Brasileiras detidas na Alemanha após troca de etiquetas de malas relatam drama na prisão


Parentes e advogada embarcam para Frankfurt para acompanhar o caso; novas imagens mostram ação de quadrilha de tráfico de drogas no aeroporto de Guarulhos

Por Andréia Bahia
Atualização:

GOIÂNIA - A mãe da veterinária Jeanne Paollini, de 40 anos, a irmã da personal trainer Kátyna Baía, de 44, e a advogada Luna Provázio embarcam nesta segunda-feira, 10, para Frankfurt, na Alemanha, onde as duas goianas estão presas desde o dia 5 de março acusadas de tráfico de drogas. Segundo Lorena Baía, a irmã Kátyna ligou no domingo, 9, para a família do presidio feminino e disse que, embora abalada, está confiante no desfecho do caso. “Ela tem escrito muito e se apegado às orações”, afirma.

Na quinta-feira, 6, a Secretaria Nacional de Justiça compartilhou o inquérito da Polícia Federal a documentação e os vídeos que comprovam que as etiquetas das malas de Kátyna e Jeanne foram trocadas no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP). Parte dessa documentação já havia sido encaminhada pelos advogados das duas mulheres, mas a Justiça alemã solicitou que o inquérito em sua totalidade e com tradução juramentada fosse enviado via Ministério da Justiça e Itamaraty, o que foi feito.

A Operação Iraúna da PF que investiga o caso prendeu uma quadrilha suspeita de envolvimento na troca de etiquetas das malas das goianas. Seis funcionários foram detidos no dia 4 e uma mulher que presta serviço no aeroporto foi detida no último sábado, 8.

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A ligação telefônica de ontem foi a terceira que Kátyna fez para a família desde que foi presa – ela enviou também duas cartas por meio da Embaixada do Brasil na Alemanha. A primeira ligação só ocorreu depois de 20 dias da prisão, quando Kátyna usou o celular de um pastor que foi visitá-la para fazer o contato. Foi quando ela contou para a família como se deu a prisão.

“Elas foram detidas no aeroporto separadamente, algemadas pelos pés e mãos, escoltadas por vários policiais e a única palavra que entendiam era cocaína”, relata a irmã. Segundo Lorena, elas tentaram argumentar que aquelas não eram suas malas, pois tinham cores e pesos diferentes, mas os policiais só repetiam a palavra “cocaína”.

As goianas Kátyna Baía e Jeanne Paollini, que foram detidas na Alemanha. Foto: Arquivo pessoal/ Foto cedida por Lorena Baía
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As duas, contou a irmã, tiveram as mãos raspadas para coleta de DNA, sem que tivessem dado autorização para isso. A bagagem de mão foi retida e elas ficaram sem os medicamentos e agasalhos. As duas foram levadas para celas separadas. Nesse local, que era frio e tinha as paredes escritas com fezes, elas ficaram três dias, nos quais lhes foram oferecidos apenas pão e água.

Depois, elas foram transferidas para o presídio feminino de Frankfurt, onde permanecem separadas e, segundo Lorena, convivem com mulheres condenadas por diversos crimes. “Ontem, na ligação feita do próprio presídio, Kátyna contou que ficou 16 horas na cela, que é desconfortável e fria, porque era feriado. Como não recebem visitas, tiveram que ficar nas celas”, relata Lorena. Segundo ela, Katyna chora muito durante as ligações, está emocionalmente muito abalada, mas mais confiante com a possibilidade de liberdade.

Para a família das duas mulheres a situação também é dramática. Elas só ficaram sabendo da prisão no dia 7 de março, quando uma intérprete alemã ligou para a advogada Luna Provázio para que ela entrasse em contato com os defensores públicos que representam as goianas. Lorena havia perdido o contato com a irmã desde o dia 4 de março. Além da advogada goiana, as famílias de Kátyna e Jeanne contrataram um escritório de advogados na Alemanha (que tem uma advogada brasileira na equipe) e um advogado em São Paulo.

