Ao menos 72 mil brasileiros vivem em barracas ou em outras estruturas precárias nas ruas


Dados foram divulgados pelo IBGE; é a 1ª vez que o Censo traz esse recorte da população. Alta de pessoas sem casa após a pandemia tem sido uma preocupação em grandes centros urbanos

Por Roberta Jansen
Atualização:

Ao menos 72 mil brasileiros vivem em barracas, tendas ou outras estruturas improvisadas na rua, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na manhã desta sexta-feira, 6, o órgão divulgou novos números do Censo 2022, referentes aos chamados domicílios coletivos e improvisados, bem como aos domicílios particulares permanentemente vagos ou de uso ocasional.

  • No Censo Demográfico, são classificados como domicílios particulares improvisados domicílios localizados em edificações que não tenham dependências destinadas exclusivamente à moradia, em estruturas comerciais ou industriais degradadas ou inacabadas, calçadas, praças ou viadutos e em abrigos naturais, bem como as estruturas móveis (como veículos e barracas).

O Censo de 2022 encontrou 160 mil pessoas residindo em domicílios particulares improvisados. O tipo de domicílio improvisado que apresentou o maior número de moradores foi a categoria “Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido”, com 57 mil moradores, representando 35,3% dos moradores de domicílios improvisados, o que equivale a 0,03% da população brasileira.

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Em segundo lugar, aparecem os domicílios do tipo “dentro de estabelecimento em funcionamento”, com 43 mil moradores. Essa modalidade pode incluir, por exemplo, operários que vivem dentro de uma fábrica.

Nos últimos anos, barracas têm ficado mais comuns sob o Elevado João Goulart, conhecido como Minhocão, no centro paulistano Foto: Werther Santana/Estadão
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Os domicílios do tipo “estrutura não residencial permanente degradada ou inacabada” possuíam 17 mil moradores. Nessa categoria, se encaixam os moradores de obras ainda não concluídas ou grupos que invadem estruturas abandonadas.

Já os domicílios do tipo “estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca” tinham 15 mil pessoas. Essa categoria pode incluir, por exemplo, estruturas montadas com caixas de papelão.

A quantidade de moradores de rua foi impulsionada pela crise econômico e o desemprego decorrentes da pandemia. Entre os sem-teto de grandes cidades, como São Paulo, é possível identificar crianças e até famílias inteiras. Com isso, aumenta também a incidência de fome e dependência química.

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Na contagem do IBGE, ainda há 2 mil pessoas vivem em veículos, como trailers, caminhões, carros e barcos. A categoria “outros domicílios improvisados”, reunindo todos os domicílios improvisados que não se enquadravam nas categorias anteriores, registrou 27 mil moradores.

O Estado de São Paulo concentra o maior número de moradores para todos os tipos de domicílios improvisados, exceto na categoria veículos, cuja liderança coube ao Amazonas. A concentração em São Paulo foi especialmente expressiva na categoria “estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca” e “estrutura não residencial permanente degradada ou inacabada”, nas quais o Estado registrou, para cada uma, sete mil moradores.

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Perfil

Em relação ao perfil demográfico dos moradores, todos os tipos de domicílios improvisados apresentaram predominância masculina, com a proporção de homens variando entre 54,3%, nos domicílios do tipo “estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca” e 61,7% nos veículos.

O Censo de 2022 encontrou 160 mil pessoas residindo em domicílios particulares improvisados. O tipo de domicílio improvisado que apresentou o maior número de moradores foi a categoria “Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido”, com 57 mil moradores Foto: Werther Santana/Estadão
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Quanto à estrutura etária, os moradores de domicílios improvisados apresentaram uma população mais jovem do que o conjunto da população brasileira.

Enquanto as crianças de 0 a 9 anos representavam 13% da população brasileira, esse grupo de idade representava 18,8% dos moradores em tendas ou barracas, 20,5% dos moradores em estruturas improvisadas em logradouro público, 19,6% dos moradores em estruturas não residencial degradada ou inacabada e 19,8% dos moradores em outros tipos de domicílios improvisados.

Os moradores dos domicílios improvisados com 15 anos ou mais também apresentaram, em 2022, taxas de analfabetismo superiores às verificadas entre a população como um todo. Essa situação se repetiu em todos os tipos de domicílios particulares improvisados, com a taxa de analfabetismo dos moradores com 15 anos ou mais variando entre 22,3% entre os moradores de tendas ou barracas e 9% entre moradores de estabelecimentos em funcionamento.

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Domicílios vagos

O Censo Demográfico 2022 investigou também a quantidade e a distribuição no território brasileiro de domicílios particulares permanentes sem moradores, que se dividem em duas espécies: os domicílios vagos e os domicílios de uso ocasional.

Os domicílios particulares de uso ocasional, que no Censo de 2022 somaram 6,7 milhões, são as estruturas residenciais que eram utilizadas, mas não eram a residência principal de nenhuma pessoa. A categoria abarca casas de veraneio, imóveis residenciais voltados para locação de curta duração, repúblicas de estudantes (desde que nenhum estudante utilize o imóvel como residência principal), entre outros.

