Na economia, a bola enfim começa a rolar


Revelação, pelo 'Broadcast' e pelo 'Estadão', da proposta de reforma da Previdência trouxe os elementos para o início de uma grande discussão pública

Por Alexandre Calais

Caro leitor,

Depois de pouco mais de um mês de governo, o jogo, pelo menos na área econômica, começou pra valer. Graças ao trabalho estupendo dos nossos repórteres Gustavo Porto, Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli, que conseguiram a minuta da proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência ­- publicada aqui na segunda-feira -, agora nós sabemos o que vai na cabeça do ministro da Economia, Paulo Guedes, no que se refere à mais importante das reformas, como costumam dizer os economistas.

E o que está nos planos do ministro é uma reforma dura. O que, nesse caso, dada a situação das contas da Previdência, com um rombo estimado em mais de R$ 300 bilhões este ano, é um elogio. A proposta inclui quase todo mundo (segurados do INSS, servidores públicos, professores, trabalhadores rurais, menos as Forças Armadasuma negociação à parte) e fixa uma mesma idade mínima – 65 anos – para homens e mulheres.

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, e, ao fundo, o secretário especial dePrevidência e Trabalho, Rogerio Marinho. Foto: Dida Sampaio/Estadão - 5/2/2019

Como apontou o editorial de quarta-feira, uma boa reforma é fundamental não só para evitar um desastre, mas também para permitir a melhora dos serviços públicos e a volta dos investimentos. Guedes insiste que a reforma não pode trazer uma economia inferior a R$ 1 trilhão.

Com a minuta da proposta inicial de reforma divulgada, mesmo que a contragosto, passou-se a ter uma base para discussão. E, como mostramos, há uma divisão clara entre o que pensa a equipe econômica e a ala política. O ministro da Economia tem como foco a questão fiscal. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, pensa na chance de aprovar a proposta. E, aí, as divergências aparecem. Idade mínima igual para homem e mulher, benefício social abaixo de um salário mínimo e o tempo de transição de quem já está no modelo atual para o novo modelo são fontes de discórdia. E tudo, claro, ainda terá de passar pelo crivo do presidente Jair Bolsonaro.

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A proposta inicial foi bem recebida no mercado financeiro. Foi classificada como “muito boa” pelo presidente do Itaú, Candido Bracher. Como escreveu nossa colunista Zeina Latif, o texto “faz jus à elevada reputação do time”. A Bolsa reagiu bem, bateu novo recorde na segunda-feira. Mas, depois, os pontos cinzentos começaram a aparecer. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que a proposta terá de seguir o rito tradicional – ou seja, nada de atalhos para apressar a votação. E os problemas de saúde do presidente, ainda se recuperando da cirurgia feita em janeiro, podem estender o prazo de discussão para além do que se imaginava.

Além disso, há uma questão política ainda a ser conhecida, um elemento não muito claro dentro de qualquer análise sobre a viabilidade da reforma: qual é a base do governo no Congresso? O próprio Rodrigo Maia disse que ela ainda terá de ser construída. Líderes de partidos aliados já se queixam de desarticulação por parte do governo, apesar do pouquíssimo tempo desde a posse. Como mostrou nosso colunista Celso Ming, há hoje, aparentemente, uma rejeição muito menor à reforma da Previdência. Mas não se pode ter ilusões. Será uma batalha dura.

Caro leitor,

Depois de pouco mais de um mês de governo, o jogo, pelo menos na área econômica, começou pra valer. Graças ao trabalho estupendo dos nossos repórteres Gustavo Porto, Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli, que conseguiram a minuta da proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência ­- publicada aqui na segunda-feira -, agora nós sabemos o que vai na cabeça do ministro da Economia, Paulo Guedes, no que se refere à mais importante das reformas, como costumam dizer os economistas.

E o que está nos planos do ministro é uma reforma dura. O que, nesse caso, dada a situação das contas da Previdência, com um rombo estimado em mais de R$ 300 bilhões este ano, é um elogio. A proposta inclui quase todo mundo (segurados do INSS, servidores públicos, professores, trabalhadores rurais, menos as Forças Armadasuma negociação à parte) e fixa uma mesma idade mínima – 65 anos – para homens e mulheres.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e, ao fundo, o secretário especial dePrevidência e Trabalho, Rogerio Marinho. Foto: Dida Sampaio/Estadão - 5/2/2019

Como apontou o editorial de quarta-feira, uma boa reforma é fundamental não só para evitar um desastre, mas também para permitir a melhora dos serviços públicos e a volta dos investimentos. Guedes insiste que a reforma não pode trazer uma economia inferior a R$ 1 trilhão.