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Imagens da PF mostram que malas despachadas eram diferentes. Foto: Polícia Federal/Divulgação

Novas imagens mostram a troca de etiquetas

Kátyna e Jeanne chegaram a Frankfurt no dia 5 de março para iniciar 20 dias de férias pela Alemanha, Bélgica e República Tcheca. O programa Fantástico, da TV Globo, divulgou novos vídeos que mostram como foi feita a troca de etiquetas das malas das duas goianas no aeroporto em Guarulhos, no dia 4 de março.

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As imagens mostram Kátyna e Jeanne saindo de casa, em Goiânia, com uma mala rosa e outra preta. Vários vídeos mostram como dois funcionários do aeroporto identificam as duas malas, a rosa e preta, separam e, discretamente, retiram a etiqueta delas em uma área de segurança e de acesso restrito que é monitorada por várias câmeras.

Em outro vídeo, duas mulheres chegam ao aeroporto com duas malas de cores diferentes por volta das 20h30. Seriam as malas que continham os 40 quilos de cocaína, segundo a polícia. As duas vão até um guichê de companhia aérea após um sinal da única funcionária que está no local, deixam as malas e saem em seguida do aeroporto, sem embarcar para qualquer destino, como mostram as imagens obtidas pelo Fantástico. As duas malas são levadas para o mesmo veículo onde estão as malas de Kátyna e Jeanne.

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral em Frankfurt, informou que tem conhecimento do caso e “presta assistência consular às nacionais brasileiras”.

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O Estadão entrou em contato com a assessoria de Imprensa da Latam, empresa pela qual Kátyna Baía e Jeanne Paolini viajaram, e também com a concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos e ainda aguarda resposta.

GOIÂNIA - A mãe da veterinária Jeanne Paollini, de 40 anos, a irmã da personal trainer Kátyna Baía, de 44, e a advogada Luna Provázio embarcam nesta segunda-feira, 10, para Frankfurt, na Alemanha, onde as duas goianas estão presas desde o dia 5 de março acusadas de tráfico de drogas. Segundo Lorena Baía, a irmã Kátyna ligou no domingo, 9, para a família do presidio feminino e disse que, embora abalada, está confiante no desfecho do caso. “Ela tem escrito muito e se apegado às orações”, afirma.

Na quinta-feira, 6, a Secretaria Nacional de Justiça compartilhou o inquérito da Polícia Federal a documentação e os vídeos que comprovam que as etiquetas das malas de Kátyna e Jeanne foram trocadas no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP). Parte dessa documentação já havia sido encaminhada pelos advogados das duas mulheres, mas a Justiça alemã solicitou que o inquérito em sua totalidade e com tradução juramentada fosse enviado via Ministério da Justiça e Itamaraty, o que foi feito.

A Operação Iraúna da PF que investiga o caso prendeu uma quadrilha suspeita de envolvimento na troca de etiquetas das malas das goianas. Seis funcionários foram detidos no dia 4 e uma mulher que presta serviço no aeroporto foi detida no último sábado, 8.

A ligação telefônica de ontem foi a terceira que Kátyna fez para a família desde que foi presa – ela enviou também duas cartas por meio da Embaixada do Brasil na Alemanha. A primeira ligação só ocorreu depois de 20 dias da prisão, quando Kátyna usou o celular de um pastor que foi visitá-la para fazer o contato. Foi quando ela contou para a família como se deu a prisão.

“Elas foram detidas no aeroporto separadamente, algemadas pelos pés e mãos, escoltadas por vários policiais e a única palavra que entendiam era cocaína”, relata a irmã. Segundo Lorena, elas tentaram argumentar que aquelas não eram suas malas, pois tinham cores e pesos diferentes, mas os policiais só repetiam a palavra “cocaína”.

As goianas Kátyna Baía e Jeanne Paollini, que foram detidas na Alemanha. Foto: Arquivo pessoal/ Foto cedida por Lorena Baía

As duas, contou a irmã, tiveram as mãos raspadas para coleta de DNA, sem que tivessem dado autorização para isso. A bagagem de mão foi retida e elas ficaram sem os medicamentos e agasalhos. As duas foram levadas para celas separadas. Nesse local, que era frio e tinha as paredes escritas com fezes, elas ficaram três dias, nos quais lhes foram oferecidos apenas pão e água.

