Substituição de Mourão como vice em 2022 entra no radar de militares


Eles acreditam que aproximação com o Centrão pode levar Bolsonaro a ter um outro companheiro para buscar a reeleição; ao mesmo tempo, assistem a Heleno se enrolar ao justificar ação do governo

Por Marcelo Godoy

Caro leitor,

Uma nova preocupação surge entre os generais que deram seu apoio e voto a Jair Bolsonaro. O cenário traçado pelos rumos do governo prevê a possibilidade da troca do general Hamilton Mourão por um candidato a vice-presidente do Centrão. Se no passado havia no Planalto quem cogitava uma chapa Bolsonaro-Moro como imbatível, agora se pensa na necessidade de selar uma grande aliança para sustentar o presidente em 2022.

General Hamilton Mourão, vice-presidente da República Foto: Wilton Junior/ Estadão - 24/7/2018
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Mourão era o vice que o bolsonarismo tinha à disposição em 2018. Em 2022, as opções – diante das perspectivas de poder – cresceram e os interesses em jogo também, inclusive os da família, que sempre viu com desconfiança o general.  A saída de Mourão deixaria os militares ainda mais dependentes de Bolsonaro para dar continuidade ao Estado-Maior do Planalto em meio à détente escolhida pelo chefe do Executivo em sua relação com os demais Poderes.

Ela seria consequência da construção de uma base do presidente no Congresso, movimento com três objetivos: afastar o risco de impeachment e a ameaça de prisão de seus filhos e traçar um caminho suave para a reeleição. É o aprofundamento da adesão do Centrão ao bolsonarismo que torna possível um civil na chapa de Bolsonaro. Pensa-se em um político como o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que, além de ter o DNA do Centrão, representa um Estado do Nordeste. A conciliação e a cooptação se mostraram mais eficientes para a reeleição do que a ruptura desejada pela ralé ressentida que desfilava em Brasília – com o apoio financeiro de empresários – em busca de um cabo e um soldado, mas que só conseguiu encontrar o general Augusto Heleno. Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Heleno não via nada de errado em "dar conselhos" – não importa se de moderação ou não – a extremistas que se gabavam de ter armas e de ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Países democráticos não toleram esse tipo de proximidade entre o responsável pelo sistema de inteligência do governo e radicais que atacam as instituições, atirando artefatos no prédio da mais alta Corte do País. Exemplo disso foi a Alemanha, cujo governo mandou dissolver uma companhia de sua forças especiais em razão da ligação de seus membros com extremistas de direita.

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   Heleno é o mesmo ministro que acha estar cumprindo uma missão de Estado quando envia agentes à Conferência do Clima em Madri (COP-25), conforme mostrou o repórter Felipe Frazão, do Estadão. Essa concepção de inteligência faz lembrar os anos 1970, quando os adidos militares nas embaixadas brasileiras produziam relatórios com resumos de notícias publicadas na imprensa sobre o Brasil sob o título “campanha de difamação ao País”.

Confundia-se então o governo com a Nação e a Pátria. Mas as críticas eram dirigidas à ditadura e não ao País. Elas ameaçavam o poder dos generais e não a soberania brasileira. Quando um partido se acha o Estado e pensa que pode sequestrar seus símbolos e confundir seus interesses com os do povo, normalmente, é porque se preocupa mais em fazer guerra contra seus compatriotas do que contra as reais ameaças externas. Esse tipo de pensamento prepara desastres nacionais, como a rendição argentina em Port Stanley, nas Malvinas, em 1982

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Primeira página do Estadão após a rendição argentina nas Malvinas Foto: Reprodução / Estadão

