Inaugurada em 1888 no centro de São Paulo, a Casa Godinho foi declarada patrimônio cultural imaterial da cidade. A resolução do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp), publicada na quinta-feira no Diário Oficial da Cidade, leva em conta que o estabelecimento "ainda mantém o sistema de atendimento ao cliente no balcão, direto e pessoal, característico dos antigos empórios de secos e molhados".É a primeira decisão do Conpresp que torna patrimônio da cidade um bem imaterial. Na fila para ganhar o mesmo status da Casa Godinho estão o sotaque da Mooca e o Derby Paulistano, cujos pedidos para se tornarem bens imateriais seguem sob análise do órgão municipal. As prateleiras de imbuia do século 19 e o clima de armazém tornam a Casa Godinho um lugar único. Quem deixa a movimentada calçada da Rua Líbero Badaró e entra na mercearia, instalada desde 1924 no térreo do Edifício Sampaio Moreira, parece mudar de época. Tudo ali é retrô. Balconistas acompanham clientes da escolha dos produtos ao pagamento, como no comércio antigo. Balanças de prata são usadas para pesar castanhas e frutas secas.São essas características de armazém que agora precisam ser preservadas, independentemente de o proprietário do local mudar. O pedido para que o comércio se tornasse bem imaterial foi feito no ano passado pela pesquisadora Fatima Martin Rodrigues Ferreira Antunes, da Universidade de São Paulo (USP). Dono da Casa Godinho há 19 anos, Miguel Romano, de 54 anos, diz nunca ter nem pensado em mudar o atendimento e o visual de empório do século 19. "Mesmo após a informatização da casa, resolvemos manter as prateleiras antigas, o atendimento direto no balcão. Essa é a graça do lugar. Hoje, em qualquer supermercado dá para comprar os produtos importados que nós temos." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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