Carro voador? Dados em tempo real? Especialistas indicam caminhos para a modernização da mobilidade


Sustentabilidade, uso de dados e acessibilidade podem acelerar a transformação dos transportes no País; assunto foi debatido durante o Summit Mobilidade 2023, nesta quarta-feira, 31

Por Guilherme Santiago

Acelerar a transformação dos sistemas de transporte e modernizar a mobilidade urbana nas cidades brasileiras foram temas debatidos ao longo do Summit Mobilidade 2023, evento promovido pelo Estadão nesta quarta-feira, 31.

Segundo especialistas, há uma série de ações que vai ao encontro desse objetivo. Isso inclui a utilização de dados, a priorização da sustentabilidade, o compartilhamento entre os diferentes modais e a construção de sistemas de transporte acessíveis e equitativos.

“Estamos com os dias de qualidade de vida contatados, mas continuamos falando em usar meios de transporte que queimam combustíveis fósseis”, afirma Jô Pereira, diretora da Ciclocidade e fundadora do Pedal na Quebrada. “É importante que a gente pense no que, de fato, vamos fazer (com relação ao futuro da mobilidade), não só pensando no bolso. Estamos todos no mesmo quintal. Temos que pensar em quanto mais vamos poder sustentar nossa sobrevida nesse planeta”, diz.

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Dados

Dados são fundamentais para a mobilidade e podem trazer benefícios para o planejamento urbano. “Um dado de qualidade e bem trabalhado pode reduzir custos para o setor de transporte”, afirma Niege Chaves, vice-presidente do Grupo Mobibrasil. Ela observa que é possível utilizar os dados como base para criar políticas públicas. Na prática, eles também permitem, por exemplo, reduzir a ociosidade de algumas linhas de ônibus, assim como o tempo de espera dos passageiros. “É uma facilidade trazida pela tecnologia que veio para ficar”, diz ele.

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Por tantos benefícios, é importante que dados do setor de transporte sejam compartilhados com empresas ou negócios que ofereçam soluções para o setor. “Nosso futuro depende dessas informações. É um dado muito rico para ficar guardado”, defende Chaves. “Sem órgãos gestores, governo e iniciativa privada participando dessa discussão, não vamos conseguir evoluir.”

Essa parceria entre iniciativa privada e órgãos públicos é vista com bons olhos por André Turquetto, diretor-geral da Veloe. “Temos obrigação de propor novos formatos de integração e contribuir com essa informações para o poder público”, afirma. Ainda que o objetivo seja beneficiar a população, Turquetto reforça que trabalhar com dados exige cuidado, em especial com segurança e privacidade.

Algumas estratégias podem ser utilizadas para garantir a proteção desses dados, como explica Antônio Andrade, gerente de Operações da Kido Dynamics, empresa que capta informações sobre deslocamentos a partir da telefonia móvel. A anonimização é uma delas, em que o dado passa por uma série de processos que impede a identificação do detentor. Mas é preciso ir além.

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“Fazemos um trabalho de agregação de dados. Então, nunca informamos números inferiores a dez dispositivos (celulares), por exemplo”, diz Andrade. “Outro mecanismo é a privacidade diferencial, que introduz um ruído aleatório em cima de toda a base de dados para que não seja possível saber o número exato (do telefone)”, diz.

Especialistas defenderam durante o Summit Mobilidade a utilização de dados e a priorização da sustentabilidade, entre outros pontos Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

Sustentabilidade

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O futuro da mobilidade urbana também passa pela sustentabilidade. “Quanto menos poluentes forem emitidos, mais possível é manter uma qualidade de vida”, afirma Jô Pereira, da Ciclocidade. “Esse poluentes estão onerando os cofres públicos do ponto de vista de saúde. Carro não é a solução”, afirma.

Diante disso, crescem inciativas voltadas para investimento em bicicletas e ciclofaixas. Para Maína Celidonio de Campos, secretária municipal de Transportes do Rio de Janeiro, uma mobilidade mais sustentável, além de exigir investimento em meios de transporte não poluentes, também pede que meios de transportes individuais sejam desestimulados. “Desincentivar não quer dizer que o carro vai acabar, mas quer dizer que será racionalizado. Até porque a cidade tem um espaço limitado”, diz.

Além disso, até 2024, a cidade do Rio de Janeiro tem a meta de conectar todas as estações de média e alta capacidade com as ciclovias, bem como investir na construção de bicicletários próximos aos ônibus BRTs que circulam pela cidade. “Precisamos repensar as políticas públicas para o transporte coletivo e, dentro de uma cidade, isso significa despriorizar os veículos individuais”, afirma.

