Caiado diz que governo Lula não estava preparado para queimadas: ‘Foi procrastinando’


Ministério do Meio Ambiente alega que administração federal se antecipou, mas que ninguém esperava eventos nas proporções atuais

Por Caio Spechoto e Sofia Aguiar
Atualização:

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), cotado para ser candidato a presidente no campo da direita em 2026, disse depois de reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira, 17, para discutir os incêndios no País, que o governo federal não estava preparado para combater o fogo e foi procrastinando o assunto.

“O governo federal não estava preparado para o que aconteceu. De repente foi procrastinando e agora vai chegar no final. Mês de outubro, acredito eu que, em novembro, já estará chovendo, algumas chuvas já caíram”, declarou o governador de Goiás.

Incêndio se espalha na área de proteção ambiental do Parque Nacional de Brasília. Foto: Eraldo Peres/AP - 16/09/2024
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Ele também afirmou que são necessárias ações mais concretas sobre o assunto. Caiado disse, por exemplo, que os R$ 514 milhões liberados pelo Planalto para reforçar o combate ao fogo são insuficientes.

“Achar que de Brasília vai poder decidir o que vai fazer em cada Estado, meu amigo, isso aí nós estamos cansados. Não deu conta de resolver Rio Grande do Sul (atingido por enchentes no primeiro semestre), não vai dar conta de resolver o problema das queimadas”, disse o governador de Goiás.

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Como o Estadão mostrou, o governo Lula foi alertado sobre a seca, a maior desde o início da série histórica há 74 anos, e o risco de escalada dos incêndios florestais. Uma série de documentos incluindo ofícios, notas técnicas, atas de reuniões e processos judiciais mostra que a gestão petista tinha ciência do que estava por vir desde o início do ano.

O Ministério do Meio Ambiente afirmou, após a publicação da reportagem, que o governo se antecipou, mas que ninguém esperava eventos nas proporções atuais. Disse ainda que não é possível controlar a situação se o “povo” continuar provocando incêndios.

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Na terça-feira, 17, Lula chegou a admitir que o Brasil “não estava 100% preparado” para combater as queimadas. A declaração ocorreu em reunião com autoridades dos outros Poderes no Palácio do Planalto. “O dado concreto é que, hoje, no Brasil, a gente não estava 100% preparado para cuidar dessas coisas. As cidades não estão cuidadas; 90% das cidades estão despreparadas para cuidar disso”, afirmou.

O presidente disse também que são poucos os Estados que “têm preparação, que têm Defesa Civil, que têm bombeiros. Brigadistas, quase ninguém tem”.

A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira, 19, que o Estado de São Paulo é o que mais tem estrutura para combater incêndios, mas, mesmo assim, precisou pedir ajuda ao governo federal. “Na conversa que tive com o governador Tarcísio (de Freitas), ele me dizia: ‘a sensação que tenho é como se estivéssemos colocando uma gota d’água’”, contou.

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A ministra defendeu também o aumento da pena para quem provoca incêndios, assunto que está em debate entre o Palácio do Planalto e o Congresso. “Se alguém chegar e colocar fogo dentro da nossa casa, isso tem um nome, é crime hediondo. Agora, alguém toca fogo no seu canavial, na sua fazenda e tem uma pena de dois a seis anos no máximo. É um debate profícuo”, disse Marina.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), inclusive, tenta acelerar um projeto de lei para aumento de pena a quem provoca queimadas. O petista apresentou nesta semana requerimento de urgência para a proposta, que é de autoria do senador Davi Alcolumbre (União-AP), já foi aprovada no Senado e aguarda análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O projeto de Alcolumbre, que agora é apoiado pelo governo Lula, previa originalmente apenas o aumento de pena para quem extrair recursos minerais sem autorização. Ao chegar à Câmara, contudo, o texto foi apensado a propostas que tratam de outros crimes ambientais, como as queimadas.

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A reunião de representantes do governo federal e dos Estados para discutir o combate aos incêndios que atingem o País teve participação de seis ministros e nove governadores, além de autoridades de escalão mais baixo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou para o Maranhão mais cedo nesta quinta-feira, 19, não participou.

