SÃO PAULO - Theodomiro Romeiro dos Santos, de 63 anos, foi o primeiro brasileiro condenado à pena de morte no período republicano, por ter executado um agente do DOI-CODI que o havia capturado durante a ditadura militar (1964-1985).
Como o senhor vê a pena de morte institucionalizada? É um retrocesso. Não pelo meu caso, mas sou um defensor da vida. Vejo com tristeza que alguém apoie a pena de morte. Estão procurando resolver problemas de uma forma absolutamente inaceitável e ineficiente. A medida não resolve problema nenhum. Mesmo no Brasil, há quem comemore a decisão do governo indonésio. Como o sr. vê este posicionamento? É uma involução muito grande no comportamento das pessoas. Em alguns casos elas não só são favoráveis, mas têm este tipo de pensamento reacionário e medieval, sendo até favoráveis à tortura. Querem que presos fiquem trancafiados e passando todo o tipo de sofrimento dentro da prisão. O senhor se arrependeu de suas ações? Nunca. Vivíamos em uma ditadura violentíssima, cruel e sanguinária. Era a obrigação das pessoas de bem. Lamento que uma parte da população brasileira esteja tendo posições tão extremadas em relação à pena de morte.