Implante desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Braile Biomédica, de São José do Rio Preto, promete corrigir desgastes na válvula do coração sem precisar abrir o peito do paciente, num procedimento mais simples e rápido que o realizado atualmente pelos médicos.O grupo criou uma válvula artificial, feita com pericárdio bovino (a pele que reveste o coração do boi), que pode ser implantada no paciente com a ajuda de um cateter, inserido por meio de um corte pequeno. O implante é indicado para uma doença chamada estenose aórtica grave - um desgaste ou calcificação da válvula que regula o fluxo sanguíneo do coração para a aorta. A maioria dos pacientes com o problema é idosa, o que torna a cirurgia tradicional, feita com o peito aberto, de altíssimo risco. Pela nova proposta, o tempo da cirurgia cai de 2 horas para 40 minutos e a recuperação, que leva de dois a três meses, ocorre em cerca de 15 dias. O corte, que na cirurgia convencional chega a 30 cm, resume-se a uma incisão de 5 cm. O aparelho, com diâmetro médio de 24 cm, é prensado, introduzido no coração com um cateter e inflado com a ajuda de um minibalão, fixando-se na parede do coração. O processo todo é acompanhado em monitores com imagens de raio X.Ainda em fase experimental, o implante já foi testado em 128 pacientes. Desses, pelo menos 20 estavam internados sem condições de alta e, depois de operados, deixaram o hospital. Batizada de Inovare, a válvula aguarda aprovação Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser produzida comercialmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.