A bancada ruralista ficou dividida após se reunir nesta terça-feira e, com isso, os partidos aliados ao governo conseguiram firmar um acordo de procedimentos para votar, provavelmente, ainda nesta terça-feira, a medida provisória que trata do Código Florestal. A votação ainda pode ficar para quarta-feira dependendo do quórum no plenário. Até às 18h desta terça, cerca de 300 deputados estavam em Brasília segundo a presidência da Câmara. O governo queria que pelo menos 350 deputados estivessem no plenário para aprovar a MP. Após a reunião das lideranças para definir a pauta de votações, apenas PSDB, DEM e PSOL anunciaram que entrariam em processo de obstrução (usado para dificultar o processo de votação no plenário). Os demais partidos, mesmo discordando de partes do texto, informaram ao presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), que pretendiam votar a MP. "A base do governo está disposta a votar", disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ao sair da reunião de líderes. Segundo ele, como os partidos de oposição é que estão contra a votação fica mais fácil de manobrar os aliados porque "aí tem elemento de disputa política". O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos parlamentares da bancada ruralista que não quer votar a MP sem que a presidente Dilma Rousseff assuma o compromisso de não vetar o que for aprovado pelo Congresso, disse que os outros colegas da Frente Parlamentar da Agropecuária teriam que explicar por que estavam aprovando o texto sem garantias. "Deliberamos hoje (terça) que vamos votar o texto que foi aprovado na comissão, sem mudanças. Nós vamos cumprir o nosso papel. E a presidente faz o dela", disse o presidente da Frente Parlamentar que representa os ruralistas, deputado Homero Pereira (PSD-MT). Caiado disse ainda que o governo estava fazendo "terrorismo" com os produtores ao afirmar que os órgão ambientais podem voltar a aplicar multas, que estavam suspensas por um decreto que venceu em julho passado, caso a MP não fosse aprovada. "Basta essa ameaça para alguns se sentirem amedrontados", disse Caiado. A medida provisória precisa ser aprovada nesta semana na Câmara para que o Senado tenha como apreciá-la na próxima semana, já que no dia 8 de outubro ela perde a validade.