Caso Djidja: polícia indicia família da ex-sinhazinha e mais 9 pessoas


Mãe e irmão foram indiciados por tortura, tráfico de drogas e outros 12 crimes

Por Waldick Junior
Atualização:

Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso, mãe e irmão da ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso, foram indiciados por tortura, tráfico de drogas, charlatanismo, cárcere privado e outros crimes. O resultado das investigações do inquérito civil que apurava o uso e distribuição da droga ketamina foi divulgado nesta quinta-feira, 20, pela Polícia Civil do Amazonas.

A apuração foi conduzida pelo delegado Cícero Túlio, do 1.º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Além desta investigação, há outro inquérito civil ainda em andamento na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) que trata da causa da morte de Djidja Cardoso, classificada como “a esclarecer”.

Djidja Cardoso (à esq.) ao lado da mãe e do irmão Foto: Reprodução/Instagram/@didjacardoso
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O resultado do inquérito divulgado nesta quinta-feira afasta a tese de que os investigados seriam “inimputáveis” em razão da dependência química e apresenta 11 indiciados. Os dois principais nomes são Cleusimar e Ademar Cardoso. Ainda segundo a Polícia Civil, se Djidja estivesse viva ela também seria indiciada, pois integrava o esquema criminoso.

“Conseguimos identificar, a partir da análise de todo o conjunto probatório, em especial das mídias dos aparelhos telefônicos dos autores, que o Ademar figuraria como autor do crime de tortura em relação à Audrey (ex-namorada) e a sua ex-companheira, Gabriele, e a Cleusimar passaria a cometer tortura (com resultado morte) em relação à Djidja no momento em que eles percebem que a Djidja estaria numa situação de quase morte, em estágio terminal”, explicou o delegado.

A investigação concluiu que a família Cardoso fundou uma seita religiosa chamada ‘Pai, Mãe, Vida’, praticou o crime de tráfico de drogas e induziu funcionários do salão de beleza da família, Belle Femme, a utilizarem as substâncias ketamina e potenay, um anestético e um tônico veterinários, respectivamente.

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Início

Conforme a Polícia Civil do Amazonas, a família já fazia uso de substância entorpecentes como maconha, chá, cogumelos e sintéticos, mas a ketamina passou a fazer parte da rotina após Ademar ter morado um período em Londres com a ex-companheira, onde ele conheceu a droga.

“Lá, ele passa a torturar sua companheira, a obrigando a usar essa e outras substâncias até que, em razão de problemas com fornecedores de lá, ele acaba retornando ao Brasil, fugindo de criminosos de Londres, se separa da ex-companheira e conhece a Audrey, que figura como vítima desse procedimento”, disse Cícero Túlio.

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Segundo o delegado, a ex-namorada de Ademar, Audrey Silveira, teria apresentado a ele um casal que fazia o uso da ketamina em pó, chamada special key. Já nesse momento, Cleusimar lia a obra Cartas de Cristo, seguida pela seita da família.

“Em determinado momento, esse casal é convidado a participar das reuniões (da seita), das meditações, como eles falavam, e esse casal apresenta o entorpecente para a Cleusimar. Ela, que tem vasto conhecimento em química, haja vista que é formada na área”, afirmou o investigador.

A partir desse momento, a família passou a estudar a droga e concluiu que a aplicação injetável, na forma subcutânea, renderia mais usos. O passo seguinte foi o próprio consumo da ketamina e indução do uso pelos funcionários do salão de beleza.

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Fornecimento

A investigação aponta que a família passou a ter dificuldades na obtenção da droga, até que o ex-namorado de Djidja Cardoso, o atleta Bruno Roberto, apresentou a todos o coach Hatus Silveira, que já fazia uso de substâncias veterinárias.

“A principal função do Hatus, com base no inquérito, seria o elo entre a família e o José Máximus, o administrador de uma clínica veterinária responsável por ceder esse tipo de medicação para a família. É ele quem insere também a substância potenay”, pontuou o delegado.

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Em meio a esse cenário, a ex-companheira de Ademar, Audrey Silveira, passou a ficar em uma “situação deplorável”, sendo torturada e em cárcere privado, conforme o inquérito, até ser resgatada pelo pai, que a leva até a delegacia e registra uma ocorrência.

