Bar que desabou no Rio já havia sido autuado


Bar foi autuado duas vezes por falta de laudos estruturais

Por Agencia Estado

O bar Parada Obrigatória, em Vila Isabel, na zona norte do Rio, onde três pessoas morreram na sexta-feira com o desabamento de uma marquise, já havia sido autuado duas vezes por falta de laudos estruturais solicitados pela prefeitura. De acordo com a Defesa Civil Municipal, a estrutura estava corroída pela ação contínua das chuvas, já que não era impermeabilizada. O presidente do Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (Crea) do Rio, Reynaldo Barros, criticou o fato de a prefeitura não ter interditado a marquise, mesmo após notificar o bar em 2004 e em 2005. Ele disse que, provavelmente, ela não foi construída para suportar o peso do letreiro do bar (o prédio aparenta ter cerca de 50 anos, mas a marquise foi projetada bem depois). Foram observados ainda sinais de infiltração. Barros considera que os donos de construções deveriam ter 30 dias para mostrar documentos que atestem a segurança de suas marquises. Após este prazo, se não houvesse resposta, deveriam ser punidos com a interdição. "Assim, eles ficariam obrigados a providenciar o laudo." Na segunda-feira, ele irá encaminhar ofício com esta sugestão para o prefeito César Maia. Barros também pretende convocar o engenheiro responsável pelo Departamento de Vistoria Estrutural (DVE) da prefeitura, que fiscaliza as marquises da cidade, para ser ouvido pelo conselho de ética do Crea. No Rio, vigora resolução que diz que a responsabilidade pela segurança da marquise é do proprietário - obrigado a encaminhar ao DVE laudo assinado por um engenheiro. Poucos o fazem espontaneamente, afirmou o engenheiro Marcel David, da Defesa Civil Municipal. Por isso, a prefeitura tem notificado, nos últimos dez anos, milhares de construções. "Esse trabalho é feito; foi fatalidade. Quantas marquises existem no Rio e quantas caem? Se não fiscalizássemos, mais gente morreria", disse David, que costuma fazer palestras alertando síndicos. Segundo o engenheiro, 90% dos donos atendem às notificações e providenciam laudos - o que não ocorreu no caso do bar. Ele vistoriou a construção na sexta-feira e verificou que a ferragem da marquise havia sofrido corrosão, o que mostra que faltou manutenção. "O proprietário foi negligente", afirmou. A reportagem não encontrou o dono do bar. Para o presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece), Valdir Cruz, só será possível evitar novos acidentes se houver uma lei que obrigue os proprietários a fornecer laudos periodicamente, de modo que eles sejam forçados a fazer a manutenção. "Marquise é uma estrutura delicada, por ficar presa de um só lado; é necessário um cuidado maior. As rachaduras só aparecem na parte de cima, ninguém vê", explicou. A Abece já propôs à Câmara Municipal de São Paulo a criação da chamada "Lei da marquise" em três legislaturas diferentes, sem sucesso. O bar, que fica no Boulevard 28 de setembro, a rua mais movimentada de Vila Isabel, estava cheio no momento da queda, como em todos os fins de tarde de sexta-feira. Pessoas que haviam acabado de sair do trabalho se divertiam tomando cerveja e foram surpreendidas com o desabamento. As vítimas fatais estavam na calçada e não tiveram tempo de correr. São elas: Ivanildo de Souza Santos, de 26 anos, Jurema de Jesus, de 48, e Neide Xavier, de 53. As outras quatro pessoas feridas no acidente foram hospitalizadas e já receberam alta. A polícia está investigando o caso para apurar quem é culpado pelas mortes.

