Bumba Meu Boi: título da Unesco confere visibilidade e aumenta apoio financeiro


Complexo cultural maranhense foi reconhecido pela entidade da ONU como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

Por Thiago Lasco

SÃO PAULO - O Complexo Cultural do Bumba Meu Boi, no Maranhão, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A nomeação foi feita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), na Colômbia, durante a 14ª Reunião do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.

O Bumba Meu Boi foi o 16º patrimônio cultural brasileiro a entrar na lista da Unesco Foto: Edgar Rocha/Iphan

Antes disso, o Bumba Meu Boi já havia tido reconhecimento em âmbito nacional: ele foi registrado como patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2011. Mas a chancela da Unesco representa um passo além.

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"O objetivo da Unesco com a criação dessa lista (de patrimônios da humanidade) é selecionar bens imateriais que sejam representativos da cultura de um país. A inscrição na lista dá a um determinado bem notoriedade e visibilidade em todo o mundo", afirma o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Hermano Queiroz. "Como a lista tem bens culturais de diversos países, ela acaba promovendo o diálogo cultural entre as nações."

Como a lista tem bens culturais de diversos países, ela acaba promovendo o diálogo cultural entre as nações

Hermano Queiroz​, diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan

Além de visibilidade e prestígio internacional, a entrada do bem na lista da Unesco traz maior suporte, inclusive financeiro, por parte do poder público.

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"Não é apenas um título. Ele gera um compromisso por parte do Estado, de dar apoio àquele bem, com ações de curto, médio e longo prazo", diz Queiroz.

O pontapé inicial para a candidatura do Bumba Meu Boi à lista da Unesco partiu da própria comunidade Foto: Márcio Vasconcelos/Iphan

Na prática, a chancela da Unesco confere uma espécie de status privilegiado, que agrega valor ao bem e favorece a entrada de verbas.

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"Ele passa a desfrutar de maior pontuação em editais. Além disso, provoca a ampliação das redes de contatos e também de patrocinadores", explica o diretor do Iphan.

Outro efeito prático esperado é o aumento do número de turistas, não só para o Maranhão.

"O título provoca curiosidade nas pessoas, que passam a querer visitar o País, tanto o Maranhão como outros Estados que tenham manifestações parecidas", acredita. "O potencial de atratividade turística é enorme. São praticamente oito meses de festividades, em um ciclo de celebrações que tem seu apogeu em junho."

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O título provoca curiosidade nas pessoas, que passam a querer visitar o País, tanto o Maranhão como outros Estados que tenham manifestações parecidas

Hermano Queiroz​, diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan

Além de visibilidade e prestígio internacional, a entrada do Bumba Meu Boi na lista da Unesco traz maior suporte, inclusive financeiro, por parte do poder público Foto: Márcio Vasconcelos/Iphan

Candidatura partiu da própria comunidade

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No caso do Bumba Meu Boi, o pontapé inicial para a candidatura à lista da Unesco partiu da própria comunidade, em 2012. Quatro anos depois, o Iphan elaborou um dossiê à Unesco, mostrando a trajetória da celebração e seu potencial como manifestação cultural.

"O Bumba Meu Boi tem influência cristã, de povos de matriz africana, de povos indígenas. É uma síntese do que é o Brasil", resume Queiroz.

A candidatura junto à Unesco foi reforçada por um vídeo gravado pela própria comunidade para a agência.

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"No vídeo, eles defenderam que o título agregaria valor à prática cultural e projetaria a imagem do Brasil para o mundo. Isso teve peso decisivo, nenhum outro país havia tomado essa atitude antes", conta o diretor do Iphan.

O comitê da Unesco responsável pela análise das candidaturas se reúne todos os anos. O normal é que cada candidatura leve dois anos para ser analisada. A candidatura do Bumba Meu Boi foi apresentada pelo Iphan em 2017, analisada em 2018 e o comitê externou sua escolha agora, em 2019.

A candidatura do Bumba Meu Boi foi apresentada peloIphan à Unesco em 2017 Foto: Márcio Vasconcelos/Iphan

Bumba Meu Boi é 16º brasileiro da lista

O Bumba Meu Boi foi o 16º patrimônio cultural brasileiro a entrar na lista da Unesco. Além disso, há sete patrimônios naturais que já receberam o título de Patrimônios da Humanidade.