Clínica própria

Conforme o delegado Cícero Túlio, a família já planejava abrir uma clínica veterinária e construir uma “comunidade” na zona norte de Manaus, onde o uso da ketamina seria livre para todos os membros do grupo.

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“Isso afasta a alegação de inimputabilidade dos autores. Eles tanto eram conscientes e tinham discernimento das práticas criminosas que arquitetam a criação de uma clínica veterinária para que pudessem adquirir esse produto com maior facilidade”, disse.

A reportagem procurou a defesa da família Cardoso, que ainda não se pronunciou após a conclusão do inquérito, mas não houve retorno até o momento. Não foi possível localizar a defesa dos outros indiciados. O espaço continua aberto para manifestações. Veja a lista divulgada pela Polícia Civil com todos os nomes:

  • Ademar Cardoso, irmão de Djidja Cardoso;
  • Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja Cardoso;
  • Verônica da Costa Seixas, gerente do Belle Femme;
  • Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro e maquiador;
  • Claudiele Santos da Silva, maquiadora do salão de beleza;
  • Bruno Roberto Lima, ex-namorado de Djidja;
  • Hatus Silveira, ex-fisiculturista;
  • José Máximo, dono da clínica veterinária MaxVet e responsável por outros estabelecimentos;
  • Savio Pereira, funcionário da clínica MaxVet;
  • Emicley Araújo, funcionário da clínica MaxVet;
  • Pessoa ainda não identificada pela polícia.

Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso, mãe e irmão da ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso, foram indiciados por tortura, tráfico de drogas, charlatanismo, cárcere privado e outros crimes. O resultado das investigações do inquérito civil que apurava o uso e distribuição da droga ketamina foi divulgado nesta quinta-feira, 20, pela Polícia Civil do Amazonas.

A apuração foi conduzida pelo delegado Cícero Túlio, do 1.º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Além desta investigação, há outro inquérito civil ainda em andamento na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) que trata da causa da morte de Djidja Cardoso, classificada como “a esclarecer”.

Djidja Cardoso (à esq.) ao lado da mãe e do irmão Foto: Reprodução/Instagram/@didjacardoso

O resultado do inquérito divulgado nesta quinta-feira afasta a tese de que os investigados seriam “inimputáveis” em razão da dependência química e apresenta 11 indiciados. Os dois principais nomes são Cleusimar e Ademar Cardoso. Ainda segundo a Polícia Civil, se Djidja estivesse viva ela também seria indiciada, pois integrava o esquema criminoso.

“Conseguimos identificar, a partir da análise de todo o conjunto probatório, em especial das mídias dos aparelhos telefônicos dos autores, que o Ademar figuraria como autor do crime de tortura em relação à Audrey (ex-namorada) e a sua ex-companheira, Gabriele, e a Cleusimar passaria a cometer tortura (com resultado morte) em relação à Djidja no momento em que eles percebem que a Djidja estaria numa situação de quase morte, em estágio terminal”, explicou o delegado.

A investigação concluiu que a família Cardoso fundou uma seita religiosa chamada ‘Pai, Mãe, Vida’, praticou o crime de tráfico de drogas e induziu funcionários do salão de beleza da família, Belle Femme, a utilizarem as substâncias ketamina e potenay, um anestético e um tônico veterinários, respectivamente.

Início

Conforme a Polícia Civil do Amazonas, a família já fazia uso de substância entorpecentes como maconha, chá, cogumelos e sintéticos, mas a ketamina passou a fazer parte da rotina após Ademar ter morado um período em Londres com a ex-companheira, onde ele conheceu a droga.

“Lá, ele passa a torturar sua companheira, a obrigando a usar essa e outras substâncias até que, em razão de problemas com fornecedores de lá, ele acaba retornando ao Brasil, fugindo de criminosos de Londres, se separa da ex-companheira e conhece a Audrey, que figura como vítima desse procedimento”, disse Cícero Túlio.

Segundo o delegado, a ex-namorada de Ademar, Audrey Silveira, teria apresentado a ele um casal que fazia o uso da ketamina em pó, chamada special key. Já nesse momento, Cleusimar lia a obra Cartas de Cristo, seguida pela seita da família.

