Brasileira pode ser nova estrela de musical da Broadway


A goiana Lala Nascimento espera em Miami resultado de teste para interpretar a cantora Gloria Estefan no musical 'On Your Feet'

Por Chris Delboni

Com 2 anos de idade, Larissa Nascimento ficava olhando e admirando uma cantora da igreja que a família frequentava em Goiânia, onde nasceu, e falou para sua mãe que gostaria de ser igual a ela quando crescesse.Simone, sua mãe, disse que a menina tinha um dom de Deus e que Ele poderia lhe dar esse dom também.Mas ela tinha que pedir a bênção.

"Minha mãe conta que aí me ajoelhei e rezei. Não sei se Deus me deu esse dom, mas não tenho ninguém na família que canta", diz Lala, como é conhecida, hoje em Miami, com 27 anos e a possibilidade de representar Gloria Estefan no musical da Broadway On Your Feet, sobre a vida da cantora cubana, um ícone do pop latino.

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Lala foi uma de cinco finalistas entre 200 cantoras que fizeram o teste recentemente em Miami. A decisão final do elenco ainda não foi divulgada, mas, para a brasileira, a experiência já valeu.

"Não fui para o teste pensando: 'Vou ser a Gloria Estefan na Broadway'.Fui pensando: 'É uma oportunidade'", diz. "Estava muito nervosa porque não tenho muito treinamento de teatro musical e não sei dançar de jeito nenhum, mas mesmo que não tivesse o perfil exato que estavam procurando para esse show, fui com minha voz e minha verdade. Estou muito feliz que quebrei essa barreira de medo, e espero fazer mais testes de agora em diante."

Lala já conhecia o casal Gloria e Emilio Estefan quando fez o back vocal, voz de apoio, para a música Besos de Lejos em espanhol e Beijo de Longe em português, que Gloria gravou nos dois idiomas para o CD Corazón, de Carlos Santana, lançado este ano. 

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Mas fama não é o principal objetivo da jovem cantora brasileira. "Na verdade, não tenho vontade de ser famosa por ser famosa", diz. "Para mim, a voz é um instrumento - do bem. Sempre que cantava via que fazia bem para alguém."

Muito tímida, com 6 anos, ela gostava de cantar músicas em inglês de Mariah Carey e Whitney Houston.Mas sempre sozinha, ninguém escutava.Até que, aos 13, depois de a família retornar para Goiânia de uma estada de três anos em Miami, Lala resolveu prestar um concurso de talento na escola.Foi a primeira vez que cantou em público - e venceu. "Ganhei em primeiro lugar", conta, orgulhosa.

A partir daí, passou a cantar na igreja, mas nunca considerou seguir carreira musical. "Na minha casa, eu tinha que estudar e ser médica e era isso que tinha que fazer.Não tinha opção", diz, rindo."Cantar era um hobby."

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Ela não estudou medicina, mas começou faculdade de relações internacionais.

Lala Nascimento no seu apartamento em Miami Foto: Toddy Holland/Jade Matarazzo Photography

Mas, com 18 anos, parou os estudos.Sua vida deu uma reviravolta quando seus pais se separaram, e sua mãe, que nunca tinha trabalhado antes, fez as malas e se mudou de novo para Miami - sozinha e sem recursos, mas com toda a força para abrir caminho para trazer Lala e sua irmã Camila, dois anos mais nova.

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Até então, a família, de classe média no Brasil, levava uma vida agradável. As meninas estudavam em escola particular, já haviam morado na Flórida duas vezes antes e passavam férias nos EUA todo ano.

Mas a separação foi difícil, e Simone chegou em Miami com uma mão na frente e outras atrás.Limpou casa por um tempo para ganhar dinheiro, alugou um pequeno apartamento e logo trouxe as filhas.

"Minha mãe é super corajosa.Não tinha dinheiro, não tinha nada, mas, para ela, o mundo é lindo", conta Lala. "Quando cheguei aqui estava tudo cor de rosa, ela enchia a casa de balão, de ursinho e toda sexta abria um champanhe e dizia: 'Para tirar a pobreza'."

