FORTALEZA - Uma menina de 11 anos foi estuprada durante visita ao Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis), em Itaitinga, na região metropolitana de Fortaleza, no sábado. O crime foi cometido por um detento, durante o horário de visita, que acontece entre 9 e 16 horas.
O presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará (Copen), Cláudio Justa, informou aos órgãos de imprensa que a criança entrou na unidade para auxiliar na entrega de produtos pessoais para o pai.
De acordo com a mãe da vítima, que optou por não se identificar, mas falou com a TV Jangadeiro/SBT, a menina saiu da cela acompanhada pelo pai quando foi raptada por outro detento. “Foi um descuido.”
Em determinado momento, a dona de casa sentiu a ausência da filha e mobilizou agentes do presídio, que a encontraram somente após a consumação do crime.
“Ela (a filha) voltou para a cela do pai, assustada, e disse que nunca mais iria voltar porque um homem pegou nas partes íntimas dela”, disse a mãe. Logo em seguida, a mulher viu que a calcinha da criança estava suja de sangue.
Depois de descoberto o ato, o preso foi isolado e transferido para outra penitenciária. O local não foi revelado pela Secretaria de Segurança e Defesa Social (SSPDS) do Ceará.
Como consequência, a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) suspendeu, até nova deliberação, as visitas de crianças a todos os presos que respondam por crimes contra a dignidade sexual. Procurada para falar sobre as investigações, a Polícia Civil informou apenas que foi registrado um procedimento de estupro na Delegacia Metropolitana do Eusébio no sábado.
No entanto, as investigações serão conduzidas, em sigilo, pela Delegacia Metropolitana de Itaitinga, cidade onde ocorreu o crime. “A Sejus informa ainda que a visita de filhos e netos de internos sempre transcorreu normalmente, desde que acompanhados pelos responsáveis legais, que estejam cadastrados no Núcleo de Cadastro de Visitantes para tal fim.”
Superlotação
O caso de estupro, porém, fugiu à normalidade. “Nos dias de visitas, os próprios presos colaboram. É uma violência que viola as regras deles mesmos. Não é adotado um plano especial de segurança, já que é um horário sagrado pra eles”, disse Justa ao Diário do Nordeste.
O Copen ainda liga o problema à superlotação, que dificultaria o controle das cadeias. Por causa dela, Itaitinga enfrentou rebeliões em 2017 e a cadeia já teve um pedido de interdição em 2016.