O domicílio particular permanente vago é a estrutura residencial permanente que na data de referência não se encontrava ocupada nem era utilizada ocasionalmente – o Censo de 2022 registrou 11,4 milhões de domicílios nessa categoria.

Ao menos 72 mil brasileiros vivem em barracas, tendas ou outras estruturas improvisadas na rua, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na manhã desta sexta-feira, 6, o órgão divulgou novos números do Censo 2022, referentes aos chamados domicílios coletivos e improvisados, bem como aos domicílios particulares permanentemente vagos ou de uso ocasional.

  • No Censo Demográfico, são classificados como domicílios particulares improvisados domicílios localizados em edificações que não tenham dependências destinadas exclusivamente à moradia, em estruturas comerciais ou industriais degradadas ou inacabadas, calçadas, praças ou viadutos e em abrigos naturais, bem como as estruturas móveis (como veículos e barracas).

O Censo de 2022 encontrou 160 mil pessoas residindo em domicílios particulares improvisados. O tipo de domicílio improvisado que apresentou o maior número de moradores foi a categoria “Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido”, com 57 mil moradores, representando 35,3% dos moradores de domicílios improvisados, o que equivale a 0,03% da população brasileira.

Em segundo lugar, aparecem os domicílios do tipo “dentro de estabelecimento em funcionamento”, com 43 mil moradores. Essa modalidade pode incluir, por exemplo, operários que vivem dentro de uma fábrica.

Nos últimos anos, barracas têm ficado mais comuns sob o Elevado João Goulart, conhecido como Minhocão, no centro paulistano Foto: Werther Santana/Estadão

Os domicílios do tipo “estrutura não residencial permanente degradada ou inacabada” possuíam 17 mil moradores. Nessa categoria, se encaixam os moradores de obras ainda não concluídas ou grupos que invadem estruturas abandonadas.

Já os domicílios do tipo “estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca” tinham 15 mil pessoas. Essa categoria pode incluir, por exemplo, estruturas montadas com caixas de papelão.

A quantidade de moradores de rua foi impulsionada pela crise econômico e o desemprego decorrentes da pandemia. Entre os sem-teto de grandes cidades, como São Paulo, é possível identificar crianças e até famílias inteiras. Com isso, aumenta também a incidência de fome e dependência química.

Na contagem do IBGE, ainda há 2 mil pessoas vivem em veículos, como trailers, caminhões, carros e barcos. A categoria “outros domicílios improvisados”, reunindo todos os domicílios improvisados que não se enquadravam nas categorias anteriores, registrou 27 mil moradores.

O Estado de São Paulo concentra o maior número de moradores para todos os tipos de domicílios improvisados, exceto na categoria veículos, cuja liderança coube ao Amazonas. A concentração em São Paulo foi especialmente expressiva na categoria “estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca” e “estrutura não residencial permanente degradada ou inacabada”, nas quais o Estado registrou, para cada uma, sete mil moradores.

Perfil

Em relação ao perfil demográfico dos moradores, todos os tipos de domicílios improvisados apresentaram predominância masculina, com a proporção de homens variando entre 54,3%, nos domicílios do tipo “estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca” e 61,7% nos veículos.

O Censo de 2022 encontrou 160 mil pessoas residindo em domicílios particulares improvisados. O tipo de domicílio improvisado que apresentou o maior número de moradores foi a categoria “Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido”, com 57 mil moradores Foto: Werther Santana/Estadão

Quanto à estrutura etária, os moradores de domicílios improvisados apresentaram uma população mais jovem do que o conjunto da população brasileira.

Enquanto as crianças de 0 a 9 anos representavam 13% da população brasileira, esse grupo de idade representava 18,8% dos moradores em tendas ou barracas, 20,5% dos moradores em estruturas improvisadas em logradouro público, 19,6% dos moradores em estruturas não residencial degradada ou inacabada e 19,8% dos moradores em outros tipos de domicílios improvisados.

Os moradores dos domicílios improvisados com 15 anos ou mais também apresentaram, em 2022, taxas de analfabetismo superiores às verificadas entre a população como um todo. Essa situação se repetiu em todos os tipos de domicílios particulares improvisados, com a taxa de analfabetismo dos moradores com 15 anos ou mais variando entre 22,3% entre os moradores de tendas ou barracas e 9% entre moradores de estabelecimentos em funcionamento.

Domicílios vagos

O Censo Demográfico 2022 investigou também a quantidade e a distribuição no território brasileiro de domicílios particulares permanentes sem moradores, que se dividem em duas espécies: os domicílios vagos e os domicílios de uso ocasional.

Os domicílios particulares de uso ocasional, que no Censo de 2022 somaram 6,7 milhões, são as estruturas residenciais que eram utilizadas, mas não eram a residência principal de nenhuma pessoa. A categoria abarca casas de veraneio, imóveis residenciais voltados para locação de curta duração, repúblicas de estudantes (desde que nenhum estudante utilize o imóvel como residência principal), entre outros.