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Acessibilidade

Segundo Maria Tsavachidis, CEO da EIT Urban Mobility, o futuro da mobilidade urbana precisa de um sistema de transporte mais inclusivo. Por isso, ela defende três fatores-chave para que planos de inclusão nos transportes sejam, de fato, disruptivos e façam a diferença.

“Primeiro, é preciso ser algo com que as pessoas se importem”, afirma. “Tem que ser algo que realmente muda a vida das pessoas de forma positiva. Assim, elas vão participar do plano.” Depois, ela acredita que é fundamental ter projetos de valores comuns a todos. “Dessa forma, não vai ser sobre quem é contra carros ou favorável às bicicletas; será sobre o que queremos alcançar juntos”, afirma.

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O terceiro e último ponto defendido por ela é que os projetos não podem parecer algo imposto para as pessoas. E, para isso, é importante experimentar. “Veja o que funciona para as pessoas”, recomenda. “Se não funcionar para as pessoas, temos que tentar outra solução”, defende.

Acelerar a transformação dos sistemas de transporte e modernizar a mobilidade urbana nas cidades brasileiras foram temas debatidos ao longo do Summit Mobilidade 2023, evento promovido pelo Estadão nesta quarta-feira, 31.

Segundo especialistas, há uma série de ações que vai ao encontro desse objetivo. Isso inclui a utilização de dados, a priorização da sustentabilidade, o compartilhamento entre os diferentes modais e a construção de sistemas de transporte acessíveis e equitativos.

“Estamos com os dias de qualidade de vida contatados, mas continuamos falando em usar meios de transporte que queimam combustíveis fósseis”, afirma Jô Pereira, diretora da Ciclocidade e fundadora do Pedal na Quebrada. “É importante que a gente pense no que, de fato, vamos fazer (com relação ao futuro da mobilidade), não só pensando no bolso. Estamos todos no mesmo quintal. Temos que pensar em quanto mais vamos poder sustentar nossa sobrevida nesse planeta”, diz.

Dados

Dados são fundamentais para a mobilidade e podem trazer benefícios para o planejamento urbano. “Um dado de qualidade e bem trabalhado pode reduzir custos para o setor de transporte”, afirma Niege Chaves, vice-presidente do Grupo Mobibrasil. Ela observa que é possível utilizar os dados como base para criar políticas públicas. Na prática, eles também permitem, por exemplo, reduzir a ociosidade de algumas linhas de ônibus, assim como o tempo de espera dos passageiros. “É uma facilidade trazida pela tecnologia que veio para ficar”, diz ele.

Por tantos benefícios, é importante que dados do setor de transporte sejam compartilhados com empresas ou negócios que ofereçam soluções para o setor. “Nosso futuro depende dessas informações. É um dado muito rico para ficar guardado”, defende Chaves. “Sem órgãos gestores, governo e iniciativa privada participando dessa discussão, não vamos conseguir evoluir.”

Essa parceria entre iniciativa privada e órgãos públicos é vista com bons olhos por André Turquetto, diretor-geral da Veloe. “Temos obrigação de propor novos formatos de integração e contribuir com essa informações para o poder público”, afirma. Ainda que o objetivo seja beneficiar a população, Turquetto reforça que trabalhar com dados exige cuidado, em especial com segurança e privacidade.

Algumas estratégias podem ser utilizadas para garantir a proteção desses dados, como explica Antônio Andrade, gerente de Operações da Kido Dynamics, empresa que capta informações sobre deslocamentos a partir da telefonia móvel. A anonimização é uma delas, em que o dado passa por uma série de processos que impede a identificação do detentor. Mas é preciso ir além.

“Fazemos um trabalho de agregação de dados. Então, nunca informamos números inferiores a dez dispositivos (celulares), por exemplo”, diz Andrade. “Outro mecanismo é a privacidade diferencial, que introduz um ruído aleatório em cima de toda a base de dados para que não seja possível saber o número exato (do telefone)”, diz.

Especialistas defenderam durante o Summit Mobilidade a utilização de dados e a priorização da sustentabilidade, entre outros pontos Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

Sustentabilidade

O futuro da mobilidade urbana também passa pela sustentabilidade. “Quanto menos poluentes forem emitidos, mais possível é manter uma qualidade de vida”, afirma Jô Pereira, da Ciclocidade. “Esse poluentes estão onerando os cofres públicos do ponto de vista de saúde. Carro não é a solução”, afirma.

