Conhecida pelos edifícios altos à beira mar, a cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, vai ganhar uma atração literalmente vertiginosa. O Grupo FG está lançando aquele que deverá ser o maior arranha-céu do Brasil e um dos 100 edifícios mais altos do mundo.
O FG Tower terá 350 metros de altura e 110 andares, superando em 70 metros as torres gêmeas do edifício Yachthouse by Pininfarina, com 280 metros, que hoje é o mais alto da cidade turística catarinense e também do País.
O novo empreendimento equivale em altura a nove monumentos do Cristo Redentor, no Rio, sobrepostos. De acordo com Jean Graciola, cofundador e presidente do grupo, além da torre residencial, o empreendimento terá um mall no formato open shopping (shopping aberto), ocupando três andares, e outros três de salas empresariais.
O prédio vai abrigar também a nova sede do FG. O conceito de open mall prevê um espaço de convivência, com paisagismo e iluminação natural, por isso é considerado sustentável.
O conjunto será erguido na Avenida Brasil, que é paralela à Avenida Atlântica, na orla da praia. A empresa não divulgou os prazos, valores e outros detalhes do empreendimento. O projeto já teve aprovação da prefeitura e as licenças concedidas.
O objetivo da empresa, segundo Graciola, é atrair marcas internacionais de luxo para Santa Catarina. Junto com o edifício, estão sendo lançados quatro resorts de luxo na orla catarinense.
O maior edifício do mundo, atualmente, é o Burj Khalifa, em Dubai, nos Emirados Árabes, com 828 metros de altura e 163 andares, segundo listagem do site especializado The Skyscraper Center, atualizada em 2024. Na lista dos 100 maiores, aparece na ponta de baixo o Mercury City Tower, de Moscou, com 339 metros e 74 andares. Se o FG Tower estivesse pronto, ele entraria em 84.º lugar nessa lista.
Os maiores edifícios do Brasil
- Yachthouse by Pininfarina Torre 2 (Balneário Camboriú) – 294,1 m – 80 andares
- Yachthouse by Pininfarina Torre 1 (Balneário Camboriú) – 294 m – 80 andares
- One Tower (Balneário Camboriú) – 290 m – 70 andares
- Infinity Coast Tower (Balneário Camboriú) – 235 m – 66 andares
- Órion Business & Health Center (Goiânia) – 191,5 m – 44 andares
- Epic Tower (Balneário Camboriú) – 191 m – 56 andares
- Copenhagen (Balneário Camboriú) – 190 m – 51 andares
- Tour Geneve (João Pessoa) – 182 m – 51 andares
- Kingdom Park Residence (Goiânia) – 180 m – 52 andares
- Millennium Palace (Balneário Camboriú) - 177,3 m - 46 andares
A FG é responsável por oito edifícios que estão entre os maiores do país, mas os projetos da construtora não param no FG Tower. Um arranha-céu ainda mais alto, o Triumph Tower, já passou pela aprovação prévia da prefeitura. A empresa guarda segredo do projeto, alegando que faltam outras licenças e ainda há detalhes a serem definidos.
Segundo a prefeitura, o projeto do Triumph, aprovado em 17 de junho último, prevê área construída de 149,7 mil metros quadrados e 156 pavimentos, podendo chegar próximo de uma altura de 500 metros. O estudo de impacto de vizinhança também foi aprovado.
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No zoneamento atual, o município de Balneário Camboriú não estabelece limite de altura para os prédios. Esse limite, no entanto, está atrelado ao número de unidades e à área compatível com a dimensão do edifício. Ou seja, quanto mais alto o prédio, mais área a construção demanda e maior é o custo da outorga a ser paga ao município. Na região próxima à praia, já não há grandes terrenos disponíveis e o custo do metro quadrado está entre os mais altos do país.
Balneário Camboriú tem o panorama urbano dominado pelos arranha-céus. Como a cidade tem pouco território, houve incentivos para as construções verticais em troca de pagamento ao município pelo uso do espaço. No caso do Triumph, por exemplo, a soma das outorgas supera o valor de R$ 130 milhões, segundo a prefeitura. “Este dinheiro é pago ao município e a sua utilização é relacionada à infraestrutura urbana”, disse a prefeitura, em nota.
Em junho, a Câmara de Vereadores acatou uma proposta da prefeitura e revogou uma lei que proibia a revisão do Plano Diretor em ano eleitoral. Representantes da sociedade civil alegam que a mudança na lei pode facilitar a ocupação desenfreada da orla. Conforme a prefeitura, ainda que a revisão possa ser discutida antes, qualquer mudança no plano diretor só poderá ser votada após as eleições deste ano.