Baixa renda atropela imóvel de luxo


Lançamentos populares aumentaram 350% de 2005 a 2009, e os de alto padrão caíram pela metade no período

Por Paula Pacheco

Os lançamentos de imóveis para a baixa renda dispararam na Região Metropolitana de São Paulo. De 2005 a 2009, a oferta mais do que triplicou. O crescimento foi de 350%, segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). Já o número de lançamentos para quem tem altíssimo poder aquisitivo e pode pagar a partir de R$ 2 milhões por uma casa ou apartamento tem encolhido. Caiu de 265 unidades em 2005 para 113 no ano passado. De 2008 para 2009, a queda foi ainda maior, com uma diferença de 246 unidades de um ano para outro.Ainda não falta habitação para quem tem milhões de reais para gastar, mas a queda na procura fez com que as construtoras desacelerassem o ritmo de projetos para a classe A e se voltassem para os imóveis de dois dormitórios.O programa federal Minha Casa, Minha Vida, lançado há quase um ano, foi um dos estímulos à habitação popular, segundo Luiz Paulo Pompéia, presidente da Embraesp. O projeto prevê a entrega de 1 milhão de moradias para a baixa renda.Quando o plano foi apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nem se cogitava um prazo para a meta ser cumprida. Mas a adesão das construtoras foi acima do esperado, ainda que tenha esbarrado na falta de pessoal na Caixa Econômica Federal, agente financiador do programa. Agora, segundo a direção da Caixa e alguns representantes das construtoras e incorporadoras, a meta de Lula deve ser batida antes do fim do ano.A execução antecipada do programa e o bônus eleitoral para o partido governista fizeram com que Lula anunciasse, na última sexta-feira, durante visita a El Salvador, que vai incluir a construção de mais 1 milhão de casas na segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), previsto para ser apresentado em março.Além do Minha Casa, o aumento de linhas de crédito para as construtoras e os mutuários, especialmente por parte dos bancos públicos, como Caixa e Banco do Brasil, motivou o setor imobiliário a se voltar também para a baixa renda. Em 2003, os recursos da caderneta de poupança financiaram 30 mil contratos imobiliários. No ano passado, foram 300 mil.Em 2010, diz Celso Petrucci, economista-chefe do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi), a concorrência será ainda maior por causa do interesse dos bancos privados em ganhar espaço num setor em crescimento. Com isso, o mutuário poderá se beneficiar de juros e condições contratuais melhores.As construtoras que aderiram logo de início ao segmento de baixa renda já faturam alto. A Gafisa encerrou 2009 com vendas contratadas de R$ 3,248 bilhões - R$ 1,361 bilhão veio de contratos assinados com a Tenda, braço popular da empresa. Wilson Amaral, presidente da Gafisa, acredita que neste ano a participação da Tenda chegará a 45%, com até 80% dos negócios vindos do Minha Casa.Para calcular o desempenho nos dois segmentos de renda, Pompéia definiu alguns critérios. Primeiro, levou em consideração para os imóveis populares o teto de R$ 130 mil, valor máximo das residências incluídas no Minha Casa. Depois, transformou a cifra em salários mínimos, chegando a 280 salários. Ele usou o período entre abril (mês de início do programa ) e dezembro para medir o número de lançamentos. No caso dos imóveis de luxo, Pompéia fixou o preço de R$ 2 milhões."Depois de tantos lançamentos nos últimos anos, a demanda pelo luxo está quase totalmente atendida. Em 2007 e 2008, a quantidade de lançamentos foi absurdamente grande, uma verdadeira aberração em relação à necessidade para o dois dormitórios", avalia.Pompeia explica que a produção de imóveis para a baixa renda foi tímida entre 2006 e 2008, "justamente para a fatia que apresenta maior demanda". PREÇO DOS TERRENOSO presidente do Secovi, João Crestana, acredita que haja muita oportunidade para crescer com os projetos do Minha Casa. Segundo ele, em São Paulo apenas 26% da meta de moradias do Minha Casa para quem ganha até três salários mínimos foi atingida. Para a faixa de seis a dez mínimos, chegou-se a 34% da meta de oferta de moradia do programa habitacional do governo federal. "Há algo errado. O valor do empreendimento não pode ser o mesmo no País todo. Em São Paulo os terrenos são mais caros", diz.Pompéia tem uma opinião diferente: "Infelizmente, em alguns casos a indústria imobiliária se aproveita do teto de R$ 130 mil do Minha Casa para quem ganha até 10 mínimos e não oferece empreendimentos para as faixas mais baixas, em especial a de até três mínimos". Para Crestana, a faixa de zero a três mínimos de renda deve ser atendida também pelo poder público, seja por meio de crédito tributário ou terreno para as construtoras.