Diante disso, crescem inciativas voltadas para investimento em bicicletas e ciclofaixas. Para Maína Celidonio de Campos, secretária municipal de Transportes do Rio de Janeiro, uma mobilidade mais sustentável, além de exigir investimento em meios de transporte não poluentes, também pede que meios de transportes individuais sejam desestimulados. “Desincentivar não quer dizer que o carro vai acabar, mas quer dizer que será racionalizado. Até porque a cidade tem um espaço limitado”, diz.

Além disso, até 2024, a cidade do Rio de Janeiro tem a meta de conectar todas as estações de média e alta capacidade com as ciclovias, bem como investir na construção de bicicletários próximos aos ônibus BRTs que circulam pela cidade. “Precisamos repensar as políticas públicas para o transporte coletivo e, dentro de uma cidade, isso significa despriorizar os veículos individuais”, afirma.

Acessibilidade

Segundo Maria Tsavachidis, CEO da EIT Urban Mobility, o futuro da mobilidade urbana precisa de um sistema de transporte mais inclusivo. Por isso, ela defende três fatores-chave para que planos de inclusão nos transportes sejam, de fato, disruptivos e façam a diferença.

“Primeiro, é preciso ser algo com que as pessoas se importem”, afirma. “Tem que ser algo que realmente muda a vida das pessoas de forma positiva. Assim, elas vão participar do plano.” Depois, ela acredita que é fundamental ter projetos de valores comuns a todos. “Dessa forma, não vai ser sobre quem é contra carros ou favorável às bicicletas; será sobre o que queremos alcançar juntos”, afirma.

O terceiro e último ponto defendido por ela é que os projetos não podem parecer algo imposto para as pessoas. E, para isso, é importante experimentar. “Veja o que funciona para as pessoas”, recomenda. “Se não funcionar para as pessoas, temos que tentar outra solução”, defende.

Acelerar a transformação dos sistemas de transporte e modernizar a mobilidade urbana nas cidades brasileiras foram temas debatidos ao longo do Summit Mobilidade 2023, evento promovido pelo Estadão nesta quarta-feira, 31.

Segundo especialistas, há uma série de ações que vai ao encontro desse objetivo. Isso inclui a utilização de dados, a priorização da sustentabilidade, o compartilhamento entre os diferentes modais e a construção de sistemas de transporte acessíveis e equitativos.

“Estamos com os dias de qualidade de vida contatados, mas continuamos falando em usar meios de transporte que queimam combustíveis fósseis”, afirma Jô Pereira, diretora da Ciclocidade e fundadora do Pedal na Quebrada. “É importante que a gente pense no que, de fato, vamos fazer (com relação ao futuro da mobilidade), não só pensando no bolso. Estamos todos no mesmo quintal. Temos que pensar em quanto mais vamos poder sustentar nossa sobrevida nesse planeta”, diz.

Dados

Dados são fundamentais para a mobilidade e podem trazer benefícios para o planejamento urbano. “Um dado de qualidade e bem trabalhado pode reduzir custos para o setor de transporte”, afirma Niege Chaves, vice-presidente do Grupo Mobibrasil. Ela observa que é possível utilizar os dados como base para criar políticas públicas. Na prática, eles também permitem, por exemplo, reduzir a ociosidade de algumas linhas de ônibus, assim como o tempo de espera dos passageiros. “É uma facilidade trazida pela tecnologia que veio para ficar”, diz ele.

Por tantos benefícios, é importante que dados do setor de transporte sejam compartilhados com empresas ou negócios que ofereçam soluções para o setor. “Nosso futuro depende dessas informações. É um dado muito rico para ficar guardado”, defende Chaves. “Sem órgãos gestores, governo e iniciativa privada participando dessa discussão, não vamos conseguir evoluir.”

Essa parceria entre iniciativa privada e órgãos públicos é vista com bons olhos por André Turquetto, diretor-geral da Veloe. “Temos obrigação de propor novos formatos de integração e contribuir com essa informações para o poder público”, afirma. Ainda que o objetivo seja beneficiar a população, Turquetto reforça que trabalhar com dados exige cuidado, em especial com segurança e privacidade.

Algumas estratégias podem ser utilizadas para garantir a proteção desses dados, como explica Antônio Andrade, gerente de Operações da Kido Dynamics, empresa que capta informações sobre deslocamentos a partir da telefonia móvel. A anonimização é uma delas, em que o dado passa por uma série de processos que impede a identificação do detentor. Mas é preciso ir além.

