Coletivo de moradores cultiva plantas medicinais encontradas em favela do Rio


Projeto Erveiros e Erveiras do Salgueiro surgiu em 2019 e reúne ancestralidade em herbário comunitário

Por Igor Soares

Com o objetivo de preservar a memória e cultivar os saberes ancestrais, um coletivo de moradores do Morro do Salgueiro, na Tijuca, na zona norte do Rio, mantém um herbário com plantas medicinais e comestíveis. O que chama a atenção é que as espécies são encontradas dentro da favela. Isso porque o morro foi construído na extensão da Floresta da Tijuca, facilitando o contato com a natureza e o que ela oferece.

O projeto Erveiros e Erveiras do Salgueiro - Augusta Estrela leva o nome de uma erveira importante da favela, que é avó de Marcelo da Paz Rocha, de 43 anos, um dos integrantes do grupo. Ele conta que o projeto nasceu em 2019 e, de maneira independente, vem atuando na preservação da história da comunidade por meio das plantas.

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Sua relação com as plantas encontradas na favela o levou a muitos lugares, como ao Rock In Rio. “Desenvolvi uma empada de queijo minas com ora-pro-nóbis e foi um sucesso. Foi considerada uma das melhores iguarias do festival”, conta. “A gente está falando de erva medicinal, de favela, de ancestralidade, de plantas que dão no mato cheia de propriedades medicinais e são acessíveis”, sinaliza.

Ao caminhar pela favela, é possível encontrar diversas plantas medicinais, seja em um canteiro ou no quintal de um morador. A ideia de agrupar e identificar as plantas no herbário é para facilitar a busca pelas ervas. A manutenção do espaço fica a cargo de Wallace Oliveira, conhecido como Tio Dadá, que já tem experiência na área. Adepto das plantas, ele diz que o único medicamento que toma é para pressão arterial, mas prioriza o uso das ervas para também ajudar na saúde. “Eu faço meus exames e o médico diz que está tudo certo comigo.”

O coletivo tem uma parceria com o posto de saúde que atende a favela Foto: Igor Soares/Estadão
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Cerca de 25 pessoas participam do coletivo. Uma dessas pessoas é Janaína Soares, de 58 anos. Desde criança, ela conhece as plantas e seus benefícios. “Sempre fomos tratados pelos nossos pais com ervas, na maioria das vezes. E isso [conhecimento] foi passando. Quando tive filhos, comecei a usar com eles e, agora que sou avó, uso com meus netos”, diz a integrante. Para ela, o projeto é importante porque reúne os saberes ancestrais. A erveira experiente usa, há muitos anos, o melão-de-são-caetano. “Uso para ajudar no controle do diabetes e até para dar banho no meu cachorro”, conta.

O coletivo tem uma parceria com o posto de saúde que atende a favela. “Nós temos a participação de alguns médicos, que são nossos parceiros no projeto”, conta Marcelo, ressaltando a importância do diálogo dos profissionais com os saberes do morro.

A ora-pro-nóbis se destaca como a planta com maior uso entre os erveiros e erveiras por suas propriedades Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO
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O herbário é de acesso livre, ou seja, os moradores podem pegar alguma planta para fazer um xarope, ou um chá, ou até mesmo complemento alimentar a qualquer momento. Marcelo lembra que uma planta muito comum e que faz parte da história é o jaborandi. “Era [uma planta] usada pelas parteiras no morro para ajudar na cicatrização das mulheres que davam à luz.”

No espaço, há plantas como babosa, aroeira, cidreira, beldroega. São 32 espécies de ervas encontradas na favela carioca. Ora-pro-nóbis se destaca como a planta com maior uso entre os erveiros e erveiras por suas propriedades, contendo ferro, magnésio, fibras, entre outras.

“Recebemos uma moção honrosa da Câmara dos Vereadores do Rio, onde fizemos uma exposição com mudas de plantas medicinais”, complementa o morador.

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O grupo também tem o objetivo de difundir a ideia para outras favelas. Eles realizam oficinas gastronômicas e distribuem mudas para que as pessoas também tenham plantas em suas casas. No sábado, 4, o coletivo vai se reunir para fazer um mutirão. O objetivo é identificar as espécies e plantar novas, prolongando os saberes populares na favela e fora dela.

