Atirador da Bahia não mostrou comportamento agressivo na escola antes de ataque, diz coordenadora


Adolescente de 14 anos atacou e matou uma colega na cidade de Barreiras, no oeste do Estado. Nas redes, autor propagou ódio. Polícia diz que falha em arma evitou maior número de vítimas

Por Nilson Marinho
Atualização:

Na última sexta-feira, 23, o adolescente de 14 anos que matou uma jovem cadeirante durante um ataque a uma escola em Barreiras, no oeste da Bahia, esteve na coordenação da instituição de ensino. Devido a faltas constantes em sala de aula, o aluno precisava realizar algumas atividades dependentes.

Durante o tempo em esteve ao lado da coordenadora pedagógica Mônica Patrícia, ele não deu nenhum indício de que três dias depois entraria armado no local atirando em direção aos seus colegas.

Geane da Silva Brito, de 19 anos, foi morta por aluno em escola de Barreiras, na Bahia, em 26 de setembro de 2022. (Reprodução/Arquivo pessoal) Foto: Arquivo pessoal
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Pelo pouco contato que teve com o quadro de funcionários, muitos não conseguem descrever com precisão seu perfil, mas nos raros encontros com colegas e professores, demonstrava ser um menino “tranquilo e eloquente”, como descreveu Patrícia ao Estadão. “Eu estive com ele na sexta-feira. Ele precisava realizar uma atividades e pegar outras para levar para casa. Também foi resolver outras questões pedagógicas. Era um menino que nunca demonstrou um comportamento agressivo e os colegas também nunca se queixaram de algo errado”, disse.

A coordenação já havia recebido a frequência escolar dos professores e notado a ausência do adolescente. À escola, os pais teriam justificado que as faltas tinham relação com o processo de adaptação na nova cidade, já que o garoto, natural de Brasília, havia se mudado para a Bahia neste ano. Ele foi matriculado no colégio em maio.

O atirador demonstrou em um perfil falso que tinha no Twitter a insatisfação com a mudança. Ele chegou a escrever mensagens de ódio contra os colegas baianos, e a plataforma derrubou a conta após a repercussão do caso.

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“A cada dia que vou à escola, sinto-me subjugado, se misturar com eles é nojento, é estupidamente grotesco, sinto ânsia de vômito quando um deles me tocam (sic). Sou puro em essência, mereço mais que isso, sou sancto”, escreveu em uma de suas publicações.

“Saí da capital do Brasil para o ‘merdeste’, e nunca pensei que aqui fosse tão repugnante. Lésbicas, gays e marginais aos montes acham que são dignos de me conhecer e de conhecer minha santidade. Os farei clamar pela minha misericórdia, sentirão a ira divina”, disse em outra postagem.

Falha em arma evitou maior número de vítimas

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A vítima Geane da Silva Brito, de 19 anos, tinha dificuldade de locomoção devido a uma paralisia cerebral, e estava no pátio da escola acompanhando os colegas que participavam de um ato cívico, a poucos metros dali, na quadra de esportes. A unidade de ensino tem parceria com a Polícia Militar da Bahia desde 2019.

A estudante era acompanhada por uma cuidadora, que ficava responsável por ajudá-la na rotina escolar. No dia do crime, a profissional se atrasou e a aluna estava desacompanhada no pátio. O delegado responsável pelo caso, Rivaldo Almeida Luz, diz que o atirador não tinha um alvo específico e que matou a vítima porque ela não podia fugir como os demais alunos.

Ainda de acordo com Luz, os alunos tiveram a chance de correr porque o rapaz entrou pelo portão principal atirando. Ele chegou a disparar na direção de um guarda do colégio, mas o profissional saiu ileso do ataque. A arma utilizada no crime era do pai, um sargento aposentado, e estava carregada com seis balas.

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O revólver calibre 38 falhou, o que fez com que não houvesse mais vítimas, como avaliou o delegado. “A arma picotou. Ele tinha intenção de fazer mais vítimas, tanto que tinha mais balas guardadas nas roupas”. Mais de 20 pessoas entre professores, colegas e familiares foram ouvidos durante as investigações.

Geane estudava no colégio há três anos e estava na última série do ensino fundamental. O corpo dela foi sepultado na tarde desta terça-feira, 27, em um cemitério da comunidade rural de Barreiras.

A Polícia Civil havia informado anteriormente que a jovem tinha sido baleada, mas a informação foi corrigida. Agora, o órgão diz que ela foi assassinada a golpes de faca. Duas armas brancas foram apreendidas no local do crime, entre elas um facão.

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“Uma menina muito alegre, querida por todos e que participava de todas as atividades. Recentemente, por exemplo, a levamos para uma premiação para alunos talentosos. Ela foi destaque, subiu ao palco e foi aplaudida por todos”, lembrou a coordenadora.