“Fazemos um trabalho de agregação de dados. Então, nunca informamos números inferiores a dez dispositivos (celulares), por exemplo”, diz Andrade. “Outro mecanismo é a privacidade diferencial, que introduz um ruído aleatório em cima de toda a base de dados para que não seja possível saber o número exato (do telefone)”, diz.

Especialistas defenderam durante o Summit Mobilidade a utilização de dados e a priorização da sustentabilidade, entre outros pontos Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

Sustentabilidade

O futuro da mobilidade urbana também passa pela sustentabilidade. “Quanto menos poluentes forem emitidos, mais possível é manter uma qualidade de vida”, afirma Jô Pereira, da Ciclocidade. “Esse poluentes estão onerando os cofres públicos do ponto de vista de saúde. Carro não é a solução”, afirma.

Diante disso, crescem inciativas voltadas para investimento em bicicletas e ciclofaixas. Para Maína Celidonio de Campos, secretária municipal de Transportes do Rio de Janeiro, uma mobilidade mais sustentável, além de exigir investimento em meios de transporte não poluentes, também pede que meios de transportes individuais sejam desestimulados. “Desincentivar não quer dizer que o carro vai acabar, mas quer dizer que será racionalizado. Até porque a cidade tem um espaço limitado”, diz.

Além disso, até 2024, a cidade do Rio de Janeiro tem a meta de conectar todas as estações de média e alta capacidade com as ciclovias, bem como investir na construção de bicicletários próximos aos ônibus BRTs que circulam pela cidade. “Precisamos repensar as políticas públicas para o transporte coletivo e, dentro de uma cidade, isso significa despriorizar os veículos individuais”, afirma.

Acessibilidade

Segundo Maria Tsavachidis, CEO da EIT Urban Mobility, o futuro da mobilidade urbana precisa de um sistema de transporte mais inclusivo. Por isso, ela defende três fatores-chave para que planos de inclusão nos transportes sejam, de fato, disruptivos e façam a diferença.

“Primeiro, é preciso ser algo com que as pessoas se importem”, afirma. “Tem que ser algo que realmente muda a vida das pessoas de forma positiva. Assim, elas vão participar do plano.” Depois, ela acredita que é fundamental ter projetos de valores comuns a todos. “Dessa forma, não vai ser sobre quem é contra carros ou favorável às bicicletas; será sobre o que queremos alcançar juntos”, afirma.

O terceiro e último ponto defendido por ela é que os projetos não podem parecer algo imposto para as pessoas. E, para isso, é importante experimentar. “Veja o que funciona para as pessoas”, recomenda. “Se não funcionar para as pessoas, temos que tentar outra solução”, defende.

Acelerar a transformação dos sistemas de transporte e modernizar a mobilidade urbana nas cidades brasileiras foram temas debatidos ao longo do Summit Mobilidade 2023, evento promovido pelo Estadão nesta quarta-feira, 31.

Segundo especialistas, há uma série de ações que vai ao encontro desse objetivo. Isso inclui a utilização de dados, a priorização da sustentabilidade, o compartilhamento entre os diferentes modais e a construção de sistemas de transporte acessíveis e equitativos.

“Estamos com os dias de qualidade de vida contatados, mas continuamos falando em usar meios de transporte que queimam combustíveis fósseis”, afirma Jô Pereira, diretora da Ciclocidade e fundadora do Pedal na Quebrada. “É importante que a gente pense no que, de fato, vamos fazer (com relação ao futuro da mobilidade), não só pensando no bolso. Estamos todos no mesmo quintal. Temos que pensar em quanto mais vamos poder sustentar nossa sobrevida nesse planeta”, diz.

Dados

Dados são fundamentais para a mobilidade e podem trazer benefícios para o planejamento urbano. “Um dado de qualidade e bem trabalhado pode reduzir custos para o setor de transporte”, afirma Niege Chaves, vice-presidente do Grupo Mobibrasil. Ela observa que é possível utilizar os dados como base para criar políticas públicas. Na prática, eles também permitem, por exemplo, reduzir a ociosidade de algumas linhas de ônibus, assim como o tempo de espera dos passageiros. “É uma facilidade trazida pela tecnologia que veio para ficar”, diz ele.