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Mas, para Lala, foi o pior momento de sua vida.Adolescente, seu mundo parecia estar desabando com tantas mudanças.Caiu em depressão profunda."Foi muito difícil assimilar tudo - fiquei meio anestesiada, vendo a vida passar sem ter noção do que fazer, total crise existencial."

Guinada. E foi aí que conheceu um musico brasileiro e começou a cantar Bossa Nova e MPB em barzinhos da cidade. "Descobri que podia ter uma vida totalmente ligada à música e que estava tudo bem, não tinha problema, não precisava ter um plano B", diz. "A música era mesmo meu propósito de vida."

O que ela nunca imaginou é que sua trajetória musical de sucesso começaria em espanhol. Com 22 anos, Lala conheceu um produtor argentino, que lhe apresentou, entre outros nomes famosos, o cantor latino Ricardo Montaner, para quem colaborou com a adaptação em português da música La Gloria de Dios e fez o back vocal da versão em espanhol.

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Lala havia se afastado da igreja por dois anos quando chegou em Miami, até que um dia resolveu ir na "Casa de Jesus" em Miami Beach, também frequentada por Montaner. E lá ela retomou sua fé e conheceu seu marido, Gerson Garcia, diretor musical da banda da igreja. 

Lala hoje dá aula de canto, trabalha com a autoestima de adolescentes da igreja e segue com um novo projeto musical independente - Mas Alla De Perlas, ou Muito Além de Pérolas, que será composto de cinco músicas de sua autoria.Seu primeiro single, El Amor Espera, será lançado no inicio do ano.

"Minha visão é de ajudar as pessoas a ver a vida de uma maneira diferente e cantar sob a graça de Deus", diz Lala. "Graça é um favor que a gente não merece, e eu me sinto assim, que muita coisa na minha vida eu não mereço.Ele [Deus] me deu porque Ele quis.Eu tenho que fazer o melhor disso. Tenho que devolver, desenvolver, fazer crescer e falar obrigada."

Para conhecer e acompanhar o trabalho de Lala Nascimento, visite sua página no Facebook: Lala Nascimento (https://www.facebook.com/pages/Lala-Nascimento/143093027304)

Twitter @chrisdelboni

 

Com 2 anos de idade, Larissa Nascimento ficava olhando e admirando uma cantora da igreja que a família frequentava em Goiânia, onde nasceu, e falou para sua mãe que gostaria de ser igual a ela quando crescesse.Simone, sua mãe, disse que a menina tinha um dom de Deus e que Ele poderia lhe dar esse dom também.Mas ela tinha que pedir a bênção.

"Minha mãe conta que aí me ajoelhei e rezei. Não sei se Deus me deu esse dom, mas não tenho ninguém na família que canta", diz Lala, como é conhecida, hoje em Miami, com 27 anos e a possibilidade de representar Gloria Estefan no musical da Broadway On Your Feet, sobre a vida da cantora cubana, um ícone do pop latino.

Lala foi uma de cinco finalistas entre 200 cantoras que fizeram o teste recentemente em Miami. A decisão final do elenco ainda não foi divulgada, mas, para a brasileira, a experiência já valeu.

"Não fui para o teste pensando: 'Vou ser a Gloria Estefan na Broadway'.Fui pensando: 'É uma oportunidade'", diz. "Estava muito nervosa porque não tenho muito treinamento de teatro musical e não sei dançar de jeito nenhum, mas mesmo que não tivesse o perfil exato que estavam procurando para esse show, fui com minha voz e minha verdade. Estou muito feliz que quebrei essa barreira de medo, e espero fazer mais testes de agora em diante."

Lala já conhecia o casal Gloria e Emilio Estefan quando fez o back vocal, voz de apoio, para a música Besos de Lejos em espanhol e Beijo de Longe em português, que Gloria gravou nos dois idiomas para o CD Corazón, de Carlos Santana, lançado este ano. 