Depois, elas foram transferidas para o presídio feminino de Frankfurt, onde permanecem separadas e, segundo Lorena, convivem com mulheres condenadas por diversos crimes. “Ontem, na ligação feita do próprio presídio, Kátyna contou que ficou 16 horas na cela, que é desconfortável e fria, porque era feriado. Como não recebem visitas, tiveram que ficar nas celas”, relata Lorena. Segundo ela, Katyna chora muito durante as ligações, está emocionalmente muito abalada, mas mais confiante com a possibilidade de liberdade.

Para a família das duas mulheres a situação também é dramática. Elas só ficaram sabendo da prisão no dia 7 de março, quando uma intérprete alemã ligou para a advogada Luna Provázio para que ela entrasse em contato com os defensores públicos que representam as goianas. Lorena havia perdido o contato com a irmã desde o dia 4 de março. Além da advogada goiana, as famílias de Kátyna e Jeanne contrataram um escritório de advogados na Alemanha (que tem uma advogada brasileira na equipe) e um advogado em São Paulo.

Imagens da PF mostram que malas despachadas eram diferentes. Foto: Polícia Federal/Divulgação

Novas imagens mostram a troca de etiquetas

Kátyna e Jeanne chegaram a Frankfurt no dia 5 de março para iniciar 20 dias de férias pela Alemanha, Bélgica e República Tcheca. O programa Fantástico, da TV Globo, divulgou novos vídeos que mostram como foi feita a troca de etiquetas das malas das duas goianas no aeroporto em Guarulhos, no dia 4 de março.

As imagens mostram Kátyna e Jeanne saindo de casa, em Goiânia, com uma mala rosa e outra preta. Vários vídeos mostram como dois funcionários do aeroporto identificam as duas malas, a rosa e preta, separam e, discretamente, retiram a etiqueta delas em uma área de segurança e de acesso restrito que é monitorada por várias câmeras.

Em outro vídeo, duas mulheres chegam ao aeroporto com duas malas de cores diferentes por volta das 20h30. Seriam as malas que continham os 40 quilos de cocaína, segundo a polícia. As duas vão até um guichê de companhia aérea após um sinal da única funcionária que está no local, deixam as malas e saem em seguida do aeroporto, sem embarcar para qualquer destino, como mostram as imagens obtidas pelo Fantástico. As duas malas são levadas para o mesmo veículo onde estão as malas de Kátyna e Jeanne.

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral em Frankfurt, informou que tem conhecimento do caso e “presta assistência consular às nacionais brasileiras”.

O Estadão entrou em contato com a assessoria de Imprensa da Latam, empresa pela qual Kátyna Baía e Jeanne Paolini viajaram, e também com a concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos e ainda aguarda resposta.

GOIÂNIA - A mãe da veterinária Jeanne Paollini, de 40 anos, a irmã da personal trainer Kátyna Baía, de 44, e a advogada Luna Provázio embarcam nesta segunda-feira, 10, para Frankfurt, na Alemanha, onde as duas goianas estão presas desde o dia 5 de março acusadas de tráfico de drogas. Segundo Lorena Baía, a irmã Kátyna ligou no domingo, 9, para a família do presidio feminino e disse que, embora abalada, está confiante no desfecho do caso. “Ela tem escrito muito e se apegado às orações”, afirma.

Na quinta-feira, 6, a Secretaria Nacional de Justiça compartilhou o inquérito da Polícia Federal a documentação e os vídeos que comprovam que as etiquetas das malas de Kátyna e Jeanne foram trocadas no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP). Parte dessa documentação já havia sido encaminhada pelos advogados das duas mulheres, mas a Justiça alemã solicitou que o inquérito em sua totalidade e com tradução juramentada fosse enviado via Ministério da Justiça e Itamaraty, o que foi feito.

A Operação Iraúna da PF que investiga o caso prendeu uma quadrilha suspeita de envolvimento na troca de etiquetas das malas das goianas. Seis funcionários foram detidos no dia 4 e uma mulher que presta serviço no aeroporto foi detida no último sábado, 8.