Os lançamentos de imóveis para a baixa renda dispararam na Região Metropolitana de São Paulo. De 2005 a 2009, a oferta mais do que triplicou. O crescimento foi de 350%, segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). Já o número de lançamentos para quem tem altíssimo poder aquisitivo e pode pagar a partir de R$ 2 milhões por uma casa ou apartamento tem encolhido. Caiu de 265 unidades em 2005 para 113 no ano passado. De 2008 para 2009, a queda foi ainda maior, com uma diferença de 246 unidades de um ano para outro.Ainda não falta habitação para quem tem milhões de reais para gastar, mas a queda na procura fez com que as construtoras desacelerassem o ritmo de projetos para a classe A e se voltassem para os imóveis de dois dormitórios.O programa federal Minha Casa, Minha Vida, lançado há quase um ano, foi um dos estímulos à habitação popular, segundo Luiz Paulo Pompéia, presidente da Embraesp. O projeto prevê a entrega de 1 milhão de moradias para a baixa renda.Quando o plano foi apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nem se cogitava um prazo para a meta ser cumprida. Mas a adesão das construtoras foi acima do esperado, ainda que tenha esbarrado na falta de pessoal na Caixa Econômica Federal, agente financiador do programa. Agora, segundo a direção da Caixa e alguns representantes das construtoras e incorporadoras, a meta de Lula deve ser batida antes do fim do ano.A execução antecipada do programa e o bônus eleitoral para o partido governista fizeram com que Lula anunciasse, na última sexta-feira, durante visita a El Salvador, que vai incluir a construção de mais 1 milhão de casas na segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), previsto para ser apresentado em março.Além do Minha Casa, o aumento de linhas de crédito para as construtoras e os mutuários, especialmente por parte dos bancos públicos, como Caixa e Banco do Brasil, motivou o setor imobiliário a se voltar também para a baixa renda. Em 2003, os recursos da caderneta de poupança financiaram 30 mil contratos imobiliários. No ano passado, foram 300 mil.Em 2010, diz Celso Petrucci, economista-chefe do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi), a concorrência será ainda maior por causa do interesse dos bancos privados em ganhar espaço num setor em crescimento. Com isso, o mutuário poderá se beneficiar de juros e condições contratuais melhores.As construtoras que aderiram logo de início ao segmento de baixa renda já faturam alto. A Gafisa encerrou 2009 com vendas contratadas de R$ 3,248 bilhões - R$ 1,361 bilhão veio de contratos assinados com a Tenda, braço popular da empresa. Wilson Amaral, presidente da Gafisa, acredita que neste ano a participação da Tenda chegará a 45%, com até 80% dos negócios vindos do Minha Casa.Para calcular o desempenho nos dois segmentos de renda, Pompéia definiu alguns critérios. Primeiro, levou em consideração para os imóveis populares o teto de R$ 130 mil, valor máximo das residências incluídas no Minha Casa. Depois, transformou a cifra em salários mínimos, chegando a 280 salários. Ele usou o período entre abril (mês de início do programa ) e dezembro para medir o número de lançamentos. No caso dos imóveis de luxo, Pompéia fixou o preço de R$ 2 milhões."Depois de tantos lançamentos nos últimos anos, a demanda pelo luxo está quase totalmente atendida. Em 2007 e 2008, a quantidade de lançamentos foi absurdamente grande, uma verdadeira aberração em relação à necessidade para o dois dormitórios", avalia.Pompeia explica que a produção de imóveis para a baixa renda foi tímida entre 2006 e 2008, "justamente para a fatia que apresenta maior demanda". PREÇO DOS TERRENOSO presidente do Secovi, João Crestana, acredita que haja muita oportunidade para crescer com os projetos do Minha Casa. Segundo ele, em São Paulo apenas 26% da meta de moradias do Minha Casa para quem ganha até três salários mínimos foi atingida. Para a faixa de seis a dez mínimos, chegou-se a 34% da meta de oferta de moradia do programa habitacional do governo federal. "Há algo errado. O valor do empreendimento não pode ser o mesmo no País todo. Em São Paulo os terrenos são mais caros", diz.Pompéia tem uma opinião diferente: "Infelizmente, em alguns casos a indústria imobiliária se aproveita do teto de R$ 130 mil do Minha Casa para quem ganha até 10 mínimos e não oferece empreendimentos para as faixas mais baixas, em especial a de até três mínimos". Para Crestana, a faixa de zero a três mínimos de renda deve ser atendida também pelo poder público, seja por meio de crédito tributário ou terreno para as construtoras.