Mas fama não é o principal objetivo da jovem cantora brasileira. "Na verdade, não tenho vontade de ser famosa por ser famosa", diz. "Para mim, a voz é um instrumento - do bem. Sempre que cantava via que fazia bem para alguém."

Muito tímida, com 6 anos, ela gostava de cantar músicas em inglês de Mariah Carey e Whitney Houston.Mas sempre sozinha, ninguém escutava.Até que, aos 13, depois de a família retornar para Goiânia de uma estada de três anos em Miami, Lala resolveu prestar um concurso de talento na escola.Foi a primeira vez que cantou em público - e venceu. "Ganhei em primeiro lugar", conta, orgulhosa.

A partir daí, passou a cantar na igreja, mas nunca considerou seguir carreira musical. "Na minha casa, eu tinha que estudar e ser médica e era isso que tinha que fazer.Não tinha opção", diz, rindo."Cantar era um hobby."

Ela não estudou medicina, mas começou faculdade de relações internacionais.

Lala Nascimento no seu apartamento em Miami Foto: Toddy Holland/Jade Matarazzo Photography

Mas, com 18 anos, parou os estudos.Sua vida deu uma reviravolta quando seus pais se separaram, e sua mãe, que nunca tinha trabalhado antes, fez as malas e se mudou de novo para Miami - sozinha e sem recursos, mas com toda a força para abrir caminho para trazer Lala e sua irmã Camila, dois anos mais nova.

Até então, a família, de classe média no Brasil, levava uma vida agradável. As meninas estudavam em escola particular, já haviam morado na Flórida duas vezes antes e passavam férias nos EUA todo ano.

Mas a separação foi difícil, e Simone chegou em Miami com uma mão na frente e outras atrás.Limpou casa por um tempo para ganhar dinheiro, alugou um pequeno apartamento e logo trouxe as filhas.

"Minha mãe é super corajosa.Não tinha dinheiro, não tinha nada, mas, para ela, o mundo é lindo", conta Lala. "Quando cheguei aqui estava tudo cor de rosa, ela enchia a casa de balão, de ursinho e toda sexta abria um champanhe e dizia: 'Para tirar a pobreza'."

Mas, para Lala, foi o pior momento de sua vida.Adolescente, seu mundo parecia estar desabando com tantas mudanças.Caiu em depressão profunda."Foi muito difícil assimilar tudo - fiquei meio anestesiada, vendo a vida passar sem ter noção do que fazer, total crise existencial."

Guinada. E foi aí que conheceu um musico brasileiro e começou a cantar Bossa Nova e MPB em barzinhos da cidade. "Descobri que podia ter uma vida totalmente ligada à música e que estava tudo bem, não tinha problema, não precisava ter um plano B", diz. "A música era mesmo meu propósito de vida."

O que ela nunca imaginou é que sua trajetória musical de sucesso começaria em espanhol. Com 22 anos, Lala conheceu um produtor argentino, que lhe apresentou, entre outros nomes famosos, o cantor latino Ricardo Montaner, para quem colaborou com a adaptação em português da música La Gloria de Dios e fez o back vocal da versão em espanhol.

Lala havia se afastado da igreja por dois anos quando chegou em Miami, até que um dia resolveu ir na "Casa de Jesus" em Miami Beach, também frequentada por Montaner. E lá ela retomou sua fé e conheceu seu marido, Gerson Garcia, diretor musical da banda da igreja. 

Lala hoje dá aula de canto, trabalha com a autoestima de adolescentes da igreja e segue com um novo projeto musical independente - Mas Alla De Perlas, ou Muito Além de Pérolas, que será composto de cinco músicas de sua autoria.Seu primeiro single, El Amor Espera, será lançado no inicio do ano.

"Minha visão é de ajudar as pessoas a ver a vida de uma maneira diferente e cantar sob a graça de Deus", diz Lala. "Graça é um favor que a gente não merece, e eu me sinto assim, que muita coisa na minha vida eu não mereço.Ele [Deus] me deu porque Ele quis.Eu tenho que fazer o melhor disso. Tenho que devolver, desenvolver, fazer crescer e falar obrigada."