Entre os ministros estavam Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça), Simone Tebet (Planejamento), Marina Silva (Meio Ambiente), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Os governadores presentes foram Helder Barbalho (Pará), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso), Wilson Lima (Amazonas) Gladson Cameli (Acre), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), Wanderlei Barbosa (Tocantins) e Antonio Denarium (Roraima). / COLABORARAM IANDER PORCELLA e VICTOR OHANA

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), cotado para ser candidato a presidente no campo da direita em 2026, disse depois de reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira, 17, para discutir os incêndios no País, que o governo federal não estava preparado para combater o fogo e foi procrastinando o assunto.

“O governo federal não estava preparado para o que aconteceu. De repente foi procrastinando e agora vai chegar no final. Mês de outubro, acredito eu que, em novembro, já estará chovendo, algumas chuvas já caíram”, declarou o governador de Goiás.

Incêndio se espalha na área de proteção ambiental do Parque Nacional de Brasília. Foto: Eraldo Peres/AP - 16/09/2024

Ele também afirmou que são necessárias ações mais concretas sobre o assunto. Caiado disse, por exemplo, que os R$ 514 milhões liberados pelo Planalto para reforçar o combate ao fogo são insuficientes.

“Achar que de Brasília vai poder decidir o que vai fazer em cada Estado, meu amigo, isso aí nós estamos cansados. Não deu conta de resolver Rio Grande do Sul (atingido por enchentes no primeiro semestre), não vai dar conta de resolver o problema das queimadas”, disse o governador de Goiás.

Como o Estadão mostrou, o governo Lula foi alertado sobre a seca, a maior desde o início da série histórica há 74 anos, e o risco de escalada dos incêndios florestais. Uma série de documentos incluindo ofícios, notas técnicas, atas de reuniões e processos judiciais mostra que a gestão petista tinha ciência do que estava por vir desde o início do ano.

O Ministério do Meio Ambiente afirmou, após a publicação da reportagem, que o governo se antecipou, mas que ninguém esperava eventos nas proporções atuais. Disse ainda que não é possível controlar a situação se o “povo” continuar provocando incêndios.

Na terça-feira, 17, Lula chegou a admitir que o Brasil “não estava 100% preparado” para combater as queimadas. A declaração ocorreu em reunião com autoridades dos outros Poderes no Palácio do Planalto. “O dado concreto é que, hoje, no Brasil, a gente não estava 100% preparado para cuidar dessas coisas. As cidades não estão cuidadas; 90% das cidades estão despreparadas para cuidar disso”, afirmou.

O presidente disse também que são poucos os Estados que “têm preparação, que têm Defesa Civil, que têm bombeiros. Brigadistas, quase ninguém tem”.

A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira, 19, que o Estado de São Paulo é o que mais tem estrutura para combater incêndios, mas, mesmo assim, precisou pedir ajuda ao governo federal. “Na conversa que tive com o governador Tarcísio (de Freitas), ele me dizia: ‘a sensação que tenho é como se estivéssemos colocando uma gota d’água’”, contou.

A ministra defendeu também o aumento da pena para quem provoca incêndios, assunto que está em debate entre o Palácio do Planalto e o Congresso. “Se alguém chegar e colocar fogo dentro da nossa casa, isso tem um nome, é crime hediondo. Agora, alguém toca fogo no seu canavial, na sua fazenda e tem uma pena de dois a seis anos no máximo. É um debate profícuo”, disse Marina.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), inclusive, tenta acelerar um projeto de lei para aumento de pena a quem provoca queimadas. O petista apresentou nesta semana requerimento de urgência para a proposta, que é de autoria do senador Davi Alcolumbre (União-AP), já foi aprovada no Senado e aguarda análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O projeto de Alcolumbre, que agora é apoiado pelo governo Lula, previa originalmente apenas o aumento de pena para quem extrair recursos minerais sem autorização. Ao chegar à Câmara, contudo, o texto foi apensado a propostas que tratam de outros crimes ambientais, como as queimadas.

A reunião de representantes do governo federal e dos Estados para discutir o combate aos incêndios que atingem o País teve participação de seis ministros e nove governadores, além de autoridades de escalão mais baixo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou para o Maranhão mais cedo nesta quinta-feira, 19, não participou.