Com a minuta da proposta inicial de reforma divulgada, mesmo que a contragosto, passou-se a ter uma base para discussão. E, como mostramos, há uma divisão clara entre o que pensa a equipe econômica e a ala política. O ministro da Economia tem como foco a questão fiscal. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, pensa na chance de aprovar a proposta. E, aí, as divergências aparecem. Idade mínima igual para homem e mulher, benefício social abaixo de um salário mínimo e o tempo de transição de quem já está no modelo atual para o novo modelo são fontes de discórdia. E tudo, claro, ainda terá de passar pelo crivo do presidente Jair Bolsonaro.

A proposta inicial foi bem recebida no mercado financeiro. Foi classificada como “muito boa” pelo presidente do Itaú, Candido Bracher. Como escreveu nossa colunista Zeina Latif, o texto “faz jus à elevada reputação do time”. A Bolsa reagiu bem, bateu novo recorde na segunda-feira. Mas, depois, os pontos cinzentos começaram a aparecer. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que a proposta terá de seguir o rito tradicional – ou seja, nada de atalhos para apressar a votação. E os problemas de saúde do presidente, ainda se recuperando da cirurgia feita em janeiro, podem estender o prazo de discussão para além do que se imaginava.

Além disso, há uma questão política ainda a ser conhecida, um elemento não muito claro dentro de qualquer análise sobre a viabilidade da reforma: qual é a base do governo no Congresso? O próprio Rodrigo Maia disse que ela ainda terá de ser construída. Líderes de partidos aliados já se queixam de desarticulação por parte do governo, apesar do pouquíssimo tempo desde a posse. Como mostrou nosso colunista Celso Ming, há hoje, aparentemente, uma rejeição muito menor à reforma da Previdência. Mas não se pode ter ilusões. Será uma batalha dura.

Caro leitor,

Depois de pouco mais de um mês de governo, o jogo, pelo menos na área econômica, começou pra valer. Graças ao trabalho estupendo dos nossos repórteres Gustavo Porto, Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli, que conseguiram a minuta da proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência ­- publicada aqui na segunda-feira -, agora nós sabemos o que vai na cabeça do ministro da Economia, Paulo Guedes, no que se refere à mais importante das reformas, como costumam dizer os economistas.

E o que está nos planos do ministro é uma reforma dura. O que, nesse caso, dada a situação das contas da Previdência, com um rombo estimado em mais de R$ 300 bilhões este ano, é um elogio. A proposta inclui quase todo mundo (segurados do INSS, servidores públicos, professores, trabalhadores rurais, menos as Forças Armadasuma negociação à parte) e fixa uma mesma idade mínima – 65 anos – para homens e mulheres.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e, ao fundo, o secretário especial dePrevidência e Trabalho, Rogerio Marinho. Foto: Dida Sampaio/Estadão - 5/2/2019

Como apontou o editorial de quarta-feira, uma boa reforma é fundamental não só para evitar um desastre, mas também para permitir a melhora dos serviços públicos e a volta dos investimentos. Guedes insiste que a reforma não pode trazer uma economia inferior a R$ 1 trilhão.

Com a minuta da proposta inicial de reforma divulgada, mesmo que a contragosto, passou-se a ter uma base para discussão. E, como mostramos, há uma divisão clara entre o que pensa a equipe econômica e a ala política. O ministro da Economia tem como foco a questão fiscal. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, pensa na chance de aprovar a proposta. E, aí, as divergências aparecem. Idade mínima igual para homem e mulher, benefício social abaixo de um salário mínimo e o tempo de transição de quem já está no modelo atual para o novo modelo são fontes de discórdia. E tudo, claro, ainda terá de passar pelo crivo do presidente Jair Bolsonaro.

A proposta inicial foi bem recebida no mercado financeiro. Foi classificada como “muito boa” pelo presidente do Itaú, Candido Bracher. Como escreveu nossa colunista Zeina Latif, o texto “faz jus à elevada reputação do time”. A Bolsa reagiu bem, bateu novo recorde na segunda-feira. Mas, depois, os pontos cinzentos começaram a aparecer. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que a proposta terá de seguir o rito tradicional – ou seja, nada de atalhos para apressar a votação. E os problemas de saúde do presidente, ainda se recuperando da cirurgia feita em janeiro, podem estender o prazo de discussão para além do que se imaginava.

Além disso, há uma questão política ainda a ser conhecida, um elemento não muito claro dentro de qualquer análise sobre a viabilidade da reforma: qual é a base do governo no Congresso? O próprio Rodrigo Maia disse que ela ainda terá de ser construída. Líderes de partidos aliados já se queixam de desarticulação por parte do governo, apesar do pouquíssimo tempo desde a posse. Como mostrou nosso colunista Celso Ming, há hoje, aparentemente, uma rejeição muito menor à reforma da Previdência. Mas não se pode ter ilusões. Será uma batalha dura.

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