O grupo de patrimônios culturais inclui monumentos, sítios ou manifestações culturais que tenham valor histórico, estético, arqueológico, científico, antropológico ou artístico. Já os patrimônios naturais contemplam formações biológicas e geológicas, hábitats de espécies animais e vegetais ameaçadas e áreas que possuam valor científico, de conservação ou estético.

Veja a lista completa abaixo:

Sítios do Patrimônio Cultural da Unesco no Brasil:

  1. Centro Histórico de Ouro Preto (MG), reconhecido pela Unesco em 1980;
  2. Centro Histórico de Olinda (PE), reconhecido pela Unesco em 1982;
  3. Ruínas de São Miguel das Missões (RS), reconhecido pela Unesco em 1983;
  4. Centro Histórico de Salvador (BA), reconhecido pela Unesco em 1985;
  5. Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas do Campo (MG), reconhecido pela Unesco em 1985;
  6. Plano Piloto de Brasília (DF), reconhecido pela Unesco em 1987;
  7. Parque Nacional Serra da Capivara, São Raimundo Nonato (PI), reconhecido pela Unesco em 1991;
  8. Centro Histórico de São Luís (MA), reconhecido pela Unesco em 1997;
  9. Centro Histórico de Diamantina (MG), reconhecido pela Unesco em 1999;
  10. Centro Histórico da Cidade de Goiás (GO), reconhecido pela Unesco em 2001;
  11. Praça de São Francisco, em São Cristóvão (SE), reconhecido pela Unesco em 2010;
  12. Paisagens Naturais entre a Montanha e o Mar do Rio de Janeiro (RJ), reconhecidas pela Unesco em 2012;
  13. Conjunto Modernista da Pampulha, Belo Horizonte (MG), reconhecido pela Unesco em 2016;
  14. Cais do Valongo, Rio de Janeiro (RJ), reconhecido pela Unesco em 2017;
  15. Centro Histórico de Paraty (RJ), reconhecido pela Unesco em 2019.
  16. Bumba Meu Boi (MA), reconhecido pela Unesco em 2019.

Na prática, a chancela da Unesco confere uma espécie de status privilegiado ao Bumba Meu Boi Foto: Edgar Rocha/Iphan

Sítios do Patrimônio Natural da Unesco no Brasil:

  1. Parque Nacional de Iguaçu, Foz do Iguaçu (PR), reconhecido pela Unesco em 1986;
  2. Mata Atlântica (Reservas de SP e PR), reconhecida pela Unesco em 1999;
  3. Costa do Descobrimento: Reservas da Mata Atlântica na BA e no ES), reconhecida pela Unesco em 1999;
  4. Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central, reconhecido pela Unesco em 2000;
  5. Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal (MT e MS), reconhecido pela Unesco em 2000;
  6. Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas (GO), reconhecido pela Unesco em 2001;
  7. Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas, reconhecidas pela Unesco em 2001.

SÃO PAULO - O Complexo Cultural do Bumba Meu Boi, no Maranhão, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A nomeação foi feita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), na Colômbia, durante a 14ª Reunião do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.

O Bumba Meu Boi foi o 16º patrimônio cultural brasileiro a entrar na lista da Unesco Foto: Edgar Rocha/Iphan

Antes disso, o Bumba Meu Boi já havia tido reconhecimento em âmbito nacional: ele foi registrado como patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2011. Mas a chancela da Unesco representa um passo além.

"O objetivo da Unesco com a criação dessa lista (de patrimônios da humanidade) é selecionar bens imateriais que sejam representativos da cultura de um país. A inscrição na lista dá a um determinado bem notoriedade e visibilidade em todo o mundo", afirma o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Hermano Queiroz. "Como a lista tem bens culturais de diversos países, ela acaba promovendo o diálogo cultural entre as nações."

Como a lista tem bens culturais de diversos países, ela acaba promovendo o diálogo cultural entre as nações

Hermano Queiroz​, diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan

Além de visibilidade e prestígio internacional, a entrada do bem na lista da Unesco traz maior suporte, inclusive financeiro, por parte do poder público.

"Não é apenas um título. Ele gera um compromisso por parte do Estado, de dar apoio àquele bem, com ações de curto, médio e longo prazo", diz Queiroz.