“Em determinado momento, esse casal é convidado a participar das reuniões (da seita), das meditações, como eles falavam, e esse casal apresenta o entorpecente para a Cleusimar. Ela, que tem vasto conhecimento em química, haja vista que é formada na área”, afirmou o investigador.

A partir desse momento, a família passou a estudar a droga e concluiu que a aplicação injetável, na forma subcutânea, renderia mais usos. O passo seguinte foi o próprio consumo da ketamina e indução do uso pelos funcionários do salão de beleza.

Fornecimento

A investigação aponta que a família passou a ter dificuldades na obtenção da droga, até que o ex-namorado de Djidja Cardoso, o atleta Bruno Roberto, apresentou a todos o coach Hatus Silveira, que já fazia uso de substâncias veterinárias.

“A principal função do Hatus, com base no inquérito, seria o elo entre a família e o José Máximus, o administrador de uma clínica veterinária responsável por ceder esse tipo de medicação para a família. É ele quem insere também a substância potenay”, pontuou o delegado.

Em meio a esse cenário, a ex-companheira de Ademar, Audrey Silveira, passou a ficar em uma “situação deplorável”, sendo torturada e em cárcere privado, conforme o inquérito, até ser resgatada pelo pai, que a leva até a delegacia e registra uma ocorrência.

Clínica própria

Conforme o delegado Cícero Túlio, a família já planejava abrir uma clínica veterinária e construir uma “comunidade” na zona norte de Manaus, onde o uso da ketamina seria livre para todos os membros do grupo.

“Isso afasta a alegação de inimputabilidade dos autores. Eles tanto eram conscientes e tinham discernimento das práticas criminosas que arquitetam a criação de uma clínica veterinária para que pudessem adquirir esse produto com maior facilidade”, disse.

A reportagem procurou a defesa da família Cardoso, que ainda não se pronunciou após a conclusão do inquérito, mas não houve retorno até o momento. Não foi possível localizar a defesa dos outros indiciados. O espaço continua aberto para manifestações. Veja a lista divulgada pela Polícia Civil com todos os nomes:

  • Ademar Cardoso, irmão de Djidja Cardoso;
  • Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja Cardoso;
  • Verônica da Costa Seixas, gerente do Belle Femme;
  • Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro e maquiador;
  • Claudiele Santos da Silva, maquiadora do salão de beleza;
  • Bruno Roberto Lima, ex-namorado de Djidja;
  • Hatus Silveira, ex-fisiculturista;
  • José Máximo, dono da clínica veterinária MaxVet e responsável por outros estabelecimentos;
  • Savio Pereira, funcionário da clínica MaxVet;
  • Emicley Araújo, funcionário da clínica MaxVet;
  • Pessoa ainda não identificada pela polícia.

Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso, mãe e irmão da ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso, foram indiciados por tortura, tráfico de drogas, charlatanismo, cárcere privado e outros crimes. O resultado das investigações do inquérito civil que apurava o uso e distribuição da droga ketamina foi divulgado nesta quinta-feira, 20, pela Polícia Civil do Amazonas.

A apuração foi conduzida pelo delegado Cícero Túlio, do 1.º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Além desta investigação, há outro inquérito civil ainda em andamento na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) que trata da causa da morte de Djidja Cardoso, classificada como “a esclarecer”.

Djidja Cardoso (à esq.) ao lado da mãe e do irmão Foto: Reprodução/Instagram/@didjacardoso

O resultado do inquérito divulgado nesta quinta-feira afasta a tese de que os investigados seriam “inimputáveis” em razão da dependência química e apresenta 11 indiciados. Os dois principais nomes são Cleusimar e Ademar Cardoso. Ainda segundo a Polícia Civil, se Djidja estivesse viva ela também seria indiciada, pois integrava o esquema criminoso.

“Conseguimos identificar, a partir da análise de todo o conjunto probatório, em especial das mídias dos aparelhos telefônicos dos autores, que o Ademar figuraria como autor do crime de tortura em relação à Audrey (ex-namorada) e a sua ex-companheira, Gabriele, e a Cleusimar passaria a cometer tortura (com resultado morte) em relação à Djidja no momento em que eles percebem que a Djidja estaria numa situação de quase morte, em estágio terminal”, explicou o delegado.

