As siderúrgicas chinesas não devem desistir de seus atuais contratos de longo prazo com produtores de minério de ferro australianos para adotar o mercado à vista, disse na segunda-feira a ministra das Finanças australiana, Lindsay Tanner. O sistema de contratos referenciais, que tradicionalmente rege os 14 bilhões de dólares em exportações anuais de minério de ferro da Austrália para a China enfrenta um futuro incerto, já que as siderúrgicas chinesas não conseguem fechar os preços com as principais mineradoras. As empresas anglo-australianas Rio Tinto e BHP Billiton são a segunda e a terceira maiores produtoras de minério de ferro respectivamente, depois da Vale. O minério de ferro constitui a segunda maior exportação da Austrália, atrás do carvão. "Acho que esse é um cenário improvável porque o importante para países como a China é confiabilidade de oferta, consistência de oferta. Portanto acho improvável que os padrões contratuais vistos no passado desapareçam", disse Tanner. Executivos da Vale também comentaram em entrevistas recentes considerar que dificilmente a China ficará dependente apenas do mercado à vista, por uma questão de segurança do fornecimento. (Por Mark Bendeich)