Com o objetivo de preservar a memória e cultivar os saberes ancestrais, um coletivo de moradores do Morro do Salgueiro, na Tijuca, na zona norte do Rio, mantém um herbário com plantas medicinais e comestíveis. O que chama a atenção é que as espécies são encontradas dentro da favela. Isso porque o morro foi construído na extensão da Floresta da Tijuca, facilitando o contato com a natureza e o que ela oferece.

O projeto Erveiros e Erveiras do Salgueiro - Augusta Estrela leva o nome de uma erveira importante da favela, que é avó de Marcelo da Paz Rocha, de 43 anos, um dos integrantes do grupo. Ele conta que o projeto nasceu em 2019 e, de maneira independente, vem atuando na preservação da história da comunidade por meio das plantas.

Sua relação com as plantas encontradas na favela o levou a muitos lugares, como ao Rock In Rio. “Desenvolvi uma empada de queijo minas com ora-pro-nóbis e foi um sucesso. Foi considerada uma das melhores iguarias do festival”, conta. “A gente está falando de erva medicinal, de favela, de ancestralidade, de plantas que dão no mato cheia de propriedades medicinais e são acessíveis”, sinaliza.

Ao caminhar pela favela, é possível encontrar diversas plantas medicinais, seja em um canteiro ou no quintal de um morador. A ideia de agrupar e identificar as plantas no herbário é para facilitar a busca pelas ervas. A manutenção do espaço fica a cargo de Wallace Oliveira, conhecido como Tio Dadá, que já tem experiência na área. Adepto das plantas, ele diz que o único medicamento que toma é para pressão arterial, mas prioriza o uso das ervas para também ajudar na saúde. “Eu faço meus exames e o médico diz que está tudo certo comigo.”

O coletivo tem uma parceria com o posto de saúde que atende a favela Foto: Igor Soares/Estadão

Cerca de 25 pessoas participam do coletivo. Uma dessas pessoas é Janaína Soares, de 58 anos. Desde criança, ela conhece as plantas e seus benefícios. “Sempre fomos tratados pelos nossos pais com ervas, na maioria das vezes. E isso [conhecimento] foi passando. Quando tive filhos, comecei a usar com eles e, agora que sou avó, uso com meus netos”, diz a integrante. Para ela, o projeto é importante porque reúne os saberes ancestrais. A erveira experiente usa, há muitos anos, o melão-de-são-caetano. “Uso para ajudar no controle do diabetes e até para dar banho no meu cachorro”, conta.

O coletivo tem uma parceria com o posto de saúde que atende a favela. “Nós temos a participação de alguns médicos, que são nossos parceiros no projeto”, conta Marcelo, ressaltando a importância do diálogo dos profissionais com os saberes do morro.

A ora-pro-nóbis se destaca como a planta com maior uso entre os erveiros e erveiras por suas propriedades Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

O herbário é de acesso livre, ou seja, os moradores podem pegar alguma planta para fazer um xarope, ou um chá, ou até mesmo complemento alimentar a qualquer momento. Marcelo lembra que uma planta muito comum e que faz parte da história é o jaborandi. “Era [uma planta] usada pelas parteiras no morro para ajudar na cicatrização das mulheres que davam à luz.”

No espaço, há plantas como babosa, aroeira, cidreira, beldroega. São 32 espécies de ervas encontradas na favela carioca. Ora-pro-nóbis se destaca como a planta com maior uso entre os erveiros e erveiras por suas propriedades, contendo ferro, magnésio, fibras, entre outras.

“Recebemos uma moção honrosa da Câmara dos Vereadores do Rio, onde fizemos uma exposição com mudas de plantas medicinais”, complementa o morador.

O grupo também tem o objetivo de difundir a ideia para outras favelas. Eles realizam oficinas gastronômicas e distribuem mudas para que as pessoas também tenham plantas em suas casas. No sábado, 4, o coletivo vai se reunir para fazer um mutirão. O objetivo é identificar as espécies e plantar novas, prolongando os saberes populares na favela e fora dela.