Por tantos benefícios, é importante que dados do setor de transporte sejam compartilhados com empresas ou negócios que ofereçam soluções para o setor. “Nosso futuro depende dessas informações. É um dado muito rico para ficar guardado”, defende Chaves. “Sem órgãos gestores, governo e iniciativa privada participando dessa discussão, não vamos conseguir evoluir.”

Essa parceria entre iniciativa privada e órgãos públicos é vista com bons olhos por André Turquetto, diretor-geral da Veloe. “Temos obrigação de propor novos formatos de integração e contribuir com essa informações para o poder público”, afirma. Ainda que o objetivo seja beneficiar a população, Turquetto reforça que trabalhar com dados exige cuidado, em especial com segurança e privacidade.

Algumas estratégias podem ser utilizadas para garantir a proteção desses dados, como explica Antônio Andrade, gerente de Operações da Kido Dynamics, empresa que capta informações sobre deslocamentos a partir da telefonia móvel. A anonimização é uma delas, em que o dado passa por uma série de processos que impede a identificação do detentor. Mas é preciso ir além.

“Fazemos um trabalho de agregação de dados. Então, nunca informamos números inferiores a dez dispositivos (celulares), por exemplo”, diz Andrade. “Outro mecanismo é a privacidade diferencial, que introduz um ruído aleatório em cima de toda a base de dados para que não seja possível saber o número exato (do telefone)”, diz.

Especialistas defenderam durante o Summit Mobilidade a utilização de dados e a priorização da sustentabilidade, entre outros pontos Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

Sustentabilidade

O futuro da mobilidade urbana também passa pela sustentabilidade. “Quanto menos poluentes forem emitidos, mais possível é manter uma qualidade de vida”, afirma Jô Pereira, da Ciclocidade. “Esse poluentes estão onerando os cofres públicos do ponto de vista de saúde. Carro não é a solução”, afirma.

Diante disso, crescem inciativas voltadas para investimento em bicicletas e ciclofaixas. Para Maína Celidonio de Campos, secretária municipal de Transportes do Rio de Janeiro, uma mobilidade mais sustentável, além de exigir investimento em meios de transporte não poluentes, também pede que meios de transportes individuais sejam desestimulados. “Desincentivar não quer dizer que o carro vai acabar, mas quer dizer que será racionalizado. Até porque a cidade tem um espaço limitado”, diz.

Além disso, até 2024, a cidade do Rio de Janeiro tem a meta de conectar todas as estações de média e alta capacidade com as ciclovias, bem como investir na construção de bicicletários próximos aos ônibus BRTs que circulam pela cidade. “Precisamos repensar as políticas públicas para o transporte coletivo e, dentro de uma cidade, isso significa despriorizar os veículos individuais”, afirma.

Acessibilidade

Segundo Maria Tsavachidis, CEO da EIT Urban Mobility, o futuro da mobilidade urbana precisa de um sistema de transporte mais inclusivo. Por isso, ela defende três fatores-chave para que planos de inclusão nos transportes sejam, de fato, disruptivos e façam a diferença.

“Primeiro, é preciso ser algo com que as pessoas se importem”, afirma. “Tem que ser algo que realmente muda a vida das pessoas de forma positiva. Assim, elas vão participar do plano.” Depois, ela acredita que é fundamental ter projetos de valores comuns a todos. “Dessa forma, não vai ser sobre quem é contra carros ou favorável às bicicletas; será sobre o que queremos alcançar juntos”, afirma.

O terceiro e último ponto defendido por ela é que os projetos não podem parecer algo imposto para as pessoas. E, para isso, é importante experimentar. “Veja o que funciona para as pessoas”, recomenda. “Se não funcionar para as pessoas, temos que tentar outra solução”, defende.

Acelerar a transformação dos sistemas de transporte e modernizar a mobilidade urbana nas cidades brasileiras foram temas debatidos ao longo do Summit Mobilidade 2023, evento promovido pelo Estadão nesta quarta-feira, 31.

Segundo especialistas, há uma série de ações que vai ao encontro desse objetivo. Isso inclui a utilização de dados, a priorização da sustentabilidade, o compartilhamento entre os diferentes modais e a construção de sistemas de transporte acessíveis e equitativos.

“Estamos com os dias de qualidade de vida contatados, mas continuamos falando em usar meios de transporte que queimam combustíveis fósseis”, afirma Jô Pereira, diretora da Ciclocidade e fundadora do Pedal na Quebrada. “É importante que a gente pense no que, de fato, vamos fazer (com relação ao futuro da mobilidade), não só pensando no bolso. Estamos todos no mesmo quintal. Temos que pensar em quanto mais vamos poder sustentar nossa sobrevida nesse planeta”, diz.