Heleno deve responder ainda por que enviou do Brasil agentes para vigiar a COP-25 se a embaixada da Espanha dispõe de adido militar e de adido de inteligência? Essa questão foi suscitada por um coronel que serviu no Centro de Informações do Exército (CIE). “Eles fazem parte do sistema brasileiro de informação.” Para quê, afinal, vigiar reuniões abertas? Enquanto americanos monitoram segredos industriais chineses e estes os avanços espaciais americanos, Heleno continua atrás de "ponto e aparelho". Assim, as opiniões públicas de ecologistas barbudinhos recebem mais atenção do que as questões que importam à segurança do País. Símbolo dos tempos atuais seria a perseguição ideológica na Abin. Um agente contou à coluna que o passado de ex-filiados ao PT e ao PCO teria afastado da aditância no exterior dois agentes que, por mérito, foram designados para o cargo. É a lógica dos infiltrados e do atestado ideológico, a negar a eficiência, que desnatura o serviço público. Abre-se caminho para a patota, para o arrivismo, o denuncismo e a desconfiança. Em busca de maus brasileiros, Heleno constrói uma Linha Maginot ideológica e mostra a todos os pontos vulneráveis de sua política. E isso 20 anos depois do que escreveram os então coronéis chineses Qiao Liang e Wang Xiangsui... O “nós contra eles” de Heleno igualaria os brasileiros que se lhe opõem a inimigos e exibe as deficiências da política ambiental do governo. É verdade que, depois, o general tentou se corrigir: "Bons brasileiros discordam, discutem, ponderam, divergem, mas têm orgulho de saber que, durante séculos, gerações que nos antecederam preservaram nosso território, nossa cultura, nossas incalculáveis riquezas e nossa liberdade." A democracia pressupõe diálogo e a construção de algum consenso.  Enquanto Heleno tentava dar explicações, Bolsonaro continuava em sua busca do graal da reeleição. No fim de semana, arrastou o comandante do Exército, general Edson Pujol, para um ato político em um posto da Polícia Rodoviária Federal, onde foi acenar aos carros que passavam na Rodovia Dutra. Expôs a autoridade presidencial e a do militar à falta de civilidade de um motorista que se expressou por meio de um xingamento. Mas nem mesmo a ofensa inconcebível pareceu abalar o presidente. Bolsonaro riu.

Bolsonaro visita posto da Polícia Rodoviária Federal no sul fluminense. Foto: Marcos Corrêa/ PR
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Sobre ele, um general de brigada fez o seguinte comentário à coluna: “Não conseguiu governar sem fazer acordos com o Centrão; sobre política externa não tem o melhor ministro de Relações Exteriores; sobre a reeleição, fala dela desde que entrou. Todos nós sabíamos disso. É o grande objetivo.” Por enquanto, o medo de que o acordo com o Centrão custe a vaga na chapa de 2022 a Mourão é alvo de comentários discretos. Mas, mesmo que a mudança se torne realidade e ao vice seja dada a opção de concorrer a uma vaga no Senado ou uma embaixada no exterior, isso não retiraria de Bolsonaro o apoio que tem nos militares. É que preservar a Esplanada é muito mais importante do que defender uma única posição.

Caro leitor,

Uma nova preocupação surge entre os generais que deram seu apoio e voto a Jair Bolsonaro. O cenário traçado pelos rumos do governo prevê a possibilidade da troca do general Hamilton Mourão por um candidato a vice-presidente do Centrão. Se no passado havia no Planalto quem cogitava uma chapa Bolsonaro-Moro como imbatível, agora se pensa na necessidade de selar uma grande aliança para sustentar o presidente em 2022.

General Hamilton Mourão, vice-presidente da República Foto: Wilton Junior/ Estadão - 24/7/2018

Mourão era o vice que o bolsonarismo tinha à disposição em 2018. Em 2022, as opções – diante das perspectivas de poder – cresceram e os interesses em jogo também, inclusive os da família, que sempre viu com desconfiança o general.  A saída de Mourão deixaria os militares ainda mais dependentes de Bolsonaro para dar continuidade ao Estado-Maior do Planalto em meio à détente escolhida pelo chefe do Executivo em sua relação com os demais Poderes.

