Chuvas fortes causam estragos em Estados do Norte e Nordeste; vídeo mostra casa sendo arrastada


Cidades do Acre, Amazonas, Pará, Tocantins, Rondônia e Maranhão são atingidas por cheias; governo federal promete ajuda a municípios

Por Giovanna Castro e Ítalo Lo Re
Atualização:

Os últimos dias foram de chuva intensa nas regiões Norte e Nordeste do País. As cheias dos rios provocaram estragos em ao menos seis Estados: Acre, Amazonas, Rondônia, Pará, Tocantins e Maranhão. Algumas cidades decretaram situação de emergência, e há milhares de famílias desabrigadas.

Só no Maranhão, 31,2 mil famílias já foram afetadas de forma direta e indireta pelas tempestades, e 49 cidades estão em situação de emergência, apontam autoridades, com mais de 5,8 mil desabrigadas. Seis pessoas morreram por causa das chuvas no Estado em pouco mais de uma semana. No Acre, cerca de 32 mil habitantes foram prejudicados. Já no Pará, ao menos 1,8 mil moradores de uma cidade do interior tiveram de deixar suas casas e estão vivendo em abrigos.

Moradores são resgatados após alagamentos gerados por fortes chuvas em Rio Branco, no Acre. Foto: Odair Leal/Reuters
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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja para chuvas intensas nas regiões Norte e Nordeste, que podem piorar ainda mais o cenário nas próximas horas. O órgão classificou a situação como de perigo. A previsão é de tempestades, entre 30 e 60 milímetros por hora ou de 50 a 100 milímetros por dia, e de ventos fortes, de 60 a 100 quilômetros por hora.

“Risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas”, diz o órgão. Além de Estados de Norte e Nordeste, o alerta inclui também cidades mais ao norte de Goiás e Mato Grosso, no Centro-Oeste do País. O alerta, emitido na manhã deste domingo, tem validade até 11h desta segunda-feira, 27.

Em comunicado sobre riscos geo-hidrológicos, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), classificou como alta a possibilidade de movimentos de massa na Região Metropolitana da capital amazonense por conta das chuvas. O órgão também alertou para eventos de inundação na mesorregião Vale do Acre, com atenção para Rio Branco, Brasiléia e Assis.

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Vista aérea de espaço residencial em Rio Branco. Inmet emitiu alerta laranja para a região. Foto: Odair Leal/Reuters

Ajuda federal

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, estiveram no Acre neste domingo para avaliar a situação das áreas atingidas e acompanharam o socorro à população. Ao final, declararam ajuda federal às vítimas.

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“Temos mapeados 1.058 municípios brasileiros que sofrerão com mais frequência a incidência de grandes volumes de chuva ou estiagens severas”, afirmou Marina, que destacou a intensificação de eventos extremos devido às mudanças climáticas. “Vamos apresentar um projeto para que estas cidades possam estar permanentemente em situação de emergência para que a ajuda do governo federal seja feita com rapidez.”

Em sua conta no Twitter, Góes disse que ainda visitaria Manaus, que também tem sofrido com as chuvas, para mapear a ajuda necessária à região. “O Ministério do Desenvolvimento Regional e a Defesa Civil Nacional acompanham a situação desde o primeiro momento e todas as providências foram tomadas pra garantir o apoio à população”, escreveu.

Como mostrou o Estadão há alguns dias, após três anos de influência no clima global, chegou ao fim no último mês o La Niña, fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial. Com isso, teve início a transição para o El Niño, que deve elevar as temperaturas em todo o planeta a partir de maio, além de provocar períodos de chuva prolongada.

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Amazonas

Em Manaus, no Amazonas, um vídeo compartilhado no Twitter mostra uma casa de palafita sendo carregada pela água após o volume de um canal subir e invadir a cidade. A capital teve mais de 41 ocorrências de alagamentos e/ou deslizamentos neste sábado, 25, segundo a prefeitura da capital.