O bar Parada Obrigatória, em Vila Isabel, na zona norte do Rio, onde três pessoas morreram na sexta-feira com o desabamento de uma marquise, já havia sido autuado duas vezes por falta de laudos estruturais solicitados pela prefeitura. De acordo com a Defesa Civil Municipal, a estrutura estava corroída pela ação contínua das chuvas, já que não era impermeabilizada. O presidente do Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (Crea) do Rio, Reynaldo Barros, criticou o fato de a prefeitura não ter interditado a marquise, mesmo após notificar o bar em 2004 e em 2005. Ele disse que, provavelmente, ela não foi construída para suportar o peso do letreiro do bar (o prédio aparenta ter cerca de 50 anos, mas a marquise foi projetada bem depois). Foram observados ainda sinais de infiltração. Barros considera que os donos de construções deveriam ter 30 dias para mostrar documentos que atestem a segurança de suas marquises. Após este prazo, se não houvesse resposta, deveriam ser punidos com a interdição. "Assim, eles ficariam obrigados a providenciar o laudo." Na segunda-feira, ele irá encaminhar ofício com esta sugestão para o prefeito César Maia. Barros também pretende convocar o engenheiro responsável pelo Departamento de Vistoria Estrutural (DVE) da prefeitura, que fiscaliza as marquises da cidade, para ser ouvido pelo conselho de ética do Crea. No Rio, vigora resolução que diz que a responsabilidade pela segurança da marquise é do proprietário - obrigado a encaminhar ao DVE laudo assinado por um engenheiro. Poucos o fazem espontaneamente, afirmou o engenheiro Marcel David, da Defesa Civil Municipal. Por isso, a prefeitura tem notificado, nos últimos dez anos, milhares de construções. "Esse trabalho é feito; foi fatalidade. Quantas marquises existem no Rio e quantas caem? Se não fiscalizássemos, mais gente morreria", disse David, que costuma fazer palestras alertando síndicos. Segundo o engenheiro, 90% dos donos atendem às notificações e providenciam laudos - o que não ocorreu no caso do bar. Ele vistoriou a construção na sexta-feira e verificou que a ferragem da marquise havia sofrido corrosão, o que mostra que faltou manutenção. "O proprietário foi negligente", afirmou. A reportagem não encontrou o dono do bar. Para o presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece), Valdir Cruz, só será possível evitar novos acidentes se houver uma lei que obrigue os proprietários a fornecer laudos periodicamente, de modo que eles sejam forçados a fazer a manutenção. "Marquise é uma estrutura delicada, por ficar presa de um só lado; é necessário um cuidado maior. As rachaduras só aparecem na parte de cima, ninguém vê", explicou. A Abece já propôs à Câmara Municipal de São Paulo a criação da chamada "Lei da marquise" em três legislaturas diferentes, sem sucesso. O bar, que fica no Boulevard 28 de setembro, a rua mais movimentada de Vila Isabel, estava cheio no momento da queda, como em todos os fins de tarde de sexta-feira. Pessoas que haviam acabado de sair do trabalho se divertiam tomando cerveja e foram surpreendidas com o desabamento. As vítimas fatais estavam na calçada e não tiveram tempo de correr. São elas: Ivanildo de Souza Santos, de 26 anos, Jurema de Jesus, de 48, e Neide Xavier, de 53. As outras quatro pessoas feridas no acidente foram hospitalizadas e já receberam alta. A polícia está investigando o caso para apurar quem é culpado pelas mortes.

O bar Parada Obrigatória, em Vila Isabel, na zona norte do Rio, onde três pessoas morreram na sexta-feira com o desabamento de uma marquise, já havia sido autuado duas vezes por falta de laudos estruturais solicitados pela prefeitura. De acordo com a Defesa Civil Municipal, a estrutura estava corroída pela ação contínua das chuvas, já que não era impermeabilizada. O presidente do Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (Crea) do Rio, Reynaldo Barros, criticou o fato de a prefeitura não ter interditado a marquise, mesmo após notificar o bar em 2004 e em 2005. Ele disse que, provavelmente, ela não foi construída para suportar o peso do letreiro do bar (o prédio aparenta ter cerca de 50 anos, mas a marquise foi projetada bem depois). Foram observados ainda sinais de infiltração. Barros considera que os donos de construções deveriam ter 30 dias para mostrar documentos que atestem a segurança de suas marquises. Após este prazo, se não houvesse resposta, deveriam ser punidos com a interdição. "Assim, eles ficariam obrigados a providenciar o laudo." Na segunda-feira, ele irá encaminhar ofício com esta sugestão para o prefeito César Maia. Barros também pretende convocar o engenheiro responsável pelo Departamento de Vistoria Estrutural (DVE) da prefeitura, que fiscaliza as marquises da cidade, para ser ouvido pelo conselho de ética do Crea. No Rio, vigora resolução que diz que a responsabilidade pela segurança da marquise é do proprietário - obrigado a encaminhar ao DVE laudo assinado por um engenheiro. Poucos o fazem espontaneamente, afirmou o engenheiro Marcel David, da Defesa Civil Municipal. Por isso, a prefeitura tem notificado, nos últimos dez anos, milhares de construções. "Esse trabalho é feito; foi fatalidade. Quantas marquises existem no Rio e quantas caem? Se não fiscalizássemos, mais gente morreria", disse David, que costuma fazer palestras alertando síndicos. Segundo o engenheiro, 90% dos donos atendem às notificações e providenciam laudos - o que não ocorreu no caso do bar. Ele vistoriou a construção na sexta-feira e verificou que a ferragem da marquise havia sofrido corrosão, o que mostra que faltou manutenção. "O proprietário foi negligente", afirmou. A reportagem não encontrou o dono do bar. Para o presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece), Valdir Cruz, só será possível evitar novos acidentes se houver uma lei que obrigue os proprietários a fornecer laudos periodicamente, de modo que eles sejam forçados a fazer a manutenção. "Marquise é uma estrutura delicada, por ficar presa de um só lado; é necessário um cuidado maior. As rachaduras só aparecem na parte de cima, ninguém vê", explicou. A Abece já propôs à Câmara Municipal de São Paulo a criação da chamada "Lei da marquise" em três legislaturas diferentes, sem sucesso. O bar, que fica no Boulevard 28 de setembro, a rua mais movimentada de Vila Isabel, estava cheio no momento da queda, como em todos os fins de tarde de sexta-feira. Pessoas que haviam acabado de sair do trabalho se divertiam tomando cerveja e foram surpreendidas com o desabamento. As vítimas fatais estavam na calçada e não tiveram tempo de correr. São elas: Ivanildo de Souza Santos, de 26 anos, Jurema de Jesus, de 48, e Neide Xavier, de 53. As outras quatro pessoas feridas no acidente foram hospitalizadas e já receberam alta. A polícia está investigando o caso para apurar quem é culpado pelas mortes.

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