A arma utilizada pelo jovem tinha documentação. O sargento aposentado disse em depoimento que escondia o armamento debaixo do colchão, e que não sabia como o filho conseguiu encontrá-lo.

Na última sexta-feira, 23, o adolescente de 14 anos que matou uma jovem cadeirante durante um ataque a uma escola em Barreiras, no oeste da Bahia, esteve na coordenação da instituição de ensino. Devido a faltas constantes em sala de aula, o aluno precisava realizar algumas atividades dependentes.

Durante o tempo em esteve ao lado da coordenadora pedagógica Mônica Patrícia, ele não deu nenhum indício de que três dias depois entraria armado no local atirando em direção aos seus colegas.

Geane da Silva Brito, de 19 anos, foi morta por aluno em escola de Barreiras, na Bahia, em 26 de setembro de 2022. (Reprodução/Arquivo pessoal) Foto: Arquivo pessoal

Pelo pouco contato que teve com o quadro de funcionários, muitos não conseguem descrever com precisão seu perfil, mas nos raros encontros com colegas e professores, demonstrava ser um menino “tranquilo e eloquente”, como descreveu Patrícia ao Estadão. “Eu estive com ele na sexta-feira. Ele precisava realizar uma atividades e pegar outras para levar para casa. Também foi resolver outras questões pedagógicas. Era um menino que nunca demonstrou um comportamento agressivo e os colegas também nunca se queixaram de algo errado”, disse.

A coordenação já havia recebido a frequência escolar dos professores e notado a ausência do adolescente. À escola, os pais teriam justificado que as faltas tinham relação com o processo de adaptação na nova cidade, já que o garoto, natural de Brasília, havia se mudado para a Bahia neste ano. Ele foi matriculado no colégio em maio.

O atirador demonstrou em um perfil falso que tinha no Twitter a insatisfação com a mudança. Ele chegou a escrever mensagens de ódio contra os colegas baianos, e a plataforma derrubou a conta após a repercussão do caso.

“A cada dia que vou à escola, sinto-me subjugado, se misturar com eles é nojento, é estupidamente grotesco, sinto ânsia de vômito quando um deles me tocam (sic). Sou puro em essência, mereço mais que isso, sou sancto”, escreveu em uma de suas publicações.

“Saí da capital do Brasil para o ‘merdeste’, e nunca pensei que aqui fosse tão repugnante. Lésbicas, gays e marginais aos montes acham que são dignos de me conhecer e de conhecer minha santidade. Os farei clamar pela minha misericórdia, sentirão a ira divina”, disse em outra postagem.

Falha em arma evitou maior número de vítimas

A vítima Geane da Silva Brito, de 19 anos, tinha dificuldade de locomoção devido a uma paralisia cerebral, e estava no pátio da escola acompanhando os colegas que participavam de um ato cívico, a poucos metros dali, na quadra de esportes. A unidade de ensino tem parceria com a Polícia Militar da Bahia desde 2019.

A estudante era acompanhada por uma cuidadora, que ficava responsável por ajudá-la na rotina escolar. No dia do crime, a profissional se atrasou e a aluna estava desacompanhada no pátio. O delegado responsável pelo caso, Rivaldo Almeida Luz, diz que o atirador não tinha um alvo específico e que matou a vítima porque ela não podia fugir como os demais alunos.

Ainda de acordo com Luz, os alunos tiveram a chance de correr porque o rapaz entrou pelo portão principal atirando. Ele chegou a disparar na direção de um guarda do colégio, mas o profissional saiu ileso do ataque. A arma utilizada no crime era do pai, um sargento aposentado, e estava carregada com seis balas.

O revólver calibre 38 falhou, o que fez com que não houvesse mais vítimas, como avaliou o delegado. “A arma picotou. Ele tinha intenção de fazer mais vítimas, tanto que tinha mais balas guardadas nas roupas”. Mais de 20 pessoas entre professores, colegas e familiares foram ouvidos durante as investigações.

Geane estudava no colégio há três anos e estava na última série do ensino fundamental. O corpo dela foi sepultado na tarde desta terça-feira, 27, em um cemitério da comunidade rural de Barreiras.

A Polícia Civil havia informado anteriormente que a jovem tinha sido baleada, mas a informação foi corrigida. Agora, o órgão diz que ela foi assassinada a golpes de faca. Duas armas brancas foram apreendidas no local do crime, entre elas um facão.

“Uma menina muito alegre, querida por todos e que participava de todas as atividades. Recentemente, por exemplo, a levamos para uma premiação para alunos talentosos. Ela foi destaque, subiu ao palco e foi aplaudida por todos”, lembrou a coordenadora.