Para conhecer e acompanhar o trabalho de Lala Nascimento, visite sua página no Facebook: Lala Nascimento (https://www.facebook.com/pages/Lala-Nascimento/143093027304)

Twitter @chrisdelboni

 

Com 2 anos de idade, Larissa Nascimento ficava olhando e admirando uma cantora da igreja que a família frequentava em Goiânia, onde nasceu, e falou para sua mãe que gostaria de ser igual a ela quando crescesse.Simone, sua mãe, disse que a menina tinha um dom de Deus e que Ele poderia lhe dar esse dom também.Mas ela tinha que pedir a bênção.

"Minha mãe conta que aí me ajoelhei e rezei. Não sei se Deus me deu esse dom, mas não tenho ninguém na família que canta", diz Lala, como é conhecida, hoje em Miami, com 27 anos e a possibilidade de representar Gloria Estefan no musical da Broadway On Your Feet, sobre a vida da cantora cubana, um ícone do pop latino.

Lala foi uma de cinco finalistas entre 200 cantoras que fizeram o teste recentemente em Miami. A decisão final do elenco ainda não foi divulgada, mas, para a brasileira, a experiência já valeu.

"Não fui para o teste pensando: 'Vou ser a Gloria Estefan na Broadway'.Fui pensando: 'É uma oportunidade'", diz. "Estava muito nervosa porque não tenho muito treinamento de teatro musical e não sei dançar de jeito nenhum, mas mesmo que não tivesse o perfil exato que estavam procurando para esse show, fui com minha voz e minha verdade. Estou muito feliz que quebrei essa barreira de medo, e espero fazer mais testes de agora em diante."

Lala já conhecia o casal Gloria e Emilio Estefan quando fez o back vocal, voz de apoio, para a música Besos de Lejos em espanhol e Beijo de Longe em português, que Gloria gravou nos dois idiomas para o CD Corazón, de Carlos Santana, lançado este ano. 

Mas fama não é o principal objetivo da jovem cantora brasileira. "Na verdade, não tenho vontade de ser famosa por ser famosa", diz. "Para mim, a voz é um instrumento - do bem. Sempre que cantava via que fazia bem para alguém."

Muito tímida, com 6 anos, ela gostava de cantar músicas em inglês de Mariah Carey e Whitney Houston.Mas sempre sozinha, ninguém escutava.Até que, aos 13, depois de a família retornar para Goiânia de uma estada de três anos em Miami, Lala resolveu prestar um concurso de talento na escola.Foi a primeira vez que cantou em público - e venceu. "Ganhei em primeiro lugar", conta, orgulhosa.

A partir daí, passou a cantar na igreja, mas nunca considerou seguir carreira musical. "Na minha casa, eu tinha que estudar e ser médica e era isso que tinha que fazer.Não tinha opção", diz, rindo."Cantar era um hobby."

Ela não estudou medicina, mas começou faculdade de relações internacionais.

Lala Nascimento no seu apartamento em Miami Foto: Toddy Holland/Jade Matarazzo Photography

Mas, com 18 anos, parou os estudos.Sua vida deu uma reviravolta quando seus pais se separaram, e sua mãe, que nunca tinha trabalhado antes, fez as malas e se mudou de novo para Miami - sozinha e sem recursos, mas com toda a força para abrir caminho para trazer Lala e sua irmã Camila, dois anos mais nova.

Até então, a família, de classe média no Brasil, levava uma vida agradável. As meninas estudavam em escola particular, já haviam morado na Flórida duas vezes antes e passavam férias nos EUA todo ano.

Mas a separação foi difícil, e Simone chegou em Miami com uma mão na frente e outras atrás.Limpou casa por um tempo para ganhar dinheiro, alugou um pequeno apartamento e logo trouxe as filhas.

"Minha mãe é super corajosa.Não tinha dinheiro, não tinha nada, mas, para ela, o mundo é lindo", conta Lala. "Quando cheguei aqui estava tudo cor de rosa, ela enchia a casa de balão, de ursinho e toda sexta abria um champanhe e dizia: 'Para tirar a pobreza'."