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Ainda de acordo com a administração municipal, 172 famílias perderam suas moradias e estão sendo acolhidas em duas escolas municipais disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Educação: a Aristóteles Comte de Alencar, no bairro Armando Mendes, e a Jorge de Resende Sobrinho, no Tancredo Neves.

Acre

Em Rio Branco, no Acre, o volume do Rio Acre subiu de forma acelerada e bairros inteiros ficaram submersos. Às 6h deste domingo, o nível da água estava em 16,42 metros – a partir de 14 metros já é considerado transbordamento.

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Governo federal reconheceu situação de emergência em Rio Branco após enxurrada que prejudicou 32 mil pessoas. Foto: Pedro Devani/Secom Acre

A prefeitura de Rio Branco informou que 50 abrigos estão sendo construídos no Parque de Exposições da cidade e serão destinados às famílias atingidas. Cerca de 32 mil pessoas foram prejudicadas.

Maranhão

No Maranhão, 49 cidades estão em situação de emergência, segundo atualização publicada pelo governador Carlos Brandão. “Seguiremos atendendo às mais de 31 mil famílias afetadas direta e indiretamente, e às mais de 5 mil desabrigadas”, disse. Seis mortes em decorrência das chuvas foram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros.

Equipes do Corpo de Bombeiros do Maranhão, prefeituras, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social realizam operação para auxiliar as vítimas no interior do Maranhão. Já foram enviadas 5,4 mil cestas básicas, 900 garrafões de água (20 litros) e 600 colchões. Estão em trânsito mais 1,1 mil cestas, 800 garrafões e 900 colchões, segundo o último balanço.

Abrigos temporários foram construídos em escolas para receber as famílias atingidas e, em parceria com o setor privado, o governo do Estado anunciou doações de itens às pessoas afetadas, como cestas básicas, colchões, alimentação, água, roupas e produtos de higiene pessoal. Na capital, São Luís, há registros de alagamentos pelo menos desde quinta-feira, 23.

Pará

Os alagamentos também têm tomado a paisagem de Belém, capital do Pará, e internautas vêm compartilhando vídeos de resgate de pessoas vulneráveis em suas casas após a invasão da água. Nas últimas semanas, a prefeitura da cidade informou uma série de ações com o objetivo de evitar alagamentos, como a limpeza de canais, mas não foi suficiente para evitar o prejuízo.

Neste domingo, 26, o nível do Rio Tocantins na cidade de Marabá, no sudeste do Pará, está em 11,95 metros, considerado acima do nível normal, informou a Defesa Civil do Estado. Cerca de 1,8 mil habitantes da cidade tiveram que deixar suas casas e estão vivendo em abrigos.

Tocantins

No Tocantins, a comunidade ribeirinha indígena Catàmjê, que vive em Lagoa da Confusão, região sudoeste do Estado, teve casas alagadas. A Defesa Civil do Tocantins tem prestado apoio às cerca de 40 famílias, e informou que não há risco de deslizamentos no Estado, já que a maior parte do seu terreno é plano.

Famílias da comunidade Indígena Catàmjê estão sofrendo com o alagamento de suas casas após as chuvas intensas em Lagoa da Confusão, Região Sudoeste do Tocantins. Foto: Divulgação CBMTO

Rondônia

A Defesa Civil de Rondônia informou que vem monitorando a elevação dos níveis dos rios do Estado neste período de “inverno amazônico”. “Nas últimas semanas a Defesa Civil Estadual atuou pontualmente, auxiliando as Defesas Civis dos municípios de Porto Velho, Jaru, Alto Paraíso e Campo Novo, tanto na remoção de famílias de locais de inundação quanto ao processo de conscientização de moradores em relação aos cuidados diante das cheias dos rios”, disse.