A arma utilizada pelo jovem tinha documentação. O sargento aposentado disse em depoimento que escondia o armamento debaixo do colchão, e que não sabia como o filho conseguiu encontrá-lo.

Na última sexta-feira, 23, o adolescente de 14 anos que matou uma jovem cadeirante durante um ataque a uma escola em Barreiras, no oeste da Bahia, esteve na coordenação da instituição de ensino. Devido a faltas constantes em sala de aula, o aluno precisava realizar algumas atividades dependentes.

Durante o tempo em esteve ao lado da coordenadora pedagógica Mônica Patrícia, ele não deu nenhum indício de que três dias depois entraria armado no local atirando em direção aos seus colegas.

Geane da Silva Brito, de 19 anos, foi morta por aluno em escola de Barreiras, na Bahia, em 26 de setembro de 2022. (Reprodução/Arquivo pessoal) Foto: Arquivo pessoal

Pelo pouco contato que teve com o quadro de funcionários, muitos não conseguem descrever com precisão seu perfil, mas nos raros encontros com colegas e professores, demonstrava ser um menino “tranquilo e eloquente”, como descreveu Patrícia ao Estadão. “Eu estive com ele na sexta-feira. Ele precisava realizar uma atividades e pegar outras para levar para casa. Também foi resolver outras questões pedagógicas. Era um menino que nunca demonstrou um comportamento agressivo e os colegas também nunca se queixaram de algo errado”, disse.

A coordenação já havia recebido a frequência escolar dos professores e notado a ausência do adolescente. À escola, os pais teriam justificado que as faltas tinham relação com o processo de adaptação na nova cidade, já que o garoto, natural de Brasília, havia se mudado para a Bahia neste ano. Ele foi matriculado no colégio em maio.

O atirador demonstrou em um perfil falso que tinha no Twitter a insatisfação com a mudança. Ele chegou a escrever mensagens de ódio contra os colegas baianos, e a plataforma derrubou a conta após a repercussão do caso.

“A cada dia que vou à escola, sinto-me subjugado, se misturar com eles é nojento, é estupidamente grotesco, sinto ânsia de vômito quando um deles me tocam (sic). Sou puro em essência, mereço mais que isso, sou sancto”, escreveu em uma de suas publicações.

“Saí da capital do Brasil para o ‘merdeste’, e nunca pensei que aqui fosse tão repugnante. Lésbicas, gays e marginais aos montes acham que são dignos de me conhecer e de conhecer minha santidade. Os farei clamar pela minha misericórdia, sentirão a ira divina”, disse em outra postagem.

Falha em arma evitou maior número de vítimas

A vítima Geane da Silva Brito, de 19 anos, tinha dificuldade de locomoção devido a uma paralisia cerebral, e estava no pátio da escola acompanhando os colegas que participavam de um ato cívico, a poucos metros dali, na quadra de esportes. A unidade de ensino tem parceria com a Polícia Militar da Bahia desde 2019.

A estudante era acompanhada por uma cuidadora, que ficava responsável por ajudá-la na rotina escolar. No dia do crime, a profissional se atrasou e a aluna estava desacompanhada no pátio. O delegado responsável pelo caso, Rivaldo Almeida Luz, diz que o atirador não tinha um alvo específico e que matou a vítima porque ela não podia fugir como os demais alunos.

Ainda de acordo com Luz, os alunos tiveram a chance de correr porque o rapaz entrou pelo portão principal atirando. Ele chegou a disparar na direção de um guarda do colégio, mas o profissional saiu ileso do ataque. A arma utilizada no crime era do pai, um sargento aposentado, e estava carregada com seis balas.

O revólver calibre 38 falhou, o que fez com que não houvesse mais vítimas, como avaliou o delegado. “A arma picotou. Ele tinha intenção de fazer mais vítimas, tanto que tinha mais balas guardadas nas roupas”. Mais de 20 pessoas entre professores, colegas e familiares foram ouvidos durante as investigações.

Geane estudava no colégio há três anos e estava na última série do ensino fundamental. O corpo dela foi sepultado na tarde desta terça-feira, 27, em um cemitério da comunidade rural de Barreiras.

A Polícia Civil havia informado anteriormente que a jovem tinha sido baleada, mas a informação foi corrigida. Agora, o órgão diz que ela foi assassinada a golpes de faca. Duas armas brancas foram apreendidas no local do crime, entre elas um facão.

“Uma menina muito alegre, querida por todos e que participava de todas as atividades. Recentemente, por exemplo, a levamos para uma premiação para alunos talentosos. Ela foi destaque, subiu ao palco e foi aplaudida por todos”, lembrou a coordenadora.

A arma utilizada pelo jovem tinha documentação. O sargento aposentado disse em depoimento que escondia o armamento debaixo do colchão, e que não sabia como o filho conseguiu encontrá-lo.

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