Marcos Cesar, de 53 anos, é motorista desde que completou 18 anos e tirou a carteira de habilitação. O seu objeto de trabalho era um caminhão caçamba, que o permitia atuar como transportador de lixo em Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte.
Na manhã da terça-feira, 14, ele estava trabalhando quando foi abordado por duas pessoa, que atearam fogo no veículo. Em pouco tempo, o caminhão estava completamente tomado pelas chamas. “Lutei a vida todinha para comprar um caminhão desse, e eu ainda devo ele”, conta Marcos. A caçamba foi comprada em 2021, e ainda faltavam R$10 mil reais para quitar a compra.
O caminhoneiro ainda não sabia dos ataques coordenados que ocorriam em diferentes cidades do Rio Grande do Norte e nem imaginava que algo da magnitude poderia acontecer com ele. “É para ter raiva mesmo. O cara chegar, me mandar correr só para destruir (o caminhão) e me deixar na mão do jeito que eu estou hoje”, desabafa Marcos.
O mossoroense conta com a ajuda de familiares e amigos para recuperar o prejuízo. Ele recebe doações por meio do PIX de seu filho e por uma vaquinha online. As arrecadações já somam cerca de R$24 mil reais. “Tá longe do valor do caminhão, mas já é um começo”, diz o filho de Cesar, Marcos Filho. Segundo ele, uma caçamba igual a que o pai tinha custa em torno de R$260 mil.
Agora, Marcos Cesar precisa continuar em frente. Religioso, ele acredita na justiça de Deus. “As pessoas estão me ajudando. Se der certo, eu ainda vou comprar um (caminhão). Se não, eu vou trabalhar de empregado. Vou esperar por Deus”, conta Marcos Cesar.
O Estado viu novos ataques acontecerem nesta quarta-feira, 15. Agentes da Força Nacional de Segurança chegaram à região para reforçar as ações de patrulhamento adotadas pelo governo para tentar conter a atuação de criminosos.