Em casos de alagamentos e/ou desabamentos, a recomendação é que a população deixe imediatamente os locais comprometidos e acionem a Defesa Civil por meio do telefone 199. O Inmet orienta também que, se possível, moradores de casas afetadas desliguem aparelhos elétricos e o quadro geral de energia. Para emergências, deve-se ligar para o Corpo de Bombeiros, que atende pelo número 193.

Os últimos dias foram de chuva intensa nas regiões Norte e Nordeste do País. As cheias dos rios provocaram estragos em ao menos seis Estados: Acre, Amazonas, Rondônia, Pará, Tocantins e Maranhão. Algumas cidades decretaram situação de emergência, e há milhares de famílias desabrigadas.

Só no Maranhão, 31,2 mil famílias já foram afetadas de forma direta e indireta pelas tempestades, e 49 cidades estão em situação de emergência, apontam autoridades, com mais de 5,8 mil desabrigadas. Seis pessoas morreram por causa das chuvas no Estado em pouco mais de uma semana. No Acre, cerca de 32 mil habitantes foram prejudicados. Já no Pará, ao menos 1,8 mil moradores de uma cidade do interior tiveram de deixar suas casas e estão vivendo em abrigos.

Moradores são resgatados após alagamentos gerados por fortes chuvas em Rio Branco, no Acre. Foto: Odair Leal/Reuters

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja para chuvas intensas nas regiões Norte e Nordeste, que podem piorar ainda mais o cenário nas próximas horas. O órgão classificou a situação como de perigo. A previsão é de tempestades, entre 30 e 60 milímetros por hora ou de 50 a 100 milímetros por dia, e de ventos fortes, de 60 a 100 quilômetros por hora.

“Risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas”, diz o órgão. Além de Estados de Norte e Nordeste, o alerta inclui também cidades mais ao norte de Goiás e Mato Grosso, no Centro-Oeste do País. O alerta, emitido na manhã deste domingo, tem validade até 11h desta segunda-feira, 27.

Em comunicado sobre riscos geo-hidrológicos, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), classificou como alta a possibilidade de movimentos de massa na Região Metropolitana da capital amazonense por conta das chuvas. O órgão também alertou para eventos de inundação na mesorregião Vale do Acre, com atenção para Rio Branco, Brasiléia e Assis.

Vista aérea de espaço residencial em Rio Branco. Inmet emitiu alerta laranja para a região. Foto: Odair Leal/Reuters

Ajuda federal

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, estiveram no Acre neste domingo para avaliar a situação das áreas atingidas e acompanharam o socorro à população. Ao final, declararam ajuda federal às vítimas.

“Temos mapeados 1.058 municípios brasileiros que sofrerão com mais frequência a incidência de grandes volumes de chuva ou estiagens severas”, afirmou Marina, que destacou a intensificação de eventos extremos devido às mudanças climáticas. “Vamos apresentar um projeto para que estas cidades possam estar permanentemente em situação de emergência para que a ajuda do governo federal seja feita com rapidez.”

Em sua conta no Twitter, Góes disse que ainda visitaria Manaus, que também tem sofrido com as chuvas, para mapear a ajuda necessária à região. “O Ministério do Desenvolvimento Regional e a Defesa Civil Nacional acompanham a situação desde o primeiro momento e todas as providências foram tomadas pra garantir o apoio à população”, escreveu.

Como mostrou o Estadão há alguns dias, após três anos de influência no clima global, chegou ao fim no último mês o La Niña, fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial. Com isso, teve início a transição para o El Niño, que deve elevar as temperaturas em todo o planeta a partir de maio, além de provocar períodos de chuva prolongada.

Amazonas

Em Manaus, no Amazonas, um vídeo compartilhado no Twitter mostra uma casa de palafita sendo carregada pela água após o volume de um canal subir e invadir a cidade. A capital teve mais de 41 ocorrências de alagamentos e/ou deslizamentos neste sábado, 25, segundo a prefeitura da capital.

