levar um tiro.” Segundo ele, a polícia chegou ao local logo depois.
Em seguida, Fernandes soube que sua neta, aluna de um dos colégios alvo dos disparos, também corria perigo e ficou com medo que ela fosse baleada. “Minha esposa veio correndo e disse que estava tendo tiroteio na escola dela também, então peguei o carro e fui para lá. Quando cheguei na escola, me telefonaram e falaram que era para eu voltar para casa porque minha neta estava lá. Uma faxineira a levou para casa”, conta. “Quando cheguei em casa, minha neta estava muito assustada e chorando.”