Mas, para Lala, foi o pior momento de sua vida.Adolescente, seu mundo parecia estar desabando com tantas mudanças.Caiu em depressão profunda."Foi muito difícil assimilar tudo - fiquei meio anestesiada, vendo a vida passar sem ter noção do que fazer, total crise existencial."

Guinada. E foi aí que conheceu um musico brasileiro e começou a cantar Bossa Nova e MPB em barzinhos da cidade. "Descobri que podia ter uma vida totalmente ligada à música e que estava tudo bem, não tinha problema, não precisava ter um plano B", diz. "A música era mesmo meu propósito de vida."

O que ela nunca imaginou é que sua trajetória musical de sucesso começaria em espanhol. Com 22 anos, Lala conheceu um produtor argentino, que lhe apresentou, entre outros nomes famosos, o cantor latino Ricardo Montaner, para quem colaborou com a adaptação em português da música La Gloria de Dios e fez o back vocal da versão em espanhol.

Lala havia se afastado da igreja por dois anos quando chegou em Miami, até que um dia resolveu ir na "Casa de Jesus" em Miami Beach, também frequentada por Montaner. E lá ela retomou sua fé e conheceu seu marido, Gerson Garcia, diretor musical da banda da igreja. 

Lala hoje dá aula de canto, trabalha com a autoestima de adolescentes da igreja e segue com um novo projeto musical independente - Mas Alla De Perlas, ou Muito Além de Pérolas, que será composto de cinco músicas de sua autoria.Seu primeiro single, El Amor Espera, será lançado no inicio do ano.

"Minha visão é de ajudar as pessoas a ver a vida de uma maneira diferente e cantar sob a graça de Deus", diz Lala. "Graça é um favor que a gente não merece, e eu me sinto assim, que muita coisa na minha vida eu não mereço.Ele [Deus] me deu porque Ele quis.Eu tenho que fazer o melhor disso. Tenho que devolver, desenvolver, fazer crescer e falar obrigada."

Para conhecer e acompanhar o trabalho de Lala Nascimento, visite sua página no Facebook: Lala Nascimento (https://www.facebook.com/pages/Lala-Nascimento/143093027304)

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Com 2 anos de idade, Larissa Nascimento ficava olhando e admirando uma cantora da igreja que a família frequentava em Goiânia, onde nasceu, e falou para sua mãe que gostaria de ser igual a ela quando crescesse.Simone, sua mãe, disse que a menina tinha um dom de Deus e que Ele poderia lhe dar esse dom também.Mas ela tinha que pedir a bênção.

"Minha mãe conta que aí me ajoelhei e rezei. Não sei se Deus me deu esse dom, mas não tenho ninguém na família que canta", diz Lala, como é conhecida, hoje em Miami, com 27 anos e a possibilidade de representar Gloria Estefan no musical da Broadway On Your Feet, sobre a vida da cantora cubana, um ícone do pop latino.

Lala foi uma de cinco finalistas entre 200 cantoras que fizeram o teste recentemente em Miami. A decisão final do elenco ainda não foi divulgada, mas, para a brasileira, a experiência já valeu.

"Não fui para o teste pensando: 'Vou ser a Gloria Estefan na Broadway'.Fui pensando: 'É uma oportunidade'", diz. "Estava muito nervosa porque não tenho muito treinamento de teatro musical e não sei dançar de jeito nenhum, mas mesmo que não tivesse o perfil exato que estavam procurando para esse show, fui com minha voz e minha verdade. Estou muito feliz que quebrei essa barreira de medo, e espero fazer mais testes de agora em diante."

Lala já conhecia o casal Gloria e Emilio Estefan quando fez o back vocal, voz de apoio, para a música Besos de Lejos em espanhol e Beijo de Longe em português, que Gloria gravou nos dois idiomas para o CD Corazón, de Carlos Santana, lançado este ano. 

