Bairro que abrigará seleção brasileira é antítese de África do Sul pós-apartheid


Região de Randburg, onde o Brasil ficará hospedado, é abastado e majoritariamente branco.

Por Daniel Gallas

Se Nelson Mandela, símbolo da luta por igualdade racial, é a cara desta Copa na África do Sul, com seu rosto estampado em vários cartazes e propagandas por Johanesburgo, a seleção brasileira não poderia ter escolhido um lugar mais diferente e distante desta imagem como sua base na cidade. A região de Randburg, no norte de Johanesburgo, é o completo oposto da imagem sul-africana projetada por Mandela - que abriu, na cidade, o primeiro escritório de advogados negros no país nos anos 50. Randburg, onde a seleção brasileira ficará hospedada e treinará durante a Copa do Mundo, era, na época do apartheid, quase que exclusivamente ocupado por sul-africanos ricos e brancos. Hoje, Randburg ainda é um bairro majoritariamente branco e rico, apesar de o regime segregacionista ter sido abolido há mais de vinte anos e de a região contar com moradores da emergente classe média alta negra. Randburg é uma mistura de área rural com zona nobre urbana. As grandes mansões e a enorme área verde dividem espaço com prédios comerciais luxuosos e ricos shopping centers. O Brasil passará a maior parte da Copa em Randburg, já que a maioria dos seus jogos devem ser disputados em Johanesburgo. A seleção ficará hospedado em um hotel que fica junto a dois campos de golfe em uma área luxuosa de mansões, com ruas fechadas apenas para residentes. O colégio usado pela seleção é frequentado por alunos de famílias ricas. Escola O colégio Hoerskool Randburg, onde o Brasil treinará, é uma das poucas escolas com currículo todo em afrikaaner, a língua falada pela minoria branca do país. Durante o apartheid, o afrikaaner era obrigatório em todas as escolas da África do Sul. Em 1976, uma rebelião em Soweto contra o ensino obrigatório do afrikaaner - visto na época pelos negros como uma ferramenta de dominação da elite - provocou a morte de mais de 100 pessoas em confrontos com a polícia. O episódio é um dos mais violentos da história do apartheid. Hoje a língua já não divide o país como antes. Um dos versos do hino sul-africano é cantado em afrikaaner, um símbolo da convivência pacífica entre raças, tão desejada no país. Neste momento, outra coisa parece unir todos os sul-africanos: a "soccer fever", ou "febre do futebol", termo usado para descrever a nova mania nacional. Nesta terça-feira, os alunos da Hoerskool Randburg deixaram os livros de lado e passaram a tarde jogando bola, em um dos eventos de preparação da escola para receber o Brasil. A professora de inglês da escola, Lynett Walters, diz que o colégio tem uma forte tradição no rúgbi e no críquete, os esportes mais populares da África do Sul, mas que a "soccer fever" tomou conta dos alunos. Três alunos com quem falei se disseram fanáticos por futebol e falaram longamente sobre o Campeonato Inglês, o favorito de todos. Eles torcerão para os "Bafana Bafana" (apelido da seleção sul-africana) durante a Copa. Curiosamente, os três disseram que, se pudessem, preferiam ver França, Espanha ou Portugal treinando no seu colégio, e não o Brasil. "O Brasil é muito bom, mas quem joga o futebol mais bonito hoje é a França", disse o estudante Jako Walters. Ainda assim ele se disse animado com a possibilidade de ver Robinho e, sobretudo, Kaká. É pouco provável que ele consiga, já que a parte do colégio usada pela Seleção foi totalmente isolada do resto da escola. Sem turistas A "soccer fever" é visível em outras partes de Randburg. Vários carros e casas foram decorados com bandeiras de diferentes países e as lojas e outdoors parecem ter apenas Copa do Mundo como tema. O que ainda não se vê por Johanesburgo são os turistas, que devem chegar mais próximo do dia 11 de junho, quando começa o torneio. Os atletas já estão começando a chegar. Nesta quarta, a Austrália será a primeira seleção a desembarcar em Johanesburgo. O Brasil, na quinta, será a segunda. A dez minutos de carro da Hoerskool, na vizinhança do recém-construído hotel Fairway, onde o Brasil ficará hospedado a partir de quinta-feira, o clima de Copa do Mundo é mais discreto, ou quase imperceptível. Poucos carros e casas trazem bandeiras dos países da Copa na região fechada apenas para residentes. Um dos frequentadores do clube de golfe me disse que espera que o trânsito não seja muito afetado nos dias do Mundial. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Se Nelson Mandela, símbolo da luta por igualdade racial, é a cara desta Copa na África do Sul, com seu rosto estampado em vários cartazes e propagandas por Johanesburgo, a seleção brasileira não poderia ter escolhido um lugar mais diferente e distante desta imagem como sua base na cidade. A região de Randburg, no norte de Johanesburgo, é o completo oposto da imagem sul-africana projetada por Mandela - que abriu, na cidade, o primeiro escritório de advogados negros no país nos anos 50. Randburg, onde a seleção brasileira ficará hospedada e treinará durante a Copa do Mundo, era, na época do apartheid, quase que exclusivamente ocupado por sul-africanos ricos e brancos. Hoje, Randburg ainda é um bairro majoritariamente branco e rico, apesar de o regime segregacionista ter sido abolido há mais de vinte anos e de a região contar com moradores da emergente classe média alta negra. Randburg é uma mistura de área rural com zona nobre urbana. As grandes mansões e a enorme área verde dividem espaço com prédios comerciais luxuosos e ricos shopping centers. O Brasil passará a maior parte da Copa em Randburg, já que a maioria dos seus jogos devem ser disputados em Johanesburgo. A seleção ficará hospedado em um hotel que fica junto a dois campos de golfe em uma área luxuosa de mansões, com ruas fechadas apenas para residentes. O colégio usado pela seleção é frequentado por alunos de famílias ricas. Escola O colégio Hoerskool Randburg, onde o Brasil treinará, é uma das poucas escolas com currículo todo em afrikaaner, a língua falada pela minoria branca do país. Durante o apartheid, o afrikaaner era obrigatório em todas as escolas da África do Sul. Em 1976, uma rebelião em Soweto contra o ensino obrigatório do afrikaaner - visto na época pelos negros como uma ferramenta de dominação da elite - provocou a morte de mais de 100 pessoas em confrontos com a polícia. O episódio é um dos mais violentos da história do apartheid. Hoje a língua já não divide o país como antes. Um dos versos do hino sul-africano é cantado em afrikaaner, um símbolo da convivência pacífica entre raças, tão desejada no país. Neste momento, outra coisa parece unir todos os sul-africanos: a "soccer fever", ou "febre do futebol", termo usado para descrever a nova mania nacional. Nesta terça-feira, os alunos da Hoerskool Randburg deixaram os livros de lado e passaram a tarde jogando bola, em um dos eventos de preparação da escola para receber o Brasil. A professora de inglês da escola, Lynett Walters, diz que o colégio tem uma forte tradição no rúgbi e no críquete, os esportes mais populares da África do Sul, mas que a "soccer fever" tomou conta dos alunos. Três alunos com quem falei se disseram fanáticos por futebol e falaram longamente sobre o Campeonato Inglês, o favorito de todos. Eles torcerão para os "Bafana Bafana" (apelido da seleção sul-africana) durante a Copa. Curiosamente, os três disseram que, se pudessem, preferiam ver França, Espanha ou Portugal treinando no seu colégio, e não o Brasil. "O Brasil é muito bom, mas quem joga o futebol mais bonito hoje é a França", disse o estudante Jako Walters. Ainda assim ele se disse animado com a possibilidade de ver Robinho e, sobretudo, Kaká. É pouco provável que ele consiga, já que a parte do colégio usada pela Seleção foi totalmente isolada do resto da escola. Sem turistas A "soccer fever" é visível em outras partes de Randburg. Vários carros e casas foram decorados com bandeiras de diferentes países e as lojas e outdoors parecem ter apenas Copa do Mundo como tema. O que ainda não se vê por Johanesburgo são os turistas, que devem chegar mais próximo do dia 11 de junho, quando começa o torneio. Os atletas já estão começando a chegar. Nesta quarta, a Austrália será a primeira seleção a desembarcar em Johanesburgo. O Brasil, na quinta, será a segunda. A dez minutos de carro da Hoerskool, na vizinhança do recém-construído hotel Fairway, onde o Brasil ficará hospedado a partir de quinta-feira, o clima de Copa do Mundo é mais discreto, ou quase imperceptível. Poucos carros e casas trazem bandeiras dos países da Copa na região fechada apenas para residentes. Um dos frequentadores do clube de golfe me disse que espera que o trânsito não seja muito afetado nos dias do Mundial. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Se Nelson Mandela, símbolo da luta por igualdade racial, é a cara desta Copa na África do Sul, com seu rosto estampado em vários cartazes e propagandas por Johanesburgo, a seleção brasileira não poderia ter escolhido um lugar mais diferente e distante desta imagem como sua base na cidade. A região de Randburg, no norte de Johanesburgo, é o completo oposto da imagem sul-africana projetada por Mandela - que abriu, na cidade, o primeiro escritório de advogados negros no país nos anos 50. Randburg, onde a seleção brasileira ficará hospedada e treinará durante a Copa do Mundo, era, na época do apartheid, quase que exclusivamente ocupado por sul-africanos ricos e brancos. Hoje, Randburg ainda é um bairro majoritariamente branco e rico, apesar de o regime segregacionista ter sido abolido há mais de vinte anos e de a região contar com moradores da emergente classe média alta negra. Randburg é uma mistura de área rural com zona nobre urbana. As grandes mansões e a enorme área verde dividem espaço com prédios comerciais luxuosos e ricos shopping centers. O Brasil passará a maior parte da Copa em Randburg, já que a maioria dos seus jogos devem ser disputados em Johanesburgo. A seleção ficará hospedado em um hotel que fica junto a dois campos de golfe em uma área luxuosa de mansões, com ruas fechadas apenas para residentes. O colégio usado pela seleção é frequentado por alunos de famílias ricas. Escola O colégio Hoerskool Randburg, onde o Brasil treinará, é uma das poucas escolas com currículo todo em afrikaaner, a língua falada pela minoria branca do país. Durante o apartheid, o afrikaaner era obrigatório em todas as escolas da África do Sul. Em 1976, uma rebelião em Soweto contra o ensino obrigatório do afrikaaner - visto na época pelos negros como uma ferramenta de dominação da elite - provocou a morte de mais de 100 pessoas em confrontos com a polícia. O episódio é um dos mais violentos da história do apartheid. Hoje a língua já não divide o país como antes. Um dos versos do hino sul-africano é cantado em afrikaaner, um símbolo da convivência pacífica entre raças, tão desejada no país. Neste momento, outra coisa parece unir todos os sul-africanos: a "soccer fever", ou "febre do futebol", termo usado para descrever a nova mania nacional. Nesta terça-feira, os alunos da Hoerskool Randburg deixaram os livros de lado e passaram a tarde jogando bola, em um dos eventos de preparação da escola para receber o Brasil. A professora de inglês da escola, Lynett Walters, diz que o colégio tem uma forte tradição no rúgbi e no críquete, os esportes mais populares da África do Sul, mas que a "soccer fever" tomou conta dos alunos. Três alunos com quem falei se disseram fanáticos por futebol e falaram longamente sobre o Campeonato Inglês, o favorito de todos. Eles torcerão para os "Bafana Bafana" (apelido da seleção sul-africana) durante a Copa. Curiosamente, os três disseram que, se pudessem, preferiam ver França, Espanha ou Portugal treinando no seu colégio, e não o Brasil. "O Brasil é muito bom, mas quem joga o futebol mais bonito hoje é a França", disse o estudante Jako Walters. Ainda assim ele se disse animado com a possibilidade de ver Robinho e, sobretudo, Kaká. É pouco provável que ele consiga, já que a parte do colégio usada pela Seleção foi totalmente isolada do resto da escola. Sem turistas A "soccer fever" é visível em outras partes de Randburg. Vários carros e casas foram decorados com bandeiras de diferentes países e as lojas e outdoors parecem ter apenas Copa do Mundo como tema. O que ainda não se vê por Johanesburgo são os turistas, que devem chegar mais próximo do dia 11 de junho, quando começa o torneio. Os atletas já estão começando a chegar. Nesta quarta, a Austrália será a primeira seleção a desembarcar em Johanesburgo. O Brasil, na quinta, será a segunda. A dez minutos de carro da Hoerskool, na vizinhança do recém-construído hotel Fairway, onde o Brasil ficará hospedado a partir de quinta-feira, o clima de Copa do Mundo é mais discreto, ou quase imperceptível. Poucos carros e casas trazem bandeiras dos países da Copa na região fechada apenas para residentes. Um dos frequentadores do clube de golfe me disse que espera que o trânsito não seja muito afetado nos dias do Mundial. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Se Nelson Mandela, símbolo da luta por igualdade racial, é a cara desta Copa na África do Sul, com seu rosto estampado em vários cartazes e propagandas por Johanesburgo, a seleção brasileira não poderia ter escolhido um lugar mais diferente e distante desta imagem como sua base na cidade. A região de Randburg, no norte de Johanesburgo, é o completo oposto da imagem sul-africana projetada por Mandela - que abriu, na cidade, o primeiro escritório de advogados negros no país nos anos 50. Randburg, onde a seleção brasileira ficará hospedada e treinará durante a Copa do Mundo, era, na época do apartheid, quase que exclusivamente ocupado por sul-africanos ricos e brancos. Hoje, Randburg ainda é um bairro majoritariamente branco e rico, apesar de o regime segregacionista ter sido abolido há mais de vinte anos e de a região contar com moradores da emergente classe média alta negra. Randburg é uma mistura de área rural com zona nobre urbana. As grandes mansões e a enorme área verde dividem espaço com prédios comerciais luxuosos e ricos shopping centers. O Brasil passará a maior parte da Copa em Randburg, já que a maioria dos seus jogos devem ser disputados em Johanesburgo. A seleção ficará hospedado em um hotel que fica junto a dois campos de golfe em uma área luxuosa de mansões, com ruas fechadas apenas para residentes. O colégio usado pela seleção é frequentado por alunos de famílias ricas. Escola O colégio Hoerskool Randburg, onde o Brasil treinará, é uma das poucas escolas com currículo todo em afrikaaner, a língua falada pela minoria branca do país. Durante o apartheid, o afrikaaner era obrigatório em todas as escolas da África do Sul. Em 1976, uma rebelião em Soweto contra o ensino obrigatório do afrikaaner - visto na época pelos negros como uma ferramenta de dominação da elite - provocou a morte de mais de 100 pessoas em confrontos com a polícia. O episódio é um dos mais violentos da história do apartheid. Hoje a língua já não divide o país como antes. Um dos versos do hino sul-africano é cantado em afrikaaner, um símbolo da convivência pacífica entre raças, tão desejada no país. Neste momento, outra coisa parece unir todos os sul-africanos: a "soccer fever", ou "febre do futebol", termo usado para descrever a nova mania nacional. Nesta terça-feira, os alunos da Hoerskool Randburg deixaram os livros de lado e passaram a tarde jogando bola, em um dos eventos de preparação da escola para receber o Brasil. A professora de inglês da escola, Lynett Walters, diz que o colégio tem uma forte tradição no rúgbi e no críquete, os esportes mais populares da África do Sul, mas que a "soccer fever" tomou conta dos alunos. Três alunos com quem falei se disseram fanáticos por futebol e falaram longamente sobre o Campeonato Inglês, o favorito de todos. Eles torcerão para os "Bafana Bafana" (apelido da seleção sul-africana) durante a Copa. Curiosamente, os três disseram que, se pudessem, preferiam ver França, Espanha ou Portugal treinando no seu colégio, e não o Brasil. "O Brasil é muito bom, mas quem joga o futebol mais bonito hoje é a França", disse o estudante Jako Walters. Ainda assim ele se disse animado com a possibilidade de ver Robinho e, sobretudo, Kaká. É pouco provável que ele consiga, já que a parte do colégio usada pela Seleção foi totalmente isolada do resto da escola. Sem turistas A "soccer fever" é visível em outras partes de Randburg. Vários carros e casas foram decorados com bandeiras de diferentes países e as lojas e outdoors parecem ter apenas Copa do Mundo como tema. O que ainda não se vê por Johanesburgo são os turistas, que devem chegar mais próximo do dia 11 de junho, quando começa o torneio. Os atletas já estão começando a chegar. Nesta quarta, a Austrália será a primeira seleção a desembarcar em Johanesburgo. O Brasil, na quinta, será a segunda. A dez minutos de carro da Hoerskool, na vizinhança do recém-construído hotel Fairway, onde o Brasil ficará hospedado a partir de quinta-feira, o clima de Copa do Mundo é mais discreto, ou quase imperceptível. Poucos carros e casas trazem bandeiras dos países da Copa na região fechada apenas para residentes. Um dos frequentadores do clube de golfe me disse que espera que o trânsito não seja muito afetado nos dias do Mundial. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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