Com o objetivo de preservar a memória e cultivar os saberes ancestrais, um coletivo de moradores do Morro do Salgueiro, na Tijuca, na zona norte do Rio, mantém um herbário com plantas medicinais e comestíveis. O que chama a atenção é que as espécies são encontradas dentro da favela. Isso porque o morro foi construído na extensão da Floresta da Tijuca, facilitando o contato com a natureza e o que ela oferece.

O projeto Erveiros e Erveiras do Salgueiro - Augusta Estrela leva o nome de uma erveira importante da favela, que é avó de Marcelo da Paz Rocha, de 43 anos, um dos integrantes do grupo. Ele conta que o projeto nasceu em 2019 e, de maneira independente, vem atuando na preservação da história da comunidade por meio das plantas.

Sua relação com as plantas encontradas na favela o levou a muitos lugares, como ao Rock In Rio. “Desenvolvi uma empada de queijo minas com ora-pro-nóbis e foi um sucesso. Foi considerada uma das melhores iguarias do festival”, conta. “A gente está falando de erva medicinal, de favela, de ancestralidade, de plantas que dão no mato cheia de propriedades medicinais e são acessíveis”, sinaliza.

Ao caminhar pela favela, é possível encontrar diversas plantas medicinais, seja em um canteiro ou no quintal de um morador. A ideia de agrupar e identificar as plantas no herbário é para facilitar a busca pelas ervas. A manutenção do espaço fica a cargo de Wallace Oliveira, conhecido como Tio Dadá, que já tem experiência na área. Adepto das plantas, ele diz que o único medicamento que toma é para pressão arterial, mas prioriza o uso das ervas para também ajudar na saúde. “Eu faço meus exames e o médico diz que está tudo certo comigo.”

O coletivo tem uma parceria com o posto de saúde que atende a favela Foto: Igor Soares/Estadão

Cerca de 25 pessoas participam do coletivo. Uma dessas pessoas é Janaína Soares, de 58 anos. Desde criança, ela conhece as plantas e seus benefícios. “Sempre fomos tratados pelos nossos pais com ervas, na maioria das vezes. E isso [conhecimento] foi passando. Quando tive filhos, comecei a usar com eles e, agora que sou avó, uso com meus netos”, diz a integrante. Para ela, o projeto é importante porque reúne os saberes ancestrais. A erveira experiente usa, há muitos anos, o melão-de-são-caetano. “Uso para ajudar no controle do diabetes e até para dar banho no meu cachorro”, conta.

O coletivo tem uma parceria com o posto de saúde que atende a favela. “Nós temos a participação de alguns médicos, que são nossos parceiros no projeto”, conta Marcelo, ressaltando a importância do diálogo dos profissionais com os saberes do morro.

A ora-pro-nóbis se destaca como a planta com maior uso entre os erveiros e erveiras por suas propriedades Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

O herbário é de acesso livre, ou seja, os moradores podem pegar alguma planta para fazer um xarope, ou um chá, ou até mesmo complemento alimentar a qualquer momento. Marcelo lembra que uma planta muito comum e que faz parte da história é o jaborandi. “Era [uma planta] usada pelas parteiras no morro para ajudar na cicatrização das mulheres que davam à luz.”

No espaço, há plantas como babosa, aroeira, cidreira, beldroega. São 32 espécies de ervas encontradas na favela carioca. Ora-pro-nóbis se destaca como a planta com maior uso entre os erveiros e erveiras por suas propriedades, contendo ferro, magnésio, fibras, entre outras.

“Recebemos uma moção honrosa da Câmara dos Vereadores do Rio, onde fizemos uma exposição com mudas de plantas medicinais”, complementa o morador.

O grupo também tem o objetivo de difundir a ideia para outras favelas. Eles realizam oficinas gastronômicas e distribuem mudas para que as pessoas também tenham plantas em suas casas. No sábado, 4, o coletivo vai se reunir para fazer um mutirão. O objetivo é identificar as espécies e plantar novas, prolongando os saberes populares na favela e fora dela.

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