O domicílio particular permanente vago é a estrutura residencial permanente que na data de referência não se encontrava ocupada nem era utilizada ocasionalmente – o Censo de 2022 registrou 11,4 milhões de domicílios nessa categoria.

Ao menos 72 mil brasileiros vivem em barracas, tendas ou outras estruturas improvisadas na rua, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na manhã desta sexta-feira, 6, o órgão divulgou novos números do Censo 2022, referentes aos chamados domicílios coletivos e improvisados, bem como aos domicílios particulares permanentemente vagos ou de uso ocasional.

  • No Censo Demográfico, são classificados como domicílios particulares improvisados domicílios localizados em edificações que não tenham dependências destinadas exclusivamente à moradia, em estruturas comerciais ou industriais degradadas ou inacabadas, calçadas, praças ou viadutos e em abrigos naturais, bem como as estruturas móveis (como veículos e barracas).

O Censo de 2022 encontrou 160 mil pessoas residindo em domicílios particulares improvisados. O tipo de domicílio improvisado que apresentou o maior número de moradores foi a categoria “Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido”, com 57 mil moradores, representando 35,3% dos moradores de domicílios improvisados, o que equivale a 0,03% da população brasileira.

Em segundo lugar, aparecem os domicílios do tipo “dentro de estabelecimento em funcionamento”, com 43 mil moradores. Essa modalidade pode incluir, por exemplo, operários que vivem dentro de uma fábrica.

Nos últimos anos, barracas têm ficado mais comuns sob o Elevado João Goulart, conhecido como Minhocão, no centro paulistano Foto: Werther Santana/Estadão

Os domicílios do tipo “estrutura não residencial permanente degradada ou inacabada” possuíam 17 mil moradores. Nessa categoria, se encaixam os moradores de obras ainda não concluídas ou grupos que invadem estruturas abandonadas.

Já os domicílios do tipo “estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca” tinham 15 mil pessoas. Essa categoria pode incluir, por exemplo, estruturas montadas com caixas de papelão.

A quantidade de moradores de rua foi impulsionada pela crise econômico e o desemprego decorrentes da pandemia. Entre os sem-teto de grandes cidades, como São Paulo, é possível identificar crianças e até famílias inteiras. Com isso, aumenta também a incidência de fome e dependência química.

Na contagem do IBGE, ainda há 2 mil pessoas vivem em veículos, como trailers, caminhões, carros e barcos. A categoria “outros domicílios improvisados”, reunindo todos os domicílios improvisados que não se enquadravam nas categorias anteriores, registrou 27 mil moradores.

O Estado de São Paulo concentra o maior número de moradores para todos os tipos de domicílios improvisados, exceto na categoria veículos, cuja liderança coube ao Amazonas. A concentração em São Paulo foi especialmente expressiva na categoria “estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca” e “estrutura não residencial permanente degradada ou inacabada”, nas quais o Estado registrou, para cada uma, sete mil moradores.

Perfil

Em relação ao perfil demográfico dos moradores, todos os tipos de domicílios improvisados apresentaram predominância masculina, com a proporção de homens variando entre 54,3%, nos domicílios do tipo “estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca” e 61,7% nos veículos.

O Censo de 2022 encontrou 160 mil pessoas residindo em domicílios particulares improvisados. O tipo de domicílio improvisado que apresentou o maior número de moradores foi a categoria “Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido”, com 57 mil moradores Foto: Werther Santana/Estadão

Quanto à estrutura etária, os moradores de domicílios improvisados apresentaram uma população mais jovem do que o conjunto da população brasileira.

Enquanto as crianças de 0 a 9 anos representavam 13% da população brasileira, esse grupo de idade representava 18,8% dos moradores em tendas ou barracas, 20,5% dos moradores em estruturas improvisadas em logradouro público, 19,6% dos moradores em estruturas não residencial degradada ou inacabada e 19,8% dos moradores em outros tipos de domicílios improvisados.

Os moradores dos domicílios improvisados com 15 anos ou mais também apresentaram, em 2022, taxas de analfabetismo superiores às verificadas entre a população como um todo. Essa situação se repetiu em todos os tipos de domicílios particulares improvisados, com a taxa de analfabetismo dos moradores com 15 anos ou mais variando entre 22,3% entre os moradores de tendas ou barracas e 9% entre moradores de estabelecimentos em funcionamento.

Domicílios vagos

O Censo Demográfico 2022 investigou também a quantidade e a distribuição no território brasileiro de domicílios particulares permanentes sem moradores, que se dividem em duas espécies: os domicílios vagos e os domicílios de uso ocasional.

Os domicílios particulares de uso ocasional, que no Censo de 2022 somaram 6,7 milhões, são as estruturas residenciais que eram utilizadas, mas não eram a residência principal de nenhuma pessoa. A categoria abarca casas de veraneio, imóveis residenciais voltados para locação de curta duração, repúblicas de estudantes (desde que nenhum estudante utilize o imóvel como residência principal), entre outros.

O domicílio particular permanente vago é a estrutura residencial permanente que na data de referência não se encontrava ocupada nem era utilizada ocasionalmente – o Censo de 2022 registrou 11,4 milhões de domicílios nessa categoria.

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