Ela seria consequência da construção de uma base do presidente no Congresso, movimento com três objetivos: afastar o risco de impeachment e a ameaça de prisão de seus filhos e traçar um caminho suave para a reeleição. É o aprofundamento da adesão do Centrão ao bolsonarismo que torna possível um civil na chapa de Bolsonaro. Pensa-se em um político como o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que, além de ter o DNA do Centrão, representa um Estado do Nordeste. A conciliação e a cooptação se mostraram mais eficientes para a reeleição do que a ruptura desejada pela ralé ressentida que desfilava em Brasília – com o apoio financeiro de empresários – em busca de um cabo e um soldado, mas que só conseguiu encontrar o general Augusto Heleno. Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Heleno não via nada de errado em "dar conselhos" – não importa se de moderação ou não – a extremistas que se gabavam de ter armas e de ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Países democráticos não toleram esse tipo de proximidade entre o responsável pelo sistema de inteligência do governo e radicais que atacam as instituições, atirando artefatos no prédio da mais alta Corte do País. Exemplo disso foi a Alemanha, cujo governo mandou dissolver uma companhia de sua forças especiais em razão da ligação de seus membros com extremistas de direita.

   Heleno é o mesmo ministro que acha estar cumprindo uma missão de Estado quando envia agentes à Conferência do Clima em Madri (COP-25), conforme mostrou o repórter Felipe Frazão, do Estadão. Essa concepção de inteligência faz lembrar os anos 1970, quando os adidos militares nas embaixadas brasileiras produziam relatórios com resumos de notícias publicadas na imprensa sobre o Brasil sob o título “campanha de difamação ao País”.

Confundia-se então o governo com a Nação e a Pátria. Mas as críticas eram dirigidas à ditadura e não ao País. Elas ameaçavam o poder dos generais e não a soberania brasileira. Quando um partido se acha o Estado e pensa que pode sequestrar seus símbolos e confundir seus interesses com os do povo, normalmente, é porque se preocupa mais em fazer guerra contra seus compatriotas do que contra as reais ameaças externas. Esse tipo de pensamento prepara desastres nacionais, como a rendição argentina em Port Stanley, nas Malvinas, em 1982

Primeira página do Estadão após a rendição argentina nas Malvinas Foto: Reprodução / Estadão

Heleno deve responder ainda por que enviou do Brasil agentes para vigiar a COP-25 se a embaixada da Espanha dispõe de adido militar e de adido de inteligência? Essa questão foi suscitada por um coronel que serviu no Centro de Informações do Exército (CIE). “Eles fazem parte do sistema brasileiro de informação.” Para quê, afinal, vigiar reuniões abertas? Enquanto americanos monitoram segredos industriais chineses e estes os avanços espaciais americanos, Heleno continua atrás de "ponto e aparelho". Assim, as opiniões públicas de ecologistas barbudinhos recebem mais atenção do que as questões que importam à segurança do País. Símbolo dos tempos atuais seria a perseguição ideológica na Abin. Um agente contou à coluna que o passado de ex-filiados ao PT e ao PCO teria afastado da aditância no exterior dois agentes que, por mérito, foram designados para o cargo. É a lógica dos infiltrados e do atestado ideológico, a negar a eficiência, que desnatura o serviço público. Abre-se caminho para a patota, para o arrivismo, o denuncismo e a desconfiança. Em busca de maus brasileiros, Heleno constrói uma Linha Maginot ideológica e mostra a todos os pontos vulneráveis de sua política. E isso 20 anos depois do que escreveram os então coronéis chineses Qiao Liang e Wang Xiangsui... O “nós contra eles” de Heleno igualaria os brasileiros que se lhe opõem a inimigos e exibe as deficiências da política ambiental do governo. É verdade que, depois, o general tentou se corrigir: "Bons brasileiros discordam, discutem, ponderam, divergem, mas têm orgulho de saber que, durante séculos, gerações que nos antecederam preservaram nosso território, nossa cultura, nossas incalculáveis riquezas e nossa liberdade." A democracia pressupõe diálogo e a construção de algum consenso.  Enquanto Heleno tentava dar explicações, Bolsonaro continuava em sua busca do graal da reeleição. No fim de semana, arrastou o comandante do Exército, general Edson Pujol, para um ato político em um posto da Polícia Rodoviária Federal, onde foi acenar aos carros que passavam na Rodovia Dutra. Expôs a autoridade presidencial e a do militar à falta de civilidade de um motorista que se expressou por meio de um xingamento. Mas nem mesmo a ofensa inconcebível pareceu abalar o presidente. Bolsonaro riu.