O pontapé inicial para a candidatura do Bumba Meu Boi à lista da Unesco partiu da própria comunidade Foto: Márcio Vasconcelos/Iphan

Na prática, a chancela da Unesco confere uma espécie de status privilegiado, que agrega valor ao bem e favorece a entrada de verbas.

"Ele passa a desfrutar de maior pontuação em editais. Além disso, provoca a ampliação das redes de contatos e também de patrocinadores", explica o diretor do Iphan.

Outro efeito prático esperado é o aumento do número de turistas, não só para o Maranhão.

"O título provoca curiosidade nas pessoas, que passam a querer visitar o País, tanto o Maranhão como outros Estados que tenham manifestações parecidas", acredita. "O potencial de atratividade turística é enorme. São praticamente oito meses de festividades, em um ciclo de celebrações que tem seu apogeu em junho."

O título provoca curiosidade nas pessoas, que passam a querer visitar o País, tanto o Maranhão como outros Estados que tenham manifestações parecidas

Hermano Queiroz​, diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan

Além de visibilidade e prestígio internacional, a entrada do Bumba Meu Boi na lista da Unesco traz maior suporte, inclusive financeiro, por parte do poder público Foto: Márcio Vasconcelos/Iphan

Candidatura partiu da própria comunidade

No caso do Bumba Meu Boi, o pontapé inicial para a candidatura à lista da Unesco partiu da própria comunidade, em 2012. Quatro anos depois, o Iphan elaborou um dossiê à Unesco, mostrando a trajetória da celebração e seu potencial como manifestação cultural.

"O Bumba Meu Boi tem influência cristã, de povos de matriz africana, de povos indígenas. É uma síntese do que é o Brasil", resume Queiroz.

A candidatura junto à Unesco foi reforçada por um vídeo gravado pela própria comunidade para a agência.

"No vídeo, eles defenderam que o título agregaria valor à prática cultural e projetaria a imagem do Brasil para o mundo. Isso teve peso decisivo, nenhum outro país havia tomado essa atitude antes", conta o diretor do Iphan.

O comitê da Unesco responsável pela análise das candidaturas se reúne todos os anos. O normal é que cada candidatura leve dois anos para ser analisada. A candidatura do Bumba Meu Boi foi apresentada pelo Iphan em 2017, analisada em 2018 e o comitê externou sua escolha agora, em 2019.

A candidatura do Bumba Meu Boi foi apresentada peloIphan à Unesco em 2017 Foto: Márcio Vasconcelos/Iphan

Bumba Meu Boi é 16º brasileiro da lista

O Bumba Meu Boi foi o 16º patrimônio cultural brasileiro a entrar na lista da Unesco. Além disso, há sete patrimônios naturais que já receberam o título de Patrimônios da Humanidade.

O grupo de patrimônios culturais inclui monumentos, sítios ou manifestações culturais que tenham valor histórico, estético, arqueológico, científico, antropológico ou artístico. Já os patrimônios naturais contemplam formações biológicas e geológicas, hábitats de espécies animais e vegetais ameaçadas e áreas que possuam valor científico, de conservação ou estético.

Veja a lista completa abaixo:

Sítios do Patrimônio Cultural da Unesco no Brasil:

  1. Centro Histórico de Ouro Preto (MG), reconhecido pela Unesco em 1980;
  2. Centro Histórico de Olinda (PE), reconhecido pela Unesco em 1982;
  3. Ruínas de São Miguel das Missões (RS), reconhecido pela Unesco em 1983;
  4. Centro Histórico de Salvador (BA), reconhecido pela Unesco em 1985;
  5. Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas do Campo (MG), reconhecido pela Unesco em 1985;
  6. Plano Piloto de Brasília (DF), reconhecido pela Unesco em 1987;
  7. Parque Nacional Serra da Capivara, São Raimundo Nonato (PI), reconhecido pela Unesco em 1991;
  8. Centro Histórico de São Luís (MA), reconhecido pela Unesco em 1997;
  9. Centro Histórico de Diamantina (MG), reconhecido pela Unesco em 1999;
  10. Centro Histórico da Cidade de Goiás (GO), reconhecido pela Unesco em 2001;
  11. Praça de São Francisco, em São Cristóvão (SE), reconhecido pela Unesco em 2010;
  12. Paisagens Naturais entre a Montanha e o Mar do Rio de Janeiro (RJ), reconhecidas pela Unesco em 2012;
  13. Conjunto Modernista da Pampulha, Belo Horizonte (MG), reconhecido pela Unesco em 2016;
  14. Cais do Valongo, Rio de Janeiro (RJ), reconhecido pela Unesco em 2017;
  15. Centro Histórico de Paraty (RJ), reconhecido pela Unesco em 2019.
  16. Bumba Meu Boi (MA), reconhecido pela Unesco em 2019.

