O casal Hadassa Maria da Silva e Leonardo Henrique da Silva está entre os 58 passageiros que morreram no acidente aéreo da Voepass na sexta-feira, 9. A queda do avião em Vinhedo, no interior de São Paulo, fez 62 vítimas e não deixou sobreviventes.
Hadassa era uma das oito vítimas que tinham ligação com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), onde estudou Ciências Contábeis. Ela trabalhava há sete anos como consultora tributária em uma firma de gestão empresarial de Cascavel e cursava pós-graduação em Direito Tributário na Fundação Getulio Vargas, segundo informações de seus perfis nas redes sociais.
Em nota, a empresa Controlsul manifestou solidariedade à família e descreveu a contadora como “uma profissional de excelência”, além de “amiga leal e carinhosa, uma pessoa de muita fé e determinação, sempre disposta a ajudar”, e entusiasta da causa animal.
Ela estava acompanhada pelo marido, Leonardo, aluno do 6º período de Educação Física do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, de Cascavel, e secretário da Atlética de Educação Física. Em nota, o Centro FAG prestou condolências e declarou que o estudante era “muito querido entre todos os alunos e professores”.
“É um privilégio dividir a vida, inclusive os boletos, contigo”, escreveu Hadassa Silva na postagem de 2022 de uma foto com o marido em Foz do Iguaçu.
A queda do avião da Voepass é o acidente aéreo em solo brasileiro com mais vítimas desde 2007, quando uma tragédia com uma aeronave da TAM deixou 199 mortos.
A companhia aérea Voepass (antiga Passaredo) incluiu neste sábado, 10, o nome de uma 58ª vítima, que estava fora da lista oficial por uma questão técnica “referente às validações de check-in, validação do boarding e contagem de passageiros embarcados”.
A causa ainda será investigada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB). As duas caixas-pretas do avião foram encontradas e o piloto não havia comunicado emergência aos órgãos de controle, conforme a FAB.
A Voepass diz que a aeronave, do tipo ATR, estava em boa condição e havia passado por manutenção. O modelo, considerado seguro, é bastante usado na aviação comercial em viagens curtas.
Especialistas acreditam que as condições climáticas podem ter contribuído para o desastre. Imagens da mostram a aeronave cair em giro vertical, posição chamada de “parafuso chato” no meio da aviação. Esse é o principal indicativo de que o acidente ocorreu devido a uma perda de sustentação, o “estol”. A perda de sustentação pode estar associada à formação de gelo nas asas da aeronave.
A identificação dos mortos será feita no Instituto Médico-Legal (IML) Central, na capital paulista. Os corpos ainda estão sendo retirados da aeronave, em um trabalho que se estende desde a madrugada. Entre as vítimas, havia médicos que viajavam para um congresso de oncologia em São Paulo, empresários que voltavam de um evento de construção civil no Paraná, professores de uma universidades pública local, passageiros que iriam visitar parentes.