Mas fama não é o principal objetivo da jovem cantora brasileira. "Na verdade, não tenho vontade de ser famosa por ser famosa", diz. "Para mim, a voz é um instrumento - do bem. Sempre que cantava via que fazia bem para alguém."

Muito tímida, com 6 anos, ela gostava de cantar músicas em inglês de Mariah Carey e Whitney Houston.Mas sempre sozinha, ninguém escutava.Até que, aos 13, depois de a família retornar para Goiânia de uma estada de três anos em Miami, Lala resolveu prestar um concurso de talento na escola.Foi a primeira vez que cantou em público - e venceu. "Ganhei em primeiro lugar", conta, orgulhosa.

A partir daí, passou a cantar na igreja, mas nunca considerou seguir carreira musical. "Na minha casa, eu tinha que estudar e ser médica e era isso que tinha que fazer.Não tinha opção", diz, rindo."Cantar era um hobby."

Ela não estudou medicina, mas começou faculdade de relações internacionais.

Lala Nascimento no seu apartamento em Miami Foto: Toddy Holland/Jade Matarazzo Photography

Mas, com 18 anos, parou os estudos.Sua vida deu uma reviravolta quando seus pais se separaram, e sua mãe, que nunca tinha trabalhado antes, fez as malas e se mudou de novo para Miami - sozinha e sem recursos, mas com toda a força para abrir caminho para trazer Lala e sua irmã Camila, dois anos mais nova.

Até então, a família, de classe média no Brasil, levava uma vida agradável. As meninas estudavam em escola particular, já haviam morado na Flórida duas vezes antes e passavam férias nos EUA todo ano.

Mas a separação foi difícil, e Simone chegou em Miami com uma mão na frente e outras atrás.Limpou casa por um tempo para ganhar dinheiro, alugou um pequeno apartamento e logo trouxe as filhas.

"Minha mãe é super corajosa.Não tinha dinheiro, não tinha nada, mas, para ela, o mundo é lindo", conta Lala. "Quando cheguei aqui estava tudo cor de rosa, ela enchia a casa de balão, de ursinho e toda sexta abria um champanhe e dizia: 'Para tirar a pobreza'."

Mas, para Lala, foi o pior momento de sua vida.Adolescente, seu mundo parecia estar desabando com tantas mudanças.Caiu em depressão profunda."Foi muito difícil assimilar tudo - fiquei meio anestesiada, vendo a vida passar sem ter noção do que fazer, total crise existencial."

Guinada. E foi aí que conheceu um musico brasileiro e começou a cantar Bossa Nova e MPB em barzinhos da cidade. "Descobri que podia ter uma vida totalmente ligada à música e que estava tudo bem, não tinha problema, não precisava ter um plano B", diz. "A música era mesmo meu propósito de vida."

O que ela nunca imaginou é que sua trajetória musical de sucesso começaria em espanhol. Com 22 anos, Lala conheceu um produtor argentino, que lhe apresentou, entre outros nomes famosos, o cantor latino Ricardo Montaner, para quem colaborou com a adaptação em português da música La Gloria de Dios e fez o back vocal da versão em espanhol.

Lala havia se afastado da igreja por dois anos quando chegou em Miami, até que um dia resolveu ir na "Casa de Jesus" em Miami Beach, também frequentada por Montaner. E lá ela retomou sua fé e conheceu seu marido, Gerson Garcia, diretor musical da banda da igreja. 

Lala hoje dá aula de canto, trabalha com a autoestima de adolescentes da igreja e segue com um novo projeto musical independente - Mas Alla De Perlas, ou Muito Além de Pérolas, que será composto de cinco músicas de sua autoria.Seu primeiro single, El Amor Espera, será lançado no inicio do ano.

"Minha visão é de ajudar as pessoas a ver a vida de uma maneira diferente e cantar sob a graça de Deus", diz Lala. "Graça é um favor que a gente não merece, e eu me sinto assim, que muita coisa na minha vida eu não mereço.Ele [Deus] me deu porque Ele quis.Eu tenho que fazer o melhor disso. Tenho que devolver, desenvolver, fazer crescer e falar obrigada."

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