Entre os ministros estavam Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça), Simone Tebet (Planejamento), Marina Silva (Meio Ambiente), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Os governadores presentes foram Helder Barbalho (Pará), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso), Wilson Lima (Amazonas) Gladson Cameli (Acre), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), Wanderlei Barbosa (Tocantins) e Antonio Denarium (Roraima). / COLABORARAM IANDER PORCELLA e VICTOR OHANA

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), cotado para ser candidato a presidente no campo da direita em 2026, disse depois de reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira, 17, para discutir os incêndios no País, que o governo federal não estava preparado para combater o fogo e foi procrastinando o assunto.

“O governo federal não estava preparado para o que aconteceu. De repente foi procrastinando e agora vai chegar no final. Mês de outubro, acredito eu que, em novembro, já estará chovendo, algumas chuvas já caíram”, declarou o governador de Goiás.

Incêndio se espalha na área de proteção ambiental do Parque Nacional de Brasília. Foto: Eraldo Peres/AP - 16/09/2024

Ele também afirmou que são necessárias ações mais concretas sobre o assunto. Caiado disse, por exemplo, que os R$ 514 milhões liberados pelo Planalto para reforçar o combate ao fogo são insuficientes.

“Achar que de Brasília vai poder decidir o que vai fazer em cada Estado, meu amigo, isso aí nós estamos cansados. Não deu conta de resolver Rio Grande do Sul (atingido por enchentes no primeiro semestre), não vai dar conta de resolver o problema das queimadas”, disse o governador de Goiás.

Como o Estadão mostrou, o governo Lula foi alertado sobre a seca, a maior desde o início da série histórica há 74 anos, e o risco de escalada dos incêndios florestais. Uma série de documentos incluindo ofícios, notas técnicas, atas de reuniões e processos judiciais mostra que a gestão petista tinha ciência do que estava por vir desde o início do ano.

O Ministério do Meio Ambiente afirmou, após a publicação da reportagem, que o governo se antecipou, mas que ninguém esperava eventos nas proporções atuais. Disse ainda que não é possível controlar a situação se o “povo” continuar provocando incêndios.

Na terça-feira, 17, Lula chegou a admitir que o Brasil “não estava 100% preparado” para combater as queimadas. A declaração ocorreu em reunião com autoridades dos outros Poderes no Palácio do Planalto. “O dado concreto é que, hoje, no Brasil, a gente não estava 100% preparado para cuidar dessas coisas. As cidades não estão cuidadas; 90% das cidades estão despreparadas para cuidar disso”, afirmou.

O presidente disse também que são poucos os Estados que “têm preparação, que têm Defesa Civil, que têm bombeiros. Brigadistas, quase ninguém tem”.

A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira, 19, que o Estado de São Paulo é o que mais tem estrutura para combater incêndios, mas, mesmo assim, precisou pedir ajuda ao governo federal. “Na conversa que tive com o governador Tarcísio (de Freitas), ele me dizia: ‘a sensação que tenho é como se estivéssemos colocando uma gota d’água’”, contou.

A ministra defendeu também o aumento da pena para quem provoca incêndios, assunto que está em debate entre o Palácio do Planalto e o Congresso. “Se alguém chegar e colocar fogo dentro da nossa casa, isso tem um nome, é crime hediondo. Agora, alguém toca fogo no seu canavial, na sua fazenda e tem uma pena de dois a seis anos no máximo. É um debate profícuo”, disse Marina.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), inclusive, tenta acelerar um projeto de lei para aumento de pena a quem provoca queimadas. O petista apresentou nesta semana requerimento de urgência para a proposta, que é de autoria do senador Davi Alcolumbre (União-AP), já foi aprovada no Senado e aguarda análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O projeto de Alcolumbre, que agora é apoiado pelo governo Lula, previa originalmente apenas o aumento de pena para quem extrair recursos minerais sem autorização. Ao chegar à Câmara, contudo, o texto foi apensado a propostas que tratam de outros crimes ambientais, como as queimadas.

A reunião de representantes do governo federal e dos Estados para discutir o combate aos incêndios que atingem o País teve participação de seis ministros e nove governadores, além de autoridades de escalão mais baixo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou para o Maranhão mais cedo nesta quinta-feira, 19, não participou.