Bolsonaro visita posto da Polícia Rodoviária Federal no sul fluminense. Foto: Marcos Corrêa/ PR

Sobre ele, um general de brigada fez o seguinte comentário à coluna: “Não conseguiu governar sem fazer acordos com o Centrão; sobre política externa não tem o melhor ministro de Relações Exteriores; sobre a reeleição, fala dela desde que entrou. Todos nós sabíamos disso. É o grande objetivo.” Por enquanto, o medo de que o acordo com o Centrão custe a vaga na chapa de 2022 a Mourão é alvo de comentários discretos. Mas, mesmo que a mudança se torne realidade e ao vice seja dada a opção de concorrer a uma vaga no Senado ou uma embaixada no exterior, isso não retiraria de Bolsonaro o apoio que tem nos militares. É que preservar a Esplanada é muito mais importante do que defender uma única posição.

Caro leitor,

Uma nova preocupação surge entre os generais que deram seu apoio e voto a Jair Bolsonaro. O cenário traçado pelos rumos do governo prevê a possibilidade da troca do general Hamilton Mourão por um candidato a vice-presidente do Centrão. Se no passado havia no Planalto quem cogitava uma chapa Bolsonaro-Moro como imbatível, agora se pensa na necessidade de selar uma grande aliança para sustentar o presidente em 2022.

General Hamilton Mourão, vice-presidente da República Foto: Wilton Junior/ Estadão - 24/7/2018

Mourão era o vice que o bolsonarismo tinha à disposição em 2018. Em 2022, as opções – diante das perspectivas de poder – cresceram e os interesses em jogo também, inclusive os da família, que sempre viu com desconfiança o general.  A saída de Mourão deixaria os militares ainda mais dependentes de Bolsonaro para dar continuidade ao Estado-Maior do Planalto em meio à détente escolhida pelo chefe do Executivo em sua relação com os demais Poderes.

Ela seria consequência da construção de uma base do presidente no Congresso, movimento com três objetivos: afastar o risco de impeachment e a ameaça de prisão de seus filhos e traçar um caminho suave para a reeleição. É o aprofundamento da adesão do Centrão ao bolsonarismo que torna possível um civil na chapa de Bolsonaro. Pensa-se em um político como o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que, além de ter o DNA do Centrão, representa um Estado do Nordeste. A conciliação e a cooptação se mostraram mais eficientes para a reeleição do que a ruptura desejada pela ralé ressentida que desfilava em Brasília – com o apoio financeiro de empresários – em busca de um cabo e um soldado, mas que só conseguiu encontrar o general Augusto Heleno. Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Heleno não via nada de errado em "dar conselhos" – não importa se de moderação ou não – a extremistas que se gabavam de ter armas e de ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Países democráticos não toleram esse tipo de proximidade entre o responsável pelo sistema de inteligência do governo e radicais que atacam as instituições, atirando artefatos no prédio da mais alta Corte do País. Exemplo disso foi a Alemanha, cujo governo mandou dissolver uma companhia de sua forças especiais em razão da ligação de seus membros com extremistas de direita.

   Heleno é o mesmo ministro que acha estar cumprindo uma missão de Estado quando envia agentes à Conferência do Clima em Madri (COP-25), conforme mostrou o repórter Felipe Frazão, do Estadão. Essa concepção de inteligência faz lembrar os anos 1970, quando os adidos militares nas embaixadas brasileiras produziam relatórios com resumos de notícias publicadas na imprensa sobre o Brasil sob o título “campanha de difamação ao País”.