Na prática, a chancela da Unesco confere uma espécie de status privilegiado ao Bumba Meu Boi Foto: Edgar Rocha/Iphan

Sítios do Patrimônio Natural da Unesco no Brasil:

  1. Parque Nacional de Iguaçu, Foz do Iguaçu (PR), reconhecido pela Unesco em 1986;
  2. Mata Atlântica (Reservas de SP e PR), reconhecida pela Unesco em 1999;
  3. Costa do Descobrimento: Reservas da Mata Atlântica na BA e no ES), reconhecida pela Unesco em 1999;
  4. Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central, reconhecido pela Unesco em 2000;
  5. Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal (MT e MS), reconhecido pela Unesco em 2000;
  6. Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas (GO), reconhecido pela Unesco em 2001;
  7. Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas, reconhecidas pela Unesco em 2001.

SÃO PAULO - O Complexo Cultural do Bumba Meu Boi, no Maranhão, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A nomeação foi feita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), na Colômbia, durante a 14ª Reunião do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.

O Bumba Meu Boi foi o 16º patrimônio cultural brasileiro a entrar na lista da Unesco Foto: Edgar Rocha/Iphan

Antes disso, o Bumba Meu Boi já havia tido reconhecimento em âmbito nacional: ele foi registrado como patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2011. Mas a chancela da Unesco representa um passo além.

"O objetivo da Unesco com a criação dessa lista (de patrimônios da humanidade) é selecionar bens imateriais que sejam representativos da cultura de um país. A inscrição na lista dá a um determinado bem notoriedade e visibilidade em todo o mundo", afirma o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Hermano Queiroz. "Como a lista tem bens culturais de diversos países, ela acaba promovendo o diálogo cultural entre as nações."

Como a lista tem bens culturais de diversos países, ela acaba promovendo o diálogo cultural entre as nações

Hermano Queiroz​, diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan

Além de visibilidade e prestígio internacional, a entrada do bem na lista da Unesco traz maior suporte, inclusive financeiro, por parte do poder público.

"Não é apenas um título. Ele gera um compromisso por parte do Estado, de dar apoio àquele bem, com ações de curto, médio e longo prazo", diz Queiroz.

O pontapé inicial para a candidatura do Bumba Meu Boi à lista da Unesco partiu da própria comunidade Foto: Márcio Vasconcelos/Iphan

Na prática, a chancela da Unesco confere uma espécie de status privilegiado, que agrega valor ao bem e favorece a entrada de verbas.

"Ele passa a desfrutar de maior pontuação em editais. Além disso, provoca a ampliação das redes de contatos e também de patrocinadores", explica o diretor do Iphan.

Outro efeito prático esperado é o aumento do número de turistas, não só para o Maranhão.

"O título provoca curiosidade nas pessoas, que passam a querer visitar o País, tanto o Maranhão como outros Estados que tenham manifestações parecidas", acredita. "O potencial de atratividade turística é enorme. São praticamente oito meses de festividades, em um ciclo de celebrações que tem seu apogeu em junho."

O título provoca curiosidade nas pessoas, que passam a querer visitar o País, tanto o Maranhão como outros Estados que tenham manifestações parecidas

Hermano Queiroz​, diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan

Além de visibilidade e prestígio internacional, a entrada do Bumba Meu Boi na lista da Unesco traz maior suporte, inclusive financeiro, por parte do poder público Foto: Márcio Vasconcelos/Iphan

Candidatura partiu da própria comunidade

No caso do Bumba Meu Boi, o pontapé inicial para a candidatura à lista da Unesco partiu da própria comunidade, em 2012. Quatro anos depois, o Iphan elaborou um dossiê à Unesco, mostrando a trajetória da celebração e seu potencial como manifestação cultural.