Entre os ministros estavam Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça), Simone Tebet (Planejamento), Marina Silva (Meio Ambiente), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Os governadores presentes foram Helder Barbalho (Pará), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso), Wilson Lima (Amazonas) Gladson Cameli (Acre), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), Wanderlei Barbosa (Tocantins) e Antonio Denarium (Roraima). / COLABORARAM IANDER PORCELLA e VICTOR OHANA

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), cotado para ser candidato a presidente no campo da direita em 2026, disse depois de reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira, 17, para discutir os incêndios no País, que o governo federal não estava preparado para combater o fogo e foi procrastinando o assunto.

“O governo federal não estava preparado para o que aconteceu. De repente foi procrastinando e agora vai chegar no final. Mês de outubro, acredito eu que, em novembro, já estará chovendo, algumas chuvas já caíram”, declarou o governador de Goiás.

Incêndio se espalha na área de proteção ambiental do Parque Nacional de Brasília. Foto: Eraldo Peres/AP - 16/09/2024

Ele também afirmou que são necessárias ações mais concretas sobre o assunto. Caiado disse, por exemplo, que os R$ 514 milhões liberados pelo Planalto para reforçar o combate ao fogo são insuficientes.

“Achar que de Brasília vai poder decidir o que vai fazer em cada Estado, meu amigo, isso aí nós estamos cansados. Não deu conta de resolver Rio Grande do Sul (atingido por enchentes no primeiro semestre), não vai dar conta de resolver o problema das queimadas”, disse o governador de Goiás.

Como o Estadão mostrou, o governo Lula foi alertado sobre a seca, a maior desde o início da série histórica há 74 anos, e o risco de escalada dos incêndios florestais. Uma série de documentos incluindo ofícios, notas técnicas, atas de reuniões e processos judiciais mostra que a gestão petista tinha ciência do que estava por vir desde o início do ano.

O Ministério do Meio Ambiente afirmou, após a publicação da reportagem, que o governo se antecipou, mas que ninguém esperava eventos nas proporções atuais. Disse ainda que não é possível controlar a situação se o “povo” continuar provocando incêndios.

Na terça-feira, 17, Lula chegou a admitir que o Brasil “não estava 100% preparado” para combater as queimadas. A declaração ocorreu em reunião com autoridades dos outros Poderes no Palácio do Planalto. “O dado concreto é que, hoje, no Brasil, a gente não estava 100% preparado para cuidar dessas coisas. As cidades não estão cuidadas; 90% das cidades estão despreparadas para cuidar disso”, afirmou.

O presidente disse também que são poucos os Estados que “têm preparação, que têm Defesa Civil, que têm bombeiros. Brigadistas, quase ninguém tem”.

A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira, 19, que o Estado de São Paulo é o que mais tem estrutura para combater incêndios, mas, mesmo assim, precisou pedir ajuda ao governo federal. “Na conversa que tive com o governador Tarcísio (de Freitas), ele me dizia: ‘a sensação que tenho é como se estivéssemos colocando uma gota d’água’”, contou.

A ministra defendeu também o aumento da pena para quem provoca incêndios, assunto que está em debate entre o Palácio do Planalto e o Congresso. “Se alguém chegar e colocar fogo dentro da nossa casa, isso tem um nome, é crime hediondo. Agora, alguém toca fogo no seu canavial, na sua fazenda e tem uma pena de dois a seis anos no máximo. É um debate profícuo”, disse Marina.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), inclusive, tenta acelerar um projeto de lei para aumento de pena a quem provoca queimadas. O petista apresentou nesta semana requerimento de urgência para a proposta, que é de autoria do senador Davi Alcolumbre (União-AP), já foi aprovada no Senado e aguarda análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O projeto de Alcolumbre, que agora é apoiado pelo governo Lula, previa originalmente apenas o aumento de pena para quem extrair recursos minerais sem autorização. Ao chegar à Câmara, contudo, o texto foi apensado a propostas que tratam de outros crimes ambientais, como as queimadas.

A reunião de representantes do governo federal e dos Estados para discutir o combate aos incêndios que atingem o País teve participação de seis ministros e nove governadores, além de autoridades de escalão mais baixo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou para o Maranhão mais cedo nesta quinta-feira, 19, não participou.

Entre os ministros estavam Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça), Simone Tebet (Planejamento), Marina Silva (Meio Ambiente), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Os governadores presentes foram Helder Barbalho (Pará), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso), Wilson Lima (Amazonas) Gladson Cameli (Acre), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), Wanderlei Barbosa (Tocantins) e Antonio Denarium (Roraima). / COLABORARAM IANDER PORCELLA e VICTOR OHANA

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), cotado para ser candidato a presidente no campo da direita em 2026, disse depois de reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira, 17, para discutir os incêndios no País, que o governo federal não estava preparado para combater o fogo e foi procrastinando o assunto.