Dados

Dados são fundamentais para a mobilidade e podem trazer benefícios para o planejamento urbano. “Um dado de qualidade e bem trabalhado pode reduzir custos para o setor de transporte”, afirma Niege Chaves, vice-presidente do Grupo Mobibrasil. Ela observa que é possível utilizar os dados como base para criar políticas públicas. Na prática, eles também permitem, por exemplo, reduzir a ociosidade de algumas linhas de ônibus, assim como o tempo de espera dos passageiros. “É uma facilidade trazida pela tecnologia que veio para ficar”, diz ele.

Por tantos benefícios, é importante que dados do setor de transporte sejam compartilhados com empresas ou negócios que ofereçam soluções para o setor. “Nosso futuro depende dessas informações. É um dado muito rico para ficar guardado”, defende Chaves. “Sem órgãos gestores, governo e iniciativa privada participando dessa discussão, não vamos conseguir evoluir.”

Essa parceria entre iniciativa privada e órgãos públicos é vista com bons olhos por André Turquetto, diretor-geral da Veloe. “Temos obrigação de propor novos formatos de integração e contribuir com essa informações para o poder público”, afirma. Ainda que o objetivo seja beneficiar a população, Turquetto reforça que trabalhar com dados exige cuidado, em especial com segurança e privacidade.

Algumas estratégias podem ser utilizadas para garantir a proteção desses dados, como explica Antônio Andrade, gerente de Operações da Kido Dynamics, empresa que capta informações sobre deslocamentos a partir da telefonia móvel. A anonimização é uma delas, em que o dado passa por uma série de processos que impede a identificação do detentor. Mas é preciso ir além.

“Fazemos um trabalho de agregação de dados. Então, nunca informamos números inferiores a dez dispositivos (celulares), por exemplo”, diz Andrade. “Outro mecanismo é a privacidade diferencial, que introduz um ruído aleatório em cima de toda a base de dados para que não seja possível saber o número exato (do telefone)”, diz.

Especialistas defenderam durante o Summit Mobilidade a utilização de dados e a priorização da sustentabilidade, entre outros pontos Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

Sustentabilidade

O futuro da mobilidade urbana também passa pela sustentabilidade. “Quanto menos poluentes forem emitidos, mais possível é manter uma qualidade de vida”, afirma Jô Pereira, da Ciclocidade. “Esse poluentes estão onerando os cofres públicos do ponto de vista de saúde. Carro não é a solução”, afirma.

Diante disso, crescem inciativas voltadas para investimento em bicicletas e ciclofaixas. Para Maína Celidonio de Campos, secretária municipal de Transportes do Rio de Janeiro, uma mobilidade mais sustentável, além de exigir investimento em meios de transporte não poluentes, também pede que meios de transportes individuais sejam desestimulados. “Desincentivar não quer dizer que o carro vai acabar, mas quer dizer que será racionalizado. Até porque a cidade tem um espaço limitado”, diz.

Além disso, até 2024, a cidade do Rio de Janeiro tem a meta de conectar todas as estações de média e alta capacidade com as ciclovias, bem como investir na construção de bicicletários próximos aos ônibus BRTs que circulam pela cidade. “Precisamos repensar as políticas públicas para o transporte coletivo e, dentro de uma cidade, isso significa despriorizar os veículos individuais”, afirma.

Acessibilidade

Segundo Maria Tsavachidis, CEO da EIT Urban Mobility, o futuro da mobilidade urbana precisa de um sistema de transporte mais inclusivo. Por isso, ela defende três fatores-chave para que planos de inclusão nos transportes sejam, de fato, disruptivos e façam a diferença.

“Primeiro, é preciso ser algo com que as pessoas se importem”, afirma. “Tem que ser algo que realmente muda a vida das pessoas de forma positiva. Assim, elas vão participar do plano.” Depois, ela acredita que é fundamental ter projetos de valores comuns a todos. “Dessa forma, não vai ser sobre quem é contra carros ou favorável às bicicletas; será sobre o que queremos alcançar juntos”, afirma.

O terceiro e último ponto defendido por ela é que os projetos não podem parecer algo imposto para as pessoas. E, para isso, é importante experimentar. “Veja o que funciona para as pessoas”, recomenda. “Se não funcionar para as pessoas, temos que tentar outra solução”, defende.

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