Ainda de acordo com a administração municipal, 172 famílias perderam suas moradias e estão sendo acolhidas em duas escolas municipais disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Educação: a Aristóteles Comte de Alencar, no bairro Armando Mendes, e a Jorge de Resende Sobrinho, no Tancredo Neves.

Acre

Em Rio Branco, no Acre, o volume do Rio Acre subiu de forma acelerada e bairros inteiros ficaram submersos. Às 6h deste domingo, o nível da água estava em 16,42 metros – a partir de 14 metros já é considerado transbordamento.

Governo federal reconheceu situação de emergência em Rio Branco após enxurrada que prejudicou 32 mil pessoas. Foto: Pedro Devani/Secom Acre

A prefeitura de Rio Branco informou que 50 abrigos estão sendo construídos no Parque de Exposições da cidade e serão destinados às famílias atingidas. Cerca de 32 mil pessoas foram prejudicadas.

Maranhão

No Maranhão, 49 cidades estão em situação de emergência, segundo atualização publicada pelo governador Carlos Brandão. “Seguiremos atendendo às mais de 31 mil famílias afetadas direta e indiretamente, e às mais de 5 mil desabrigadas”, disse. Seis mortes em decorrência das chuvas foram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros.

Equipes do Corpo de Bombeiros do Maranhão, prefeituras, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social realizam operação para auxiliar as vítimas no interior do Maranhão. Já foram enviadas 5,4 mil cestas básicas, 900 garrafões de água (20 litros) e 600 colchões. Estão em trânsito mais 1,1 mil cestas, 800 garrafões e 900 colchões, segundo o último balanço.

Abrigos temporários foram construídos em escolas para receber as famílias atingidas e, em parceria com o setor privado, o governo do Estado anunciou doações de itens às pessoas afetadas, como cestas básicas, colchões, alimentação, água, roupas e produtos de higiene pessoal. Na capital, São Luís, há registros de alagamentos pelo menos desde quinta-feira, 23.

Pará

Os alagamentos também têm tomado a paisagem de Belém, capital do Pará, e internautas vêm compartilhando vídeos de resgate de pessoas vulneráveis em suas casas após a invasão da água. Nas últimas semanas, a prefeitura da cidade informou uma série de ações com o objetivo de evitar alagamentos, como a limpeza de canais, mas não foi suficiente para evitar o prejuízo.

Neste domingo, 26, o nível do Rio Tocantins na cidade de Marabá, no sudeste do Pará, está em 11,95 metros, considerado acima do nível normal, informou a Defesa Civil do Estado. Cerca de 1,8 mil habitantes da cidade tiveram que deixar suas casas e estão vivendo em abrigos.

Tocantins

No Tocantins, a comunidade ribeirinha indígena Catàmjê, que vive em Lagoa da Confusão, região sudoeste do Estado, teve casas alagadas. A Defesa Civil do Tocantins tem prestado apoio às cerca de 40 famílias, e informou que não há risco de deslizamentos no Estado, já que a maior parte do seu terreno é plano.

Famílias da comunidade Indígena Catàmjê estão sofrendo com o alagamento de suas casas após as chuvas intensas em Lagoa da Confusão, Região Sudoeste do Tocantins. Foto: Divulgação CBMTO

Rondônia

A Defesa Civil de Rondônia informou que vem monitorando a elevação dos níveis dos rios do Estado neste período de “inverno amazônico”. “Nas últimas semanas a Defesa Civil Estadual atuou pontualmente, auxiliando as Defesas Civis dos municípios de Porto Velho, Jaru, Alto Paraíso e Campo Novo, tanto na remoção de famílias de locais de inundação quanto ao processo de conscientização de moradores em relação aos cuidados diante das cheias dos rios”, disse.

Em casos de alagamentos e/ou desabamentos, a recomendação é que a população deixe imediatamente os locais comprometidos e acionem a Defesa Civil por meio do telefone 199. O Inmet orienta também que, se possível, moradores de casas afetadas desliguem aparelhos elétricos e o quadro geral de energia. Para emergências, deve-se ligar para o Corpo de Bombeiros, que atende pelo número 193.