“O governo federal não estava preparado para o que aconteceu. De repente foi procrastinando e agora vai chegar no final. Mês de outubro, acredito eu que, em novembro, já estará chovendo, algumas chuvas já caíram”, declarou o governador de Goiás.

Incêndio se espalha na área de proteção ambiental do Parque Nacional de Brasília. Foto: Eraldo Peres/AP - 16/09/2024

Ele também afirmou que são necessárias ações mais concretas sobre o assunto. Caiado disse, por exemplo, que os R$ 514 milhões liberados pelo Planalto para reforçar o combate ao fogo são insuficientes.

“Achar que de Brasília vai poder decidir o que vai fazer em cada Estado, meu amigo, isso aí nós estamos cansados. Não deu conta de resolver Rio Grande do Sul (atingido por enchentes no primeiro semestre), não vai dar conta de resolver o problema das queimadas”, disse o governador de Goiás.

Como o Estadão mostrou, o governo Lula foi alertado sobre a seca, a maior desde o início da série histórica há 74 anos, e o risco de escalada dos incêndios florestais. Uma série de documentos incluindo ofícios, notas técnicas, atas de reuniões e processos judiciais mostra que a gestão petista tinha ciência do que estava por vir desde o início do ano.

O Ministério do Meio Ambiente afirmou, após a publicação da reportagem, que o governo se antecipou, mas que ninguém esperava eventos nas proporções atuais. Disse ainda que não é possível controlar a situação se o “povo” continuar provocando incêndios.

Na terça-feira, 17, Lula chegou a admitir que o Brasil “não estava 100% preparado” para combater as queimadas. A declaração ocorreu em reunião com autoridades dos outros Poderes no Palácio do Planalto. “O dado concreto é que, hoje, no Brasil, a gente não estava 100% preparado para cuidar dessas coisas. As cidades não estão cuidadas; 90% das cidades estão despreparadas para cuidar disso”, afirmou.

O presidente disse também que são poucos os Estados que “têm preparação, que têm Defesa Civil, que têm bombeiros. Brigadistas, quase ninguém tem”.

A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira, 19, que o Estado de São Paulo é o que mais tem estrutura para combater incêndios, mas, mesmo assim, precisou pedir ajuda ao governo federal. “Na conversa que tive com o governador Tarcísio (de Freitas), ele me dizia: ‘a sensação que tenho é como se estivéssemos colocando uma gota d’água’”, contou.

A ministra defendeu também o aumento da pena para quem provoca incêndios, assunto que está em debate entre o Palácio do Planalto e o Congresso. “Se alguém chegar e colocar fogo dentro da nossa casa, isso tem um nome, é crime hediondo. Agora, alguém toca fogo no seu canavial, na sua fazenda e tem uma pena de dois a seis anos no máximo. É um debate profícuo”, disse Marina.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), inclusive, tenta acelerar um projeto de lei para aumento de pena a quem provoca queimadas. O petista apresentou nesta semana requerimento de urgência para a proposta, que é de autoria do senador Davi Alcolumbre (União-AP), já foi aprovada no Senado e aguarda análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O projeto de Alcolumbre, que agora é apoiado pelo governo Lula, previa originalmente apenas o aumento de pena para quem extrair recursos minerais sem autorização. Ao chegar à Câmara, contudo, o texto foi apensado a propostas que tratam de outros crimes ambientais, como as queimadas.

A reunião de representantes do governo federal e dos Estados para discutir o combate aos incêndios que atingem o País teve participação de seis ministros e nove governadores, além de autoridades de escalão mais baixo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou para o Maranhão mais cedo nesta quinta-feira, 19, não participou.

Entre os ministros estavam Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça), Simone Tebet (Planejamento), Marina Silva (Meio Ambiente), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Os governadores presentes foram Helder Barbalho (Pará), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso), Wilson Lima (Amazonas) Gladson Cameli (Acre), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), Wanderlei Barbosa (Tocantins) e Antonio Denarium (Roraima). / COLABORARAM IANDER PORCELLA e VICTOR OHANA

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