Consideradas uma das sete maravilhas da natureza, as Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, também são famosas por terem o título de o maior conjunto de quedas d’água do mundo. O grande volume de chuva que atingiu a região nos últimos dias assustou, mas ao mesmo tempo proporcionou imagens deslumbrantes das paisagens. Na quinta-feira, 13, a vazão de água bateu novo recorde e chegou a 16,5 milhões de litros por segundo. No dia anterior, na quarta-feira, 12, a vazão de água já tinha ultrapassado 13,7 milhões de litros por segundo. De acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), que faz o monitoramento do fluxo de água na região, o volume considerado normal é de 1,5 milhão de litros de água por segundo.
Segundo a MetSul, esta é considerada a segunda maior vazão das quedas desde o início da medição feita pela Copel. Em 2014, foram mais de 47 milhões de litros por segundo, informou a companhia. Em volume menor, em junho deste ano, o fluxo havia alcançado 10,4 milhões de litros por segundo.
Já o pior período de seca ocorreu em maio de 1978, quando foi registrada vazão de 114 mil litros de água por segundo. Conforme a MetSul, as medições antes de 1997, quando a Copel deu início a sua série histórica, eram feitas por outros órgãos com dados existentes desde 1949.
No início da quarta-feira, quando o volume de água bateu a marca de 11 milhões de litros por segundo, quase sete vezes acima da média, o Parque Nacional do Iguaçu decidiu interditar as passarelas de acesso à Garganta do Diabo. Ou seja, em razão do grande volume de água e por razões de segurança, as passarelas das Cataratas do Iguaçu próximas às quedas d’água – do lado argentino e do lado brasileiro – foram interditadas.
De acordo com a Metsul, a cheia do Rio Iguaçu aumentou a vazão das Cataratas a níveis raramente vistos nos últimos anos. No decorrer da quarta-feira, a vazão chegou a 13,7 milhões de litros por segundo. E na quinta-feira, ultrapassou 16,5 milhões de litros por segundo.
Na noite de terça-feira, 11, a Copel já havia anunciado estado de emergência na Central Geradora Hidrelétrica Chopim I, instalada no Rio Chopim, entre os municípios de Itapejara d’Oeste e Coronel Vivida, na região sudoeste do Paraná.
“As fortes chuvas que atingiram a região elevaram o nível do rio acima da capacidade máxima do reservatório. Equipes da Copel e da Defesa Civil orientam moradores a deixarem, preventivamente, locais próximos ao rio abaixo da barragem de Chopim I, pelo risco de inundação”, informou a Copel.
Fortes chuvas atingem o Paraná
Desde segunda-feira, 10, a Defesa Civil alerta sobre a possibilidade de chuvas intensas, principalmente no oeste e sudoeste do Estado. Conforme último balanço divulgado até sábado, 15, ao menos 35 municípios foram atingidos por eventos severos que incluíram enxurradas e alagamentos.
As cidades mais afetadas são: Francisco Beltrão, Dois Vizinhos, Vitorino, São Miguel do Iguaçu, Santa Izabel do Oeste e Pato Branco.
Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), há regiões em que as chuvas de outubro já ultrapassaram a média histórica do mês. Em Francisco Beltrão, já são 287,6 mm em 11 dias, frente a uma média de 229 mm, e em Pato Branco as precipitações atingiram 263,2 mm (média de 233 mm).
De acordo com o governo do Paraná, até o momento, 14,8 mil pessoas foram diretamente afetadas. Deste total, 96 permanecem desalojadas e 80 estão desabrigadas. Ao menos, 1,4 mil casas foram danificadas em diversas regiões do Estado.
A Defesa Civil confirma, ainda, cinco mortes relacionadas às chuvas, entre elas duas crianças. Elas tinham desaparecido em Pato Branco, após o carro em que estavam ser levado por uma corrente de água. Uma pessoa permanece desaparecida.
As fortes chuvas também provocaram desabastecimento de água em pelo menos 28 bairros. Além disso, mais de 30 mil domicílios ficaram sem luz.
Na sexta-feira, 14, o governador em exercício Darci Piana decretou situação de emergência nas regiões oeste, sudoeste, centro-sul e sudeste do estado.