GRID NO MAR - A última largada
RIO
Entre altos e baixos, os brasileiros fecharam o Campeonato Mundial de Star, realizado desde o dia 16 nas águas cariocas, com motivos para comemorar. Três duplas da casa terminaram a competição entre os cinco primeiros e os irmãos Grael mais uma vez mostraram que ainda figuram entre os melhores do mundo.
Torben conquistou a medalha de bronze com seu velho parceiro Marcelo Ferreira, depois de uma bela regata de recuperação. Lars e Ronald Seifert finalizaram em 4º. O título ficou com os atuais campeões olímpicos, os ingleses Iain Percy e Andrew Simpson. Os suíços Flavio Marazzi e Enrico de Maria foram os vice-campeões.
"Isso mostra que os brasileiros estão realmente entre os melhores, e em uma classe difícil, como a Star. Três duplas entre as cinco primeiras é um grande incentivo para todos", avaliou Torben, que chegou a cruzar uma das boias atrás dos 20 primeiros, mas se recuperou de forma sensacional e fechou a última regata em terceiro.
"O Lars fez uma prova muito boa, sempre entre os primeiros. Nós fizemos uma regata de recuperação. No fim, conseguimos ultrapassá-los. Ele deu uma colher de chá", brincou o velejador, que comemorou o resultado por não haver treinado o suficiente. "Ainda estamos comendo um pouco de ferrugem. Estamos muito satisfeitos."
Alan Adler e Guilherme Almeida, que ameaçaram o título nos primeiros dias, ficaram em 5º no geral, com a desclassificação do último dia por queimar a largada. "Como tínhamos um descarte bom, entramos na água tentando ser agressivos, exageramos", lamentou Adler, campeão mundial em 1989, aos 25 anos. Pode-se dizer que a decepção do torneio foi Robert Scheidt. O bicampeão olímpico na classe Laser e medalha de prata na Star em Pequim-2008 não passou da 9ª posição.
Mesmo tendo direcionado a carreira para as grandes regatas de volta ao mundo (que atraem maiores investimentos e dão mais projeção), Torben mostrou que não esqueceu os truques da Star, conhecida por exigir muito tecnicamente dos iatistas. Para esta temporada, Torben prometeu se dedicar à categoria, mas sem abrir mão das regatas oceânicas. "A Olimpíada (de Londres, 2012) é objetivo, sim. Disputaremos as competições que definirão as duas vagas brasileiras, mas espero que as provas de Star não coincidam com as regatas de volta ao mundo", disse Torben.