Os últimos dias foram de chuva intensa nas regiões Norte e Nordeste do País. As cheias dos rios provocaram estragos em ao menos seis Estados: Acre, Amazonas, Rondônia, Pará, Tocantins e Maranhão. Algumas cidades decretaram situação de emergência, e há milhares de famílias desabrigadas.

Só no Maranhão, 31,2 mil famílias já foram afetadas de forma direta e indireta pelas tempestades, e 49 cidades estão em situação de emergência, apontam autoridades, com mais de 5,8 mil desabrigadas. Seis pessoas morreram por causa das chuvas no Estado em pouco mais de uma semana. No Acre, cerca de 32 mil habitantes foram prejudicados. Já no Pará, ao menos 1,8 mil moradores de uma cidade do interior tiveram de deixar suas casas e estão vivendo em abrigos.

Moradores são resgatados após alagamentos gerados por fortes chuvas em Rio Branco, no Acre. Foto: Odair Leal/Reuters

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja para chuvas intensas nas regiões Norte e Nordeste, que podem piorar ainda mais o cenário nas próximas horas. O órgão classificou a situação como de perigo. A previsão é de tempestades, entre 30 e 60 milímetros por hora ou de 50 a 100 milímetros por dia, e de ventos fortes, de 60 a 100 quilômetros por hora.

“Risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas”, diz o órgão. Além de Estados de Norte e Nordeste, o alerta inclui também cidades mais ao norte de Goiás e Mato Grosso, no Centro-Oeste do País. O alerta, emitido na manhã deste domingo, tem validade até 11h desta segunda-feira, 27.

Em comunicado sobre riscos geo-hidrológicos, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), classificou como alta a possibilidade de movimentos de massa na Região Metropolitana da capital amazonense por conta das chuvas. O órgão também alertou para eventos de inundação na mesorregião Vale do Acre, com atenção para Rio Branco, Brasiléia e Assis.

Vista aérea de espaço residencial em Rio Branco. Inmet emitiu alerta laranja para a região. Foto: Odair Leal/Reuters

Ajuda federal

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, estiveram no Acre neste domingo para avaliar a situação das áreas atingidas e acompanharam o socorro à população. Ao final, declararam ajuda federal às vítimas.

“Temos mapeados 1.058 municípios brasileiros que sofrerão com mais frequência a incidência de grandes volumes de chuva ou estiagens severas”, afirmou Marina, que destacou a intensificação de eventos extremos devido às mudanças climáticas. “Vamos apresentar um projeto para que estas cidades possam estar permanentemente em situação de emergência para que a ajuda do governo federal seja feita com rapidez.”

Em sua conta no Twitter, Góes disse que ainda visitaria Manaus, que também tem sofrido com as chuvas, para mapear a ajuda necessária à região. “O Ministério do Desenvolvimento Regional e a Defesa Civil Nacional acompanham a situação desde o primeiro momento e todas as providências foram tomadas pra garantir o apoio à população”, escreveu.

Como mostrou o Estadão há alguns dias, após três anos de influência no clima global, chegou ao fim no último mês o La Niña, fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial. Com isso, teve início a transição para o El Niño, que deve elevar as temperaturas em todo o planeta a partir de maio, além de provocar períodos de chuva prolongada.

Amazonas

Em Manaus, no Amazonas, um vídeo compartilhado no Twitter mostra uma casa de palafita sendo carregada pela água após o volume de um canal subir e invadir a cidade. A capital teve mais de 41 ocorrências de alagamentos e/ou deslizamentos neste sábado, 25, segundo a prefeitura da capital.