Os lançamentos de imóveis para a baixa renda dispararam na Região Metropolitana de São Paulo. De 2005 a 2009, a oferta mais do que triplicou. O crescimento foi de 350%, segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). Já o número de lançamentos para quem tem altíssimo poder aquisitivo e pode pagar a partir de R$ 2 milhões por uma casa ou apartamento tem encolhido. Caiu de 265 unidades em 2005 para 113 no ano passado. De 2008 para 2009, a queda foi ainda maior, com uma diferença de 246 unidades de um ano para outro.Ainda não falta habitação para quem tem milhões de reais para gastar, mas a queda na procura fez com que as construtoras desacelerassem o ritmo de projetos para a classe A e se voltassem para os imóveis de dois dormitórios.O programa federal Minha Casa, Minha Vida, lançado há quase um ano, foi um dos estímulos à habitação popular, segundo Luiz Paulo Pompéia, presidente da Embraesp. O projeto prevê a entrega de 1 milhão de moradias para a baixa renda.Quando o plano foi apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nem se cogitava um prazo para a meta ser cumprida. Mas a adesão das construtoras foi acima do esperado, ainda que tenha esbarrado na falta de pessoal na Caixa Econômica Federal, agente financiador do programa. Agora, segundo a direção da Caixa e alguns representantes das construtoras e incorporadoras, a meta de Lula deve ser batida antes do fim do ano.A execução antecipada do programa e o bônus eleitoral para o partido governista fizeram com que Lula anunciasse, na última sexta-feira, durante visita a El Salvador, que vai incluir a construção de mais 1 milhão de casas na segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), previsto para ser apresentado em março.Além do Minha Casa, o aumento de linhas de crédito para as construtoras e os mutuários, especialmente por parte dos bancos públicos, como Caixa e Banco do Brasil, motivou o setor imobiliário a se voltar também para a baixa renda. Em 2003, os recursos da caderneta de poupança financiaram 30 mil contratos imobiliários. No ano passado, foram 300 mil.Em 2010, diz Celso Petrucci, economista-chefe do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi), a concorrência será ainda maior por causa do interesse dos bancos privados em ganhar espaço num setor em crescimento. Com isso, o mutuário poderá se beneficiar de juros e condições contratuais melhores.As construtoras que aderiram logo de início ao segmento de baixa renda já faturam alto. A Gafisa encerrou 2009 com vendas contratadas de R$ 3,248 bilhões - R$ 1,361 bilhão veio de contratos assinados com a Tenda, braço popular da empresa. Wilson Amaral, presidente da Gafisa, acredita que neste ano a participação da Tenda chegará a 45%, com até 80% dos negócios vindos do Minha Casa.Para calcular o desempenho nos dois segmentos de renda, Pompéia definiu alguns critérios. Primeiro, levou em consideração para os imóveis populares o teto de R$ 130 mil, valor máximo das residências incluídas no Minha Casa. Depois, transformou a cifra em salários mínimos, chegando a 280 salários. Ele usou o período entre abril (mês de início do programa ) e dezembro para medir o número de lançamentos. No caso dos imóveis de luxo, Pompéia fixou o preço de R$ 2 milhões."Depois de tantos lançamentos nos últimos anos, a demanda pelo luxo está quase totalmente atendida. Em 2007 e 2008, a quantidade de lançamentos foi absurdamente grande, uma verdadeira aberração em relação à necessidade para o dois dormitórios", avalia.Pompeia explica que a produção de imóveis para a baixa renda foi tímida entre 2006 e 2008, "justamente para a fatia que apresenta maior demanda". PREÇO DOS TERRENOSO presidente do Secovi, João Crestana, acredita que haja muita oportunidade para crescer com os projetos do Minha Casa. Segundo ele, em São Paulo apenas 26% da meta de moradias do Minha Casa para quem ganha até três salários mínimos foi atingida. Para a faixa de seis a dez mínimos, chegou-se a 34% da meta de oferta de moradia do programa habitacional do governo federal. "Há algo errado. O valor do empreendimento não pode ser o mesmo no País todo. Em São Paulo os terrenos são mais caros", diz.Pompéia tem uma opinião diferente: "Infelizmente, em alguns casos a indústria imobiliária se aproveita do teto de R$ 130 mil do Minha Casa para quem ganha até 10 mínimos e não oferece empreendimentos para as faixas mais baixas, em especial a de até três mínimos". Para Crestana, a faixa de zero a três mínimos de renda deve ser atendida também pelo poder público, seja por meio de crédito tributário ou terreno para as construtoras.

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