A Mocidade Independente de Padre Miguel fez um desfile correto para tratar da agricultura. Com carros luxuosos e muito grandes, teve dificuldades para evoluir em alguns momentos. Um princípio de incêndio na terceira alegoria dedicado à deusa Ísis, em frente ao setor um, causou um buraco na evolução da escola, bem em frente à primeira cabine dos jurados.A escola enfrentou outro problema: dois carros do Salgueiro tiveram dificuldades de deixar a dispersão, o que acabou provocando engarrafamento na Praça da Apoteose. "Houve falha da organização. Se os carros do Salgueiro pararam, a Liga tinha que providenciar o reboque. A evolução da escola ficou prejudicada", reclamou o presidente Paulo Vianna.Para falar da agricultura, o carnavalesco Cid Carvalho começou pelo derretimento de geleiras. A comissão da frente trazia 12 patinadores, que representavam o gelo, um bailarino encarnava a "força da natureza" e dois anões simbolizavam a semente da vida. A era glacial foi lembrada ainda na fantasia das baianas, no casal de mestre-sala e porta-bandeira e seus guardiães. Uma curiosidade: 20 destaques do carro abre-alas, a porta-bandeira Cristiane Caldas e 16 guardiães usavam lente de contato importada - feita sob medida - para "branquear" seus olhos.A rainha de bateria Andréa de Andrade veio com fantasia das mais luxuosas - com 80 mil cristais e 700 penas de faisão, saiu a R$ 65 mil. Andréa, ex-mulher de Rinaldo de Andrade, um dos sobrinhos do bicheiro Castor de Andrade, desfilou apenas três vezes, antes de estrear à frente da bateria. "O legal é não ser cópia de ninguém. Vi como todas as madrinhas e rainhas se apresentaram. Tenho meu estilo. O principal é ter o apoio da comunidade. O resto eu aprendo com o tempo", afirmou.Andréa desfilou tendo Monique Evans como companhia. A modelo - primeira a ocupar o posto de rainha de bateria, justamente à frente da Mocidade, em 1984 -, vestiu-se com camisa da diretoria. "Eu queria matar saudade da minha bateria", afirmou.