Ainda de acordo com a administração municipal, 172 famílias perderam suas moradias e estão sendo acolhidas em duas escolas municipais disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Educação: a Aristóteles Comte de Alencar, no bairro Armando Mendes, e a Jorge de Resende Sobrinho, no Tancredo Neves.

Acre

Em Rio Branco, no Acre, o volume do Rio Acre subiu de forma acelerada e bairros inteiros ficaram submersos. Às 6h deste domingo, o nível da água estava em 16,42 metros – a partir de 14 metros já é considerado transbordamento.

Governo federal reconheceu situação de emergência em Rio Branco após enxurrada que prejudicou 32 mil pessoas. Foto: Pedro Devani/Secom Acre

A prefeitura de Rio Branco informou que 50 abrigos estão sendo construídos no Parque de Exposições da cidade e serão destinados às famílias atingidas. Cerca de 32 mil pessoas foram prejudicadas.

Maranhão

No Maranhão, 49 cidades estão em situação de emergência, segundo atualização publicada pelo governador Carlos Brandão. “Seguiremos atendendo às mais de 31 mil famílias afetadas direta e indiretamente, e às mais de 5 mil desabrigadas”, disse. Seis mortes em decorrência das chuvas foram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros.

Equipes do Corpo de Bombeiros do Maranhão, prefeituras, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social realizam operação para auxiliar as vítimas no interior do Maranhão. Já foram enviadas 5,4 mil cestas básicas, 900 garrafões de água (20 litros) e 600 colchões. Estão em trânsito mais 1,1 mil cestas, 800 garrafões e 900 colchões, segundo o último balanço.

Abrigos temporários foram construídos em escolas para receber as famílias atingidas e, em parceria com o setor privado, o governo do Estado anunciou doações de itens às pessoas afetadas, como cestas básicas, colchões, alimentação, água, roupas e produtos de higiene pessoal. Na capital, São Luís, há registros de alagamentos pelo menos desde quinta-feira, 23.

Pará

Os alagamentos também têm tomado a paisagem de Belém, capital do Pará, e internautas vêm compartilhando vídeos de resgate de pessoas vulneráveis em suas casas após a invasão da água. Nas últimas semanas, a prefeitura da cidade informou uma série de ações com o objetivo de evitar alagamentos, como a limpeza de canais, mas não foi suficiente para evitar o prejuízo.

Neste domingo, 26, o nível do Rio Tocantins na cidade de Marabá, no sudeste do Pará, está em 11,95 metros, considerado acima do nível normal, informou a Defesa Civil do Estado. Cerca de 1,8 mil habitantes da cidade tiveram que deixar suas casas e estão vivendo em abrigos.

Tocantins

No Tocantins, a comunidade ribeirinha indígena Catàmjê, que vive em Lagoa da Confusão, região sudoeste do Estado, teve casas alagadas. A Defesa Civil do Tocantins tem prestado apoio às cerca de 40 famílias, e informou que não há risco de deslizamentos no Estado, já que a maior parte do seu terreno é plano.

Famílias da comunidade Indígena Catàmjê estão sofrendo com o alagamento de suas casas após as chuvas intensas em Lagoa da Confusão, Região Sudoeste do Tocantins. Foto: Divulgação CBMTO

Rondônia

A Defesa Civil de Rondônia informou que vem monitorando a elevação dos níveis dos rios do Estado neste período de “inverno amazônico”. “Nas últimas semanas a Defesa Civil Estadual atuou pontualmente, auxiliando as Defesas Civis dos municípios de Porto Velho, Jaru, Alto Paraíso e Campo Novo, tanto na remoção de famílias de locais de inundação quanto ao processo de conscientização de moradores em relação aos cuidados diante das cheias dos rios”, disse.

Em casos de alagamentos e/ou desabamentos, a recomendação é que a população deixe imediatamente os locais comprometidos e acionem a Defesa Civil por meio do telefone 199. O Inmet orienta também que, se possível, moradores de casas afetadas desliguem aparelhos elétricos e o quadro geral de energia. Para emergências, deve-se ligar para o Corpo de Bombeiros, que atende pelo número 193.