Confundia-se então o governo com a Nação e a Pátria. Mas as críticas eram dirigidas à ditadura e não ao País. Elas ameaçavam o poder dos generais e não a soberania brasileira. Quando um partido se acha o Estado e pensa que pode sequestrar seus símbolos e confundir seus interesses com os do povo, normalmente, é porque se preocupa mais em fazer guerra contra seus compatriotas do que contra as reais ameaças externas. Esse tipo de pensamento prepara desastres nacionais, como a rendição argentina em Port Stanley, nas Malvinas, em 1982

Primeira página do Estadão após a rendição argentina nas Malvinas Foto: Reprodução / Estadão

Heleno deve responder ainda por que enviou do Brasil agentes para vigiar a COP-25 se a embaixada da Espanha dispõe de adido militar e de adido de inteligência? Essa questão foi suscitada por um coronel que serviu no Centro de Informações do Exército (CIE). “Eles fazem parte do sistema brasileiro de informação.” Para quê, afinal, vigiar reuniões abertas? Enquanto americanos monitoram segredos industriais chineses e estes os avanços espaciais americanos, Heleno continua atrás de "ponto e aparelho". Assim, as opiniões públicas de ecologistas barbudinhos recebem mais atenção do que as questões que importam à segurança do País. Símbolo dos tempos atuais seria a perseguição ideológica na Abin. Um agente contou à coluna que o passado de ex-filiados ao PT e ao PCO teria afastado da aditância no exterior dois agentes que, por mérito, foram designados para o cargo. É a lógica dos infiltrados e do atestado ideológico, a negar a eficiência, que desnatura o serviço público. Abre-se caminho para a patota, para o arrivismo, o denuncismo e a desconfiança. Em busca de maus brasileiros, Heleno constrói uma Linha Maginot ideológica e mostra a todos os pontos vulneráveis de sua política. E isso 20 anos depois do que escreveram os então coronéis chineses Qiao Liang e Wang Xiangsui... O “nós contra eles” de Heleno igualaria os brasileiros que se lhe opõem a inimigos e exibe as deficiências da política ambiental do governo. É verdade que, depois, o general tentou se corrigir: "Bons brasileiros discordam, discutem, ponderam, divergem, mas têm orgulho de saber que, durante séculos, gerações que nos antecederam preservaram nosso território, nossa cultura, nossas incalculáveis riquezas e nossa liberdade." A democracia pressupõe diálogo e a construção de algum consenso.  Enquanto Heleno tentava dar explicações, Bolsonaro continuava em sua busca do graal da reeleição. No fim de semana, arrastou o comandante do Exército, general Edson Pujol, para um ato político em um posto da Polícia Rodoviária Federal, onde foi acenar aos carros que passavam na Rodovia Dutra. Expôs a autoridade presidencial e a do militar à falta de civilidade de um motorista que se expressou por meio de um xingamento. Mas nem mesmo a ofensa inconcebível pareceu abalar o presidente. Bolsonaro riu.

Bolsonaro visita posto da Polícia Rodoviária Federal no sul fluminense. Foto: Marcos Corrêa/ PR

Sobre ele, um general de brigada fez o seguinte comentário à coluna: “Não conseguiu governar sem fazer acordos com o Centrão; sobre política externa não tem o melhor ministro de Relações Exteriores; sobre a reeleição, fala dela desde que entrou. Todos nós sabíamos disso. É o grande objetivo.” Por enquanto, o medo de que o acordo com o Centrão custe a vaga na chapa de 2022 a Mourão é alvo de comentários discretos. Mas, mesmo que a mudança se torne realidade e ao vice seja dada a opção de concorrer a uma vaga no Senado ou uma embaixada no exterior, isso não retiraria de Bolsonaro o apoio que tem nos militares. É que preservar a Esplanada é muito mais importante do que defender uma única posição.

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