O corpo do ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, 53 anos, conhecido como Cabo Bruno, foi enterrado no cemitério Nossa Senhora de Fátima, em Catanduva (SP), pontualmente às 14 horas desta sexta-feira (28). Centenas de pessoas, entre moradores da cidade, amigos e familiares acompanharam o sepultamento do ex-PM, responsável por episódios que marcaram a história da Polícia Militar paulista na década de 1980.A mãe de Florisvaldo, Josefina Scabin de Oliveira, 87 anos, ficou quase que o tempo todo ao lado do caixão. O corpo chegou ao cemitério de Catanduva por volta da 1h30 da manhã desta sexta. Durante a madrugada fria, poucos amigos e parentes compareceram ao velório. A mulher de cabo Bruno, a pastora e cantora gospel Dayse da Silva Oliveira, chegou à cidade pouco depois das 7 horas. Abatida, ela não falou com a imprensa. A mulher permaneceu ao lado da sogra boa parte do velório e a acompanhou no momento do sepultamento, que reuniu cerca de 200 pessoas, segundo informações da administração do cemitério. Florisvaldo morou em Catanduva até os 24 anos de idade e deixou muitos amigos na cidade.Acusado de participação em mais de 50 assassinatos, apontado como justiceiro e um dos principais integrantes de um grupo de extermínio que atuou em São Paulo na década de 1980, cabo Bruno foi condenado a 120 anos de prisão. Durante o período em que permaneceu atrás das grades, ele converteu-se ao cristianismo e virou pastor evangélico na Igreja Pentecostal Refúgio em Cristo, a mesma frequentada pela mulher. Ele ficou em liberdade durante 35 dias e foi executado na noite de quarta-feira (26), com pelo menos 10 tiros, em Pindamonhangaba (SP), onde morava com a esposa.Familiares ouvidos pela reportagem acreditam que o assassinato do ex-PM seja fruto de vingança que estava adormecida durante os 27 anos em que cabo Bruno permaneceu no sistema penitenciário. "Ele matou muita gente e por isso acredito que esse crime tenha sido uma vingança", disse Moacir Oliveira, irmão do ex-PM. Alonso Corrêa, primo de cabo Bruno disse que a família está assustada. "Todos têm receio de falar por medo de retaliação". Dona Josefina Oliveira espera que a polícia encontre os assassinos do filho. "Isso não pode ficar assim", disse, após o sepultamento, amparada por parentes.