Os últimos dias foram de chuva intensa nas regiões Norte e Nordeste do País. As cheias dos rios provocaram estragos em ao menos seis Estados: Acre, Amazonas, Rondônia, Pará, Tocantins e Maranhão. Algumas cidades decretaram situação de emergência, e há milhares de famílias desabrigadas.

Só no Maranhão, 31,2 mil famílias já foram afetadas de forma direta e indireta pelas tempestades, e 49 cidades estão em situação de emergência, apontam autoridades, com mais de 5,8 mil desabrigadas. Seis pessoas morreram por causa das chuvas no Estado em pouco mais de uma semana. No Acre, cerca de 32 mil habitantes foram prejudicados. Já no Pará, ao menos 1,8 mil moradores de uma cidade do interior tiveram de deixar suas casas e estão vivendo em abrigos.

Moradores são resgatados após alagamentos gerados por fortes chuvas em Rio Branco, no Acre. Foto: Odair Leal/Reuters

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja para chuvas intensas nas regiões Norte e Nordeste, que podem piorar ainda mais o cenário nas próximas horas. O órgão classificou a situação como de perigo. A previsão é de tempestades, entre 30 e 60 milímetros por hora ou de 50 a 100 milímetros por dia, e de ventos fortes, de 60 a 100 quilômetros por hora.

“Risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas”, diz o órgão. Além de Estados de Norte e Nordeste, o alerta inclui também cidades mais ao norte de Goiás e Mato Grosso, no Centro-Oeste do País. O alerta, emitido na manhã deste domingo, tem validade até 11h desta segunda-feira, 27.

Em comunicado sobre riscos geo-hidrológicos, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), classificou como alta a possibilidade de movimentos de massa na Região Metropolitana da capital amazonense por conta das chuvas. O órgão também alertou para eventos de inundação na mesorregião Vale do Acre, com atenção para Rio Branco, Brasiléia e Assis.

Vista aérea de espaço residencial em Rio Branco. Inmet emitiu alerta laranja para a região. Foto: Odair Leal/Reuters

Ajuda federal

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, estiveram no Acre neste domingo para avaliar a situação das áreas atingidas e acompanharam o socorro à população. Ao final, declararam ajuda federal às vítimas.

“Temos mapeados 1.058 municípios brasileiros que sofrerão com mais frequência a incidência de grandes volumes de chuva ou estiagens severas”, afirmou Marina, que destacou a intensificação de eventos extremos devido às mudanças climáticas. “Vamos apresentar um projeto para que estas cidades possam estar permanentemente em situação de emergência para que a ajuda do governo federal seja feita com rapidez.”

Em sua conta no Twitter, Góes disse que ainda visitaria Manaus, que também tem sofrido com as chuvas, para mapear a ajuda necessária à região. “O Ministério do Desenvolvimento Regional e a Defesa Civil Nacional acompanham a situação desde o primeiro momento e todas as providências foram tomadas pra garantir o apoio à população”, escreveu.

Como mostrou o Estadão há alguns dias, após três anos de influência no clima global, chegou ao fim no último mês o La Niña, fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial. Com isso, teve início a transição para o El Niño, que deve elevar as temperaturas em todo o planeta a partir de maio, além de provocar períodos de chuva prolongada.

Amazonas

Em Manaus, no Amazonas, um vídeo compartilhado no Twitter mostra uma casa de palafita sendo carregada pela água após o volume de um canal subir e invadir a cidade. A capital teve mais de 41 ocorrências de alagamentos e/ou deslizamentos neste sábado, 25, segundo a prefeitura da capital.

Ainda de acordo com a administração municipal, 172 famílias perderam suas moradias e estão sendo acolhidas em duas escolas municipais disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Educação: a Aristóteles Comte de Alencar, no bairro Armando Mendes, e a Jorge de Resende Sobrinho, no Tancredo Neves.