A investigação concluiu que a família Cardoso fundou uma seita religiosa chamada ‘Pai, Mãe, Vida’, praticou o crime de tráfico de drogas e induziu funcionários do salão de beleza da família, Belle Femme, a utilizarem as substâncias ketamina e potenay, um anestético e um tônico veterinários, respectivamente.

Início

Conforme a Polícia Civil do Amazonas, a família já fazia uso de substância entorpecentes como maconha, chá, cogumelos e sintéticos, mas a ketamina passou a fazer parte da rotina após Ademar ter morado um período em Londres com a ex-companheira, onde ele conheceu a droga.

“Lá, ele passa a torturar sua companheira, a obrigando a usar essa e outras substâncias até que, em razão de problemas com fornecedores de lá, ele acaba retornando ao Brasil, fugindo de criminosos de Londres, se separa da ex-companheira e conhece a Audrey, que figura como vítima desse procedimento”, disse Cícero Túlio.

Segundo o delegado, a ex-namorada de Ademar, Audrey Silveira, teria apresentado a ele um casal que fazia o uso da ketamina em pó, chamada special key. Já nesse momento, Cleusimar lia a obra Cartas de Cristo, seguida pela seita da família.

“Em determinado momento, esse casal é convidado a participar das reuniões (da seita), das meditações, como eles falavam, e esse casal apresenta o entorpecente para a Cleusimar. Ela, que tem vasto conhecimento em química, haja vista que é formada na área”, afirmou o investigador.

A partir desse momento, a família passou a estudar a droga e concluiu que a aplicação injetável, na forma subcutânea, renderia mais usos. O passo seguinte foi o próprio consumo da ketamina e indução do uso pelos funcionários do salão de beleza.

Fornecimento

A investigação aponta que a família passou a ter dificuldades na obtenção da droga, até que o ex-namorado de Djidja Cardoso, o atleta Bruno Roberto, apresentou a todos o coach Hatus Silveira, que já fazia uso de substâncias veterinárias.

“A principal função do Hatus, com base no inquérito, seria o elo entre a família e o José Máximus, o administrador de uma clínica veterinária responsável por ceder esse tipo de medicação para a família. É ele quem insere também a substância potenay”, pontuou o delegado.

Em meio a esse cenário, a ex-companheira de Ademar, Audrey Silveira, passou a ficar em uma “situação deplorável”, sendo torturada e em cárcere privado, conforme o inquérito, até ser resgatada pelo pai, que a leva até a delegacia e registra uma ocorrência.

Clínica própria

Conforme o delegado Cícero Túlio, a família já planejava abrir uma clínica veterinária e construir uma “comunidade” na zona norte de Manaus, onde o uso da ketamina seria livre para todos os membros do grupo.

“Isso afasta a alegação de inimputabilidade dos autores. Eles tanto eram conscientes e tinham discernimento das práticas criminosas que arquitetam a criação de uma clínica veterinária para que pudessem adquirir esse produto com maior facilidade”, disse.

A reportagem procurou a defesa da família Cardoso, que ainda não se pronunciou após a conclusão do inquérito, mas não houve retorno até o momento. Não foi possível localizar a defesa dos outros indiciados. O espaço continua aberto para manifestações. Veja a lista divulgada pela Polícia Civil com todos os nomes:

  • Ademar Cardoso, irmão de Djidja Cardoso;
  • Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja Cardoso;
  • Verônica da Costa Seixas, gerente do Belle Femme;
  • Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro e maquiador;
  • Claudiele Santos da Silva, maquiadora do salão de beleza;
  • Bruno Roberto Lima, ex-namorado de Djidja;
  • Hatus Silveira, ex-fisiculturista;
  • José Máximo, dono da clínica veterinária MaxVet e responsável por outros estabelecimentos;
  • Savio Pereira, funcionário da clínica MaxVet;
  • Emicley Araújo, funcionário da clínica MaxVet;
  • Pessoa ainda não identificada pela polícia.

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