O domingo será novamente de aeroportos cheios, após a greve dos controladores ter paralisado todos os vôos do País na noite de sexta. As companhias aéreas estarão operando com a capacidade máxima e estão previstos mais de 1.800 vôos no Brasil. No Cindacta-1, em Brasília, centro de controle aéreo de todo o Sudeste e Centro-Oeste, todos os operadores estarão trabalhando e haverá um reforço de 60 controladores. A previsão da Infraero é de que a situação nos aeroportos só se normalize na terça-feira. Ao sair de uma reunião de emergência no Ministério da Defesa neste sábado, o presidente da entidade, brigadeiro José Carlos Eduardo Pereira, reconheceu que o governo foi lento para enfrentar a crise e fez uma comparação da situação com um acidente de carro. "Eu não diria que houve falha (do governo), mas houve sim um problema de timing. O tempo de reação não foi correspondente ao tempo da ação", afirmou. "Isso é como dirigir um automóvel. Quando a gente não freia, bate. Nós freamos a tempo, porque graças a Deus não houve mortos nem feridos", completou. Conforme balanço da situação realizado pelo brigadeiro, a malha aérea brasileira foi totalmente destruída com a crise na noite de sexta, com atrasos que chegaram a 28 horas. Devido à greve dos controladores, por mais de dez horas cerca de 1.200 vôos foram cancelados. Aeroportos paralisados A tensão começou na sexta-feira pela manhã, quando controladores de Salvador, Manaus, Curitiba iniciaram uma greve de fome, em que pediam melhoria nos equipamentos e aumento salarial. Em Brasília, cerca de 200 profissionais do Cindacta-1 se auto-aquartelaram e, por volta das 19h, iniciaram uma greve, e se alastrou por todo o Brasil. Todos os aeroportos do País foram fechados. O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, ordenou a prisão dos controladores mas a ordem não chegou a ser cumprida, pois foi desautorizada por Lula que, em Washington, ficou sabendo da nova crise aérea. O governo cedeu então e, para impedir um caos maior, aceitou as propostas dos controladores, pondo fim à greve. A crise no setor aéreo brasileiro começou com a queda do Boeing da Gol, em setembro de 2006, matando 254 pessoas. As investigações apontaram entre as causas do acidente está falhas na cobertura do espaço aéreo brasileiros e problemas nos equipamentos de controle.