Acre

Em Rio Branco, no Acre, o volume do Rio Acre subiu de forma acelerada e bairros inteiros ficaram submersos. Às 6h deste domingo, o nível da água estava em 16,42 metros – a partir de 14 metros já é considerado transbordamento.

Governo federal reconheceu situação de emergência em Rio Branco após enxurrada que prejudicou 32 mil pessoas. Foto: Pedro Devani/Secom Acre

A prefeitura de Rio Branco informou que 50 abrigos estão sendo construídos no Parque de Exposições da cidade e serão destinados às famílias atingidas. Cerca de 32 mil pessoas foram prejudicadas.

Maranhão

No Maranhão, 49 cidades estão em situação de emergência, segundo atualização publicada pelo governador Carlos Brandão. “Seguiremos atendendo às mais de 31 mil famílias afetadas direta e indiretamente, e às mais de 5 mil desabrigadas”, disse. Seis mortes em decorrência das chuvas foram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros.

Equipes do Corpo de Bombeiros do Maranhão, prefeituras, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social realizam operação para auxiliar as vítimas no interior do Maranhão. Já foram enviadas 5,4 mil cestas básicas, 900 garrafões de água (20 litros) e 600 colchões. Estão em trânsito mais 1,1 mil cestas, 800 garrafões e 900 colchões, segundo o último balanço.

Abrigos temporários foram construídos em escolas para receber as famílias atingidas e, em parceria com o setor privado, o governo do Estado anunciou doações de itens às pessoas afetadas, como cestas básicas, colchões, alimentação, água, roupas e produtos de higiene pessoal. Na capital, São Luís, há registros de alagamentos pelo menos desde quinta-feira, 23.

Pará

Os alagamentos também têm tomado a paisagem de Belém, capital do Pará, e internautas vêm compartilhando vídeos de resgate de pessoas vulneráveis em suas casas após a invasão da água. Nas últimas semanas, a prefeitura da cidade informou uma série de ações com o objetivo de evitar alagamentos, como a limpeza de canais, mas não foi suficiente para evitar o prejuízo.

Neste domingo, 26, o nível do Rio Tocantins na cidade de Marabá, no sudeste do Pará, está em 11,95 metros, considerado acima do nível normal, informou a Defesa Civil do Estado. Cerca de 1,8 mil habitantes da cidade tiveram que deixar suas casas e estão vivendo em abrigos.

Tocantins

No Tocantins, a comunidade ribeirinha indígena Catàmjê, que vive em Lagoa da Confusão, região sudoeste do Estado, teve casas alagadas. A Defesa Civil do Tocantins tem prestado apoio às cerca de 40 famílias, e informou que não há risco de deslizamentos no Estado, já que a maior parte do seu terreno é plano.

Famílias da comunidade Indígena Catàmjê estão sofrendo com o alagamento de suas casas após as chuvas intensas em Lagoa da Confusão, Região Sudoeste do Tocantins. Foto: Divulgação CBMTO

Rondônia

A Defesa Civil de Rondônia informou que vem monitorando a elevação dos níveis dos rios do Estado neste período de “inverno amazônico”. “Nas últimas semanas a Defesa Civil Estadual atuou pontualmente, auxiliando as Defesas Civis dos municípios de Porto Velho, Jaru, Alto Paraíso e Campo Novo, tanto na remoção de famílias de locais de inundação quanto ao processo de conscientização de moradores em relação aos cuidados diante das cheias dos rios”, disse.

Em casos de alagamentos e/ou desabamentos, a recomendação é que a população deixe imediatamente os locais comprometidos e acionem a Defesa Civil por meio do telefone 199. O Inmet orienta também que, se possível, moradores de casas afetadas desliguem aparelhos elétricos e o quadro geral de energia. Para emergências, deve-se ligar para o Corpo de Bombeiros, que atende pelo número 193.

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