A ligação telefônica de ontem foi a terceira que Kátyna fez para a família desde que foi presa – ela enviou também duas cartas por meio da Embaixada do Brasil na Alemanha. A primeira ligação só ocorreu depois de 20 dias da prisão, quando Kátyna usou o celular de um pastor que foi visitá-la para fazer o contato. Foi quando ela contou para a família como se deu a prisão.

“Elas foram detidas no aeroporto separadamente, algemadas pelos pés e mãos, escoltadas por vários policiais e a única palavra que entendiam era cocaína”, relata a irmã. Segundo Lorena, elas tentaram argumentar que aquelas não eram suas malas, pois tinham cores e pesos diferentes, mas os policiais só repetiam a palavra “cocaína”.

As goianas Kátyna Baía e Jeanne Paollini, que foram detidas na Alemanha. Foto: Arquivo pessoal/ Foto cedida por Lorena Baía

As duas, contou a irmã, tiveram as mãos raspadas para coleta de DNA, sem que tivessem dado autorização para isso. A bagagem de mão foi retida e elas ficaram sem os medicamentos e agasalhos. As duas foram levadas para celas separadas. Nesse local, que era frio e tinha as paredes escritas com fezes, elas ficaram três dias, nos quais lhes foram oferecidos apenas pão e água.

Depois, elas foram transferidas para o presídio feminino de Frankfurt, onde permanecem separadas e, segundo Lorena, convivem com mulheres condenadas por diversos crimes. “Ontem, na ligação feita do próprio presídio, Kátyna contou que ficou 16 horas na cela, que é desconfortável e fria, porque era feriado. Como não recebem visitas, tiveram que ficar nas celas”, relata Lorena. Segundo ela, Katyna chora muito durante as ligações, está emocionalmente muito abalada, mas mais confiante com a possibilidade de liberdade.

Para a família das duas mulheres a situação também é dramática. Elas só ficaram sabendo da prisão no dia 7 de março, quando uma intérprete alemã ligou para a advogada Luna Provázio para que ela entrasse em contato com os defensores públicos que representam as goianas. Lorena havia perdido o contato com a irmã desde o dia 4 de março. Além da advogada goiana, as famílias de Kátyna e Jeanne contrataram um escritório de advogados na Alemanha (que tem uma advogada brasileira na equipe) e um advogado em São Paulo.

Imagens da PF mostram que malas despachadas eram diferentes. Foto: Polícia Federal/Divulgação

Novas imagens mostram a troca de etiquetas

Kátyna e Jeanne chegaram a Frankfurt no dia 5 de março para iniciar 20 dias de férias pela Alemanha, Bélgica e República Tcheca. O programa Fantástico, da TV Globo, divulgou novos vídeos que mostram como foi feita a troca de etiquetas das malas das duas goianas no aeroporto em Guarulhos, no dia 4 de março.

As imagens mostram Kátyna e Jeanne saindo de casa, em Goiânia, com uma mala rosa e outra preta. Vários vídeos mostram como dois funcionários do aeroporto identificam as duas malas, a rosa e preta, separam e, discretamente, retiram a etiqueta delas em uma área de segurança e de acesso restrito que é monitorada por várias câmeras.

Em outro vídeo, duas mulheres chegam ao aeroporto com duas malas de cores diferentes por volta das 20h30. Seriam as malas que continham os 40 quilos de cocaína, segundo a polícia. As duas vão até um guichê de companhia aérea após um sinal da única funcionária que está no local, deixam as malas e saem em seguida do aeroporto, sem embarcar para qualquer destino, como mostram as imagens obtidas pelo Fantástico. As duas malas são levadas para o mesmo veículo onde estão as malas de Kátyna e Jeanne.

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral em Frankfurt, informou que tem conhecimento do caso e “presta assistência consular às nacionais brasileiras”.

O Estadão entrou em contato com a assessoria de Imprensa da Latam, empresa pela qual Kátyna Baía e Jeanne Paolini viajaram, e também com a concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos e ainda aguarda resposta.

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