"O Bumba Meu Boi tem influência cristã, de povos de matriz africana, de povos indígenas. É uma síntese do que é o Brasil", resume Queiroz.

A candidatura junto à Unesco foi reforçada por um vídeo gravado pela própria comunidade para a agência.

"No vídeo, eles defenderam que o título agregaria valor à prática cultural e projetaria a imagem do Brasil para o mundo. Isso teve peso decisivo, nenhum outro país havia tomado essa atitude antes", conta o diretor do Iphan.

O comitê da Unesco responsável pela análise das candidaturas se reúne todos os anos. O normal é que cada candidatura leve dois anos para ser analisada. A candidatura do Bumba Meu Boi foi apresentada pelo Iphan em 2017, analisada em 2018 e o comitê externou sua escolha agora, em 2019.

A candidatura do Bumba Meu Boi foi apresentada peloIphan à Unesco em 2017 Foto: Márcio Vasconcelos/Iphan

Bumba Meu Boi é 16º brasileiro da lista

O Bumba Meu Boi foi o 16º patrimônio cultural brasileiro a entrar na lista da Unesco. Além disso, há sete patrimônios naturais que já receberam o título de Patrimônios da Humanidade.

O grupo de patrimônios culturais inclui monumentos, sítios ou manifestações culturais que tenham valor histórico, estético, arqueológico, científico, antropológico ou artístico. Já os patrimônios naturais contemplam formações biológicas e geológicas, hábitats de espécies animais e vegetais ameaçadas e áreas que possuam valor científico, de conservação ou estético.

Veja a lista completa abaixo:

Sítios do Patrimônio Cultural da Unesco no Brasil:

  1. Centro Histórico de Ouro Preto (MG), reconhecido pela Unesco em 1980;
  2. Centro Histórico de Olinda (PE), reconhecido pela Unesco em 1982;
  3. Ruínas de São Miguel das Missões (RS), reconhecido pela Unesco em 1983;
  4. Centro Histórico de Salvador (BA), reconhecido pela Unesco em 1985;
  5. Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas do Campo (MG), reconhecido pela Unesco em 1985;
  6. Plano Piloto de Brasília (DF), reconhecido pela Unesco em 1987;
  7. Parque Nacional Serra da Capivara, São Raimundo Nonato (PI), reconhecido pela Unesco em 1991;
  8. Centro Histórico de São Luís (MA), reconhecido pela Unesco em 1997;
  9. Centro Histórico de Diamantina (MG), reconhecido pela Unesco em 1999;
  10. Centro Histórico da Cidade de Goiás (GO), reconhecido pela Unesco em 2001;
  11. Praça de São Francisco, em São Cristóvão (SE), reconhecido pela Unesco em 2010;
  12. Paisagens Naturais entre a Montanha e o Mar do Rio de Janeiro (RJ), reconhecidas pela Unesco em 2012;
  13. Conjunto Modernista da Pampulha, Belo Horizonte (MG), reconhecido pela Unesco em 2016;
  14. Cais do Valongo, Rio de Janeiro (RJ), reconhecido pela Unesco em 2017;
  15. Centro Histórico de Paraty (RJ), reconhecido pela Unesco em 2019.
  16. Bumba Meu Boi (MA), reconhecido pela Unesco em 2019.

Na prática, a chancela da Unesco confere uma espécie de status privilegiado ao Bumba Meu Boi Foto: Edgar Rocha/Iphan

Sítios do Patrimônio Natural da Unesco no Brasil:

  1. Parque Nacional de Iguaçu, Foz do Iguaçu (PR), reconhecido pela Unesco em 1986;
  2. Mata Atlântica (Reservas de SP e PR), reconhecida pela Unesco em 1999;
  3. Costa do Descobrimento: Reservas da Mata Atlântica na BA e no ES), reconhecida pela Unesco em 1999;
  4. Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central, reconhecido pela Unesco em 2000;
  5. Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal (MT e MS), reconhecido pela Unesco em 2000;
  6. Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas (GO), reconhecido pela Unesco em 2001;
  7. Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas, reconhecidas pela Unesco em 2001.

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